Defender o meio ambiente e a posse de terra agora é crime




Professor Jeovah Meirelles

Você sabia que a luta em defesa do meio ambiente e pela direito a posse de terra agora é vista como ato criminoso? Não?  Pois é.  Lutar a favor do meio ambiente não é, nem de longe, uma tarefa fácil, assim como não o é conseguir a posse de um pedaço de terras. Afinal, é preciso quebrar muitas barreiras. Cite-se aqui, as mais gigantescas e difíceis de romper, a saber: o espírito do querer mais das grandes empresas que veem na destruição de inúmeras árvores o caminho mais curto para conseguir lucros, bem como o conservadorismo e a falta de vontade política da maioria da classe dos governantes que não conseguiram resolver um problema histórico que vem assolando estes pais desde que foi invadido pelos portugueses, a distribuição adequada e igualitária de terras.

Se não bastasse isso, os que buscam dar continuidade esta luta em prol dos menos favorecidos economicamente e, que muitas vezes se quer tem um pedaço de terra para plantar e construir sua morada, ou ainda em defesa daqueles que são despossuídos das terras, caso dos índios, são perseguidos, maltratados e até processados por lutar.

Foi o caso do Professor Jeovah Meirelles, da Universidade Federal do Ceará. Ele é, não sem razão, um dos mais respeitados internacionalmente por sua militância em defesa do meio ambiente e está sendo processado pelo grupo espanhol Nova Atlântida.

Ressalte-se aqui que o professor chegou a elaborar estudos em defesa dos índios Tremembés da Barra de Mundaú , em Itapipoca, que perderiam área de preservação para um resort que esse grupo construiria no local.

Religiosos: o medo é a sua maior estratégia para manter as pessoas sob controle




IMAGEM ILUSTRATIVA


"Segundo Ives Gandra, em recente artigo nesta Folha ("Fundamentalismo ateu"), existe uma coisa chamada "fundamentalismo ateu", que empreende "guerra ateia contra aqueles que vivenciam a fé cristã". Nada disso é verdade, mas fazer os religiosos se sentirem atacados por ateus é uma estratégia eficaz para advogados da cúria romana. Com o medo, impede-se que indivíduos possam se aproximar das linhas do livre-pensamento.

É bom saber que os religiosos reconhecem o dano causado pelo fundamentalismo, mas resta deixar bem claro que essa conta não pode ser debitada também ao ateísmo.

Os próprios simpatizantes dos fundamentos do cristianismo, que pregam aderência estrita a eles, criaram a palavra "fundamentalista". Com o tempo, ela se tornou palavrão universal. O que ninguém parece ter notado é que, se esses fundamentos fossem tão bons como querem nos fazer crer, então o fundamentalismo deveria ser ótimo!

Reconhecer o fundamentalismo como uma praga é dizer implicitamente que a religião só se torna aceitável quando não é levada lá muito a sério, ideia com que enfaticamente concordam centenas de milhões de "católicos não praticantes" e religiosos que preferem se distanciar de todo tipo de igrejas e dogmas.

Já o ateísmo é somente a ausência de crença em todos os deuses, e não tem qualquer doutrina. Por isso, fundamentalismo ateu é um oximoro: uma ficção ilógica como "círculo quadrado".

Gandra defende uma encíclica papal dizendo que "quem não é católico não deveria se preocupar com ela". No entanto, quando ateus fazem pronunciamentos públicos preocupa-se tanto que chama isso de "ataque orquestrado aos valores das grandes religiões".

Parece que só é ataque orquestrado se for contra a religião. Contra o ateísmo, "não se preocupem".

Aparentemente, para ele os ateus não têm os mesmos direitos que religiosos na exposição de ideias.

A religião nunca conviveu bem com a crítica mesmo. Já era hora de aprender. Se há ateus que fazem guerra contra cristãos, eu não conheço nenhum. Nossa guerra é contra ideias, não contra pessoas.

Os ateus é que são vistos como intrinsecamente maus e diuturnamente discriminados pelos religiosos, não o contrário. Existem processos movidos pelo Ministério Público e até condenação judicial por causa disso.

