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O editor da Fórum, Renato Rovai, entrevistou o pré-candidato à presidência pelo PSOl, Guilherme Boulos. (Foto: Reprodução/Facebook). |
Em
visita à Baixada Santista, o pré-candidato à presidência pelo PSOL, Guilherme
Boulos, cumpriu agenda extensa e, entre os compromissos, foi entrevistado pelo
editor da revista Fórum, Renato Rovai. Boulos fez uma análise da conjuntura do
país e revelou seus planos, caso vença a eleição. “Temos que quebrar o monopólio das comunicações, políticos não podem ter
concessão de rádio e TV, como acontece hoje, com Collor, Sarney e Aécio, por
exemplo. Vou cumprir a Constituição e acabar com o monopólio das comunicações”,
afirmou, se referindo especialmente à Globo.
Boulos
comentou a grande repercussão de sua entrevista no programa “Roda Viva”,
exibido na segunda-feira (7), na TV Cultura: “Acho que dois motivos levaram a isso. Primeiro, os entrevistadores e
telespectadores esperavam um sujeito vestido de vermelho, com uma foice na mão
e gritando, mas encontraram uma pessoa disposta a debater de igual para igual.
Queremos disputar um projeto de país, sendo uma alternativa para a esquerda,
não somente para essa eleição, mas para a próxima geração. Queremos quebrar
preconceitos. Segundo, a força das ideias progressistas, com valores e ética,
que estão sendo esquecidos na política atual”.
Disse,
ainda, que o novo assusta, mas tem potência. “Minha candidatura representa uma união entre um partido, que é o PSOL,
e os movimentos sociais. Queremos colocar temas, com naturalidade, que não são
normalmente abordados, como o aborto, o genocídio da juventude negra, questões
ligadas aos LGBTs, entre outros”.
Questionado
por Rovai sobre o fato de defender o legado do PT dentro do PSOL, Boulos disse:
“O PT teve avanços sociais muito
importantes, com a criação de programas sociais. Negar isso não ajuda. Ao mesmo
tempo, tenho críticas, pois o partido não enfrentou o sistema político, mesmo
quando Lula tinha 90% de aprovação. Com 90% de aprovação popular, você pode
enfrentar o Congresso. E isso teve consequências práticas. Além disso, não
discutiu a democratização das comunicações. Ao contrário, manteve as verbas de
publicidade, inclusive para a Globo. Outra coisa: mesmo depois do golpe, o PT
ainda faz aliança com o MDB em alguns estados. Apesar de tudo isso, diferença
não é antagonismo. Não se pode ser conivente com injustiças. Para o Temer e o
Aécio sobram provas e eles estão soltos. O Lula, sem provas, está preso. O caso
é de defesa da democracia e isso é consensual no PSOL”.
Rovai
perguntou também sobre reforma da Previdência. “Temos de começar rejeitando a proposta do Temer, que felizmente não foi
aprovada, pois era contra a maioria do povo brasileiro. Não se pode fazer
reforma baseada em cortar benefícios e estabelecer idade mínima para
aposentadoria. Temos de mexer na previdência dos militares, que recebem os
maiores privilégios, e também da cúpula do judiciário. Além disso, é preciso
rever os salários acima do teto constitucional e a questão dos muitos auxílios.
Também é necessário cobrar as dívidas das grandes empresas com a Previdência,
que atinge R$ 446 bilhões”.
Em
relação ao sistema político, Boulos afirmou que no Brasil está falido: “Defendo o aumento das formas de democracia
popular direta, como plebiscitos e referendos, com sistema presidencialista,
voto em lista fechada e financiamento exclusivamente público de campanha”.
Outro
modelo que faliu, segundo Boulos, foi o de combate à violência. “É preciso desmilitarizar as polícias, pois
da forma como está a sensação é de terror nas periferias. Outro aspecto
fundamental é o controle de armas. O Exército deveria fiscalizar isso, em vez
de matar jovens negros na intervenção do Rio de Janeiro”. Sobre Bolsonaro,
resumiu: “Ele faz o populismo da
violência”. (Com informações da Revista Fórum).
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