Indígenas buscam mais espaço na política


Telma Taurepang, do PCB, concorre ao Senado pelo Estado de Roraima - terra de Romero Jucá, envolvido em escândalo durante sua passagem pela presidência da Funai. (Foto: Reprodução/Facebook).

O ano de 2017 não foi fácil para os povos originais do Brasil. Com uma canetada, Michel Temer acabou com 347 cargos na Funai – deixando ainda mais abandonados os mais de 800 mil indígenas, de 300 etnias existentes no País.

Por essa mesma época, em abril do ano passado, a socióloga Azelene Kaingang assumiu a Diretoria de Proteção Territorial da Funai. De origem indígena, Kaingang trabalhou junto à LLX, em 2008, para negociar com índios a troca de suas terras por fazendas, carros e salários. E é acusada de violações de direitos indígenas. Para fechar o pacote, Temer ainda atrasou a demarcação de terras a essas comunidades.

No melhor dos mundos para essa população, 2019 começaria com Sônia Guajajara e Guilherme Boulos, do PSOL, subindo a rampa do Planalto. “Temos de contrapor esse modelo econômico baseado na produção, no uso da terra e na exploração das florestas e dos rios. Os projetos de hoje passam por cima das comunidades e não são tão eficientes”, contou a vice de Boulos em entrevista recente a CartaCapital.

“No atual governo, os retrocessos deixaram de ser ameaças e se tornaram casos concretos. Em diversos estados as demarcações de terra foram anuladas”, completou. Guajajara é a primeira indígena a compor uma chapa presidencial. Mas dificilmente tem chances - segundo a última pesquisa Datafolha, a dupla tem só 1% de intenção de votos.

Fora o sonho do Planalto, falta a eles representatividade até mesmo no Congresso. Só o cacique Márcio Juruna, nos anos 1980, conseguiu ocupar o cargo de deputado federal na história desse país. Nunca houve outro representante indígena eleito, seja à Assembleia estadual ou federal. Para piorar, nas últimas eleições,o que se viu foi um aumento da bancada ruralista. Em 2018, eles esperam eleger ao menos alguns de seus 130 candidatos – um recorde de inscrições indígenas.

Telma Taurepang é uma delas. Candidata ao Senado pelo PCB de Roraima, quer ganhar uma cadeira para lutar pelas demarcações e pelos direitos das comunidades tradicionais. “Todos esses que estão na política ou nunca olharam para questões indígenas ou colocaram em segundo plano. Queremos fazer valer os artigos 231 e 232 da Constituição, que nos garantem os direitos às nossas terras, à educação diferenciada, à saúde, moradia”, explica.

A briga pelo Senado no estado tem um velho conhecido: Romero Jucá. Em 1987, quando presidiu a Funai, Jucá reduziu o território dos Yanomami e costurou acordos entre indígenas e madeireiras para explorar florestas nativas.

Ao contrário de Taurepang, nem todos os candidatos de etnia indígena se interessam pelas pautas de proteção ao meio ambiente ou às próprias causas. “Do mesmo jeito que tem indígenas que lutando muito firmemente pela sua origem e historia, que viveram processos de lutas, tem aqueles que não participam desse processo, que não viveram a luta, e estão usando a imagem indígena como negócio”, explicou Francisco Piyãko, candidato a deputado federal no Acre, pelo PSOL, ao colunista Felipe Milanez.

Como pensam os presidenciáveis

Piyãko se indigna com os indígenas favoráveis ao candidato Jair Bolsonaro, do PSL. Aliás, o vice de sua chapa, General Mourão, autodeclarou-se no TSE como indígena. Dias antes, Mourão havia anunciado sua origem indígena, por ter um pai amazonense, sem deixar de citar que “nossa herança da indolência” vem desses povos. Bolsonaro também já cansou de dizer que discorda da política de demarcação de terras, por atrapalharem o agronegócio, ou impossibilitarem a construção de hidrelétricas no norte do país. Ainda assim, há indígenas encantados pelo discurso do militar.

