CUT/Vox Populi aponta Haddad como primeiro. O petista venceria todos os adversários no 2º turno


Haddad avança a sombra de Lula. (Foto; Ricardo Stuckert).

A nova pesquisa CUT/Vox Populi confirma o poder de transferência de voto de Lula, preso em Curitiba e impedido de concorrer à presidência da República pelo Tribunal Superior Eleitoral. Quando claramente apresentado aos eleitores como o candidato do ex-presidente, o petista Fernando Haddad alcança 22% de intenção de votos e assume a liderança na disputa.

Jair Bolsonaro, do PSL, aparece em segundo, com 18%. Ciro Gomes, do PDT, registra 10%, enquanto Marina Silva, da Rede, e Geraldo Alckmin, do PSDB, aparecem com 5% e 4%, respectivamente. Brancos e nulos somam 21%.

O Vox Populi ouviu 2 mil eleitores em 121 municípios entre 7 e 11 de setembro. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, para cima ou para baixo. O índice de confiança chega a 95%.

O instituto tomou a decisão de associar Haddad diretamente a Lula no questionário, ao contrário das demais empresas de pesquisa. Segundo Marcos Coimbra, diretor do Vox Populi, não se trata de uma indução, mas de fornecer o máximo de informação ao eleitor. “Esconder o fato de que o ex-prefeito foi indicado e tem o apoio do ex-presidente tornaria irreal o resultado de qualquer levantamento. É uma referência relevante para uma parcela significativa dos cidadãos. Chega perto de 40% a porção do eleitorado que afirma votar ou poder votar em um nome apoiado por Lula”.


Um pouco mais da metade dos entrevistados (53%) reconhece Haddad como o candidato do ex-presidente. O petista, confirmado na terça-feira 11 como o cabeça de chapa na coligação com o PCdoB, também é o menos conhecido entre os postulantes a ocupar o Palácio do Planalto: 42% informam saber de quem se trata e outros 37% afirmam conhece-lo só de nome.

O desconhecimento é maior justamente na parcela mais propensa a seguir a recomendação de voto de Lula, os mais pobres e menos escolarizados. De maio para cá, decresceu sensivelmente o percentual de brasileiros que afirmam não saber que o ex-presidente está impedido de disputar a eleição: de 39% para 16%.

Ainda assim, é em meio a este público que Haddad registra grandes avanços. Na comparação com a pesquisa de julho, mês no qual o PT ainda nutria esperanças de garantir Lula na disputa, o ex-prefeito passou de 15% para 24% entre os eleitores com ensino fundamental e de 15% para 25% entre aqueles que ganham até dois salários mínimos. O petista chega a 31% no Nordeste e tem seu pior desempenho na região Sul (11%), mesmo quando associado ao ex-presidente.



Ciro Gomes é o menos rejeitado (34%) entre os cinco candidatos mais bem posicionados. Haddad tem a segunda menor taxa, 38%. No outro extremo, com 57%, aparece Bolsonaro.

O deputado, internado desde a sexta-feira 7 no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, registra contudo o maior percentual de menções espontâneas (13%), contra 4% de Ciro e Haddad, 3% de Marina e 2% de Alckmin.

O fato de as citações espontâneas se aproximarem da porcentagem registrada por Bolsonaro nas respostas estimuladas demonstra, ao mesmo tempo, um teto do candidato do PSL e uma resiliência que tende a leva-lo à próxima fase da disputa presidencial.

O Vox realizou diversas simulações de segundo turno. Bolsonaro venceria Alckmin (25% a 18%), empataria tecnicamente com Marina (24% a 26%) e perderia para Ciro (22% a 32%) e Haddad (24% a 36%). O pedetista e o petista vencem os demais. O instituto não fez a simulação de um confronto entre os dois.

Por fim, a pesquisa mediu a percepção dos eleitores em relação ao ataque a Bolsonaro ocorrido em Juiz de Fora em 6 de setembro. A maioria absoluta, 64%, associa a facada a um ato solitário de um indivíduo desequilibrado, “com problemas mentais”. Outros 35% acreditam tratar-se de um atentado organizado e planejado, com fins políticos.

A maior parte dos entrevistados (49% contra 33%) não crê que o episódio possa influenciar a decisão de voto dos brasileiros. (Com informações de CartaCapital).

“Mulheres Unidas contra Bolsonaro” já tem quase 1 milhão de integrantes


Mulheres Unidas contra Bolsonaro já tem quase 1 milhão de integrantes. (Foto: Reprodução).


