Seca no Nordeste é chamada de ‘atração turística’ por Dória


Em 1987, o atual prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), era o presidente da Empresa Brasileira de Turismo (Embratur). Três décadas atrás, o tucano já mostrava a capacidade de criar ideias mirabolantes. À época, Doria acreditava que a fome, a subnutrição e a seca do Nordeste poderiam ser uma opção de atração turística para os visitantes do Centro-Sul do país.

Do 247 - A informação foi publicada na Revista Agropecuária tropical, na edição de Setembro/Outubro de 1987. Em discurso feito em Fortaleza, em julho daquele ano, o atual prefeito defendia o corte de verbas de irrigação e aumento das verbas para a Embratur. Com isso, disse Doria, "os moradores do Sul do país poderiam conhecer de perto a seca, uma vez que eles só conheciam a seca através da imprensa".

A revista criticou a frase de Doria com uma afirmação irônica. "Ou seja, em vez de empregar o dinheiro do governo para financiar a produção, o presidente da Embratur defende empregar verbas para que turistas em ônibus refrigerado e regado a whisky possam ver crianças esqueléticas tomando lama em vez de água".

Na época, uma radialista de Fortaleza chamou Doria de "dandi transplantado para a vida pública", de acordo com reportagem da Gazeta Mercantil.



Conheça e baixe a cartilha “Somos Todas Rainhas”



A associação Frida Kahio, organização voltada para abordagem do tema juventude e que une jovens de diferentes movimentos juvenis na organização e com iniciativas que visem tratar assuntos doloridos e difíceis da sociedade  com “leveza, responsabilidade e arte” traz histórias de grandes Guerreiras Africanas e brasileiras, por diversas vezes esquecidas com a publicação da cartilha “Somos Todas Rainhas”.

Atualmente, a organização desenvolve dois projetos: Pesquisa Mulheres e Homens Jovens Dialogando Sobre a Co-responsabilidade com o apoio da UNFPA- Brasil e também idealizou e desenvolve o projeto  Mulheres Negras têm História e as Jovens Negras estão aqui para Contar, com a Articulação Políticas de Juventude Negra e o VAI – Programa de Valorização e Incentivo à Cultura da Secretaria Municipal de Cultura e apoio da BrazilFoundation.






Acaba a aventura golpista de Temer, diz Carlos Zarattini


A nação está cansada. Chegou a hora de se pôr um fim à aventura golpista de Michel Temer e da quadrilha que levou consigo para o governo. Só resta a ele a renúncia ao cargo, abrindo caminho para o Brasil promover eleições diretas para a presidência, vice-presidência, senadores e deputados federais. É a forma que o País poderá reconciliar-se, retomando o caminho do crescimento com justiça social e respeito à democracia, com um governo legítimo que leve em conta os interesses nacionais e os direitos da população.

Do CartaCapital - A gravidade da denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, na segunda-feira 26, envergonha os brasileiros e mancha o nome do Brasil na comunidade internacional. Pela primeira vez em nossa história, um presidente da República, em pleno exercício do cargo, é denunciado pelo crime de corrupção passiva.

Temer, além de incapaz de governar, não só pela falta de preparo, mas pela falta de condições morais e por estar atolado até o pescoço em esquemas de corrupção, conforme a denúncia da PGR, está perdido na ilusão de que pode continuar no cargo. Parece o jogador que perdeu o jogo e blefa dobrando a aposta, na vã tentativa de escapar do destino traçado.

Se não renunciar, caberá à Câmara dos Deputados aprovar o prosseguimento da denúncia contra Temer, para o Supremo Tribunal Federal dar sequência ao processo. Os deputados não podem fugir de suas responsabilidades num momento tão grave na vida do País. Passamos por uma gravíssima crise institucional, política, econômica e social que só será superada com novas eleições.

Os deputados não podem tergiversar. Queremos que a votação do processo de afastamento que permita ao Supremo Tribunal Federal processá-lo aconteça em uma sessão em um domingo, transmitida pela televisão, ao vivo e em cores. Para todo o Brasil ver quem apoia ou não um governo que, além de mergulhado na corrupção, é reprovado por mais de 90% da população, conforme atestam diversas pesquisas de opinião.

É um governo destruidor de direitos conquistados ao longo de décadas pela população brasileira. Só age de acordo com os interesses de setores privilegiados da sociedade, em especial o financeiro. Tem compulsão entreguista para vender a preço de banana, a grupos estrangeiros, nossas riquezas nacionais, como o petróleo do pré-sal e os ativos da Petrobras.

O governo Temer não tem mais condições de governar, não tem nenhum respeito externo e leva o Brasil para o abismo, em todos os sentidos. A recente viagem de Temer à Rússia e a Noruega vão para a História como uma das maiores trapalhadas diplomáticas do País. Foi um vexame. Não só não trouxe nada de positivo, como acabou punido pela Noruega com a suspensão de doações ao redor de 200 milhões de reais para ações de preservação ambiental na Amazônia, pois o atual governo não tem nenhum compromisso com o meio ambiente.

