Carta para Marina Poema, Marina Má


Marina,

sei que fui rude , disse coisas no calor da emoção, te acusei de não ter personalidade própria e peguei pesado.

Justo com você, tão magrinha, tão frágil, delicada, com aquela voz que vai sumindo antes do fim da frase, que meio que irrita, que meio que vai dando uma angústia, que meio que desaparece no vento…

Sei que antes, antigamente, no século passado da última semana, eu não queria te ver nem pintada de verde.

Só que o mundo da voltas. Pelo menos duas. E nesta segunda volta, eu te quero do meu lado.

Fica comigo, Marina.

Que besta que eu era.

Aonde eu tava com a cabeça quando disse aquelas besteiras sobre você? Qual o problema de ter uma amiga banqueira? Nenhum! (Aliás, me apresenta…) Se suas convicções religiosas são ultrapassadas? Jamais! Quem disse? Se for alguém que trabalha comigo, demito amanhã.

Como diria minha vó, religião, futebol, casamento gay e independência do Banco Central são assuntos que a gente não deve discutir. Pra quê? Bobeira, né…

Eu mudei, Marina. Acredite em mim! Sabe aquelas discordâncias todas, aquelas diferenças que eu insistia em jogar na sua cara? Lembra? Hahaha! Não existem mais. Me aproximei muito das suas ideias e ideais desde domingo a noite. Sei lá, me deu um estalo, caiu a ficha, amadureci, me apaixonei.

Vamos fazer uma aliança. Vamos dançar uma dança Pataxó. Sobe no meu palanque, me dá a sua mão, vamos caminhar juntos, lado a lado, até o ponto mais alto do palácio. Na esplanada, o pôr-do-sol é lindo, Marina.

A partir de agora, eu estou 100% fechado com você. Se eu quero algo em troca? Nada. Não acredito em relações que começam a assim. Não sou pelo tomá lá da cá. Agora, se de coração aberto, você vier com 15, 10% da sua força, já me dou por satisfeito, já vai ser um privilégio.

Eu sei, eu sei, você precisa me conhecer melhor. Posso te mandar o meu programa? Eu tenho um - e foi impresso com papel reciclado, viu. Sempre fui uma pessoa sustentável, ecologicamente correta e tenho sangue índio correndo nestas veias europeias.
Má…

Posso te chamar de Má, não é?

O que passou é passado. Disse o que disse da boca pra fora. Foi influência do pessoal do marketing, do pessoal que só pensa em ganhar, ganhar e ganhar. Cansei disso, Má. Só quero sua amizade, ouvir seus conselhos e te dar um ministério importante e vistoso.

Acho até que os meus ataques contra você tinham um fundo psicológico. É que você me lembra muito uma professorinha que eu tive no primário, uma que sofreu pra me ensinar matemática e me colocava de castigo dia sim, dia não. Eu olhava pra você e voltava, imediatamente, para os meus dias de criança. Coisa louca, né…

Vou te contar um segredo: meus amigos te adoram. E eu, eu, me desculpe a ousadia, mas eu te amo! Sempre te amei!

Preciso do seu apoio, do seu carinho, da sua Rede Sustentabilidade balançando na minha varanda.

Sem essa de ficar neutra. Neutralidade é para os fracos. E você, Marina, Marina Morena, Marina Poema, Marina Maravilha, Marina Razão da Minha Vida, Marina Simplesmente Silva, você é uma força da natureza.

A gente não tem muito o que pensar. Outubro passa voando. Diz que está do meu lado, diz agora, diz que aceita o meu pedido de desculpas, diz que gosta de mim, pede para os que gostam de você, gostarem de mim também. Diz agora, diz agora pra não se arrepender por quatro anos.

Má, nem pense em olhar para o outro lado.

Te peço de joelhos.

A outra turma só quer o seu corpo. O povo de lá não liga no dia seguinte. Não sabem nada do amor. Mais amor, por favor!

Marina, você é o meu número. E o meu número você sabe qual é, não é?

Via Yahoo.com.blog

Grupo de Oposição em Altaneira ainda não se manifestou sobre resultado das eleições


O prefeito de Altaneira, Delvamberto Soares (Pros) lançou na última segunda-feira, 06 de outubro em seu perfil da rede social facebook nota em que agradece aos altaneirenses pelo resultado positivo de seus candidatos nessa eleição.

Na nota o prefeito afirma que o fato de seus candidatos a deputados, senador, governador e presidente terem tirado uma “expressiva votação” demonstra que o trabalho desenvolvido frente o município está sendo bem visto pelos munícipes. “Mais uma vez venho agradecer a todos os altaneirenses por mais essa expressiva votação que obtemos em nosso município com vitória de todos os nossos candidatos, isso vem mostrar que estamos no caminho certo, que o povo sabe reconhecer o trabalho de toda essa equipe que faz o Governo Municipal”, disse.