Cresce rapidamente no Facebook o grupo “Mulheres Unidas Contra Bolsonaro”. Criado no final de agosto, o grupo já conta com mais de 800 mil integrantes.

Pela velocidade de crescimento, o grupo deve ultrapassar a marca de 1 milhão de integrantes nas próximas horas. Desde domingo (9), foram mais de 600 mil adesões. Isso sem contar os grupos com temáticas e nomes semelhantes.

Bolsonaro é o candidato com o maior índice de rejeição. Segundo a pesquisa Ibope divulgada hoje, o índice está em 41%. Entre as mulheres, o índice de rejeição é maior, chegando a 49% segundo o instituto Datafolha.

Pela descrição, o grupo é destinado a “união das mulheres de todo contra o avanço e fortalecimento do machismo, misoginia e outros tipos de preconceitos representados pelo candidato Jair Bolsonaro e seus eleitores.”

Acreditamos que este cenário que em princípio nos atormenta pelas ameaças as nossas conquistas e direitos é uma grande oportunidade para nos reconhecer como mulheres. Esta é uma grande oportunidade de união! De reconhecimento da nossa força!”

O reconhecimento da força da união de nós mulheres pode direcionar o futuro deste país! Bem-vindas aquelas que se identificam com o crescimento deste movimento.” Conclui a descrição no Facebook. (Com informações do Blog do Esmael Morais).

Ciro ataca Haddad e reedita disputa Lula e Brizola de 89


Ciro Gomes. (Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil).

Nem bem foi oficializado o nome de Fernando Haddad como candidato do PT à Presidência da República, e o candidato do Ciro Gomes (PDT) já reenviou uma saraivada de críticas ao PT e seu candidato.

Ele disse que falta competitividade a Fernando Haddad. Além disso, disse que a “ameaça protofascista” de Bolsonaro deve ser enfrentada com “contundência, clareza e coesão”, e destacou que o candidato do PT deve ter “dificuldades” para dar as repostas que o país precisa.

A disputa lembra uma reedição da eleição de 1989, quando Leonel Brizola, do mesmo partido de Ciro, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em sua primeira campanha presidencial, concorriam por uma vaga no segundo turno contra Fernando Collor. A diferença que pesa, no entanto, é o apoio do próprio Lula a Haddad. Na época, nenhum dos dois tinha um cabo eleitoral tão expressivo.

De acordo com reportagem do jornal O Globo, Ciro disse ainda que “há menos de dois anos, o Lula e eu apoiamos o Fernando Haddad na prefeitura de São Paulo, buscando sua reeleição, e tivemos uma decepção profunda. Porque o Haddad não só perdeu para o João Dória, que é um grande farsante, mas perdeu para os votos nulos e brancos”.

Sobre Haddad, Ciro Gomes ainda disse: “ele (Haddad) alcançou 16% dos votos (nas eleições municipais de São Paulo, em 2016) e perdeu praticamente em todas as urnas de São Paulo. Isso não o desqualifica. É alguém que tenho estima, respeito, gostaria de tê-lo como vice, se um entendimento lá atrás fosse possível, mas lançado nessa circunstância, ele sai muito fragilizado – acrescentou.”

A matéria ainda cita simulação para o segundo turno: “na última pesquisa Datafolha, divulgada nesta segunda-feira, Ciro soma 45% das intenções de voto contra 35% de Bolsonaro. Já Haddad tem 39% contra 38% do candidato do PSL. Na série estimulada no primeiro turno, Bolsonaro lidera o pleito, com 24%, seguido de Ciro (13%), Marina (11%), Alckmin (10%) e Haddad (9%).” (Com informações da Revista Fórum).


Segundo pesquisa Ibope, Fernando Haddad cresce; Ciro e Marina caem

(Foto: Ricardo Stuckert).


Pesquisa Ibope divulgada na noite desta terça-feira (11) mostra o crescimento das intenções de voto em Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), que foi oficializado como candidato hoje como substituto de Lula. Até então, o ex-presidente liderava as intenções de voto em todos os cenários.

O levantamento aponta que Jair Bolsonaro (PSL) lidera a corrida eleitoral. Ele tinha 22% das intenções de voto na última pesquisa, do início de setembro, e agora tem 26%. Ciro Gomes (PDT), que no Datafolha havia apresentado crescimento, teve uma leve queda no Ibope. Ele tinha 12% das intenções e agora tem 11%. O mesmo aconteceu com Marina Silva (Rede), que tinha 12% e agora tem 9%. Geraldo Alckmin (PSDB) manteve os mesmos 9% do último levantamento. Já Fernando Haddad (PT), que até a manhã de hoje ainda não havia sido oficializado como candidato, subiu de 6% para 8% e foi o único candidato para além de Bolsonaro que apresentou crescimento.