Bolsonaro aparece, de longe, como o candidato menos interessado em questões ambientais e manter ou preservar os direitos das comunidades tradicionais. De acordo com o Observatório do Clima, Marina Silva, da Rede, e Fernando Haddad, do PT, vem logo atrás da chapa composta por Bolous e Guajajara, que tem o mais completo programa de governo sobre o tema. “PT, PSOL e Rede se interessam mais pelas populações tradicionais. Demonstram uma maior compreensão do caráter estratégico desses ativos socioambientais como estratégia de desenvolvimento para o futuro do país”, explica Marcio Santilli, sócio-fundador do Instituto Socioambiental (ISA).

Marina Silva propôs em seu programa a criação de um fundo de regularização fundiária, para indenizar produtores rurais assentados pelo próprio governo em terras indígenas e devolvê-las a essa população. Também quer tirar da fila as demarcações pendentes na Justiça.

Já o PT garante o compromisso, mas sem soluções, de forma mais genérica. “Promoverá a reforma agrária, a titulação das terras quilombolas e a demarcação das áreas indígenas (...)”, informa o programa de governo do partido. “Houve uma preocupação de encaixar essa questões ao que chamam de ‘transição ecológica’. E, embora seja mais sintético, resumido, vejo uma absorção boa em relação às questões indígenas”, avalia Santilli.

Ciro Gomes (PDT), por outro lado, trata de forma ainda mais genérica, sem firmar qualquer compromisso. E gera apreensão, já que Kátia Abreu, sua companheira de chapa, nunca fez questão de esconder seu envolvimento com o agronegócio. Em um dos debates, no entanto, Ciro afirmou que ela já entendeu a “necessidade de equilíbrio” nesse ponto.

Essa “necessidade de equilíbrio” gera lucro ao país. Segundo relatório do ISA, a comercialização de produtos existentes na biodiversidade brasileira, como açaí, castanha brasileira, erva-mate, amêndoa de babaçu, entre outros, movimentou cerca de 1,5 bilhão de reais entre 2013 e 2016.

E não dá para esquecer a importância ambiental dessas terras. Ainda de acordo com o ISA, metade dos 52 gigatoneladas do estoque de carbono estão armazenados em Unidades de Conservação e em terras indígenas.

Se essas áreas de vegetação nativa cederem lugar ao agronegócio, ou se perderem entre queimadas e desmatamentos, o impacto é óbvio: agravamento do aquecimento global. Além disso, segundo pesquisadores, não fosse pela Amazônia, o sudeste viraria um deserto – a floresta manda umidade para cá e, com isso, provoca chuvas. Imagine, então, quanto custaria ao governo (ou seja, a nós) investir em estratégias ou tecnologias para acabar com a seca. Ou quanto tempo levaria até desfazer o estrago por entregar as florestas brasileiras ao agronegócio – em vez de deixá-las sob os cuidados das comunidades indígenas. (Com informações de CartaCapital).

Nova Olinda se levanta contra o ódio, a arrogância e preconceito de Bolsonaro. #EleNunca


Imagem puramente ilustrativa/Divulgação.
No próximo sábado, 29, no município de Nova Olinda, na região sul do Estado do Ceará, haverá reunião de diversas pessoas com pensamentos e propósitos diferentes, mas todas com mesma finalidade: conter o avanço do conservadorismo, do retrocesso e do ódio a grupos historicamente marginalizados representado por Jair Bolsonaro, candidato do PSL à presidência da república.

O ato que terá concentração a partir das 18 horas, nas proximidades da Escola Estadual Padre Luis Filgueiras, contará com a participação de professores, professoras, estudantes da educação básica e do ensino superior, ativistas sociais e políticos e sociedade civil organizada de Nova Olinda e de Altaneira. A ideia que reunirá pessoas de diferentes correntes ideológicas e políticas é abraçar uma causa maior, a saber, o respeito aos princípios democráticos, as diversidades, nos posicionando firmemente contra todas as ideias que coloquem em xeque as formas saudáveis de convivência.

A candidatura de Bolsonaro é antidemocrática, pois faz claramente uma apologia à violência. Ela é, portanto, intolerante. Defende a tortura. É contra as maiorias sociais (mulheres e negros). Se posiciona abertamente contra os indígenas, vendo-os como preguiçosos. Destila ódio aos povos LGBTTS.