Delvamberto ainda usou a nota para alfinetar o grupo que ora faz oposição ao governo, frisando que não necessita se utilizar de falsas promessas, pregar calúnias ou mudar de postura para atingir os objetivos.  E disse ainda “passou à fase dos demagogos, falsos, caluniadores e dos profissionais que querem fazer da política uma profissão, estamos dando uma cara nova ao nosso município como também criando e dando a oportunidade de surgir novas lideranças, e isso com toda transparência, verdade e mais, realizando uma grande gestão voltada totalmente aos interesses do coletivo...”

Vereadores Zuleide, Adeilton e Genival ao lodo do postulante
ao palácio da abolição Eunício Oliveira (PMDB).
Foto recolhida no facebook.
Até o fechamento desse artigo o grupo de oposição ainda não havia se posicionado sobre as palavras do prefeito e tão pouco se manifestado sobre o resultado das eleições no município.  Esperava-se que isso viesse a ocorrer na terça-feira, 07, quando se deu a realização da sessão ordinária. Mas nada foi publicado no portal da câmara sobre o fato supracitado e, se quer, ouve o tradicional "tema livre", segundo o jurista Raimundo Soares Filho.

Dos candidatos apoiados pelo grupo oposicionista liderado pelo ex-prefeito Antonio Dorival e pelos edis professor Adeilton, Gilson Cruz, Zuleide Ferreira e Genival Ponciano apenas o Júlio Cesar se saiu vitorioso dentre das dependências municipal. 

Personalidades Negras que Mudaram o Mundo: Ubirajara Fidalgo


Ubirajara Fidalgo da Silva, (São Pedro, Caxias, Maranhão), (22 de Julho de 1949) – Rio de Janeiro, (3 de Julho de 1986), foi um ator, dramaturgo, produtor, empresário, apresentador de TV e diretor de teatro brasileiro.

Foi uma das grandes figuras emblemáticas do Movimento Negro no Brasil nas décadas de 1970 e 1980 e fundador do Teatro Profissional do Negro, o TEPRON, ao lado de sua companheira, Alzira Fidalgo, que aliou a montagem de textos teatrais tradicionais às questões relevantes ao racismo e discriminação no Brasil contemporâneo. Foi pioneiro ao levar aos palcos debates políticos de cunho social com a participação e interatividade do público além de ter sido precursor na inclusão de atores de periferias e favelas em uma cia de teatro profissional, através da promoção de oficinas e workshops profissionalizantes. 

Teatro Profissional do Negro

No ano de 1968 aos 18 anos muda-se para o Rio de Janeiro e no ano de 1970 encena no Teatro Thereza Rachel o espetáculo Otelo de William Shakespeare como diretor e ator principal. Otelo foi a primeira montagem do TEPRON, Teatro Profissional do Negro, cujas encenações posteriores foram os espetáculos "A Boneca da Lapa", a peça infantil Os Gazeteiros, entre outros. A filosofia do TEPRON era a encenação de textos de Fidalgo relacionados às questões políticas e sociais e principalmente à problemática e os conflitos do negro na sociedade brasileira. O TEPRON passa a realizar oficinas de interpretação itinerantes buscando formar uma unidade como grupo pautada na questão social, atuando principalmente com alunos de comunidades carentes e periferias junto com um elenco de atores profissionais. O conceito era profissionalizar pessoas dessas camadas sociais e inseri-las no contexto artístico e político das peças da companhia. No início dos anos 1980, com a primeira montagem do monólogo "Desfulga", Fidalgo amplia ainda mais o leque político de suas encenações ao oferecer, após cada espetáculo, um debate entre ele, ilustres convidados e o público, debates esses que visavam um questionamento mais profundo acerca de assuntos sueridos pelos textos de Fidalgo o que logo chamou a atenção de políticos, artistas, pesquisadores, ativistas sociais e estudantes além de vários grupos do Movimento Negro e de outros grupos minoritários. O racísmo, o preconceito, a homofobia, a misoginia,a desigualde social e a então ditadura militar eram assuntos amplamente abordados nos debates pós-peça que percorreu teatros e ocupações da cidade. Com o TEPRON Fidalgo chegou a encenar ao mesmo tempo três peças, ("Desfulga", "Fala Pra Eles Elisabete" e a infantil "Os Gazeteiros") que ficaram três anos em cartaz.