O jurista canta loas ao "respeito às crenças e aos valores de todos os segmentos da sociedade", mas aqui também pratica o oposto do que prega: ele está ao lado da maioria que defende com entusiasmo que o Estado seja utilizado como instrumento de sua própria religião.

Para entender como se sente um ateu no Brasil, basta imaginar um país que dá imunidade tributária e dinheiro a rodo a organizações ateias, mas nenhum às religiosas; que obriga oferecimento de estudos de ateísmo em escolas públicas, onde nada se fala de religião.

Um país que assina tratados de colaboração com países cuja única atividade é a promoção do ateísmo; cujos eleitores barram candidatos religiosos; que ostenta proeminentes símbolos da descrença em tribunais e Legislativos (onde se começam sessões com leitura de Nietzsche) e cuja moeda diz "deus não existe".

E depois os fundamentalistas que fazem ataque orquestrado somos nós."


Créditos: História e seus afins

Audiência na Câmara debaterá financiamento de mídias alternativas




LUCIANA (DE PRETO) DEBATE SOBRE MÍDIA
ALTERNATIVA NO FESTIVAL DE INVERNO
DE GARANHUS (PE)


A Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara realiza, nesta quarta-feira (12), audiência pública para debater as formas de financiamento de mídias alternativas. De acordo com a deputada Luciana Santos (PCdoB-PE), que solicitou a realização da audiência, é premente a necessidade de se criar mecanismos que possam democratizar o acesso, a produção e a divulgação da informação.

Para a parlamentar, a internet derrubou barreiras e permitiu um maior acesso à informação. Ela cita como exemplo dessa explosão de comunicação o surgimento do movimento dos chamados “Blogueiros Progressistas”. Um movimento que permite a participação de toda sociedade: intelectuais, jornalistas, políticos, personalidades, formadores de opinião, estudantes, donas de casa etc.

“Todos têm em comum necessidade de comunicar, produzir informação seja ela, política, cultural, educacional ou de formação. Existe assim, a necessidade de se criar mecanismos que possam democratizar o acesso, a produção e a divulgação da informação”, declarou Luciana Santos, que preside a Subcomissão Especial para Analisar Formas de Financiamento de Mídias Alternativas, criada pela Comissão de Ciência e Tecnologia para ampliar o debate sobre o tema.

Foram convidados para a audiência o coordenador-executivo do Coletivo Brasil de Comunicação Social (Intervozes), João Brant; diretor-executivo da Associação Brasileira de Empresas e Empreendedores da Comunicação (Altercom), Renato Rovai; presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Daniel Pimentel Slaviero; gerente-geral da TV Pernambuco (TVPE), Roger de Renor; e presidente da Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner), Roberto Muylaert.

Créditos: Portal Vermelho

Em torno do antigo mistério



      Na obra Maria Lucia Homem mostra 
      Clarice Lispector como personagem e
                  autora ao mesmo tempo.


No limiar do silêncio e da letra – Traços da autoria em Clarice Lispector
Maria Lucia Homem
Boitempo-Edusp-Fapesp, 200 págs., R$ 34

A grande escritora Clarice Lispector diz mais do que fala, e cala mais do que diz, mas acaba expressando o inexpressável. É isso que se pode concluir a partir do livro de Maria Lucia Homem, No Limiar do Silêncio e da Letra, sua tese de doutorado em Literatura.

Trata-se, a partir de um arsenal crítico que envolva desde as mais abrangentes e profundas teorias literárias clássicas e contemporâneas até os requintes psicanalíticos do pensador francês Jacques Lacan, de analisar, de um lado, as relações tão conflituosas e tão harmônicas entre a palavra e o silêncio na obra da maior escritora brasileira.

E, de outro, discutir as contradições e as complementações entre a subjetividade e a autoria na obra de Clarice Lispector.

Em outras palavras, trata-se de debater como Lispector aparece em sua obra tanto como personagem quanto como autora.




Créditos: Carta Capital

A religião e a corrupção




MAÇàPODRE - SÍMBOLO DA RELIGIÃO

A pesquisa divulgada pela Transparência Internacional não surpreende a mais ninguém, exceto os querem ser enganados. Os dados apontam que o nível de percepção da corrupção em todo o mundo diz respeito às instituições religiosas. Em 2004, 28% dos entrevistados disse achar que a corrupção afetava as instituições religiosas. Dois anos atrás, o número subiu para 58%.

