Brizola: a vitória do bom senso sobre a manipulação

Aproveitando a deixa de Rodrigo Vianna, que publicou a íntegra do vídeo abaixo, eu fiz um recorte mais sintético para os internautas.

Brizola era o político mais consciente dos riscos corridos pelos cidadãos brasileiros, ao serem bombardeados diariamente pelas pressões de uma mídia que defende interesses que não são os do povo.

Nesse discurso, ele faz uma síntese das armas do povo para se proteger contra essas pressões: a razão e o bom senso.

                               

A análise é de Miguel do Rosário e foi publicado originalmente no Tijolaço

Publicidade da Riachuelo reproduz sentimento racista

Às vésperas do Dia Internacional da Mulher, a loja de departamentos Riachuelo veiculou, no Youtube, um vídeo que está sendo acusado de racismo nas redes sociais. Nele, uma mulher branca é servida por mãos negras. Depois da repercussão ruim a empresa retirou o vídeo do ar, mas ainda não se manifestou oficialmente sobre o acontecido.

Vídeo mostra mulher branca como símbolo da mulher
brasileira e mãos negras a servindo.
Em texto publicado ontem (06), a escritora do blog blogueirasnegras.org, Zaira Pires, criticou a escolha da Riachuelo em estrelar uma mulher branca na campanha. “A mulher brasileira padrão, essa do comercial, corresponde exatamente ao padrão médio da brasileira, afinal, somos majoritariamente brancas, loiras, com traços faciais finos e tão magras e altas como sílfides mitológicas. Uai, não somos?”, ironiza.

Veja abaixo o vídeo que circula nas redes e a íntegra do texto de Zaira Pires:

Dia Internacional da Mulher BRANCA

Mais um 8 de março se aproxima e recebemos aquela enxurrada de chorume em nossas existências femininas nos “homenageando” por sermos delicadas, amorosas, resilientes, submissas, mães, esposas, damas na sociedade e amantes ardentes entre quatro paredes.

Todo esse repentino amor tem hora pra começar e acabar, durando o tempo do mês de março, da semana do 8 ou só desse dia mesmo, de acordo com o tanto de baboseira que cada um consegue produzir.

Nesse sentido, as mulheres homenageadas são sempre as mesmas: brancas, jovens, magras, ocidentais, cristãs e cisgêneras.

E para não perder o costume, nós, as pretas neuróticas, recalcadas, mal amadas e que veem racismo em tudo, vamos direcionar nossa crítica destrutiva ao bode expiatório da vez: a Riachuelo e sua campanha pela Semana da Mulher Brasileira 2014 (leiam ironia nas minhas palavras, por favor).

Como podemos ver no vídeo, a mulher brasileira padrão, essa do comercial, corresponde exatamente ao padrão médio da brasileira, afinal, somos majoritariamente brancas, loiras, com traços faciais finos e tão magras e altas como sílfides mitológicas. Uai, não somos?

E então que a presença negra no comercial é de uma mão que serve. Um corpo sem cara, que não consome, não tem vontades, sequer existe, apenas serve. Uma sombra semivivente que só se presta a apoiar a existência da sua senhora.

Sim, porque a mulher que deve ser homenageada na semana da mulher é aquela branca que trabalha fora, independente, bem resolvida, que limpa a casa, cuida dos filhos, serve ao seu marido e sempre está com as unhas feitas e a depilação em dia. Essa é uma super mulher que consegue viver seus rompantes de modernidade sem deixar de lado suas obrigações femininas. Essa merece ser louvada e ganhar um desconto nas compras da semana por cumprir suas funções com tanto esmero.

A preta que sustenta a família com seu salário do subemprego, que enfrenta 5 horas de ônibus sujeita a abuso sexual, que vê seu filho ser morto pela polícia, que morre por complicações aborto inseguro, que está fadada ao serviço doméstico desde sempre como se isso fosse inerente à sua existência, que suporta as investidas sexuais do patrão e do filho do patrão para não perder o sustento dos seus, que é a principal vítima de negligência na saúde pública, que deixa seus filhos sozinhos em casa pra cuidar dos filhos da patroa branca, que é a maioria entre as trabalhadoras do sexo, que não completa os anos básicos de estudo porque precisa sair para trabalhar, que tem que se virar em quinze para viver e ainda manter o sorriso no rosto, essa não merece as homenagens desse dia.

Na verdade essa mulher é a serviçal que deve se alegrar por ter a honra de ver seus braços pretos aparecerem na televisão.