Bolsonaro é uma ameaça ao país, pois suas declarações são recheadas de machismo, de misoginia, de homofobia e de racismo. Nos posicionamos contra a sua candidatura pois ela desrespeita os princípios básicos de uma nação que se pretenda democrática. E democracia se constrói e se fortalece com respeito aos direitos humanos. Se faz e se amplia com cidadania.

Por isso, conclamamos a todos e todas a se fazerem presente neste ato para dizer #EleNão; #EleNunca; #EleJamais. Pela democracia e contra o fascismo.


Em nova pesquisa, Haddad sobe 3 pontos e chega aos 22% de intenção de votos



O Ibope divulgou nesta segunda-feira (24) o resultado da mais recente pesquisa de intenção de voto na eleição presidencial. A pesquisa ouviu 2.506 eleitores entre sábado (22) e domingo (23).

O nível de confiança da pesquisa é de 95%. Isso quer dizer que há uma probabilidade de 95% de os resultados retratarem a realidade, considerando a margem de erro, que é de 2 pontos, para mais ou para menos.

Os resultados foram os seguintes:

Jair Bolsonaro (PSL): 28%
Fernando Haddad (PT): 22%
Ciro Gomes (PDT): 11%
Geraldo Alckmin (PSDB): 8%
Marina Silva (Rede): 5%
João Amoêdo (Novo): 3%
Alvaro Dias (Podemos): 2%
Henrique Meirelles (MDB): 2%
Guilherme Boulos (PSOL): 1%
Cabo Daciolo (Patriota): 0%
Vera Lúcia (PSTU): 0%
João Goulart Filho (PPL): 0%
Eymael (DC): 0%
Branco/nulos: 12%
Não sabe/não respondeu: 6% (Com informações do G1).



Que juventude é essa que vota no Bolsonaro?


(Foto: Reprodução/Facebook).


Para além da disparada do candidato do Partido dos Trabalhadores (PT), Fernando Haddad, que subiu 11 pontos e se isolou com 19% na segunda colocação, a pesquisa Ibope divulgada ontem (18) traz um dado que deve acender todas as luzes amarelas de preocupação: Bolsonaro (PSL) lidera a intenção de votos ente jovens com idade entre 16 e 24 anos.

Em números: segundo o Ibope 28% dos jovens com idade entre 16 e 24 anos votam em Bolsonaro; na sequência temos Haddad com a preferência de 18% desta parcela do eleitorado. Este dado é preocupante pois nos revela uma geração que está se formando com base numa mentalidade que não tem apreço pela democracia, ou que acha tudo bem um candidato com inúmeras declarações machistas e de ódio aos LGBT e negros ser o próximo presidente da República.

Cabe perguntar: que juventude é essa que vota em Jair Bolsonaro? Basicamente, e tirando isso por base na idade, é uma molecada que não lê jornal impresso, se informa primordialmente pelas redes sociais e, dentro desta esfera digital, são consumidores assíduos de canais do YouTube, que, como bem sabemos, está repleto de personagens com milhões de seguidores que são alvos de processos por racismo e declarações odiosas aos LGBT. Mas só isso não explica.

A pesquisa não traz uma estratificação de classe desta juventude que declara voto em Bolsonaro, mas podemos a partir dos outros dados da pesquisa intuir. Haddad lidera entre as famílias que recebem 1 salário mínimo, podemos então, intuir que a parcela da juventude deste grupo que vota em Haddad, consequentemente também vota no candidato do PT. Mas isso é cruzamento de dados que pode estar fadado ao erro.

Este número espanta pois, temos, nacionalmente, grupos de luta política organizada voltada para a juventude (UJS, UNE, Junt@s e tantos outros coletivos ao redor do Brasil). Será que a estratégia até aqui usada por estes coletivos está errada, ou seja, não está chegando na parcela da juventude que não está organizada em grupos de ativismo político? E os partidos políticos: por que estes não mais convencem a juventude?

São perguntas, acredito, que merecem profunda reflexão seguida de ação. Pois, pode até ser que o candidato do PSL saia derrotado desta eleição, mas o tipo de mentalidade que está criando corpo na atual geração é que vai ditar as regras e eleições daqui alguns anos. Portanto, temos 28% – esse número é muito alto – de uma geração que não se identifica com os mecanismos de participação proporcionados pela democracia. Se este quadro não for revertido, os debates sobre modelos de democracia – direta, representativa ou participativa – se tonarão completamente inócuos.

