A greve é um direito histórico conquistado pelos trabalhadores, isto é um fato. Mas, atualmente, temos observado que os diversos movimentos reivindicatórios realizados por sindicatos de trabalhadores em busca de melhores condições de trabalho e de salário não têm alcançado os resultados desejados em suas pautas, principalmente por acreditarem que a justiça os atenderia. Isto se dá porque a justiça acaba considerando todas as greves ilegais, todas!. Nesse sentido, ainda é viável a utilização deste mecanismo como forma de luta ou é melhor aceitar logo o que as empresas e os governos propõem, tendo em vista que, depois dos transtornos causados a sociedade, os trabalhadores acabam aceitando o que lhes é imposto?
Desta feita, tal assertiva se torna cada vez cruel quando se tem um espaço, aqui entendido como Estados e Municípios sem oposição. Nesse sentido, os governantes acabam por controlar, das diversas formas possíveis, aqueles “agitadores políticos” que, não sem razão, poderiam contribuir para o sucesso dos movimentos grevistas que funcionou e, a história já nos mostrou isso, como mecanismo na busca por melhores condições de trabalho, salário e acima de tudo, como prática de envolvimento maciço da comunidade em prol dos seus direitos.
A Situação piora ainda mais quando os veículos de comunicação nada dizem, nem se quer uma nota sobre a falta de respeito para com as diversas categorias, pois muito deles são maça de manobra dos próprios governantes. Recentemente, fomos testemunha de mais uma greve no Estado e, novamente este ato foi considerado ilegal perante os olhos vendados da Justiça.
Muitos dos policiais que permaneceram em greve durante seis dias tiveram que aceitar o acordo eito pelo Governo. Toda via, cabe ressaltar que antes disso acontecer a Justiça havia afirmado que a greve era, como todas outras já feitas este ano, ilegal. Por que será?
Ainda assim, doa males o menor. Após seis dias de paralisação, os Policiais e Bombeiros Militares aceitaram na madrugada desta quarta-feira (4) a proposta apresentada pelo Governo do Estado, e anunciaram o fim da paralisação.
Dentre os pontos aceitos estão à anistia aos militares, reajuste salarial, desconsideração das multas e diminuição da carga-horária.
No entanto, faz-se necessário afirmar que a greve ou qualquer outro tipo de manifestação continua e deve continuar como mecanismo na busca por inserção na política e na busca por melhores condições de vida e ato de protesto contra os maus governantes. Que ela deixa de ser uma bandeira de luta apenas dos partidos, dos movimentos esquerdistas e venha a extrapolar esses limites, sendo uma bandeira constante de luta de toda a sociedade.