Pontificado sem Papa: Bento XVI deve renunciar ao cargo




A ala mais conservadora da Igreja foi a grande responsável
por sua escolha como Papa.

O papa Bento 16, que anunciou nesta segunda-feira (11) sua intenção de renunciar ao cargo no próximo dia 28, é o 265º papa e o primeiro a ser eleito no século 21. Bento 16, o cardeal alemão Joseph Ratzinger, contou com o apoio das alas mais conservadoras da igreja à época de sua escolha como sumo pontífice.

Aos 85 anos, o papa alegou não possuir mais as "forças necessárias ao ofício", segundo comunicado divulgado pelo Vaticano. O papa afirmou ainda que havia percebido que sua força havia se deteriorado nos últimos meses "ao ponto que eu tenho que conhecer minha incapacidade de realizar adequadamente o ministério que foi confiado a mim", diz o comunicado. "Por esta razão e consciente da seriedade deste ato, em completa liberdade, eu declaro que renuncio ao ministério de Bispo de Roma, Sucessor de São Pedro", disse o papa, segundo informou o comunicado do Vaticano.

Eleito papa em 19 de abril de 2005, aos 78 anos, Ratzinger substituiu João Paulo 2º, que havia morrido em 2 de abril de 2005. Ratzinger foi líder da Congregação para a Doutrina da Fé, entidade responsável por difundir e defender a doutrina católica, durante a maior parte do pontificado de João Paulo 2º.

Neste cargo, Ratzinger reprimiu os teólogos que saíram de sua doutrina rígida e alienou outras denominações cristãs dizendo que não são igrejas verdadeiras.
Chamado de Guardião do Dogma, ele combateu o sacerdócio feminino e condenou a homossexualidade, além de ser contra a comunhão aos divorciados que voltarem a se casar e a impedir o crescimento do laicismo dentro da Igreja.

Bento 16 nasceu em 16 de abril de 1927 em Marktl, Alemanha, e entrou para o seminário aos 12 anos. Na adolescência, estudou grego e latim, e mais tarde se doutorou em teologia pela Universidade de Munique.

Durante a Segunda Guerra, chegou a ser convocado para combater nos esquadrões antiaéreos alemães. Dispensado, acabou sendo recrutado primeiro pela legião austríaca e depois pela infantaria alemã, da qual desertou em menos de dois meses.

De volta ao seminário, foi ordenado padre em junho de 1951. À função, somou o trabalho como professor de teologia, primeiro na Universidade de Bonn e depois na de Regensburg, onde seria reitor.

Em março de 1977, tornou-se arcebispo de Munique e Freising e, menos de três meses depois, foi criado cardeal pelo papa Paulo 6º. Já sob João Paulo 2º, em 1981, Ratzinger tornou-se o líder da Congregação para a Doutrina da Fé.

Justiça condena estudante que disparou discursos preconceituosos contra nordestinos





A estudante Mayara Petruso, que ficou famosa por ter disparado discursos errôneos e, ou, mal formulados em desfavor dos nordestinos através de sua conta no Twitter foi condenada pela Justiça Federal. 

A ação foi movida pelo Ministério Público Federal. Ela foi condenada a 1 ano, 5 meses e 15 dias de reclusão, porém a pena foi convertida em prestação de serviço comunitário e pagamento de multa. A decisão foi perpetrada pela 9ª vara de Crimes Federais do Estado de São Paulo.

O fato foi iniciado tão logo se deu à divulgação do resultado das eleições presidenciais, onde Mayara acabou responsabilizou o povo do Nordeste pela vitória da primeiro mulher para ocupar o posto de presidente deste país,  Dilma Rousseff (PT). Ela argumentou no seu microblog “Nordestino não é gente. Faça um favor a SP: mate um nordestino afogado!”.

Essa não foi à única vez que Mayara disparou discursos mal formulados contra os nordestinos. Ao usar a rede social twitter ela os chamou de vagabundos.

A condenação foi um alerta, mas a pena convertida em prestação de serviços ainda demonstra que a justiça é falha. Mayara deveria cumprir a pena na cadeia.

O que é ser professor?




Ser professor é muito prazeroso, pois a escola ainda é o espaço ideal para se poder contribuir de fato para a construção da cidadania e a politização dos jovens.

Levar para a escola temas recorrentes do cotidiano, instigar os estudantes a participar do debate e fazer com que os próprios sejam, a um só tempo, participantes e autores do próprio debate é, sem dúvida, uma das tarefas mais difíceis para um professor. Toda via, quando isso acontece, permite que se perceba que somente a partir da educação é que se consegue construir um país melhor.