Militância: 1975 – 1982

Em 1975, Ubirajara Fidalgo, junto com outros, é um dos principais articuladores da fundação, no Rio de Janeiro, do Instituto de Pesquisa e Cultura Negra (IPCN), organização de relevância no quadro do movimento social negro e cuja manutenção devia-se à contribuição de centenas de sócios. Uma das poucas entidades do gênero a ter sede própria, passou a enfrentar problemas financeiros no fim dos anos 1980, tendo de fechar as portas subsequentemente. Posteriormente ao lado do professor, jornalista e pesquisador das raízes históricas brasileiras, Joel Rufino dos Santos, se engaja na criação da ACAAN (Associação Cultural de Apoio as Artes Negras).

Última encenação

Seu último trabalho em vida foi no ano de 1985 com a encenação da peça "Tuti", no Teatro Calouste Gulbenkian, hoje Centro de Artes Calouste Gulbenkian. A peça ficou um ano em cartaz e Fidalgo assumiu as funções de diretor e coprodutor. A peça foi reencenada 13 anos mais tarde no Teatro Sesc Copacabana com os atores Déo Garcez,Jorge Maya, Jalusa Barcellos e Carla Costa e direção de Cyrano Rosalém, tendo sido um dos primeiros projetos culturais a percorrer o circuito das Lonas Culturais no estado do Rio de Janeiro.

Filosofia do Tepron

A filosofia do T.E.P.R.O.N era a encenação de textos relacionados às questões políticas e sociais e principalmente à problemática e os conflitos do negro na sociedade brasileira. O TEPRON foi a primeira companhia teatral afro-brasileira do Rio de Janeiro e a segunda do Brasil, depois do Teatro Experimental do Negro (TEN) fundada por Abdias do Nascimento.

Morte

Ubirajara Fidalgo faleceu aos 37 anos na manhã do dia 3 de julho, no hospital São Lucas, no Rio de Janeiro, poucos meses após ter recebido um transplante de rins. Vitima de um acidente de carro da infância Fidalgo sofria desde então de insuficiência renal.

Peças de Teatro
1975 - A Boneca da Lapa
1977 - A Superexcitação
1979 - Desfulga
1982 - Os Gazeteiros
1983 - Fala Pra Eles Elisabete
1985 - Tuti
1986 - Bambi's Son


Revista Fórum Lança Série de Reportagens Sobre Importância do Nordeste para o país


Em 2010, as manifestações preconceituosas e racistas de Mayara Petruso nas redes sociais chocaram parte da sociedade brasileira. Embora não tenha sido a única a exercer o ódio, ela tornou-se um símbolo de como uma campanha presidencial de baixo nível, baseada mais na desqualificação do outro do que em propostas concretas, pode fazer com que as pessoas se sintam à vontade para expor pensamentos discriminatórios.


À época, as ofensas a nordestinos mobilizaram diversos segmentos sociais. Hoje, mais uma vez o obscurantismo parece retornar. Com a vitória de Dilma Rousseff no Nordeste, uma nova onda de manifestações preconceituosas toma conta das redes. E assusta como figuras políticas importantes, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, engrossam o coro e estimulam esse tipo de pensamento.

Quando um ex-presidente da República diz que um adversário tem votos porque seus eleitores são “menos informados” ou “se apoiam em grotões” presta um desserviço à democracia e ao debate político. Mostra que, mais do que fomentar uma discussão em nível elevado, Fernando Henrique busca apenas a vitória pura e simples de seu colega de partido, não importando que para isso desqualifique quem votou em outra pessoa ou mesmo que acabe incentivando o preconceito em um contexto que já favorece esse tipo de atitude.

Em função desse cenário, lançamos a campanha #MenosODIOmaisNordeste e durante toda a semana traremos reportagens e artigos mostrando o quanto a região significa para o Brasil e como é importante celebrarmos nossa diversidade cultural, ao contrário do que pensam os mercadores do ódio e do preconceito. Acompanhe, participe e divulgue.

Via Revista Fórum

Desafiando a lógica e a racionalidade: Negação do Holocausto


Durante os anos 1930 e, especialmente, durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), o partido e o Estado nazistas empreenderam um processo de marginalização, perseguição e assassinato em massa de milhões de judeus alemães e europeus.

Esse processo contou com importantes recursos ideológicos e materiais para a sua realização. Em termos ideológicos, os nazistas utilizaram-se de um nacionalismo que unia numa síntese mística o racismo e a eugenia, e definia que apenas os indivíduos de origem “ariana” poderiam integrar a comunidade alemã.