Ciro, Marina, Alckmin e Haddad estão empatados tecnicamente em segundo lugar, pela margem de erro.
O levantamento foi realizado entre 8 e 10 de setembro.

Confira, abaixo, a íntegra das intenções de voto.

Jair Bolsonaro (PSL): 26%
Ciro Gomes (PDT): 11%
Marina Silva (Rede): 9%
Geraldo Alckmin (PSDB): 9%
Fernando Haddad (PT): 8%
Alvaro Dias (Podemos): 3%
João Amoêdo (Novo): 3%
Henrique Meirelles (MDB): 3%
Vera (PSTU): 1%
Cabo Daciolo (Patriota): 1%
Guilherme Boulos (PSOL): 0%
João Goulart Filho (PPL): %
Eymael (DC): 0%
Branco/nulos: 19%
Não sabe/não respondeu: 7%

(Com informações da Revista Fórum).

Face a Face. Bolsonaro é uma mentalidade, por Juremir Machado da Silva


Bolsonaro é uma mentalidade. (Foto: Reprodução).

Não, Jair Bolsonaro não é um candidato como outro qualquer. É pior. Ele é um imaginário, uma mentalidade, uma visão de mundo. O seu método de leitura do que acontece na vida é a simplificação. Torna o complexo falsamente simples por meio de uma redução a zero dos fatores que adensam qualquer situação. Se há violência contra os cidadãos, que cada um receba armas para se defender. Se há impunidade, que a justiça seja sumária e sem muitos recursos. Se há bandidos nas ruas, que a polícia possa matá-los sem que as condições de cada morte sejam examinadas. Se há corrupção, que não se perca tempos com processos.

Bolsonaro encarna o pensamento do homem medíocre, o homem mediano que não assimila explicações baseadas em causas múltiplas. Se há miséria, a culpa é da preguiça dos miseráveis. Se há crime, a culpa é sempre da má índole. Se há manifestações, é por falta de ordem. A sua filosofia por excelência é o preconceito em tom de indignação moral, moralista. A sua solução ideal para os conflitos é a repressão, a cadeia, o cassetete. Bolsonaro corporifica o imaginário do macho branco autoritário que odeia o politicamente correto e denuncia uma suposta dominação do mundo pelos homossexuais. É o cara que, com pretensa convicção amparada em evidências jamais demonstradas, diz:

– Não se pode mais ser homem neste país. Vamos ser todos gays.

Ele representa a ideia de que ficamos menos livres quando não podemos fazer tranquilamente piadas sobre negros, gays e mulheres. Bolsonaro tem a cara de todos aqueles que consideram índios indolentes, dormindo sobre latifúndios improdutivos, e beneficiários do bolsa família preguiçosos que só querem mamar nas tetas do Estado. Bolsonaro é o sujeito desinformado que sustenta que na ditadura não havia corrupção. É o empresário ambicioso que se for para ganhar mais dinheiro abre mão da democracia. É o produtor que vê exagero em certas denúncias de trabalho escravo. É o homem que acha normal, em momentos de estresse, chamar mulher de vagabunda. O eleitor padrão de Bolsonaro sonha com uma sociedade de homens armados nas ruas, sem legislação trabalhista, sem greves, sem sindicatos, sem liberdade de imprensa.

O projeto de Bolsonaro é o retorno a um regime de força por meio de voto. Aparelhamento da democracia. Na parede do imaginário e de certas propagandas de Bolsonaro e dos seus fiéis aparecem ditadores. O seu paraíso é da paz dos cemitérios e das prisões para os dissidentes. Um imaginário é uma representação que se torna realidade. Uma realidade que se torna representação. Bolsonaro é um modo de ser no mundo baseado na truculência, na restrição de liberdade, na eliminação da complexidade, no encurtamento dos processos de tomada de decisões.

Bolsonaro usa a democracia para asfixiá-la. É um efeito perverso do jogo democrático. Condensa uma interpretação do mundo que não suporta a diversidade, o respeito à diferença, a pluralidade, o dissenso, o conflito, o embate. Inculto, ignora a história. Não há dívida com os escravizados e seus descendentes. A culpa pela infâmia da escravidão não é de quem escravizou. O presente exime-se do passado. Bolsonaro é a ignorância que perdeu a vergonha. Contra ele só há um procedimento eficaz: o voto. Se necessário, o voto útil.
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Texto do professor Juremir Machado da Silva encaminhado a redação do Blog Negro Nicolau (BNN) pela professora Eveuma Oliveira.