Para Alejandro Salas, diretor da Transparência Brasil nas Américas, o resultado “está aberto a interpretações”. “Eu penso que os escândalos que atingiram a religião, especialmente a Igreja Católica nos últimos anos, por exemplo, os abusos de menores por parte de membros da Igreja, o que não é a corrupção como conhecemos, digo em relação a subornos, mas diz respeito a uma má conduta”, disse Salas.

Segundo o diretor, a pesquisa não aborda os motivos que levam as pessoas a ter uma determinada opinião, mas ele acredita que outro fator importante para esse aumento é a associação, considerada por ele equivocada, de religião e terrorismo. “Provavelmente também, apesar de não ter elementos científicos, acredito que os acontecimentos envolvendo o Islã também estão relacionados a esse aumento”, afirmou Salas.

Toda via, é preciso dizer que essa associação não está nem um pouco equivocada, pois desde o despontar do cristianismo no século I, na palestina, originando, as diversas religiões, os termos terrorismo, imposição, mortes, foram e ainda o são, embora com novas vestimentas, marcas profundas das religiosidades.

Na pesquisa geral divulgada, 50% dos entrevistados afirmaram que associam a corrupção à religião. No Brasil, a religião é a penúltima instituição à qual os brasileiros associam a corrupção. De 1 a 5, considerando 5 o nível máximo de corrupção, a nota dada às instituições religiosas foi 2,5, atrás apenas do Exército, com 2,4.

Os brasileiros estão demonstrando que não conhecem de forma efetiva, os espaços de corrupção, ou ao menos, não estão sabendo avaliar que atos se confiram como corrupção. Afinal de contas, o simples ato de enriquecer a custa dos dízimos dos fieis já é, sem dúvida nenhuma, um dos piores atos cometidos contra os a massa que ocupa semanalmente os templos religiosos.

Os espaços religiosos, ao lado do ambiente político partidário, são, não sem razão, os locais onde ocorrem cotidianamente os piores atos de corrupção.

Seminário aborda a questão das mulheres na política do PCdoB




IMAGEM ILUSTRATIVA


Com o objetivo de valorizar e contribuir para o mandato das mulheres que se candidataram às eleições deste ano, o PCdoB realiza o Seminário Nacional Poder e Políticas Públicas para as Mulheres neste fim de semana.

A abertura do evento ocorreu na manhã de ontem, sábado (8), com uma homenagem às candidatas às prefeituras do país, realizada pela secretária nacional da Mulher do PCdoB, Liège Rocha. Em seguida, Liège convidou o presidente Nacional do PCdoB, Renato Rabelo e a vice-prefeita de São Paulo eleita este ano, Nádia Campeão para a mesa de debates.

“Temos muito o que comemorar. Podemos melhorar o desempenho das mulheres na política. Faremos o que for possível para representar bem o nosso partido e também as mulheres. A mulher pode fazer muito bem e tem condições de combinar suas lutas pessoais com as políticas”, declarou agradeceu a vice-prefeita paulistana eleita.

Já Liège ressaltou as lutas das mulheres na história. “Em 90 anos, nós nunca fugimos da luta! Quero que as vereadoras que se candidataram e as que venceram as eleições também se sintam homenageadas neste fim de semana”.

O presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, fez um balanço da situação política brasileira e a participação e inserção da mulher neste meio. “As eleições disputadas não foram simples. Ocorreram num quadro de crise mundial de grande envergadura, uma crise sistêmica, que se torna mais grave porque é na estrutura do capitalismo. E as mulheres terem rompido essas amarras não foi nem é nada fácil”, ressalta.

Para finalizar os debates no período da manhã foi aberto o direito de expor opiniões e de relatar momentos vividos pelas candidatas. No período da tarde, o demógrafo e professor da Escola Nacional de Ciências Estatísticas do IBGE, José Eustáquio Diniz Alves, foi quem iniciou a palestra. Com o pensamento de Charles Fourrier “A situação do barômetro pelo qual se pode avaliar o grau de desenvolvimento de uma nação”, Eustáquio fala do avanço das mulheres na política. “A cota sozinha não irá resolver, é necessário que os partidos invistam nas candidaturas femininas também. Se tivermos boas candidatas, com boas propostas, o eleitorado responde”, conclui o palestrante.

