Coletiva Flecha Lançada estreia o espetáculo CORAGEM, em cena as vozes dos nossos ancestrais

(FOTO | Samuel Macedo).

Resultado de um intenso processo a Coletiva Flecha Lançada estreia o espetáculo “CORAGEM” , fruto do projeto “Coragem, Somos as vozes dos nossos ancestrais” fomentado pelo PROGRAMA FUNARTE RETOMADA 2023 - TEATRO. A temporada de estreia acontece com três apresentações no Cariri, nos dias 16, 17 e 18 de agosto. Estreando no dia 16/08 às 20h na Aldeia Queimadas do Povo Indigena Isu-Kariri em Brejo Santo, no dia 17/08 às 20h no Espaço de Memória Procém/Casa da Luz do Mestre Aécio de Zaíra no Crato e encerrando no no dia 19/08 às 19h no Centro Cultural do Cariri Sérvulo Esmeraldo no Crato/Ce. O trabalho tem dramaturgia e direção de Bárbara Matias Kariri, o espetáculo leva ao palco a memória de luta, estratégia de sobrevivência e sabedoria das lideranças que revitalizam a memória indígena no Brasil em confluência com a memória dos artistas Manoel Leandro, Ana Floresta, Joedson Kariri e Miscilane Silva. Todas as apresentações serão gratuitas e com acessibilidade em Libras.

A encenação é um emaranhado de vozes que documentam parte da articulação indígena neste país. A narrativa habita a memória e expande o imaginário através de gestos, cores e provocações dramatúrgicas dos artistas em cena. O convite a ver a terra como mãe, como lugar onde se nasce, se pertence e se vive com dignidade, por isso, “Você vende sua mãe?” pergunta feita pelos atores na abertura desse ritual. Não precisa responder agora se vende ou não, no decorrer do trabalho há uma imersão na cultura indigena; é Tereza Kariri lembrando do indígena vivo, é a emergência do fabuloso discurso performativo de Ailton Krenak na Constituinte de 88, é a nossa (cearense) Cacica Pequena lembrando da nossa mãe lagoa - Pequena primeira grande Cacica liderança no Brasil, uma mulher que luta por mulheridades, mais uma vez “Você venderia sua mãe” e seguimos, apresentando o universo das sementes como cosmovisão de vida, de seguir se reflorestando enquanto um disparo contra os morticídios. As onças aparecem, são muitas, falam na língua dos antigos que segue viva. Coragem é um sonho acordado, latente, flecha erguida, enfeitiçada, às vezes invisível. O espetáculo se passa num terreiro avermelhado. No terreiro tudo acontece, lugar do destino da encantaria – CORAGEM - lugar de todos os trabalhadores que alimentaram/alimentam esse acontecimento. Coragem é uma estratégia por meio do teatro para falar de algo simples, nada inédito que é a vida humana e não humana. “Veio alguma onça hoje ao teatro, alguma?”

Durante o processo de “Coragem” tivemos a oportunidade de participar da Mostra Cenas Germinantes do Festival Nordestino de Teatro de Guaramiranga em 2023 e da Mostra de Experimentos Cênicos do Centro Cultural do Cariri em 2024. A conquista do Edital da Funarte nos possibilitou realizar um processo mais longo e propício a encontros com comunidades indígenas e artistas da cena, além de podermos contar uma equipe técnica formado por profissionais de diversas áreas como Rodrigo Frota na cenografia, Edceu Barboza no figurino, Samuel Macedo nas fotos e Sinesia Ventura na iluminação.

Dividido em três etapas o processo proporcionou:

- Intercâmbios: A coletiva realizou três intercâmbios em aldeias do Cariri cearense, onde aprendemos algo e apresentavam trechos do trabalho em processo, assim chegamos a Aldeia Chico Gomes- Grupo Urucungo, Crato, ao Sítio Leite – Coletiva Maria Piauí em Juazeiro do Norte e a Aldeia Marrecas/Sítio Mareco - Grupo Mamas Kariri, Quitaíus em Lavras da Mangabeira,CE.

- Vivência Artísticas: Através da ação “Troca de Sementes” partilhamos práticas de criação com artistas da cena cearense João do Crato, Joaquina Carlos, Lucivania Lima, Lana Oliveira e Jota Jr Santos que pisaram no nosso chão de criação para partilhas de vivências.

- Ensaio Aberto: Na última semana de julho por ocasião da Assembleia Estadual dos Povos Indígenas do Estado do Ceará realizamos um Ensaio Aberto na Aldeia Poço Dantas em Umari,CE. CORAGEM - Somos as vozes dos nossos ancestrais (2024, LIVRE, 40 min)

Sinopse:

A diáspora dos Povos Indígenas de Pindorama (Brasil) é fruto de uma colonização contínua em seu próprio território. Coragem é inspirado nas vozes de algumas lideranças indígenas que reergueram suas aldeias, que reflorestou o palco do existir. Nessa obra, os atores performam essas presenças no atravessamento com suas vidas.