Garota de 10 anos traz renovação ao rap infantil


"Rima é meu be - a - bá". (Foto: Reprodução).

TrapStar de primeira, Lil Ci$$a estreia na música com o clipe de “Slime Azul”, versão escrita por ela, de 10 anos, em cima da base de “Bodak Yellow”, da norte americana Cardi B.

Lil Ci$$a rima brincando. Essa estreia, mesmo que uma versão, já mostra que rimar com boas ideias é ponto forte de Ciça, que juntou vivências de seu universo para cantar os costumes das crianças de sua idade, como a gosma Slime, sensação nas escolas, até personagens que atravessam gerações, como o Chris, de Todo Mundo Odeia o Chris.

Letra lúdica, jogos de palavras. O clipe, divertido como brincadeira de criança, tem como cenário a periferia da Zona Sul de São Paulo. Um rolezinho no shopping, encontrar as amigas, ostentar uns pacotes de salgadinhos e doces amarram um roteiro que é a cara das tardes de sábado entre os pré-adolescentes. 

Gosto de brincar, gosto de estudar, não posso só assistir cartoon. Levanta a cabeça, princesa, nem todo castelo é do Rá-Tim-Bum” é apenas uma das punchlines redondas que Ciça faz, talento que desenrola com o pai, Slim Rimografia, que, desde antes de seu primeiro álbum, o clássico Financeiramente Pobre (2003), já trazia referências da cultura pop e rimas incomparáveis.

Com “Slime Azul”, Lil Ci$$a dá uma amostra do que vem pela frente, como lançar músicas autorais nos próximos meses e tirar muitos outros versos estilosos da cartola.

"Miga! A Lil Ci$$a, sua trapper favorita. (Foto: Reprodução).
Assista “Slime Azul” aqui.

Ficha técnica:
Música:
Original: Cardi B, “Bodak Yellow”
Letra por Lil Ci$$a e Slim Rimografia
Gravado e mixado por Slim Rimografia no Studio Mokado Records (SP)

Vídeo:
Imagens: Júnior Sá e Slim Rimografia
Direção e edição: Slim Rimografia
Hairstyling: Thais Rafael
Elenco: Rayssa Santos da Silva, Thais Rafael e Thaissa Santos da Silva
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Texto encaminhado para a redação do Blog Negro Nicolau (BNN) por Mariângela Carvalho, da Supernova.

Guilherme Boulos: 'Não vou chamar o Meirelles, vou taxar o Meirelles'


Terceiro debate entre presidenciáveis trouxe polêmicas sobre setor financeiro e corrupção. (Foto: Divulgação/Gazeta).

O primeiro bloco do debate entre os presidenciáveis promovido pela TV Gazeta, Estadão, Jovem Pan e Twitter neste domingo (9) foi marcado pelo tema do privilégio do setor financeiro. O candidato do Psol, Guilherme Boulos, afirmou que vai enfrentar os privilégios e privilegiados, e atacou Henrique Meirelles (MDB). "Você é um dos privilegiados. Quando vocês governam, sempre dá desemprego. Sempre dá recessão."

Meirelles reagiu e afirmou que, quando presidente do Banco Central, durante os governos Lula, ajudou a criar 10 milhões de empregos em oito anos. Já durante o governo Temer, disse que ajudou a criar as condições para a criação de outros 2 milhões de empregos, e para que "o país saísse da maior recessão da sua história".  Mais uma vez, Meirelles afirmou que o Brasil não se divide "em quem gosta ou não gosta do Lula, mas em quem trabalha ou não trabalha".

"Banqueiro falando em trabalho é uma coisa extraordinária", rebateu Boulos, que prometeu taxar a fortuna de mais de 400 milhões de Meirelles. "Não vou chamar o Meirelles, vou taxar o Meirelles", afirmou Boulos, que disse que as isenções a setores empresariais, o "bolsa empresário", tinham custos dez vezes maiores que o bolsa família. Meirelles se defendeu: "Trabalhei a vida toda, e paguei impostos. Ao contrário de quem só fala, e quer tomar a propriedade dos outros."

 Antes, respondendo ao candidato Álvaro Dias, que falou que os bancos gozam de privilégios em relação aos trabalhadores e ao setor produtivo, Guilherme Boulos (Psol) afirmou que, no Brasil, "banco aqui faz o que quer". "Esse é um dos raros pontos em que concordo com o Álvaro Dias. É uma verdadeira Disneylandia financeira." afirmou Boulos, que prometeu acabar com a "bolsa banqueiro" que, segundo ele, consome cerca de R$ 400 bilhões do orçamento por ano.