A função das instituições de ensino, portanto, está alicerçada nesses conceitos, a saber, cidadania e politização. E o professor ocupa espaço central no atingir dessas finalidades educacionais.

Se o professor é um dos personagens centrais dessa discussão, os alunos ocupam o mesmo papel, afinal, a conquista da cidadania e da politização dos mesmos só pode ocorrer com sucessos se houver a participação efetiva destes.

Ano passado, quando ministrava aula sobre Reformas Religiosas na turma do Segundo A, os alunos demonstraram o quão as aulas podem ser produtivas se eles, agentes centrais, participarem. Discutíamos sobre Reformas, mas como na história um assunto leva a outro, eles perguntaram sobre a importância das Diretas já.  Sem mais delongas, segue abaixo trecho da explicação sobre o assunto:


Cansados da ditadura militar que já comandava o país por décadas, este movimento estudantil foi aumentando aos poucos, até se tornar a maior manifestação pública da história do país.

Em 1983, o senador Teotônio Vilela foi à rede nacional dizer que era hora de se criar um movimento para estabelecer eleições diretas em terras tupiniquins. Foi à semente plantada na cabeça dos estudantes, que daí em diante passou a realizar manifestações cada vez maiores por várias cidades.

Para se ter uma ideia da escala, os primeiros protestos aconteceram ainda em março de 83, com cerca de 10 mil pessoas. Em abril de 84, o movimento já beirava dois milhões de pessoas protestando a favor das diretas, de um espaço social sem as amarras da repressão e em prol da conquista da democracia político-partidária.

Em 2014 esse movimento completará três décadas e ainda é um símbolo de organização e conscientização política.

Portanto, ser professor não é somente adentrar em sala de aula e despejar conteúdos, pois isso não leva ao objetivo acima descrito. Ser professor é trazer os alunos para o debate, fazer com que eles se sintam partes da temática e possam a parti disso, se tornar sujeitos críticos e atuantes do meio que o cerca.



Seduc divulga edital para seleção de diretores e coordenadores escolares





O governo do Estado do Ceará, através da Secretaria de Educação – SEDUC anunciou ontem, 08/02, a seleção Pública para composição de Banco de Gestores Escolares para provimento dos cargos em comissão de diretor e coordenador das escolas da rede pública estadual.

O processo seletivo será realizado pela Coordenadoria de Concursos – CCV, da Universidade Federal do Ceará (UFC). As inscrições serão feitas exclusivamente via Internet, no endereço eletrônico http://www.ccv.ufc.br/, mediante o preenchimento do Formulário de Inscrição e o envio dos dados à CCV/UFC, no período compreendido entre as 9 horas do dia 20 de fevereiro e as 23 horas e 59 minutos do dia 03 de março de 2013.

De acordo com informações veiculadas no site da SEDUC a seleção é composta de três etapas. Obrigatória a todos os candidatos aos cargos de diretor e de coordenador das escolas públicas estaduais, a primeira compreenderá uma prova escrita objetiva de caráter eliminatório. Na segunda fase, obrigatória para todos os candidatos aos cargos de diretor e de coordenador, é composta de Prova de Títulos e análise dos documentos. Essa etapa encerra o processo seletivo para os inscritos exclusivamente para o cargo de coordenador escolar. Já a terceira fase, exclusiva e obrigatória para os que concorrem ao cargo de diretor escolar, tem caráter eliminatório e classificatório e compreenderá um curso de fundamentação de 40 (quarenta) horas, na modalidade de ensino a distância, uma prova escrita do tipo objetiva e uma prova de natureza analítico-discursiva.

Confira no Diário Oficial o Edital

Prefeito de Altaneira afirma que herdou da gestão passada rombo de mais de dois milhões de reais




Rombo da gestão passada deve passar
de mais de 2 milhões de reais

O prefeito do município de Altaneira, Delvamberto Soares (PSB) – (foto ao lado), utilizou a rede social facebook para refutar as críticas do líder da oposição no parlamento municipal, o vereador professor Adeilton (PP). O parlamentar publicou no seu blog matéria referente aos atrasos em diversas obras.