Por fim, passado o turbilhão desta eleição, cabe aos partidos políticos repensarem a sua presença nas plataformas digitais. Este se mostra o caminho certeiro na disputa de narrativa e construção de futuras mentalidades, mentalidades que tenham apreço e identificação pela/com a liberdade e não, ao contrário, ou seja, identificação com figura que representam a ruptura da democracia. (Com informações da Revista Fórum).

Centrais se unem para repudiar Bolsonaro, 'anti-trabalhador e antidemocrático'


(Foto: Agência DIAP).

Centrais sindicais brasileiras, cujos dirigentes apoiam diferentes candidatos à Presidência da República, se uniram contra Jair Bolsonaro (PSL). "Repudiamos (o candidato) por sua já conhecida postura contra a organização sindical, portanto, anti-trabalhadores,  por sua postura antidemocrática, intolerante com minorias, que faz apologia da violência, e pela sua conivência com práticas repugnantes, como a defesa de torturadores", afirmam, em nota divulgada neste sábado (22).

Para as centrais, uma possível eleição do presidenciável apontaria um país "marcado pela exploração do trabalhador, pela violência, pelo racismo, pela discriminação, pela repressão, pela dilapidação do patrimônio nacional, pelo desrespeito aos direitos humanos e pelo desrespeito aos direitos democráticos, garantidos na Constituição, e ameaça de retorno a ditadura militar".

Os sindicalistas acrescentam que defendem exatamente o oposto de tudo o que Bolsonaro representa. Por isso, pedem "não" ao candidato, em nome de "eleições democráticas e por dias melhores para o Brasil".


Exposição de fotos explora herança africana no Brasil


Procissão de baianas percorre as ruas de Santo Amaro (BA), a caminho da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Purificação/ (Foto: Maria Daniel Balcazar - Reprodução - Folha de S.Paulo).

Depois de passar parte da infância no Rio, a fotógrafa boliviana Maria Daniel Balcazar, decidiu voltar ao país em 2015 para registrar manifestações da cultura afro-brasileira.

Durante três anos, ela documentou desde o cotidiano de comunidades quilombolas na Bahia até festas e datas comemorativas do candomblé e da umbanda, como o Dia dos Mortos, no Rio.

As imagens deram origem à série "Kilombo", que significa "acampamento" no idioma bantu, e que por aqui ganhou o sentido de comunidade. "Quis recuperar essa noção para simbolizar a união das culturas aqui no Brasil", diz.

Para Balcazar, é raro ver países que conservaram a herança de povos africanos no cotidiano como o Brasil. "Já vivi em Trinidad e Tobago e na Guiana, por exemplo, e não vi manifestações tão intensas quanto as brasileiras", conta.

Entre os lugares visitados, ela destaca as cidades de Santo Amaro, na Bahia, onde fotografou uma procissão de baianas até as escadarias da igreja de Nossa Senhora da Purificação, e de Sete Lagoas, em Minas Gerais, onde conheceu as congadas.

A exposição, que reúne 32 fotos feitas em dez cidades, fica no Centro Cultural Justiça Federal (avenida Rio Branco, 241, na região central do Rio) até 14 de outubro. A entrada é gratuita. Mais informações neste site.

Até o final de 2018, a fotógrafa vai lançar um livro com o ensaio, editado pelo fotógrafo americano David Alan Harvey, da agência Magnum. O volume está na pré-venda por US$ 52 (R$ 215) no site da editora. (Com informações do CEERT)/Folha de S.Paulo).

Centro de Educação Básica de Nova Olinda conquista 7 medalhas na Olimpíada Brasileira de Astronomia


Centro de Educação Básica de Nova Olinda conquista 7 medalhas na Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica. (Foto: Reprodução/ Frame Produções).

O Centro de Educação Básica (CEB) do município de Nova Olinda, na região sul do Estado do Ceará, conquistou 7 medalhas, sendo quatro de ouro, na 21º edição da Olímpiada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA).