Assim, todos aqueles que não cumpriam esses requisitos raciais foram excluídos e perderam a cidadania alemã. Por outro lado, utilizaram-se de todos os recursos materiais do Estado alemão para realizar o objetivo de resolver definitivamente o “problema judaico”, ou seja, eliminar os judeus da Europa, tais como centenas de campos de concentração e de extermínio, milhares de membros da burocracia e agentes policiais e militares do Estado alemão e da famigerada SS (Schutzstaffel), ferrovias, trens, combustível, bem como grandes recursos financeiros.

Assim, os nazistas colocaram em funcionamento uma gigantesca máquina de explorar, triturar e descartar seres humanos, seja através da morte lenta por fome, doenças e exaustão física, seja através da execução sumária por fuzilamento ou asfixia nas câmaras de gás nos campos de concentração/extermínio.

O auge deste processo aconteceu no período entre 1942 e no final da guerra (1945), durante o qual o genocídio foi realizado em escala industrial e com eficiência logística impressionante. Não devemos nos esquecer também que milhares de judeus, prisioneiros de guerra etc. foram usados como escravos em fábricas e obras públicas na Alemanha, produzindo vultosos lucros aos dirigentes da SS e às grandes empresas alemães, muitas das quais existem até hoje.

Os historiadores, sociólogos e outros especialistas acadêmicos vem pesquisando exaustivamente esse processo e têm divergências em vários pontos, tais como o número exato de vítimas (na casa de milhões de pessoas) e quanto à natureza da decisão do início do processo, isto é, se ele foi intencional (“intencionalistas”) ou se estava inserido na própria dinâmica do regime (“funcionalistas”). No entanto, nenhum pesquisador discute se o Holocausto existiu ou não.

Apesar disso, desde poucos anos após a realização deste crime contra a humanidade, pessoas de diferentes nacionalidades vem se dedicando a resgatar a imagem de Hitler e da Alemanha nazista afirmando que o Holocausto não aconteceu e que este, na verdade, seria o produto de uma calúnia criada e disseminada pelos judeus que a usariam como estratégia para realizar seu objetivo de dominar o mundo.

O Negacionismo do Holocausto surgiu, portanto, logo após a Segunda Guerra Mundial, com os livros dos franceses Maurice Bardèche e de Paul Rassinier e do estadunidense Harry Elmer Barnes; e, a partir de 1978, ampliou sua audiência e passou a integrar o debate político tanto nos Estados Unidos quanto na França. Nos Estados Unidos foi então criado o Institute for Historical Review (IHR), uma instituição que, usando um nome que sugere ser uma respeitável instituição acadêmica de historiadores, se dedica sistematicamente a disseminar o ódio aos judeus (antissemitismo) e a teoria do complô judaico, através da negação do Holocausto. Ainda em 1978, na França, o professor de literatura Robert Faurisson passou a ocupar um cargo acadêmico na Universidade de Lyon e então introduziu o tema do negacionismo no espaço universitário e na mídia francesa.

Assim, partir do final dos anos 1970, esse movimento político/ideológico ampliou-se para além de um pequeno círculo de leitores e simpatizantes do fascismo histórico. Nesse processo, confluíram vários fatores, tais como: a) uma crise econômica e social do capitalismo mundial; b) uma crise política e representativa dos partidos políticos tradicionais, tanto à direita quanto à esquerda; c) uma crise política das esquerdas tradicionais, ampliada pelo fim da URSS e do “socialismo real”; d) uma crise dos paradigmas da modernidade e da própria historiografia; e), sobretudo para o que nos interessa aqui, o surgimento de uma nova extrema-direita e o fortalecimento de um elemento ideológico tradicional no Ocidente, a teoria da conspiração (ou complô), como chave explicativa para se entender a sociedade, especialmente após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, ocorridos nos Estados Unidos. Além da confluência destes fatores surgiu então uma nova ferramenta de disseminação, coordenação e financiamento da extrema-direita e dos Negacionistas: a Internet.

O Negacionismo do Holocausto não é uma corrente historiográfica legítima que se dedique a pesquisar criticamente o Holocausto, mas sim um instrumento da ação ideológica de grupos políticos radicais, em sua grande maioria de extrema-direita. Concordamos, assim, com a já extensa historiografia que usa o termo “Negacionistas do Holocausto” para qualificar os autodenominados “Revisionistas do Holocausto”. Os ideólogos do Negacionismo do Holocausto negam ou minimizam os efeitos do Holocausto, e afirmam que o assassinato sistemático de milhões de judeus, ciganos, eslavos etc. é uma mentira criada e mantida pelos vencedores da Segunda Guerra Mundial em estreita aliança com os judeus sionistas fundadores do Estado de Israel. O Negacionismo do Holocausto é, portanto, o outro lado da moeda do “complô judaico internacional” difundido desde o início do século XX pelo livro “O Protocolo dos Sábios de Sião”.