Afinal, o que a Riachuelo nos diz com esse filme, e o que muitas outras nos dirão nessa semana, é que mulher negra consumidora é paradoxo, e já que ela não existe, porque deveria ser representada numa propaganda? Quem disse que preta tem dinheiro? Quem disse que preta compra alguma coisa? Quem disse que preta entende de publicidade?

Pois estamos aqui, consumidoras, pensadoras, cidadãs, formadoras de opinião, dizendo que esse comercial não nos representa. Durmam com esse barulho!



Com Brasil de Fato

Que explicações dão os parlamentares para as faltas no congresso?

Sob o calor dos protestos das ruas e sem a pressão do calendário eleitoral, 2013 tinha tudo para ser um ano de maior assiduidade no Congresso Nacional. Mas o índice de comparecimento dos parlamentares foi praticamente o mesmo do ano anterior, quando a Câmara e o Senado tiveram suas atividades emperradas pelas eleições municipais. Os senadores até justificaram mais suas ausências, mas os deputados diminuíram o número de explicações para suas faltas.

Em 17 de junho, milhares de manifestantes tomaram o
Congresso. Mas pressão não tornou parlamentares mais
presentes. Foto: Arthur Monteiro/Agência Senado.
Enquanto o trabalhador brasileiro teve de “bater o ponto” em 251 dias úteis, os deputados só estavam obrigados a registrar presença em 113, quando foram realizadas sessões para votações. Ainda assim, na média, cada um deles apareceu para votar apenas 93 vezes – ou seja, 82% dos dias em que a participação em plenário era exigida. Discretíssima melhora de apenas um ponto percentual em relação à média do ano anterior, quando cada deputado marcou presença em 74 dos 91 dias com comparecimento obrigatório. Em 2012, os deputados acumularam 20% mais faltas do que em 2011, outro ano não eleitoral.

O Senado também não conseguiu melhorar o índice de presença em 2013. Cada senador participou de 101 (84,8%) das 119 sessões realizadas pela Casa – a mesma média de 2012, quando cada um dos 81 senadores compareceu a 107 (84,9%) das 126 reuniões para votação.  É o que revela o terceiro levantamento consecutivo da Revista Congresso em Foco, que já pode ser acessada por assinantes em sua versão digital ou comprada, em sua versão impressa, tanto pela internet quanto nas bancas. A pesquisa considera todos os parlamentares que exerceram mandatos em algum período durante o ano – ao longo de 2013 foram 85 senadores e 555 deputados.

Explicações

A necessidade de participar de perto das campanhas eleitorais, seja como candidato, seja como cabo eleitoral de aliados, é sempre apontada pelos parlamentares como razão para o menor comparecimento em plenário nos anos eleitorais. Uma explicação que não cola para 2013, mas que já serve de desculpa antecipada para o que deve ocorrer em 2014, ano comprimido pelas eleições de outubro e pela realização da Copa do Mundo no Brasil.

Se não aumentou a média de presença no Senado, cresceu o índice de justificativas dos senadores para suas ausências. No ano passado, os senadores justificaram 1.415 (88%) das 1.609 faltas que acumularam. Em 2012, só 78% das ausências tinham recebido algum tipo de explicação. Os deputados, pelo contrário, aumentaram ligeiramente o índice de faltas que deixaram sem explicação: de 8% para 10% do total. Até o último dia 15 de janeiro, a Câmara não havia recebido esclarecimentos de 1.057 das 10.133 ausências acumuladas pelos parlamentares.

PMDB à frente

No universo das faltas sem justificativa, ninguém supera o PMDB, partido que teve o maior número de parlamentares exercendo o mandato em 2013 (82 deputados e 21 senadores). Metade dos dez senadores que mais acumularam faltas injustificadas é peemedebista. Dos 20 deputados que mais tiveram ausências sem esclarecimento até o momento, oito são da bancada.

Em segundo lugar, na Câmara, aparece o PSDB, com cinco nomes, seguido pelo PTB, com dois. PPS, PP, PR, DEM e o recém-criado Solidariedade (SDD) completam a relação das siglas com representantes que mais devem explicações. No Senado, além dos peemedebistas, PSDB, PDT, PP, PPL e SDD têm um nome entre os dez que tiveram mais ausências injustificadas.