Ele destacou que o Santander, para uma mesma linha de crédito, cobra 140% de juros, no Brasil, e zero na Espanha, e defendeu a utilização dos bancos públicos para estimular a competitividade e reduzir as taxas. "Se a caixa economia e o Banco do Brasil baixam os juros, os bancos privados vem atrás, senão perdem a clientela. O mercado já falou demais. Está na hora de ouvir a população.

O primeiro bloco do debate trouxo concordâncias entre os candidatos Ciro Gomes e Marina Silva. Ambos defenderam a educação em tempo integral e a implementação do Sistema Único de Segurança Pública (SUSP). Ciro defendeu também a federalização do combate ao crime organizado, corrupção, além de crimes cometidos por policiais e lavagem de dinheiro.

Ele atribuiu o crescimento da criminalidade às quadrilhas organizadas que espalharam a partir do Rio de Janeiro e de São Paulo. "Vamos expropriar esse dinheiro, porque é a única forma de combater o crime organizado", prometeu Ciro. Marina disse ser "inadmissível" que criminosos comandem o crime de dentro da cadeia, e "ainda por cima exportem para outros estados".

Geraldo Alckmin (PSDB) prometeu cobrar dos planos de saúde cerca de R$ 3 bilhões devidos por tratamentos prestados pela rede pública, e defendeu a criação de um programa de apoio às santas casas que, segundo ele, são responsáveis por 51% dos atendimentos de saúde. Alvaro Dias (Pode) afirmou que "O que falta não é dinheiro, é planejamento, gestão competente e honestidade."

Segundo bloco tem Ciro defendendo Lula

O jornalista Rodolfo Gamberini questionou o candidato do MDB a respeito de ter aplicações em um paraíso fiscal. "Esta informação é equivocada. O que existe é uma fundação com finalidade exclusiva de aplicar recursos em educação no Brasil depois que eu falecer. Grande parte da minha herança vai ser feita uma doação para essa fundação", respondeu Meirelles.

Coube a Ciro Gomes comentar a resposta. "O Brasil permite de uma forma absolutamente imoral que os brasileiros abastados mantenham bilhões de dólares no estrangeiro, sangrando este país", disse, ressaltando que considerava o ex-ministro da Fazenda uma pessoa honesta.

Augusto Nunes trouxe ao debate o assunto da Lava Jato, perguntando a Alvaro Dias, que tem dito de forma recorrente desejar Sergio Moro no ministério da Justiça. "A Operação Lava Jato tem que ser política de Estado para que o Brasil volte a ser sério", defendeu.

"A Justiça barulhenta, que vive de gravatinha borboleta nos salões da grande burguesia nacional e estrangeira, está sempre vulnerável a uma suspeição e tudo o que não precisamos é que uma operação tão importante potencialmente seja inclinada à suspeição", disse Ciro ao comentar a resposta de Meirelles, ressaltando considerar a sentença que condenou Lula "injusta".

"No Brasil, o sistema que vale, é isso é só Direito, é o que está escrito. O juiz Sergio Moro não consegue demonstrar uma prova sequer e condena o Lula pelo que nós do Direito chamamos de conjunto de indícios. É a primeira sentença que conheço dessa natureza", afirmou Ciro. (Com informações da RBA).

Conheça as propostas de 10 presidenciáveis para a educação no Brasil


(Foto: Reprodução/Ação Educativa).

Prioridade. Esta é a palavra mais associada à educação, sobretudo, em tempos de campanhas eleitorais. Nos programas das candidaturas à presidência do País, várias são as promessas de compromisso com a agenda e com a melhoria dos índices educacionais.

Fruto de ampla disputa política, as propostas de educação passam longe de ser consenso. Por isso, esclarecer o que consta nos programas e analisar sua viabilidade é fundamental para qualificar o debate público e dar consistência à disputa eleitoral.


Está em jogo no campo da educação a manutenção de uma educação pública e gratuita para todos e todas com os necessários investimentos para a ampliação da qualidade, com propostas pedagógicas condizentes com a demanda dos tempos em que vivemos. O eleitor precisa ter em vista que, para alcançar bons níveis de educação, não basta fazer grandes promessas, é preciso que se estruture uma política de longo prazo, que garanta as condições para um avanço consistente, afirma Roberto Catelli, coordenador executivo da Ação Educativa.



