A
presença de Jair Bolsonaro na Hebraica do Rio de Janeiro, onde produziu um
espetáculo deprimente e previsível, ilustra a contradição que enfrentam
determinadas lideranças da comunidade judaica no atual momento da evolução
humana.
247 - Ao
mesmo tempo em que prezam -- com toda razão -- a memória das 6 milhões de
vítimas do Holocausto nazista, partilham o mesmo campo ideológico de forças a
que representam a intolerância e a violência contra populações discriminadas e
oprimidas de nossa época.
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Imagem capturada do vídeo no youtube. |
Nascido
em 1948 como um gesto de pacificação e reconhecimento das Nações Unidas, a
política atual do Estado de Israel é dominada por Bolsonaros locais, que
cultivam um programa de agressão e exclusão diante da população palestina.
Esta
política tem sido condenada por sucessivas resoluções da ONU, pois contraria o
espírito de concórdia que permitiu a partilha da antiga Palestina.
O
principal aliado do primeiro-ministro Benjamin Nethanyahu, no campo externo, é
o governo de Donald Trump, cuja postura reacionária em relação a direitos
humanos dispensa comentários.
Numa
medida insólita, mas significativa, antes mesmo de tomar posse na Casa Branca
Trump fez questão de anunciar a decisão de rever uma decisão de Barack Obama,
que havia mandado a representação dos EUA abster-se numa votação Conselho de
Segurança da ONU, num gesto simbólico que permitiu a aprovar uma moção que condenava a política do governo
de Israel. A decisão ajudou Trump a cultivar o apoio do grupo de pressão que
atua a favor do governo israelense em Washington, onde exibe uma musculatura só
inferior à dos aliados da indústria de armas.
As
homenagens frequentes de Bolsonaro ao coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra
envergonham brasileiros que prezam os valores democráticas e honram a memória
histórica. Mas são previsíveis, num dos raros países da América do Sul que não
foi capaz de julgar nem condenar responsáveis pela tortura, da qual Ustra
tornou-se o símbolo mais visível, embora nem de longe fosse o único responsável.
Entre
as muitas vítimas de um massacre covarde e impune, dois judeus se tornaram
personagens mais conhecidos.
O
jornalista Vladimir Herzog, que foi diretor da TV Cultura, morto em 1975. Chael
Charles Schereir foi morto em 1969, no Rio de Janeiro. Com o nome de guerra de
"Joaquim", Chael participava da direção da organização armada
Var-Palmares, da qual fazia parte Dilma Rousseff.
Com
um discurso que não passa de uma colagem de insultos à condição humana,
Bolsonaro não é apenas conservador, ou reacionário -- opção possível em toda
sociedade democrática. É uma máquina de produzir ofensas à humanidade.
Confira o vídeo:
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