Temer virou uma piada no Brasil e no exterior. Deve entrar no Guiness como o presidente que atingiu a mais baixa popularidade no mais curto espaço de tempo. Sua aprovação coincide com a margem de erros das pesquisas. É um demolidor de direitos e só empurra o Brasil para o abismo.

Nossa economia derrete. São mais de 14 milhões de desempregados, a descrença contamina a alma dos brasileiros. Os jovens, desiludidos, sem perspectivas, só pensam em ir para o exterior. A economia está parada, não há investimentos e uma grave crise institucional e política agrava o quadro. Os brasileiros percebem que Temer é a antítese de qualquer governante legítimo e democrático.


Na tevê, Temer confronta o procurador-geral Rodrigo Janot. Fotos Públicas.

Temer nas mãos da Câmara. PGR o denuncia por corrupção e obstrução de Justiça


O presidente da República, Michel Temer, iniciou, na noite desta segunda-feira (26) a terceira e mais complicada crise de seu governo, com o pedido formalizado contra ele pela Procuradoria-Geral da República ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo crime de corrupção passiva. Segundo aliados, assessores próximos e oposição, Temer está agora nas mãos da Câmara dos Deputados, que terá de votar se aceita ou não que o pedido seja avaliado pelo STF.

Da RBA - Apesar da experiência de ter sido presidente da Casa por duas vezes, além de presidente do PMDB, não existe uma posição fechada da base aliada do governo no sentido de salvar o presidente. O ambiente no Congresso é de muitos rachas entre as bancadas e preocupações dos parlamentares com a opinião pública, sobretudo faltando pouco mais de 13 meses para a campanha eleitoral de 2018 e levando-se em conta que a maioria pretende disputar a reeleição.

A primeira crise do governo Temer foi observada poucos meses depois que ele assumiu, com vazamento de gravações de conversas do ex-senador Sérgio Machado, ex-diretor da Transpetro, com vários dos seus ministros – e mencionando outros. A segunda foi no último dia 17 de maio, quando foram divulgados áudios de conversa entre Temer e o empresário Joesley Batista, da JBS, negociando pagamento de propina.

Com a denúncia, apresentada formalmente pelo procurador-geral, por volta das 20h, o presidente vive sua terceira e talvez última crise. O STF divulgou ainda relatório final sobre as investigações das delações da JBS, enviado no início da noite à Corte pela Polícia Federal (PF). No documento, a PF diz que o presidente Michel Temer e o ex-ministro Geddel Vieira Lima cometeram crime de embaraço às investigações. A acusação é baseada no áudio da conversa gravada pelo empresário Joesley Batista, um dos donos da empresa, com o presidente, em março, no Palácio do Jaburu.

Michel Temer se transforma no primeiro mandatário do Brasil denunciado à Justiça pela prática de crime cometido durante o seu mandato. Um mandato adquirido formalmente há menos de nove meses – já que o impeachment de Dilma Rousseff foi consolidado pelo Senado em 31 de agosto do ano passado.

Na denúncia, apresentada de forma folhetinesca pela PGR (Janot deixou jornalistas de todo o país ansiosos e na expectativa o dia inteiro para divulgar seu pedido minutos antes do Jornal Nacional, da TV Globo) o procurador-geral afirma que o presidente agiu de “livre e espontânea vontade nos seus atos”. Acrescentou que o crime de corrupção passiva, cometido pelo presidente, começou no dia em que Temer recebeu Joesley no porão do Palácio do Jaburu, no início de março deste ano. E foi concluído no dia em que foi entregue, por um assessor do empresário, mala com R$ 500 mil ao ex-deputado Rodrigo Rocha Loures, interlocutor do presidente, em São Paulo.

Segundo a conversa gravada pelo empresário e entregue em delação premiada, o valor refere-se ao pagamento de propina. A PGR entendeu que o dinheiro estaria sendo utilizado para comprar o silêncio do deputado afastado e hoje preso Eduardo Cunha, de forma a evitar uma possível delação. Mas a procuradoria não indiciou o presidente por crime de obstrução de Justiça, atendo-se à denúncia por corrupção passiva – embora tenha deixado claro que isso pode ser feito num segundo pedido a ser encaminhado ao STF. O entendimento de que Temer obstrui a Justiça é da Polícia Federal.

Janot também pede para ser apurado, num outro documento, o envolvimento de Temer e Rocha Loures no crime de corrupção e lavagem de dinheiro por ato de corrupção envolvendo a publicação de um decreto que pode vir a ter beneficiado empresas.

Assim que saiu a notícia da formalização da denúncia, parlamentares da base aliada e ministros se dirigiram ao Palácio do Jaburu, para a realização de uma reunião convocada pelo Palácio do Planalto.

Apoio incerto
Conforme a Constituição Federal, o pedido da PGR contra o Presidente da República precisa ser aprovado por dois terços da Câmara dos Deputados, ou seja, precisa contar com a aceitação de 342 dos 513 deputados. Temer, então, precisa de 172 votos para evitar a degola.