Em tese, faltar sem justificar a uma sessão destinada a votação (deliberativa) pode acarretar desconto no salário e até a perda do mandato. A Constituição Federal prevê a cassação do deputado ou senador que deixar de comparecer a um terço das sessões ordinárias ao longo de um ano sem apresentar justificativa. Mas como a Câmara e o Senado só registram presença nas reuniões deliberativas, na prática, o comparecimento é cobrado em três dias da semana: terça, quarta e quinta.

“Bomba”

Ao todo, 41 deputados deixaram de comparecer a mais de um terço dos 113 dias destinados a votação. Mas todos justificaram a quase totalidade de suas faltas. A Câmara e o Senado costumam ser compreensivos no acolhimento das explicações: vale desde o tradicional atestado médico até a declaração de que o parlamentar estava em compromisso político no Estado, seja inaugurando uma obra, seja participando de atividade partidária.

Se o Congresso Nacional funcionasse como uma instituição escolar, regido pelas regras da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), um em cada cinco deputados e senadores seria reprovado por faltas em 2013. Ao todo, 110 deputados e 17 senadores que exerceram mandato no ano passado faltaram a mais de 25% das sessões a que deveriam ter comparecido. Pela LDB, o estudante que falta a um quarto das aulas ao longo de um ano, mesmo que justifique sua ausência, tem de repetir a disciplina ou série, conforme o caso.

Doença e morte

Os três parlamentares que menos foram às sessões do Congresso lutaram contra doenças em 2013. Dois deles perderam a batalha pela vida. O senador João Ribeiro (PR-TO) morreu, aos 59 anos, em dezembro, vítima de uma leucemia rara que o levou a um transplante de medula, meses de internação por complicações pulmonares e um acidente vascular cerebral (AVC). João Ribeiro justificou com licenças médicas 93 de suas 94 ausências.

Depois dele, o senador com mais ausências foi Garibaldi Alves (PMDB-RN). Aos 90 anos, o mais idoso do Senado também enfrenta problemas de saúde, que o afastaram de 86 sessões, todas abonadas com atestado médico. Na Câmara, o deputado Homero Pereira (PSD-MT) só conseguiu comparecer a uma única sessão, a primeira do ano passado. Ele teve 76 ausências justificadas com atestado médico, até renunciar e morrer por complicações de um câncer, em outubro.

Via Congresso em Foco

Projeto ARCA, em Altaneira, torna-se ponto de Cultura

O Projeto ARCA, no município de Altaneira, foi contemplado desde o dia 14 de julho de 2011 como um dos 242 pontos de cultura do Estado do Ceará.

Banner do Projeto ARCA como
Ponto de Cultura.
A contemplação foi fruto do resultado obtido no II Edital da Seleção dos Pontos de Cultura deste estado. A entidade ARCA dividida entre Fundação e Associação atendeu aos requisitos e objetivos do edital que entre outras ações busca apoiar instituições que desenvolvam ações de impactos sócio-cultural em suas comunidades, atuando em redes sociais, estéticas e politicas, por meio de repasse de recursos financeiros do Programa Mais Cultura do Ministério da Cultura – Pontos de Cultura e Secretaria da Cultura do Estado do Ceará.

O projeto ARCA é uma entidade sem fins lucrativos e que vem desenvolvendo há mais de uma década importantes trabalhos nesta municipalidade. A Fundação desenvolve projetos relacionados à área educativa. Ganha destaque aqui os projetos Inclusão Digital, Biblioteca ARCA da Leitura, Melodia, dentre outros. A Associação é referenciada por gerar, através da solidariedade renda aos agricultores. A apicultura é exemplo desse quesito.

A organização dos pequenos proprietários rurais do município em uma rede de agricultores familiares faz parte de uma das atividades essenciais da Associação que permite a utilização de mão de obra em núcleos familiares. Além da subsistência familiar há também o fornecimento de alimentos para a merenda escolar.

Flávia Cícera, coordenadora da Biblioteca ARCA da Leitura afirmou que a transformação da ARCA em Ponto de Cultura é uma conquista que envolveu muito esforço e dedicação de todos. Essa conquista sem dúvida irá contribuir e muito para a inserção de Altaneira na rota turística. No entanto, ressaltou ela ao Informações em Foco, “isso só veio a coroar um trabalho que já vem sendo desenvolvido. Os recursos do projeto irão ajudar a ampliar e fortalecer nossos projetos. Vamos nos organizar para a completa implantação do mesmo".

Vice-presidente da ACEJI fará visita a Rádio Comunitária Altaneira FM

O Jornalista, correspondente do Jornal Alerta Geral e vice presidente da Associação Cearense de Jornalista do Interior – ACEJI, Amaury Alencar , estará entre os dias 10 e 14 do corrente mês no município de Altaneira.