Conforme estudos realizados pelo IBGE sobre a redução das desigualdades de gênero na América Latina, Caribe e Brasil, as mulheres já ultrapassaram os homens em quase todos os níveis de educação. No entanto, na política os avanços andam a passos de tartaruga. No Brasil, 1.325 municípios não elegeram nenhuma mulher vereadora este ano. Em contrapartida, temos 23 localidades em que elas são a maioria. As cidades de Fronteiras e Barras, no Piauí contam com 60% de representatividade feminina nas câmaras municipais.

Abordando o tema “O Plano Nacional de Políticas para Mulheres”, a economista e coordenadora geral do Programa de Ações da Educação da Secretaria de Políticas para Mulheres da Presidência da República, Hildete Pereira diz que a mulher sempre foi vista subalterna. “O fato de termos o dom de reproduzirmos também é o nosso calcanhar de Aquiles”, diz.

Hildete fala sobre a história da mulher na política. “Nos últimos 40 anos, a política ressurge com muita força para as mulheres”, afirma.

O Brasil está avançando, mas o mundo está andando mais depressa do que o nosso país. Pelas contas, a cada eleição, o Brasil aumenta sua representatividade feminina em 1%. Neste ritmo, demoraremos 148 anos para chegar a paridade de gênero.

Neste domingo, o seminário abordará os temas: “As mulheres e o Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento”, com a participação da deputada federal Jô Morais (PCdoB-MG). Ela é relatora da CPMI da Violência Contra a Mulher, integrante da Comissão Política Nacional e do Fórum Nacional sobre a Emancipação da Mulher do PCdoB; e “O Funcionamento das instituições brasileiras”, onde o palestrante será Lécio Morais, economista, mestre em Ciência Política e assessor técnico da Liderança do PCdoB na Câmara dos Deputados, que falará sobre desigualdade de gênero, políticas públicas e eleições. O demógrafo e professor da Escola Nacional de Ciências Estatísticas do IBGE, José Eustáquio Diniz Alves e a economista e coordenadora geral do Programa de Ações da Educação da Secretaria de Políticas para Mulheres da Presidência da República, Hildete Pereira são os convidados.




Créditos: Portal Vermelho

Juventude em crise



A JUVENTUDE PRECISA ORGANIZAR-SE POLITICAMENTE

São muitos os problemas que atingem a juventude. Isso faz com que muitas vezes ela seja percebida de uma forma fragmentada e sem um recorte de classe. Todavia, alguns problemas vividos pelos jovens são fundamentais no seu processo de consciência, possibilitando assim sua organização política e mobilização massiva. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) tem alertado para o problema do crescente desemprego juvenil em todo o mundo. Paralelamente a isso, Barack Obama tem demonstrado grande preocupação de que o endividamento estudantil nos Estados Unidos possa aprofundar ainda mais a crise mundial.

Segundo a OIT, em todo mundo são mais de 75 milhões de jovens desempregados, o que equivale a quase 40% do total de pessoas sem emprego. A taxa de desemprego entre os jovens é o triplo à verificada entre os adultos. A organização estima que o desemprego juvenil continuará crescendo até 2017.

Na Europa a situação da juventude está cada vez mais crítica. As taxas de desemprego juvenil na Grécia são de 58%; na Espanha, de 56%; em Portugal, de 38%; e na Itália, de 35%. Nos países do norte da África a situação do desemprego também é grave. No Egito, o desemprego atinge 90% dos jovens. No Brasil, apesar dos baixos índices de desemprego nos últimos anos, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) 54% dos desempregados são jovens entre 18 e 29 anos. A juventude tem sido o setor mais atingido pela crise até agora.

O custo do ensino superior dobrou nos últimos trinta anos em todo mundo. Nos EUA, a dívida estudantil dobrou nos últimos cinco anos, chegando a US$ 1 trilhão (cerca de R$ 2,13 trilhões), ultrapassando as dívidas dos cartões de crédito e automóveis. Num contexto de crise econômica, os custos da faculdade ultrapassaram a inflação global e a inadimplência dobrou desde 2008, havendo a possibilidade de uma nova bolha financeira semelhante a dos títulos imobiliários.