Ficha Tecnica:

Elenco: Ana Floresta, Manoel Leandro, Miscilane Silva(Kariri) e Joedson Kariri

Direção e Dramaturgia: Bárbara Matias Kariri

Colaboração dramatúrgica: Joedson Kariri e Manoel Leandro

Mediação: João do Crato

Interlocução Artística:​João do Crato, Joaquina Carlos, Jota Junior Santos, Lana

Oliveira, Lucivânia Lima

Desenho de luz: Sinesia Ventura

Operação de Luz: Bárbara M Kariri

Vídeos em cena: Mari Correa (Cedidos gentilmente pelo Instituto Katitu)

Vídeos dos intercâmbios: Francisco Luís

Edição e Operação de vídeo: Lara Alencar

Cenografia: Rodrigo Frota

Produção de Cenografia: Jefferson Vieira

Figurino: Edceu Barbosa

Criação Gráfica: Jota Junior Santos

Fotos: Samuel Macedo e Lucas Arban

Consultoria em Contábil: Georgia Bezerra

Assessoria de Imprensa: Mônica Batista

Assessoria em Acessibilidade: Lirieudo Santos

Produção Executiva: Jota Jr. Santos e Barbara M Kariri

Assistente de produção dos intercâmbios e Secretaria: Luiz Wendesteny

Assistência de produção: Robertinha Rocha

Realização: Coletiva Flecha Lançada

Este Projeto foi contemplado pelo Prêmio FUNARTE RETOMADA 2023 - TEATRO

Depoimentos:

“Sou imensamente grata a força ancestral que me protege, ao elenco que se permitiu mergulhar num processo criativo imerso na memória ancestral, à equipe técnica que esteve na sala de ensaio pensando conosco e a todas as lideranças que acreditam nessa roça.” Bárbara M. Kariri - diretora e dramaturga

“Foi uma alegria passar meu ensinamento de como criar bonecas indígenas para o pessoal do Coragem, me senti alegre e também me emocionei com Miscilane usando na cena. É um manto de bonecas, de muita gente, nossas ancestrais.” Maria Marinez - Coletivo Mamas Kariri

"O espetáculo "Coragem", revela-nos uma latente identidade indígena e induz-nos a um urgente mergulho na nossa ancestralidade, para que possamos irradiá-la na contemporaneidade, como indutora de novos caminhos na preservação de nossa cultura." João do Crato - Artista da cena e cantor


Sobre a Coletiva

A Coletiva Flecha Lançada Arte cultiva a demarcação indígena no território das artes junto com os indígenas do Povo Kariri do estado do Ceará e seus aliados. Suas criações transitam de forma não linear por diferentes linguagens, como teatro, performance, poesia, artesanato e audiovisual. A maioria das produções foi desenvolvida na comunidade do Marreco/aldeia Marrecas, no Ceará, onde Bárbara Matias Kariri (Idealizadora da Coletiva) nasceu e se criou. Em sua prática, a artista e doutora em artes da cena pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) usa o corpo como suporte para denunciar o memoricídio e o etnocídio da nação kariri. Suas obras têm circulado nacionalmente em evento como a MIT-SP, FNT Guaramiranga, Mostra Sesc Cariri de Culturas, Marco Zero-DF Imaginários urbanos-cE e Internacional Eco Performance Festival-SP.

SERVIÇO:

ESTREIA: “CORAGEM” - Coletiva Flecha Lançada

● Dia: 16 de agosto de 2024 (sexta) - 20h

Local: Aldeia Queimadas, Povo Isu- Kariri, Brejo Santo/Ce

● Dia: 17 de agosto de 2024 (sexta) - 20h Local: PROCEM/Casa Luz Mestre Aécio

Rua Lavras da Mangabeira, 1140 - Seminário

● Dia: 18 de agosto de 2024 (domingo) - 19h

Local: Centro Cultural do Cariri - Sérvulo Esmeraldo

Av. J. P. Bezerra de Menezes, 01 - Batateiras - Crato/Ce

* Todas as apresentações serão gratuitas e com acessibilidade em Libras.

Informações:

producaocoragem@gmail.com

https://www.instagram.com/coletivaflechalancadaarte/

Contatos para Entrevista:

Bárbara Marias Kariri (88) 99624 5124 (diretora e dramaturga)

Joedson Kariri (88) 98816 2979 (ator)

Jota Jr Santos ( 85) 99690 7906 (produtor executivo) Monica Batista (88) 99919-4321 (assessora de imprensa)

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Texto encaminhado a redação do blog por Alexandre Lucas.

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