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Anielle defende mudança em livros didáticos e oportunidade para negros

 

Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, concede entrevista exclusiva à Agência Brasil - José Cruz/Agência Brasil.

A criação de um banco de currículos para profissionais negros e a indicação de alguns desses nomes para trabalhar no governo federal tem uma motivação pessoal para a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.

Podemos mostrar para o país inteiro o quanto as pessoas negras têm se preparado e são preparadas para adentrar em espaços que historicamente nos negam e dizem que não devemos entrar ou não nos pertence”, destaca.

Jornalista de formação, ela conta que já foi excluída de algumas vagas por ser negra.

Essa iniciativa é importante para mim, principalmente por ser jornalista, por ter estado do outro lado e terem me negado a possibilidade de ser âncora [apresentadora de TV], trabalhar como jornalista, por dizerem que eu não tinha rosto [adequado] para aquilo”, afirma a ministra em entrevista exclusiva à Agência Brasil.

Despachando na Esplanada dos Ministérios desde o início de janeiro, Anielle tem trabalhado para conscientizar a sociedade sobre a importância de uma educação antirracista. Fruto da política de cotas no ensino superior, ela adiantou, durante a entrevista, a criação de um grupo de trabalho junto com o Ministério da Educação (MEC) para pensar em mudanças no material didático. “As crianças negras não se encontram no livro didático, ele não tem representatividade.”

A falta de orçamento para construção de políticas públicas de igualdade racial, uma das consequências do abandono da temática pelo governo anterior, é outro tema que preocupa a ministra.

“CHEGAMOS A TER UM ORÇAMENTO DE R$ 77 MILHÕES E AGORA A SECRETARIA DE POLÍTICAS DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL [SEPPIR] VAI VIRAR UM MINISTÉRIO COM ORÇAMENTO PREVISTO [AO FINAL DA GESTÃO DE JAIR BOLSONARO] DE R$ 4 MILHÕES”, DESTACA.

Se conseguirmos atingir 50% do orçamento que tínhamos em 2003, já estaremos dando passos importantes”, afirma Anielle.

A violência contra a população negra também é uma das principais frentes de trabalho da ministra, que teve sua irmã, a vereadora Marielle Franco, brutalmente assassinada. Até hoje, o caso permanece sem punição e sem informação sobre os mandantes do crime.

Mãe de duas meninas, Anielle Franco é uma das fundadoras e ex-diretora-executiva do Instituto Marielle Franco. Nascida na comunidade da Maré, na zona norte do Rio, a ministra é formada em Inglês pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), em jornalismo pela Universidade Central da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, e é mestre em Relações Étnico-Raciais pelo Cefet/RJ.

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Com informações do Geledés.

Após corte de quase R$ 800 milhões, alunos da rede pública podem ficar sem livros didáticos em 2023

 

Entrega dos materiais envolve complexa logística de distribuição em 5.570 cidades de todo o país
Marcello Casal Jr/Agencia Brasil

Alunos do 1º ao 5º ano do ensino fundamental de todo o país poderão ficar sem livros didáticos no próximo ano letivo. Faltando menos de três meses para o fim de 2022, o governo federal ainda não comprou cerca de 70 milhões de livros para estudantes e professores da rede pública que serão usados em 2023. O Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD), que destina verbas para este fim, tem atualmente R$ 796,5 milhões de recursos bloqueados.
A entrega dos livros envolve complexa logística de distribuição das remessas em escolas de 5.570 cidades de todo o Brasil, com operação dos Correios por via terrestre, marítima e fluvial. Com o atraso no cronograma de compra, há risco de o material não chegar nas mãos dos alunos a tempo.

Questionado sobre os bloqueios no orçamento do Ministério da Educação, incluindo os quase R$ 800 milhões do programa do livro, o presidente Jair Bolsonaro disse que "vai ser pago no fim do ano". "O orçamento da Educação do corrente ano é R$ 900 milhões maior do que o anterior. Em certos momentos, tenho de postergar o pagamento", disse. "Nunca deixamos de empenhar tudo. Apenas vai ser pago em dezembro. Nada mais do que isso."

O valor que foi autorizado pelo governo (ou empenhado, no jargão técnico) para os livros dos estudantes é o menor dos últimos quatro anos, considerando o período de janeiro a setembro. O economista Gil Castello Branco, secretário-geral da Associação Contas Abertas, explica que o empenho é a garantia para as empresas de que existem recursos disponíveis no Orçamento para pagar os serviços prestados. Sem o governo fazer essa reserva, as fabricantes não começam a produção das obras.

Entre janeiro e setembro do ano passado, o Ministério da Educação já havia reservado R$ 1,1 bilhão para comprar o material. Nos nove primeiros meses deste ano, no entanto, a pasta autorizou R$ 241 milhões, o equivalente a 20%. Os dados foram compilados pela Contas Abertas.

A chegada dos livros às escolas é a última etapa de um processo que começa com uma negociação entre o Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE) e as editoras sobre o preço. Após a contratação das obras, as editoras produzem o material, empacotam e entregam. O processo leva cerca de quatro meses.
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Com informações do O Dia.