No artigo intitulado Obras em Altaneira têm COMEÇO, MEIO e longe do FIM, o edil foi enfático ao afirmar que “quase todas estão em total atraso em suas execuções ou foram concluídas e por falta de pagamento não foram entregues a municipalidade para sua inauguração.” Ele citou várias das obras que, segundo o mesmo confirma seu posicionamento, como, por exemplo, a construção das sedes das Secretarias de Agricultura e Meio Ambiente, Infraestrutura e Obras e a Garagem Municipal, cujo o valor está estimado em R$ 268.756,23 e que ainda não foi inaugurado, tendo sido iniciado há mais de um ano. “Outra obra que esta em atraso é a construção da unidade básica de saúde no distrito de São Romão no município de Altaneira-ce”, ressaltou o vereador.

O prefeito Delvamberto refutou as críticas afirmando que a única obra que se encontra parada é a Quadra Esportiva localizada no sítio Córrego e disse ainda “mais uma vez o mesmo falta com a verdade exemplos:
Urbanização da Avenida Maximino – São Romão- concluída
Posto de saúde – São Romão- concluída
Posto de saúde – Samambaia- concluída
Calçamento em diversas rua da cidade – concluída
parque de eventos – Altaneira – fase final
Secretária Agricultura e Garagem municipal – fase final de acabamento
Quadra esportiva – Sitio Córrego (Esta é a única parada a espera de liberação de recursos do governo estadual)

Em relação ao Posto de Saúde foi feito um aditivo pela gestão anterior o qual o próprio ministério não deu seu parecer, estamos aguardando uma decisão do órgão competente para que possamos resolver essa situação”, completou.

O vereador, por sua vez argumentou que não tinha feito essa referência na matéria, “apenas citei as obras que tenho conhecimento de estarem em atraso nos prazos previstos nos contratos e placas postadas nas obras. Algumas até foram acabadas, entendo, agora existem outras como a construção das secretarias na saída da cidade e a unidade de saúde próximo a Casa que o sr trabalha, isso é uma vergonha.”

O prefeito frisou que a obra em evidência está sendo edificada com recursos do próprio município e que foi obrigado a parar por determinado tempo, retornou e que em breve está sendo entregue a comunidade local. Disse ainda que não via isso como vergonhoso. Vergonha “foi o rombo que vocês deixaram no município que com certeza vai passar de mais dois MILHÃO de reais, se todo esse dinheiro tivesse em caixa com certeza esse e outros projetos teriam sido executados, onde o sr. estava que não denunciou toda esses descaso com o dinheiro público?”, indagou o gestor.

No final do ano passado, a administração municipal, em entrevista concedida a Rádio Altaneira FM teria afirmado que em virtude do não pagamento da gestão passada ao INSS, o município estava passando por dificuldades financeiras, inclusive com cortes de repasses.

O Conselho Federal de Psicologia manifesta repúdio ao pastor Silas Malafaia





O Conselho Federal de Psicologia (CFP) manifesta publicamente seu repúdio às declarações do líder da igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo, Silas Malafaia (foto ao lado), feitas no último domingo (3/2), durante um programa de entrevistas exibido pelo SBT. Em sua participação, o pastor evangélico agrediu a perspectiva dos Direitos Humanos a uma cultura de paz e de uma sociedade que contemple a diversidade e o respeito à livre orientação – objetos da atuação da Psicologia, que se pauta na defesa da subjetividade das identidades.

As declarações de Malafaia, que é graduado em Psicologia, afrontam a construção das lutas da categoria ao longo dos anos pela defesa da diversidade. É lamentável que exista um profissional que defenda uma posição de retrocesso que chega a ser quase inquisitório, colocando como vertentes do seu pensamento a exclusão e o preconceito na leitura dos Direitos Humanos.

Ao alegar que a homossexualidade é uma questão de comportamento, o pastor se mostra contrário às bandeiras levantadas pela Psicologia, especialmente no que tange a Resolução CFP nº 001/99, estabelece normas de conduta profissional para o psicólogo na abordagem da orientação sexual, visando garantir um posicionamento de acordo com os preceitos éticos da profissão e a fiel observância à promoção dos direitos humanos. Considera que a homossexualidade não constitui doença, desvio ou perversão, posto que diferentes modos de exercício da sexualidade fazem parte das possibilidades de existência humana.

O dispositivo busca contribuir para o desaparecimento das discriminações em torno de práticas homoeróticas e proíbe as psicólogas (os) de proporem qualquer tratamento ou ação a favor de uma ‘cura’, ou seja, práticas de patologização da homossexualidade. Infelizmente, nada disso soa em consonância com o discurso de Silas Malafaia.