Amaury afirmou ao Informações em Foco que o propósito de sua estada em Altaneira é, dentre outros, visitar a Rádio Comunitária Altaneira FM para discorrer sobre o 13° encontro de jornalistas, radialistas e blogueiros do Ceará a ser realizado no dia 29 de março no município de Tauá, região dos inhamuns.

Queremos que um bom número de comunicadores de Altaneira participem do evento. Será uma grande oportunidade de enriquecimento intelectual a partir da discussão de problemas que afetam não só a localidade, mas também o estado e a nação. Discutir formas de enfrentamento desses problemas se faz necessário e urgente. Essa nossa visita faz parte do cronograma do encontro, mas não queremos apenas convidar, mas demonstrar a grandeza deste”, disse Amaury.

O jornalista afirmou ainda que na manhã desta quinta-feira, 06,  esteve reunido com o vice governador Domingos Filho, na vice governadoria, tratado sobre esse encontro de jornalistas, radialistas e blogueiros.



Randolfe Rodrigues diz que quer construir a governabilidade com o povo

Mesmo buscando aliança com o PSTU e o PCB, partidos sem representação no Congresso, e propondo fazer um governo em que o PMDB seja oposição, o senador Randolfe Rodrigues (Psol), do Amapá, acredita que pode virar presidente da República e cumprir o mandato amparado no diálogo com a sociedade. Nascido há 41 anos na cidade de Garanhuns (PE), terra natal de Lula, Randolfe é filho de sindicalista do PT, foi deputado no Amapá por dois mandatos e, em 2005, deixou o partido para fundar o Psol naquele estado, onde é adversário de José Sarney (PMDB).

Elegeu-se senador em 2010 e agora tentará se colocar como a opção verdadeiramente esquerdista para a sucessão de Dilma Rousseff, tendo como vice a ex-deputada Luciana Genro, que perdeu para o colega a indicação (Luciana também é filha de petista: do governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro).

Randolfe falou ao O POVO sobre suas ideais presidenciais – e também sobre a contrariedade que sua candidatura despertou entre correligionários que não o consideram radical o bastante, como o ex-presidente do Psol cearense, Renato Roseno, que disputou a indicação.

O POVO - O que o senhor apresenta ao país que o diferencia dos outros candidatos?

Randolfe Rodrigues - Nossa candidatura é a única que vai ofertar ao povo brasileiro a chance, depois de 50 anos, de ver figuras como José Sarney e Paulo Maluf como oposição. Nenhuma das outras três candidaturas (Dilma Rousseff, Aécio Neves e Eduardo Campos) pode oferecer isso. Esses personagens serão oposição ao meu governo. Quero que essa governabilidade seja substituída por outra.

O POVO - E como seria essa outra governabilidade?

Randolfe -Uma governabilidade com transparência, com diálogo com o povo brasileiro. Não há mal em dialogar com pessoas da política. O mal que há é falar para a sociedade um tipo de compromisso e por baixo dos panos privatizar a coisa pública, lotear os cargos. Quero construir com a cidadania brasileira uma nova governabilidade.

O POVO - O senhor quer fazer aliança com PSTU e PCB, partidos sem representação no Congresso, e deixar o PMDB na oposição. Como é que se governa assim? De que jeito um presidente do Psol faria aprovar uma matéria no Congresso?

Randolfe - Me permita devolver com outra pergunta: governar com o PMDB é governar? Não. É negócio. Eu quero governar com a sociedade brasileira. Àqueles que querem um governo com esses velhos personagens eu digo: não sou o candidato mais adequado.

O POVO - Então o governo do Psol seria de democracia direta, plebiscitária?

Randolfe - Seria um governo com participação do povo. Os representantes precisam dialogar com os representados. Não vou desrespeitar a Constituição. Vou dialogar com os mecanismos de participação direta que estão previstos na Constituição. É possível governar com a participação do povo mas também com respeito ao parlamento. Não quero fazer um centímetro além do que está na Constituição.

O POVO - Quais seriam suas primeiras providências como presidente?