O complô judaico é, segundo Girardet (1987, p. 25-34), uma das três grandes narrativas do complô elaboradas entre o final do século XVIII e início do século XX, quando foi editado pela primeira vez o famigerado “Protocolo dos Sábios de Sião”. Esse livro, forjado pela polícia política do regime czarista, foi rapidamente incorporado como arma de propaganda antissoviética e antibolchevique nos anos 1920 e 1930. Os nacional-socialistas alemães transformam-no numa “prova irrefutável” de que os judeus são uma ameaça mundial ao mundo ocidental e a obra ainda hoje é reeditada em várias línguas e utilizada como uma espúria prova da existência de um suposto complô judaico internacional. Esse livro tornou-se, desde então, peça de propaganda do antissemitismo e, após a Segunda Guerra Mundial, também do antissionismo.

No Brasil, foi traduzido pelo ideólogo integralista Gustavo Barroso e editado nos anos 1930. No final do século XX, a Editora Revisão se dedicou a publicar no Brasil livros negacionistas e a fazer propaganda sistemática do assunto. Seu editor foi processado judicialmente e atualmente a editora não tem mais atividades legais em território brasileiro.

Alguns pesquisadores consideram que, a partir do final do século XX, as teorias conspiratórias (ou complôs) ganharam uma dimensão explicativa cada vez mais ampla, ou seja, os complôs passaram a explicar fenômenos de escala mundial, os chamados mega-complôs (TAGUIEFF, 2006) ou super-conspirações (BARKUN, 2003: 6). A crescente importância da cultura conspiracionista aumentou também a demanda por abordagens mistificadoras da história (pseudo-história) que frequentemente estão a serviço de ideologias de extrema-direita.

Desse modo, a nova extrema-direita, a partir do final do século XX, atualiza essa perspectiva conspiracionista de sua visão de mundo ao articular sua filosofia da história maniqueísta com um típico exemplo de pseudo-história: o Negacionismo do Holocausto. O Negacionismo do Holocausto tornou-se um elemento fundamental para a manutenção das forças de atração que mantém unidos os diferentes grupos e famílias ideológicas da extrema-direita contemporânea e ajuda a definir sua identidade.

Por mais que se publiquem artigos e livros que denunciam o caráter falso desse livro os crentes da conspiração judaica internacional se recusam a aceitar os argumentos listados pelos historiadores para denunciar a obra. Da mesma, e seguindo a lógica das teorias da conspiração, os defensores e seguidores do Negacionismo do Holocausto rejeitam qualquer análise proposta pelos historiadores profissionais, acusando-os, entre outras coisas, de estarem a serviço dos judeus. Certamente, isso se deve à lógica das teorias conspiratórias que têm quatro princípios básicos: “nada acontece por acidente”, “nada é o que parece”, “tudo está conectado” e “tudo o que acontece é o resultado de vontades ocultas e malignas” (BARKUN, 4 e TAGUIEFF, 57).

A forma como as teorias da conspiração entendem o mundo rejeita as análises críticas dos cientistas sociais (sociólogos, historiadores, cientistas políticos etc.), preferindo compreendê-lo como o palco da luta eterna entre as forças do bem contra as forças do mal. Os Negacionistas do Holocausto consideram-se, pois, soldados das forças do bem, denunciando o complô judaico para dominar o mundo que estaria sendo ocultado pela “grande mentira” (Holocausto) que, ao culpar os alemães do crime de genocídio etc., facilitaria a realização de seu próprio projeto (oculto) de dominação mundial.
A cultura conspiracionista está presente de forma arraigada na cultura de massas, através de diversos mitos urbanos, livros e filmes, tais como: o livro (2003) e o filme (2006) “O código da Vinci”, a série televisiva (1993 a 2002) e o filme (1998) “Arquivo X”, filmes como “Teoria da Conspiração” (Conspiracy Theory, 1997) e as teorias conspiratórias elaboradas para explicar o atentado ao World Trade Center etc. Essa disseminação certamente colabora para a utilização do conspiracionismo pela extrema-direita como uma estratégia de disseminação de sua mensagem política entre diferentes setores e classes sociais.

Concluindo, consideramos o Negacionismo do Holocausto é um tema que faz parte do horizonte político contemporâneo e certamente deve ser objeto da historiografia do Tempo Presente. Os historiadores comprometidos com uma historiografia atuante na defesa da democracia e dos direitos humanos não podem deixar de incorporar os temas da pseudo-história e das teorias conspiratórias às suas pesquisas e cursos.


Artigo de Ricardo Figueiredo de Castro, Professor Adjunto de História Contemporânea no Instituto de História (IH) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), publicado originalmente no Café História.

