A
semana começa com mais um duro golpe nos estudantes brasileiros: o Ministério
da Educação anuncia um aumento, de quase cinco vezes acima da inflação, no
valor da inscrição do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) para 2017, passando
a taxa para R$ 82 e prejudicando milhões de estudantes em todo o país.
Revista Fórum
- Em 2016, cerca de 9,2 milhões de pessoas se inscreveram para as provas, que
além de avaliarem o ensino médio, são as portas de entrada para as
universidades e institutos federais e para programas de ingresso ao ensino
superior, como o Prouni e o Fies.
Em
comparação com outros indicadores, a taxa do Enem teve um aumento absurdo:
20,5%, ante os 4,57% da inflação acumulada (mar 16/fev 17 – IPCA/IBGE) e frente
ao pouco mais de 4,5% de aumento anunciado para o salário mínimo.
Apesar
de manter a gratuidade para alunos de escolas públicas, o Enem mais caro
dificulta a participação na prova para outros setores sociais e para aqueles
que, há tempos longe da escola, querem voltar a estudar e realizar o sonho de
cursar uma universidade.
Ainda,
é preciso levar em conta a crise econômica e o alto desemprego no país. Muitos
pais de estudantes que antes puderam arcar com a educação privada, e por isso
estão fora dos grupos de isenção da taxa, hoje perderam seus empregos e terão
dificuldades em pagar a inscrição.
Tal
aumento é mais um ataque à educação brasileira e no seu processo de
democratização e universalização. Mas não é o único.
Há
poucos dias, o governo PMDB/PSDB anunciou o fim do programa Ciências sem
Fronteiras, que financiou os estudos de graduação e pós graduação de quase 93
mil jovens brasileiros, a maioria de baixa renda, em grandes universidades da
europa, ásia, Canadá e Estados Unidos, uma iniciativa criada nos governos Lula
e Dilma e sem precedentes no mundo.
Ainda,
cortou em 44% o orçamento da pesquisa científica nacional, inviabilizando
projetos nas universidades públicas e comprometendo o desenvolvimento
tecnológico brasileiro, além de reduzir os repasses do FIES e do Prouni e de
extinguir por completo o Programa Nacional de Combate ao analfabetismo, responsável
por derrubar a taxa de analfabetismo em mais de 30% em apenas 10 anos.
Dessa
forma, não só com o aumento na taxa do Enem, mas em seu conjunto de ações
contra o povo mais pobre e contra os estudantes e as estudantes, a aliança do
golpe sucateia o sistema de ensino e quer, como faz com os direitos
trabalhistas e com as aposentadorias, também acabar com a educação pública
brasileira.
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Temer e Mendonça Filho goleiam estudantes de baixa renda. Foto: Revista Fórum. |
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