Isso tem preocupado o presidente Barack Obama que tem tomado algumas medidas para contornar o problema, como a redução da atuação de bancos comerciais no programa federal de auxílio estudantil e a ameaça de diminuição das subvenções públicas para as universidades que aumentarem as taxas de matrícula, mas nenhuma delas obteve sucessos.

Está cada vez mais difícil para os recém formados conseguirem emprego nos EUA: 46% estão desempregados, muitos sequer conseguem terminar suas graduações e os que conseguem passarão em média 25 anos pagando por elas. A crise dos créditos estudantis poderá desestabilizar ainda mais a economia norte americana.

Na América Latina, o Chile é o caso mais emblemático do endividamento estudantil. Segundo a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), a educação chilena é a mais desigual e a segunda mais cara do mundo. Após um intenso processo de privatização do ensino superior na década de 80, atualmente existem 500 mil universitários que estão endividados para pagar seus estudos, sendo que 110 mil são considerados inadimplentes. A dívida dos estudantes chilenos alcança os US$ 364 milhões (aproximadamente R$ 775 milhões).

No Canadá, apesar de todas as universidades serem públicas, as taxas cobradas fazem com que o endividamento estudantil chegue a US$ 15 bilhões (aproximadamente R$ 31,9 bilhões) afetando 57% dos estudantes. O governo canadense aumentou em 75% o valor das taxas do ensino superior nos últimos cinco anos, como forma de compensar os gastos públicos com a educação dos últimos 40 anos. O endividamento estudantil combinado com a elevação do custo do ensino superior e os altos índices de desemprego poderão resultar em uma taxa de inadimplência cada vez maior.

No Brasil está em curso um processo de ampliação do crédito estudantil. Desde 2010 o Fundo de Financiamento Estudantil (FIES) cresceu 1.150%, 500 mil estudantes utilizam o fundo, o que equivale a R$ 1,6 bilhão. Só em 2012 foram 140 mil novos contratos. A reforma universitária, aprovada durante a ditadura militar, em 1968, criou as bases da privatização da universidade pública brasileira, desvinculando recursos públicos para a educação e dando ampla autonomia para a iniciativa privada. Atualmente, 82% das matrículas no ensino superior são feitas em universidades privadas, sendo que cinco delas são as maiores do país.

Por outro lado, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 70% dos estudantes universitários brasileiros trabalham. Uma outra fatia de 14% da juventude mais pobre da população não trabalha nem estuda, um total de 5,3 milhões de jovens. Isso representa um grande desafio para a organização da juventude da classe trabalhadora, tanto no espaço de trabalho quanto no espaço da escola.

Na atual conjuntura, o desemprego e o endividamento estudantil têm afetado profundamente a vida dos jovens em todo mundo e resultado em mobilizações massivas. O desemprego tem mobilizado milhares de jovens na Espanha, Itália, Portugal, Inglaterra e Grécia, em protestos contínuos desde 2009. Um dos grandes fatores de mobilização da “primavera árabe” em 2010 foi o desemprego da juventude. No Chile, mais de 300 mil estudantes saíram às ruas em 2011 para protestar contra o endividamento estudantil. Nos EUA, o endividamento estudantil foi um dos fatores que mobilizaram os jovens no Occupy Wall Street em 2011, mobilizando cerca de 20 mil estudantes. No Canadá, mais de 260 mil estudantes saíram às ruas este ano, na “primavera canadense”, contra o aumento das taxas do ensino superior. Todos esses movimentos assumiram um caráter antineoliberal.

Essas mobilizações colocam a importância de se organizar a juventude em torno de um Projeto Popular para a Educação, capaz de superar as contradições que se aprofundarão com a crise mundial. A articulação de lutas pela universidade pública e gratuita, contra o endividamento estudantil e contra o aumento dos custos do ensino superior serão questões fundamentais para as lutas de massa da juventude nos próximos períodos. Mas, para que essas questões se transformem em lutas é preciso que as organizações de juventude amadureçam seus métodos de trabalho de base para atingir jovens que estudam e trabalham, e outros que nem estudam e nem trabalham.