Personalidades Negras que Mudaram o Mundo: Oliveira Silveira


Oliveira Ferreira Silveira nasceu em Rosário do Sul, no estado do Rio Grande do Sul, em 1941. Era Filho de Felisberto Martins Silveira e de Anair Ferreira da Silveira. Criado na Serra do Caverá, zona rural famosa pela revolução de 1923, também conhecida como movimento armado. Oliveira Silveira formou-se em Letras (Português e Francês) pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS, foi pesquisador, historiador, Poeta, e um dos idealizadores da transformação do 20 de novembro, no dia da consciência negra no Brasil

Oliveira Silveira e o vinte de Novembro e o Movimento Negro Unificado -  MNU

Oliveira Silveira participava de um Grupo informal que se reunia para discutir o Treze de Maio e o aspecto histórico deste dia e como ele se deu. Esta data não passava para ele um sentimento de Plena comemoração. Este Grupo reunia-se na Rua dos Andradas, em Porto Alegre. Nestas Reuniões, falavam muito sobre o assunto, desta insatisfação e da necessidade de haver uma data que unificasse o pensamento do povo negro brasileiro. A partir desta inquietação, Oliveira Silveira mergulhou em uma pesquisa profunda e detalhada sobre a história do negro no Brasil e o processo de resistência deste povo que nunca aceitou esta subjugação. Nesta pesquisa, se deparou com a história do Quilombo dos Palmares, uma comunidade formada por escravizados fugitivos e sua resistência ao processo de dominação, sua luta e de seu Líder “Zumbi do Palmares”, e com a data do seu assassinato, 20 de novembro. Com toda a certeza uma data com um grande significado, pois traduzia uma história de luta, bravura e resistência em que tombava um herói. A partir desse momento o Grupo começa as mobilizações para sugerir ao movimento negro a data de vinte de novembro como o dia Nacional da Consciência Negra. Oliveira Silveira ingressa no MNU-RS – Movimento Negro Unificado – Núcleo RS que tem atuação nacional até os dias de hoje que assume a defesa desta data no cenário nacional. Muitos Estados e Cidades decretaram o 20 de novembro feriado. Ironicamente o estado do Rio Grande do Sul, onde nasceu e viveu Oliveira Silveira, apesar da mobilização e pressão do Movimento Social Negro ainda não decretou. O Grupo Palmares e a Revista Tição A criação do Grupo Palmares data-se do mês de julho de 1971.

A criação da Revista “TIÇÃO" que teve três edições, a primeira revista que surge abordando a temática racial e valorizando a cultura e o protagonismo de negros e negras notáveis da época e da história, foi sem dúvida um marco importante para o movimento negro e na carreira de Oliveira. Como Escritor e Poeta, publicou várias obras como Germinou em 1962 , Poemas Regionais em 1968, Banzo, Saudade Negra em 1970, Decima do Negro Peão em 1974, Praça da Palavra em 1976, Pelô Escuro em 1977, Cinco Poemas em Cadernos Negros 3 em 1980 Poesia São Paulo. Também teve participação no AXÉ - Antologia Contemporânea da Poesia Negra Brasileira publicado em 1982 pela Global Editora - São Paulo. Oliveira Silveira publicou crônicas, reportagens, contos e artigos. Participou com artigos e ensaios em obras coletivas, como o ensaio Vinte de novembro, história e conteúdo, no livro Educação e Ações Afirmativas, organizado por Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva e Valter Roberto. Também atuou em grupos como Razão Negra, Associação Negra de Cultura, Semba Arte Negra. Foi integrante da Comissão Gaúcha de Folclore, Conselheiro da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República – SEPPIR/PR, integrando, nesse órgão com status de Ministério, o Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial – CNPIR no período de 2004 a 2006.

Pensamento Político de Oliveira Silveira

Oliveira Silveira lutou pela a inclusão dos negros nos diversos espaços da sociedade: na educação, no emprego, na habitação, na saúde, na arte, na literatura, na mídia, na política. Lutou pelo respeito às diferenças e pela igualdade de direitos. Ele foi o “Poeta da Consciência Negra”. Oliveira Morre, mas sua Memória Permanece Viva Oliveira Silveira morreu aos 68 anos, no dia 1 de janeiro de 2009 e não viu seu sonho realizado, não desfrutou da liberdade plena tão sonhada, mas como Zumbi, morreu lutando.