No esforço de ajudar o eleitorado nessa difícil escolha, Ação Educativa, Carta Educação Site externo e De Olho nos Planos Site externo lançam o especial #EducaçãoNasEleições2018: uma cobertura especializada sobre os principais desafios para a garantia de uma educação pública, laica e de qualidade.

Para inaugurar o especial, listamos as propostas das 10 candidaturas com maior intenção de voto e reunimos especialistas em educação para comentar cada uma delas. Confira:

ALCKMIN (PSDB)

• Crescer 50 pontos em 8 anos no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA);
• Garantir que todas as crianças estejam plenamente alfabetizadas até 2027;
• Priorizar primeira infância, integrando saúde, assistência e educação;
• Investir na formação e qualificação docente.

Roberto Catelli Jr. é doutor pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP) e coordenador executivo da Ação Educativa. Tem experiência principalmente nos seguintes temas: Educação de Jovens e Adultos, políticas públicas de educação, avaliação educacional e ensino de História.

ALVARO DIAS (Podemos)

• Tornar o FUNDEB permanente;
• Priorizar a Educação Infantil e o Ensino Fundamental.


Ana Lúcia Silva Souza é doutora em Linguística Aplicada pela Universidade de Campinas, professora da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e vice-coordenadora do Programa de Mestrado Profissional em Letras.


AMOÊDO (Novo)

• Subir 50 posições no ranking do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA);
• Universalizar o acesso das crianças às creches;
• Priorizar a educação básica na alocação de recursos federais;
• Ter gestão profissional na direção de todas as escolas do país;
• Promover programa de bolsas em escolas particulares para estudantes do ensino público;
• Criar consórcios intermunicipais para a boa gestão da educação nas cidades menores;
• Valorizar, na distribuição de recursos do FUNDEB, as escolas que melhorarem o aprendizado dos alunos;
• Ter Base Curricular de formação de professores direcionada à metodologia e à prática de ensino, não a fundamentos teóricos;
• Ampliar o Ensino Médio Técnico para atrair e melhor formar os jovens para o mercado de trabalho.



Claudia Bandeira é pedagoga, mestre em Educação pela PUC São Paulo e assessora da Iniciativa De Olho nos Planos. Compõe o Comitê Diretivo da Campanha Nacional pelo Direito à Educação e atua com os seguintes temas: políticas públicas educacionais, educação popular, direito à educação de pessoas privadas de liberdade, desigualdades e diversidades na educação.

BOLSONARO (PSL)

• Replicar a estratégia educacional do Japão, Taiwan e Coréia do Sul;
• Expurgar a ideologia de Paulo Freire;
• Ampliar a oferta de matemática, ciências e português sem doutrinação e sexualização precoce;
• Impedir a aprovação automática;
• Combater a forte doutrinação;
• Valorizar a Educação à Distância como alternativa para as áreas rurais;
• Estimular o empreendedorismo, incentivando parcerias entre pesquisadores de cientistas das universidades com empresas privadas;
• Alcançar metas educacionais sem prever a utilização de novos recursos.


Eduardo Girotto é doutor em Geografia Humana pela Universidade de São Paulo. Foi professor da Educação Básica e atualmente é professor do Departamento de Geografia da USP, na área de Estágio Supervisionado e Ensino de Geografia.


BOULOS (PSOL)