Missão inglória, em tese, para um governo que possui a maior rejeição popular dos últimos tempos, comandado por um ex-vice-presidente que assumiu após um processo de impeachment (ou seja, não foi eleito diretamente pela população, mas como integrante de uma chapa eleitoral) e está envolvido em denúncias de corrupção que destacam negativamente o país no cenário internacional. Mas é o mesmo Congresso que tirou Dilma o colocou lá.

Temos que ter calma. Nem vamos votar pelo presidente de forma assoberbada, sem estudar os termos exatos da denúncia, nem vamos votar contra o pedido da PGR açodadamente”, disse há pouco o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). “Somos da base aliada, mas vamos votar com nossa consciência”, acrescentou o líder do DEM, Efraim Júnior (PB), mostrando bem o ambiente de dúvida entre as bancadas.

Tirando o PMDB, que por ser o partido do presidente, ainda dá sustentação ao governo, embora com algumas exceções, outras siglas da base aliada, como o PSDB, PTB e PR demonstraram, desde o estopim das gravações de Temer com Joesley até hoje, estarem rachados em relação ao posicionamento a ser tomado pelas suas bancadas.

De duas articulações que estão sendo costuradas há dias, no aguardo dessa formalização, a primeira já começou a ser posta em prática. Trata-se da troca de cadeiras na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a primeira comissão da Casa que vai apreciar o pedido da PGR contra o presidente. Um dos deputados integrantes do colegiado, o Major Olímpio (SD-SP), que tem feito críticas ao governo, foi substituído poucas horas atrás pelo líder do partido, Aureo Ribeiro (SD-RJ), como forma de garantir o voto do Solidariedade a favor do governo.

Toma lá, dá cá”
A segunda estratégia em curso é a promessa de substituições e trocas de cargos indicados pelos parlamentares, no jogo de “toma lá, dá cá” de sempre. Os oposicionistas contam com a aprovação da denúncia. Para o líder do PT, Carlos Zarattini (SP), os fatos são gravíssimos, o pedido do PGR é único na história do país e, por todos estes motivos, a oposição demonstra otimismo em aprova-la. Zarattini lembrou a força do clamor popular, que tem se manifestado no sentido de pedir pela abertura de processo contra o presidente.

Com a formalização da denúncia no STF, o tribunal tem que encaminhar formalmente o documento para a Câmara dos Deputados, que iniciará a tramitação e votação da matéria. Aprovada pela Câmara, a denúncia retorna para a suprema corte. A partir daí, caberá aos ministros do tribunal decidirem se a aceitam. Caso aceitem tal denúncia, será aberto o processo. Será nesta fase em que Temer se tornará, de fato, réu em uma ação penal. E no caso de isto acontecer, ele terá de ser afastado do cargo por um período de 180 para julgamento do processo.


Caso seja inocentado, Temer poderá retomar o mandato. Caso seja condenado, terá de cumprir a pena estabelecida e não retornará mais ao cargo. Pouquíssimas autoridades e magistrados do país acreditam que, se o processo for acolhido, o presidente da República volte a sentar na mesma cadeira em que ainda se encontra.

Temer vê, em 17/4/2016, votação do impeachment na Câmara, junto com Rocha Loures, Jucá, Padilha e outros acima  de
qualquer suspeita. Foto: Aliado/ Reprodução. 

Segundo pesquisa Ibope, 84% dos brasileiros querem discussão de gênero nas escolas


Na contramão de projetos de lei que pregam a Escola Sem Partido, a maior parte dos brasileiros é a favor de discutir assuntos ligados a gênero em sala de aula. É o que revela pesquisa Ibope encomendada pela instituição Católicas pelo Direito de Decidir.

De acordo com a sondagem, feita em fevereiro e a qual o HuffPost Brasil teve acesso com exclusividade, 72% concordam total ou em parte que professores promovam debates sobre o direito de cada pessoa viver livremente sua sexualidade, sejam elas heterossexuais ou homossexuais.

Já 84% concordam totalmente ou em parte que professores discutam sobre a igualdade entre os sexos com os alunos. O nível de apoio varia de acordo com algumas variáveis, como idade, escolaridade, classe social e religião.

Questionados sobre alunos de escolas públicas receberem aulas de educação sexual, 88% dos entrevistados se mostraram a favor. Desse montante, 42% acreditam que tal conteúdo deva ser abordado a partir dos 13 anos, 36% a partir dos 10 anos e 10% antes dos dez anos. Outros 9% acham que o assunto não deve ser abordado e 3% não soube ou não respondeu.

De acordo com a sondagem, 87% concordam total ou parcialmente que aulas e livros informem sobre DST e prevenção. Já 80% concorda com o uso de material sobre métodos contraceptivos modernos como pílula, injeção e DIU.


Manifestação em São Paulo contra estupro coletivo de adolescentes no Rio de Janeiro. Foto: Reprodução/ HuffPost.