Randolfe - A primeira providência a ser tomada seria uma reforma republicana. Não é possível continuar com 39 ministérios. É preciso racionalizar a máquina pública, para que seja capaz de responder às necessidades do povo. Pra que 39? É pra atender ao fisiologismo. Não adianta ter ministério da Pesca, do Desenvolvimento Agrário que não faz reforma agrária, da Agricultura.
A ideia de governo nosso é ter um ministério que se chame “da Reforma Agrária e Agricultura”, porque reforma agrária será carro-chefe do nosso governo. Quero fazer o que João Goulart fez, desapropriar terras. O que o levou a ser deposto. Junto com essa reforma, é necessário ter um choque na economia brasileira, que inverta as prioridades: temos uma economia voltada para atender ao mercado financeiro, por isso praticamos a maior taxa de juros do planeta. Como se faz isso: recuperando a autonomia do Brasil sobre o Banco Central. Terceira medida: com o dinheiro da taxa de juros, lançar um programa para erradicar em dois anos o analfabetismo.

O POVO - Sua escolha como candidato a presidente foi e continua sendo questionada dentro do Psol. O Renato Roseno, ex-presidente do partido no Ceará, critica o senhor por representar, segundo ele, uma “esquerda repetida”, que age como o PT.

Randolfe - O partido está unificado. Tivemos 52, 53% dos votos no congresso do partido, e a Luciana teve 40%. Hoje ela é minha candidata a vice. Não existe outra pré-candidatura. No lançamento da nossa, estavam presentes todas as lideranças do partido.

O POVO - No congresso do Psol, em dezembro, Roseno discursou contra o senhor mencionando a eleição do seu candidato a prefeito de Macapá, Clécio Luís, em 2012, quando, segundo Roseno, o senhor fez aliança com o DEM e o PTB.

Randolfe -Talvez tenha faltado uma informação melhor a ele. Muita gente foi muito desinformada sobre aquilo. Não existiu aliança dessa natureza. Houve aliança, claro, no primeiro turno, com o PPS. No segundo turno não houve essa aliança com o DEM. O que houve foi que o candidato do DEM rompeu com o DEM e apoiou o Clécio. No PTB houve manifestação de apoio, mas não há nenhuma composição política na prefeitura. Houve desinformação em relação a isso. Promovida, inclusive, pelo nosso adversário no segundo turno (o então prefeito e candidato à releição Roberto Góes, do PDT).

Via O Povo

Marco Civil da Internet ainda espera para ser apreciado. Quem tem medo dessa discussão?

Quem tem medo da discussão sobre o marco civil da internet ?” A pergunta foi feita há poucos dias pelo deputado Alessandro Molon (PT-RJ), relator do polêmico projeto de lei (PL) referente ao tema, que desde o ano passado espera ser apreciado no plenário da Câmara. Após avaliar de forma crítica um novo adiamento do projeto logo na retomada do ano legislativo, Molon disse que o posicionamento do PMDB, de trancar a pauta e obstruir a votação da matéria, deixa claro que o Congresso não está dividido entre base governista e oposição neste caso, “mas sim entre os que estão do lado dos internautas e os que estão ao lado das grandes empresas de telefonia, as principais interessadas na reprovação da matéria”.

A plenário vazio, parlamentares pedem apreciação do projeto sobre o marco regulatório da internet.
Molon faz uma provocação, ao mesmo tempo em que espera que o texto seja votado rapidamente, logo após o feriado do carnaval: “desafio qualquer parlamentar a mostrar qualquer aspecto deste projeto que permita algum tipo de censura”. O PL tramita há três anos na Câmara e, segundo o deputado, já é referência mundial sobre legislação na internet. “Tive a honra de representar o Brasil nos Estados Unidos e na Inglaterra falando desse projeto. Não por acaso, o Brasil tem erguido sua voz no cenário internacional e vai sediar em abril um encontro internacional sobre governança na internet. Se adiarmos esse debate mais uma vez, deixaremos não apenas a pauta da Câmara trancada, mas desprotegidos 100 milhões de brasileiros, com a nossa rede insegura”, colocou.

O relator contou que, num primeiro momento – quando foram apresentadas dúvidas diversas sobre a matéria – ele realizou uma verdadeira peregrinação junto às bancadas e lideranças partidárias. “Percorri 15 bancadas, conversando com os líderes e membros de cada uma destas legendas sobre o tema e o teor do texto em si. Reuni sugestões de todos, demandas, propostas, incorporei tudo ao texto de modo que não afetasse o coração do projeto, que é a questão da neutralidade da rede, a proteção à privacidade dos usuários e a liberdade de expressão. Tudo foi amplamente discutido e negociado”, acentuou, ao completar que não há mais o que ser acrescentado ou alterado à matéria.