A Resolução declara, ainda, que é um princípio da (o) psicóloga (o) o respeito à livre orientação sexual dos indivíduos e o apoio à elaboração de formas de enfrentamento no lidar com as realidades sociais de maneira integrada. É dever do profissional de Psicologia fornecer subsídios que levem à felicidade e o bem-estar das pessoas considerando sua orientação sexual.

Esse tipo de manifestação da homofobia na sociedade brasileira contribui para a violação dos direitos humanos de parcela significativa da população. Vale lembrar que esses tipos de casos resultaram, no ano de 2011, em 278 assassinatos motivados por orientação sexual, de acordo com o Disque Direitos Humanos (Disque 100).

Dessa forma, podemos entender que a construção sócio-histórica da figura do homossexual como anormal que precisa ser corrigido e, por vezes, exterminado para a manutenção dos valores e do bem estar social, ainda se faz presente em nossa sociedade. Entretanto, a violência destinada a sujeitos que têm suas sexualidades consideradas como ‘desviantes’ não se resume a agressões e assassinatos. De fato, tais manifestações só se tornam possíveis a partir de uma rede de discursos que os colocam como inferiores, vítimas de sua própria existência. Esses discursos e práticas são, então, ações de extermínios de subjetividades indesejadas.

Com base nessa realidade, é também uma tarefa da Psicologia contribuir para o enfrentamento da homofobia e suas repercussões sociais. A importância dessa ação é tanta, que em novembro de 2012 o CFP assinou um termo de cooperação com a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR) para tratar do tema por meio de Comitês de Enfrentamento à Homofobia e da Campanha Faça do Brasil um Território Livre da Homofobia.

A atitude desrespeitosa de Malafaia com homossexuais ressalta um tipo de comportamento preconceituoso que não se insere, em hipótese alguma, no tipo de sociedade que a Psicologia vem trabalhando para construir com outros atores sociais igualmente sensíveis e defensores dos Direitos Humanos. O Brasil só será um país democrático, de fato, se incorporar valores e práticas para uma cidadania plena, sem nenhum tipo de discriminação. Exatamente o oposto do que prega o referido pastor.


Seca: O insistente entrave é social, não hídrico




O probelama da seca é social, não hídrico

A seca é, sem dúvida, um dos principais problemas a ser sanado no Brasil. Mas não com como vem sendo amplamente combatido pelos poderes instituídos, via políticas de controle social, utilizando a seca como instrumento de coerção social.

Quando se fala de Seca é comum se dizer que se trata de um fenômeno natural, caracterizado pelo atraso na precipitação de chuvas ou a sua distribuição irregular, que acaba prejudicando o crescimento ou desenvolvimento das plantações agrícolas. Durante muito tempo e, ainda hoje há esse tipo de pensamento que, por si só não se sustenta mais.

Por diversos anos, principalmente no Estado do Ceará, uma das principais violências que a população sofreu (e ainda hoje sofre) foi com a seca.  Os governantes do período se apoiaram no discurso acima, ou seja, a seca como fenômeno natural, para utilizá-la como instrumento político e de controle social, sem pensar em formas que não fossem alienantes para diminuir e até, superar de fato, os problemas advindos da seca.

Menos comum é falar em seca mencionando que os problemas dela gerado é fundamentalmente uma das piores violências sofridas pela humanidade. Uma vez que só se resolve os diversos empecilhos desta se a tratarmos como questão de vontade política.  

O insistente problema da seca está cada vez mais longe de ser sanado por que a população, principalmente as do interior dos Estados, de comunidades rurais, onde o único acesso para informação são as emissoras de rádio, não possuem consciência de que o problema não é falta de água, uma vez que esses veículos de comunicação estão a serviço dos poderes institucionais constituídos, funcionam, na grande maioria das vezes como quintais das administrações, comprando essa falsa ideia e divulgando-a.  Insere-se aqui ainda as novas mídias, como as redes sociais que apesar de está contribuindo de forma significativa para superar a regulação da imprensa, ainda é insuficiente, fundamentalmente porque não abarca todos os níveis sociais. Sem falar que até mesmo nas redes sociais há certa manipulação fatos, omissão, culminando também em um complexos de divulgações desses falsos discursos.

Essa afirmativa derruba facilmente aquelas mesmices de que o que caracteriza o nordeste é falta de água. Deve-se frisar que o nordeste é detentor do maior volume de água represado em regiões semi-áridas do mundo. São 37 bilhões de metros cúbicos, estocados em cerca de 70 mil represas. A água existe, todavia o que falta aos nordestinos é uma política coerente de distribuição desses volumes para o atendimento de suas necessidades básicas. Se assim é, então, o que falta?