A coordenadora do CEB, a professora Wiliane Lopes, foi a primeira a noticiar e a circular a informação que segundo ela tomou conhecimento nesta quinta-feira, 20. “Os dados são bem significativos e nos deixa orgulhosas do empenho de todos e todas que participaram do exame”, disse.

Para a professora de Geografia Jaqueline Diniz os resultados denotam um avanço expressivo. “Além das de ouro, conquistamos também duas de prata e uma de bronze”, ressaltou.

As (os) estudantes demonstraram estarem radiantes com os resultados e a meta da escola e ampliar o número de conquistas na próxima edição.

A OBA vem distribuída em quatro níveis: I (do 1º ao 3º anos), II (4º e 5º anos), III (do 6º ao 9º anos) e IV (do 1º ao 3º anos do Ensino Médio). Os exames são compostos por dez perguntas, sendo sete de astronomia e três de astronáutica.

O CEB conquistou os resultados no nível III com Ana Larissa Lopes dos Santos, David Nogueira Landim Rufino, Flávio Henrique Matos da Costa, Monique Evelin Alencar Brandão e Ràvilla Soares Almeida, todas (os) do sexto ano e, Gustavo Ruan Hermógenes e Maria Eduarda Souza Alencar, ambos do nono ano, distribuídas da seguinte forma:

Ouro
Ana Larissa (6º Ano)
David Nogueira (6º Ano)
Maria Eduarda (9º Ano)
Rávilla Soares (6º Ano)

Prata
Gustavo Ruan (9° Ano)
Monique Evelin (6º Ano)

Bronze
Flávio Henrique (6º Ano)



Tico Santa Cruz crava: Ciro é opção mais segura no segundo turno


Com Ciro, o segundo turno seria mais tranquilo, acredita Tico. (Foto: Léo Canabarro).

Tenho absoluta certeza de que sou uma das poucas vozes a insistir em racionalizar a questão do antipetismo que poderá decidir a próxima eleição.

Dizem os petistas que insistir nesse discurso é reviver a síndrome de “Regina Duarte”. Preciso dizer que Regina Duarte estava com medo de perder seus privilégios quando apontou para Lula. Estou aqui ponderando uma estratégia que possa rebater o crescimento e a consagração do fascismo.

Fernando Haddad subiu, segundo o Ibope, mas sua rejeição também. Na mesma medida em que Bolsonaro crescerá a cada movimento adiante do PT.

Isso não quer dizer que proponha aqui que o PT recue. Respeito o partido e seu candidato. Apenas uso este espaço a título de registro para posteridade de que me posicionei em prol de uma terceira via - Ciro Gomes -, que teria um pouco mais de folga no segundo turno, por possuir menor rejeição que o petista.

O antipetismo está nesse momento pulverizado entre várias candidaturas: Marina Silva, Álvaro Dias, Amôedo, Alckmin, Meirelles. Também se encontra concentrado nos brancos e nulos. Ao somar todos estes candidatos e variáveis, é preciso considerar que o cenário é muito ruim quando ele se aglomerar.

Claro que acho muito romântico se falar em coragem para enfrentar Bolsonaro sob a tutela do PT, derrubar o golpe e seguir a vida democrática. Mas considero também que teremos mais quatro anos de um partido envolvido em escândalos, precisando se defender dos ataques, com uma parcela grande da população infeliz com sua eleição e um clima de guerra no ar.

Não tenho a pretensão de levar ninguém a mudar de voto. Continuarei acreditando que essa eleição para o campo progressista pode ser vencida com mais eficiência e segurança pelo viés de uma candidatura alternativa ao PT.

Caso Haddad passe para o segundo turno, terá meu voto, não por acreditar que seja o melhor caminho. Sei que o candidato é um homem honrado e um belo quadro. Mas minha opção escora-se na absoluta rejeição a Bolsonaro.

Sendo bem honesto, e sabendo que os leitores tem ciência de meu compromisso com a honestidade, preferiria experimentar um novo formato da esquerda no poder que não fosse pelas mãos do Partido dos Trabalhadores.

No primeiro turno, vou lutar para que assim seja. Com todo o respeito. (Com informações de CartaCapital).