• Revogar a Emenda Constitucional 95 (EC95), a Reforma do Ensino Médio e a Base Nacional Comum Curricular;
• Garantir o cumprimento do PNE;
• Retomar o funcionamento do Fórum Nacional de Educação e discutir sua composição de forma democrática;
• Retomar a realização da Conferência Nacional de Educação (CONAE);
• Reformular o Conselho Nacional de Educação, incorporando a antiga reivindicação de que seja um órgão deliberativo e representativo;
• Regulamentar e implementar o SNE
• Responsabilizar o Ministério da Educação (MEC) pela estruturação dos conteúdos em matérias não especificamente técnicas militares, na educação de militares, em todos os níveis;
• Regulamentar o Custo-Aluno-Qualidade-Inicial (QAQi) e incluí-lo no Fundeb como valor mínimo;
• Garantir uma política de expansão de vagas com recursos adicionais para investimento no fundo;
• Aplicar e ampliar as políticas de cotas raciais e de permanência nas universidades;
• Implementar as leis 10.639/03 e 11.645/08, que obrigam o ensino da história e da cultura afro-brasileira e indígena na rede pública e particular de ensino, capacitando os professores para dar aulas sobre o tema e criando mecanismos de controle e responsabilização de instituições e profissionais que descumprem a lei;
• Desenvolver política nacional para prevenir a discriminação e o preconceito contra as pessoas trans na infância e na adolescência, com ênfase na educação formal;
• Produzir material didático com perspectiva de diversidade de gênero e sexualidade para uso na formação de educadores, educadoras e estudantes;
• Fazer auditoria em programas federais que repassam recursos públicos para o setor privado, fazendo transição dos estudantes do PROUNI e FIES para a oferta pública;
• Encaminhar ao Congresso normas de regulação do exercício privado de oferta educacional;
• Propor moratória de 1 ano para dívidas estudantes do FIES e fazer programa de refinanciamento das dívidas em discussão com estudantes;
• Garantir a pluralidade das ideias e a liberdade docente como determinado pela CF, adotando medidas para fortalecer a escola como espaço de promoção de valores democráticos, cidadãos e antidiscriminatórios;
• Estabelecer políticas que assegurem a interculturalidade assegurando espaços educacionais auto organizados pelos povos indígena, quilombola e demais grupos sociais;
• Rediscutir o aprimoramento e a democratização dos processos de avaliação em larga escala e seus indicadores (como IDEB), valorizando a avaliação diagnóstica, processual e formativa;
• Auxiliar municípios e estados com maior dificuldade financeira a cumprir o piso nacional do magistério;
• Alcançar um valor de piso nacional compatível com o salário mínimo necessário do DIEESE, o que significaria um reajuste superior a 50% no atual valor.




José Marcelino Pinto é doutor em Geografia Humana pela Universidade de São Paulo. Foi professor da Educação Básica e atualmente é professor do Departamento de Geografia da USP, na área de Estágio Supervisionado e Ensino de Geografia.


CIRO GOMES (PDT)

• Obter no Ensino Fundamental do Brasil os mesmos resultados alcançados no Ceará, que com 77 das 100 escolas melhores colocadas no Ideb do Ensino Fundamental, tornou-se referência nacional;
• Ampliar o Investimento em escolas em tempo integral;
• Criar bolsa Ensino Médio, prevendo pagamento de remuneração mensal aos estudantes da rede pública que apresentarem frequência mínima à escola e ganhos crescentes no desempenho escolar;
• Criar mecanismos de premiação nas escolas que conseguirem reduzir a evasão de estudantes e melhorar o desempenho em exames nacionais;
• Instituir novo Fundeb, que deve prever que a União repasse de 10% adicionais discricionários de acordo com a adesão do município/estado aos resultados alcançados;
• Eliminar o uso de material de ensino e educação estereotipados, que reforçam o papel da mulher como menos apta ao mundo da produção ao mais aptas à esfera doméstica;
• Incluir o combate a toda forma de preconceito, seja ele por raça, etnia, sexo, orientação sexual e/ou identidade de gênero no Plano Nacional de Educação;
• Garantir a implementação da 11.645/08, que torna obrigatório o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana;
• Eliminar o analfabetismo escolar.




Ocimar Alavarse é professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP) e coordenador do Grupo de Estudos e Pesquisas em Avaliação Educacional (Gepave). Mestre e doutor em Educação pela USP.


EYMAEL (PSDC)

• Assegurar que o ensino fundamental tenha as funções de capacitar os alunos para Aprender a Conhecer, Aprender a Fazer, Aprender a Ser e Aprender a Conviver, como definido nos Pilares da ONU para a Educação;
• Promover uma educação qualificada abrangendo todas as crianças e jovens portadores de necessidades especiais: mentais, motoras, auditivas e visuais;
• Propiciar o acesso em todo país ao uso de equipamentos de informática, internet e banda larga;
• Ampliar a oferta de cursos técnicos e profissionalizantes;
• Promover o ensino integral no Ensino Fundamental;
• Ampliar as vagas nos cursos superiores das Unidades Federais, sobretudo em período noturno;
• Introduzir, no ensino fundamental, a disciplina Educação Moral e Cívica;
• Valorizar as carreiras em educação no Serviço Público Federal, atraindo talentos para o setor;
• Dar pleno incentivo à municipalização do Ensino Fundamental.


Barbara Barboza é assessora da Ação Educativa na agenda das relações étnico raciais e educação antirracista. Educadora popular, cientista política e pesquisadora na área de Direitos Humanos nas temáticas interseccionais de gênero, raça, classe e abolicionismo penal. Atua em organizações da sociedade civil com produção de conhecimento e advocacy.