OLIVEIRA SILVEIRA

O poeta da Consciência Negra

Do Aspecto histórico e base para luta Racial:

A escravização de negros nas Américas promovida pelo Vaticano e a coroa Portuguesa do século XV ao século XVIII, foi considerado o maior crime da humanidade e no Brasil foi onde houve maior crueldade. Em 13 de maio de 1888, a Lei Aurea foi Assinada “abolindo” a escravidão no Brasil. Porém, diferentemente de todas as Leis Brasileiras que possuem justificativas e uma serie de artigos que normatizam e dão conta de um processo de implementação, a Lei Aurea (Lei nº 3353 de 13/05/1888) possuía apenas dois artigos que diziam o seguinte:

A Princesa Imperial Regente, em nome de Sua Majestade o Imperador, o Senhor D. Pedro II, faz saber a todos os súditos do Império que a Assembleia Geral decretou e ela sancionou a lei seguinte: Art. 1.º: É declarada extinta desde a data desta lei a escravidão no Brasil.

Art. 2.º: Revogam-se as disposições em contrário.
Manda, portanto, a todas as autoridades, a quem o conhecimento e execução da referida Lei pertencer, que a cumpram, e façam cumprir e guardar tão inteiramente como nela se contém.

O secretário de Estado dos Negócios da Agricultura, Comércio e Obras Públicas e interino dos Negócios Estrangeiros, Bacharel Rodrigo Augusto da Silva, do Conselho de Sua Majestade o Imperador, o faça imprimir, publicar e correr.

Dada no Palácio do Rio de Janeiro, em 13 de maio de 1888, 67.º da Independência e do Império.
Princesa Imperial Regente.
Rodrigo Augusto da Silva

Carta de lei, pela qual Vossa Alteza Imperial manda executar o Decreto da Assembleia Geral, que houve por bem sancionar, declarando extinta a escravidão no Brasil, como nela se declara. Para 

Vossa Alteza Imperial ver. Chancelaria-mor do Império - Antônio Ferreira Viana.
Transitou em 13 de maio de 1888.- José Júlio de Albuquerque.”

Os únicos dois artigos da Lei não davam conta de politicas publicas que estabelecessem garantias de alimentação, moradia, educação, emprego e se quer reparação pelo genocídio e outras milhares de atrocidades praticadas contra um povo que foi arrancado de sua pátria onde pertenciam à reinos ricos poderosos que dominavam a agricultura, arquitetura e o ferro. Dia 14 de maio de 1888 foi o primeiro dia nacional da fome, do desemprego e dos sem teto, e a partir da Lei Aurea muitas leis de proibições de negros frequentarem as escolas e espaços públicos, e até serem empregados em comércios e indústrias foram criadas. Para sobreviver muitos precisaram roubar. O ódio racial permaneceu presente na sociedade brasileira incitado pela coisificação e inferiorização do povo negro. Muitos abolicionistas surgiram ao longo da história, brancos, mestiços, europeus, jornalistas, poetas que lideraram grandes movimentos em prol da humanização do povo negro, o que nunca se concretizou, tendo nos dias de hoje ainda muito a ser reparado e o racismo ainda permanece com muita força mesmo que velado. O povo negro assumiu o treze de maio como o dia que comemoraria a liberdade, mas que liberdade foi essa afinal? Homens negros e mulheres negras foram nascendo num contexto de “liberdade” e criando suas consciências e a cada dia mais questionando esta data, até que através de pesquisas, se chega ao Quilombo de palmares e sua História de resistência bem como de seu líder “ZUMBI DOS PALMARES”.


Conheça os 22 Deputados Federais Eleitos pelo Ceará



Confira na lista abaixo os 22 (vinte e dois) Deputados Federais eleitos neste domingo, 05 de outubro, pelo Estado do Ceará:

1 - Moroni (DEM) - 6,36% - 277.774

2 - Genecias Noronha (SD) - 5,07% - 221.567

3 - José Guimarães (PT) - 4,79% - 209.032

4 - Domingos Neto (PROS) - 4,24% - 185.226

5 - Danilo Forte (PMDB) - 4,13% - 180.157

6 - Anibal (PMDB) - 3,98% - 173.736

7 - Moses Rodrigues (PPS) - 3,37% - 147.044

8 - Luizianne Lins (PT) - 2,99% - 130.717

9 - Gorete Pereira (PR) - 3% - 130.983

10 - André Figueiredo (PDT) - 2,87% - 125.360

11 - Odorico (PT) - 2,79% - 121.640

12 - Cabo Sabino (PR) - 2,76% - 120.485

13 - Ronaldo Martins (PRB) - 2,70% - 117.930

14 - Adail Carneiro (PHS) - 2,61% - 113.885

15 - Macedo (PSL) - 2,47% - 107.734

16 - Raimundo Matos (PSDB) - 2,18% - 95.145

17 -  José Airton (PT) - 2,15% - 94.056

18 - Vitor Valim (PMDB) - 2,12% - 92.499

19 - Leonidas Cristino - 2,09% - 91.085

20 - Balman - 2,01% - 87.666

21 - Arnon Bezerra (PTB) - 1,93% - 84.474

22 - Chico Lopes (PC do B) - 1,85% - 80.578

Conheça os Deputados Distritais/Estaduais Eleitos pelo Ceará



Confira abaixo os 46 (quarenta e seis) Deputados Distritais ou Estaduais eleitos neste domingo, 05 de outubro:

1) Capitão Wagner (PR): 194.239 votos (4,36% dos votos válidos)

2) Aderlania Noronha (SD): 97.172 votos (2,18% dos votos válidos)

3) Heitor Ferrer (PDT): 93.928 votos (2,11% dos votos válidos)

4) Zezinho Albuquerque (PROS): 95.253 votos (2,14% dos votos válidos)

5) Dr. Sarto (PROS): 85.310 votos (1,91% dos votos válidos)

6) Sergio Aguiar (PROS): 85.060 votos (1,91% dos votos válidos)

7) Agenor Neto (PMDB): 78.868 votos (1,77% dos votos válidos)

8) Fernanda Pessoa (PR): 78.579 votos (1,76% dos votos válidos)

9) Dr. Bruno Gonçalves (PEN): 75.511 votos (1,69% dos votos válidos)

10) Moises Braz (PT):   75.027 votos (1,68% dos votos válidos)

11) Ivo Gomes (PROS): 73.055 votos (1,64% dos votos válidos)

12) Evandro Leitão (PDT): 70.228 votos (1,57% dos votos válidos)

13) Roberio Monteiro (PROS):    67.018 votos (1,50% dos votos válidos)

14) Welington Landim (PROS): 66.213 votos (1,48% dos votos válidos)

15) Duquinha (PROS): 64.414 votos (1,44% dos votos válidos)

16) Roberto Mesquita (PV): 64.005 votos (1,44% dos votos válidos)

17) Danniel Oliveira (PMDB): 62.550 votos (1,40% dos votos válidos)

18) Renato Roseno (PSOL): 59.887 votos (1,34% dos votos válidos)

19) Odilon Aguiar (PROS): 57.454 votos (1,29% dos votos válidos)

20) David Durand (PRB): 53.608 votos (1,20% dos votos válidos)

21) João Jaime (DEM): 52.638 votos (1,18% dos votos válidos)

22) Dr. Lucílvio Girão (SD): 52.402 votos (1,18% dos votos válidos)

23) Antonio Granja (PROS): 51.368 votos (1,15% dos votos válidos)

24) Augusta Brito (PCdoB): 50.849 votos (1,14% dos votos válidos)

25) Jeova Mota (PROS): 48.659 votos (1,09% dos votos válidos)

26) Lais Nunes (PROS): 48.929 votos (1,10% dos votos válidos)

27) Osmar Baquit (PSD): 47.553 votos (1,07% dos votos válidos)

28) Naumi Amorim (PSL): 46.836 votos (1,05% dos votos válidos)

29) Gony Arruda (PSD): 46.179 votos (1,04% dos votos válidos)

30) Mirian Sobreira (PROS): 44.451 votos (1,00% dos votos válidos)

31) Elmano (PT): 44.292 votos (0,99% dos votos válidos)

32) Ely Aguiar (PSDC): 41.632 votos (0,93% dos votos válidos)

33) Tin Gomes (PHS): 41.561 votos (0,93% dos votos válidos)

34) Dra. Silvana (PMDB): 41.449 votos (0,93% dos votos válidos)

35) Joaquim Noronha (PP): 38.751 votos (0,87% dos votos válidos)

36) Carlomano Marques (PMDB): 37.442 votos (0,84% dos votos válidos)

37) Walter Cavalcante (PMDB): 33.094 votos (0,74% dos votos válidos)

38) Bethrose (PRP): 31.666 votos (0,71% dos votos válidos)

39) Carlos Matos (PSDB): 29.036 votos (0,65% dos votos válidos)

40) Carlos Felipe (PCdoB): 28.881 votos (0,65% dos votos válidos)

41) Audic Mota (PMDB): 28.509 votos (0,64% dos votos válidos)

42) Bruno Pedrosa (PSC): 27.793 votos (0,62% dos votos válidos)

43) Ferreira Aragão (PDT): 27.607 votos (0,62% dos votos válidos)

44) Tomaz Holanda (PPS): 25.875 votos (0,58% dos votos válidos)

45) Zé Ailton Brasil (PP): 25.401 votos (0,57% dos votos válidos)

46) Julio Cesar (PTN): 23.624 votos (0,53% dos votos válidos)