Neutralidade da rede

Sobre a questão da neutralidade da rede, tida como um princípio fundamental do texto, e um dos maiores pontos polêmicos na discussão entre os deputados no plenário, ele explicou que tal item consiste na garantia “de que tudo o que trafega na internet vai ser tratado da mesma forma, sem discriminação”.

Se não houver a neutralidade, isso pode permitir que algum provedor de conexão, alguém que vende uma conexão para o internauta – uma empresa telefônica em geral – escolha aquilo que o internauta poderá ou não acessar, podendo transformar a internet em tudo o que a gente não quer. A neutralidade da rede proíbe isso e garante um tratamento democrático para o que circula na internet”, explicou.

Além disso, de acordo com Molon, a neutralidade garante acesso, independentemente de condição financeira, a todo tipo de conteúdo. “Se não houver a neutralidade, as empresas telefônicas poderão cobrar preços extras por qualquer tipo de conteúdo diferente. Seria como se as empresas chegassem e dissessem: ‘se você quiser usar o e-mail tem que pagar x, mas se quiser também o Skype, tem que pagar y, já para baixar vídeos o preço é outro, ainda maior’, e daí por diante. Isso transformaria a internet num produto para pouquíssimas pessoas”, disse.

A neutralidade é questionada, principalmente, pelo líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), que tem dito costumeiramente ser contrário ao princípio, por acreditar que, dessa forma, pessoas que usam menos a internet vão pagar pelo uso de todos e quem desejar ter só e-mail, por exemplo, será obrigado a pagar outras coisas, mesmo que não as utilize – uma vez que a tarifa acabará consistindo na média do geral de navegação. Ao rebater Eduardo Cunha, o relator da matéria disse que esse tipo de pensamento não está correto.

Não concordo com Cunha e digo que ele está errado. Na verdade, nós já pagamos preços diferentes, hoje, pela quantidade de banda que a gente quer. Isso vai continuar existindo com o marco civil da internet, é uma questão que não tem nada a ver com a neutralidade. Quem quer, hoje, pode escolher se compra 1 mega de velocidade, 10 ou 100 megas. O que não pode existir é do meu provedor, dentro desse 1 mega que eu comprar, decidir o que é que eu posso acessar ou não acessar. Não é razoável, portanto, dizer que a neutralidade vai fazer a internet custar mais caro, porque já é assim que ela funciona. Que argumento é esse?”

Liberdade de expressão

Sobre o segundo ponto abordado pelo projeto de lei, a questão da liberdade de expressão, o deputado disse que tal item, da forma como está colocado no texto, garantirá que a manifestação do pensamento de cada um continue livre, sem receber qualquer tipo de censura ideológica, partidária, política, religiosa, comercial etc.. “Isso faz com que a internet continue sendo esse instrumento poderoso que foi, por exemplo, para convocar as manifestações de junho do ano passado. A liberdade de expressão é fundamental para a gente construir o país, a nação que a gente quer”, destacou.

Em relação a outro importante ponto do projeto, o da proteção à privacidade do usuário, Molon disse que uma série de regras contidas no texto impedem que a privacidade dos internautas seja violada por um provedor de conexão ou provedor de conteúdo sem a devida autorização. O deputado chamou a atenção para este último item como forma de garantir, inclusive, a integridade das pessoas e lembrou que casos de invasão de privacidade resultaram, no ano passado, no suicídio de duas jovens, que tiveram conteúdos de sua intimidade violados. “Precisamos evitar que abusos absurdos como os que essas jovens passaram sejam cometidos sem uma punição adequada.”

Ótica dos investimentos

Não há mais razão para adiar a votação. Temos que enfrentar isso. Esse é um projeto que divide o Congresso entre os que estão do lado dos internautas e aqueles que olham o problema pela ótica dos investimentos do setor, pelos que atuam no campo empresarial no setor de internet. Sei que em todos os partidos haverá votos a favor do projeto, o que prova que não é uma questão governo versus oposição”, deixou claro.

O projeto de lei é um dos primeiros itens a ser incluído na pauta do plenário da Câmara para discussão e votação dos deputados após a retomada dos trabalhos do Legislativo, depois da semana do carnaval. Os parlamentares, porém, ainda não fecharam um consenso em torno do tema.

Espero que a Câmara olhe para o Brasil com a consciência da sua responsabilidade para que possamos aprovar rapidamente o PL e passar a ter uma internet mais livre, aberta, democrática e segura”, reiterou Molon.

Via Rede Brasil Atual