LULA (PT)

• Institucionalizar o Sistema Nacional de Educação, responsável pela regulamentação do regime de colaboração entre os entes federados e sistemas de ensino para a efetivação das diretrizes, metas e estratégias do Plano Nacional de Educação (PNE);
• Revogar a Reforma do Ensino Médio e promover novo marco legal em diálogo com a comunidade educacional;
• Cumprir a Meta 20 do Plano Nacional de Educação (PNE), que trata de financiamento, revogando a Emenda Constitucional 95 (EC95), investindo progressivamente 10% do PIB em educação e implementando o Custo-Aluno-Qualidade (QAQ);
• Institucionalizar um novo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB), de caráter permanente com aumento de complementação da União;
• Retomar os recursos dos royalties do petróleo e do Fundo Social do Pré-Sal;
• Criar convênio entre Estados e o Distrito Federal para que o governo federal se responsabilize por escolas de Ensino Médio com altos índices de violência e baixo rendimento no IDEB;
Instituir o programa Escola com Ciência e Cultura como contraponto ao Escola Sem Partido, transformando as unidades educacionais em espaços de paz, reflexão e investigação científica;
• Retomar a centralidade da Educação de Jovens e Adultos, promovendo ações de redução do analfabetismo, ampliando vagas e retomando políticas de assistência que permitam a conclusão dos estudos;
• Criar nacionalmente o programa Transcidadania, garantindo bolsas para pessoas travestis e transexuais concluírem a Educação Básica articulada com a Educação Profissional;
• Massificar as políticas de educação e cultura em direitos humanos a partir de uma perspectiva não sexista, não racista e não LGBTIfóbica;
• Retomar os investimentos na Educação do Campo, Indígena e Quilombola, com formação de professoras(es), construção e reforma de escolas, transporte e alimentação escolar;
Implementar a Prova Nacional para Ingresso na Carreira Docente, que subsidiará a contratação de docentes para a Educação Básica;
• Direcionar 70% dos recursos destinados à gratuidade, oriundos das contribuições sociais arrecadadas pela União para a manutenção do SESI, SENAI, SESC, SENAC e SENAR, à ampliação da oferta de Ensino Médio de qualidade;
• Fortalecer o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), oferecendo experiência docente nas escolas públicas aos estudantes universitários de pedagogia e licenciatura, com ênfase no reforço ao processo de alfabetização das crianças;
• Garantir o Piso Salarial Nacional;
• Reforçar e renovar a Universidade Aberta do Brasil (UAB);
• Retomar o projeto Universidade em Rede dos Professores, assegurando o acesso direto dos professores e professoras concursadas nas vagas disponíveis e ociosas na rede de Universidades e Institutos Federais de Educação Superior;
• Desenvolver políticas de formação de professores para educação no campo, indígena e quilombola.


Ana Paula Corti é docente do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP), lecionando no Ensino Médio e no Ensino Superior. Doutora em Educação, tem experiência nas temáticas relacionadas à Ensino Médio, políticas educacionais e juventude.



MARINA SILVA (REDE)

• Instituir Política Nacional Integrada para a Primeira Infância (lei 13.257/16);
• Apoiar técnica e financeiramente estados e municípios na implementação da BNCC de Educação Infantil e Ensino Fundamental;
• Implementar o Plano Nacional de Educação (PNE);
• Regulamentar Sistema Nacional de Educação (SNE);
• Enfrentar o analfabetismo de jovens e adultos;
• Enfrentar evasão do Pronatec;
• Criar políticas de prevenção e combate a todas as formas de bullying, violência e discriminação.


Sérgio Haddad é professor do programa de pós-graduação em Educação da Universidade de Caxias do Sul e sócio-fundador da Ação Educativa. Doutor em HIstória e Sociologia da Educação pela USP, é professor visitante no Centro de Estudos Brasileiros na Universidade de Oxford. Tem experiência em temáticas como educação de jovens e adultos, educação popular e terceiro setor.


MEIRELLES (MDB)

• Dar condições materiais às famílias, treinamento e condições de trabalho aos professores;
• Afastar qualquer possibilidade de ideologização do ensino;

• Criar o Pró-Criança, oferecendo, nos moldes do Prouni, a todas as famílias atendidas pelo Bolsa Família o direito de optar por colocar seus filhos em creches particulares.




Suelaine Carneiro é coordenadora da área de educação do Geledés – Instituto da Mulher Negra. É mestre em educação e foi assessora da Relatoria Nacional pelo Direito Humano à Educação, da Plataforma Dhesca. Tem experiência em relações raciais e de gênero, direitos humanos, desigualdades e educação popular.

(Com informações da Ação Educativa).