Créditos: Brasil de Fato

O cristianismo não pariu a noção de igualdade social



APRESENTADORA SOLTA PIADA AO AFIRMAR QUE O
CRISTIANISMO É SINÔNIMO DE IGUALDADE SOCIAL

A estudante de especialização de práticas docentes interdisciplinares na Universidade do Estado da Bahia – UNEB, Atreblig Enylorak ao tomar contatados com o artigo produzido pela redação do INFORMAÇÕES EM FOCO, dia 01, no qual criticamos o posicionamento da jornalista Rachel Sheherazade contrária a construção de um Estado laico, ela também fez duras críticas ao discurso da apresentadora.

Confira o que disse a estudante em um comentário no grupo HISTORIADORES da rede social facebook sobre o artigo intitulado Apresentadora demonstra falta de conhecimento ao afirmar que defensores do estado laico são ignorantes:

“Rachel Sheherazade diz que concorda com Sarney que a tentativa de retirar "Deus seja louvado" do dinheiro é "falta do que fazer".

Quem tinha falta do que fazer foi quem atendeu a vontade individual do Sarney e enfiou essa frase no dinheiro em 1986, direito que não era assegurado a ele nem como presidente.

Não tem lei nenhuma regulando isso, e a Constituição diz para o Estado não apoiar nenhuma crença religiosa. É um exemplo típico de ingerência do particular sobre o que é público.

É a segunda vez que a jornalista, nessa mescla de jornalismo amador brasileiro entre notícia e opinião, perde totalmente a noção do que fala quando se trata de convivência do Cristianismo com outras crenças no Brasil. Outra ocasião em que ela fez isso foi quando os tribunais gaúchos corretamente retiraram crucifixos de suas dependências.

Sem falar nos mitos e inverdades por ela proferidos. Se foi o Cristianismo que pariu a noção de igualdade social, então ela vai ter que explicar por que a Revolução Francesa não partiu de iniciativa cristã, muito pelo contrário, sendo inspirada por obras seculares como a Encyclopédie, a primeira enciclopédia do mundo, organizada pelos ateus Diderot e D'Alembert.

Na escola ninguém aprende o mínimo sobre laicidade, Rachel Sheherazade é só mais um dos sinais da pobreza da educação nessa área. Fica a pergunta: se é desimportante a frase no dinheiro, por que tanto barulho sobre a tentativa constitucionalmente correta de retirá-la?

Por que o procurador CATÓLICO que propôs a retirada da frase foi ameaçado de morte? Temos uma turba de teocratas que querem empurrar seu cristianismo goela abaixo em todos neste país, e esse autoritarismo começa justamente em coisas pequenas como frases no dinheiro e crucifixos em tribunais.

Como disse o Carlos Orsi, essa insinuação de que o assunto não é importante é quase uma confissão de derrota: sabemos que é errado, mas vamos continuar fazendo mesmo assim, porque somos maioria, maioria ditatorial que não se importa com a vontade de minorias como politeístas, ateus, e quem acredita em forças superiores mas não gosta de chamá-las de "Deus".

O assunto é muito simples: só tem dois jeitos de ser neutro: ou bota-se TODAS as frases religiosas e não-religiosas imagináveis nas notas de real, e transforma-se todas as paredes de tribunais em penduricalhos de símbolos de todas as crenças religiosas que tenham pelo menos um defensor no Brasil, ou retira-se tudo. Retirar tudo é mais barato, mais racional, mais respeitoso.

E pelo amor de Iemanjá, parem com esse negócio de inventar que "Deus" é uma expressão neutra de todas as religiões. Budistas não acreditam em nenhum deus, perguntem à Monja Coen. Eu não acredito em nenhum deus, muito menos em entidades como a bela e afável Iemanjá, e sou cidadão brasileiro. Exijo, como cidadão brasileiro, que parem de enfiar suas crenças pessoais no dinheiro e nos tribunais que são de TODOS, não apenas de vocês. Exijo em nome da Constituição que a Rachel Sheherazade não leu”. (Eli Vieira).