Bia Souza vence israelense Raz Hershko e conquista a medalha de ouro na categoria +78kg. (FOTO | Alexandre Loureiro | COB). |
São 12h45, e faz menos de meia hora que o Brasil acabou de assistir, entre lágrimas, à conquista de sua primeira medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. E esse primeiro pódio dourado veio da cabeça, dos braços, das pernas, do coração e da negritude da judoca Beatriz Souza.
Numa
edição das Olimpíadas em que tanto se tem falado sobre representatividade, o
primeiro ouro verde e amarelo, tão sonhado, veio de uma mulher negra, na
categoria acima dos 78kg, numa arena construída a metros do ponto turístico
mais conhecido da França, a Torre Eiffel.
Em
emocionante entrevista à CazéTV, Beatriz expressou sua emoção pelo fato de ela,
uma mulher negra, ter sido a primeira medalhista de ouro do Brasil: “Mulherada, pretas e pretos do mundo todo. É
possível! Acreditem! A gente pensa que está pagando muito caro, mas vale a pena
quando a gente consegue!”
Em
entrevistas à mesma CazéTV e à TV Globo, Beatriz tocou num ponto
importantíssimo para todos, em especial para a comunidade negra: a importância
da família. Uma sólida base familiar foi e vem sendo fundamental para que ela
alcançasse o seu sucesso.
“Eu consegui! Deu certo, mãe! Eu consegui! Eu
consegui! Foi pela avó (falecida há dois meses). É para a avó, mãe. Eu amo
vocês mais do que tudo. Eu amo vocês”, emocionou-se a judoca ao falar com a
família por meio de chamada de vídeo em celular do repórter da Globo.
Criada
em Peruíbe, litoral paulista, a agora campeã olímpica começou na modalidade aos
sete anos, por ser muito “arteira”. Seus pais, Poseidon e Solange, seu marido,
Daniel, e toda a família vibraram intensamente. Segundo a atleta, ela tem os
melhores “paitrocinadores” do mundo, pelo apoio dado ao longo de toda sua vida
e carreira. Conforme recorda, quando resolveu deixar o litoral para treinar em
São Paulo, em busca de um sonho olímpico, a família lhe apoiou e apoia todo o
tempo.
Beatriz
Souza, mulher negra de 26 anos, que não nasceu em berço de ouro, é um espelho
de tantos negros brasileiros, que sem quaisquer privilégios mergulham de cabeça
em um sonho e dão a vida por ele. Mesmo não sendo os favoritos, os mais
queridos, ou aqueles que são mais prestigiados ou que lideram as bolsas de
apostas. Como a própria judoca, não tão badalada ou conhecida quanto outros
atletas. Mas Beatriz está lá no topo do pódio, depois de ter calado a arena ao
superar a francesa Romane Dicko, número um do mundo nas semifinais, e em
seguida, vencer a israelense Raz Hershko na grande final.
Como a própria campeã olímpica afirma, “pretas e pretos do mundo todo, é possível!” Sim, é possível. E Beatriz pode provar isso, assim como a ginasta Rebeca Andrade, dona de quatro medalhas olímpicas em Tóquio-2020 e Paris-2024, e Rayssa Leal, do skate, prata em Tóquio-2020 e bronze agora em Paris-2024. Nesta sexta, 2 de agosto, Beatriz fez história. Ela subiu ao topo do pódio, a bandeira do Brasil esteve na posição de destaque e o Hino Nacional foi tocado em Paris, tudo isso por causa dela.
Beatriz
Souza, grande Beatriz, parabéns, o mundo é seu!
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Com informações da Alma Preta Jornalismo.
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