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Professores assinam manifesto contra a insensatez de Bolsonaro


(Foto: Reprodução/ RBA)


Professores, acadêmicos de universidades brasileiras divulgaram manifesto em defesa dos direitos humanos para marcar o Dia do Professor, nesta segunda-feira (15). O texto defende o exercício da tolerância no contexto das eleições 2018, e alerta para escalada de manifestações de ódio. "Nossa sociedade, mergulhada em uma profunda indignação, mostra-se aberta às trevas do passado", afirma o documento, amplamente compartilhado pelas redes sociais.

Intitulado Professores Universitários pelos Direitos e pela Tolerância, o manifesto vê com preocupação a preferência de parcela significativa da sociedade pelo candidato da extrema-direita à Presidência, Jair Bolsonaro (PSL). Ele, que defende abertamente a ditadura civil-militar (1964-1985), bem como suas práticas obscuras, como a tortura de opositores. A escalada do ódio já reverbera nas ruas. Ataques de apoiadores do candidato já ultrapassam os 50, bem como manifestações de homofobia e racismo, até mesmo a defesa aberta do nazismo.

"Estamos diante de uma liderança que busca ocupar o cargo mais alto de nossa República e que vem atingindo cada vez mais pessoas com discursos racistas, separatistas, misóginos e homofóbicos. Discursos de apologia à tortura, à ditadura e à violência contra a mulher, contra militantes contrários e contra minorias refletem a fragilidade dos direitos humanos e de nossa Constituição em seu eventual governo", completa o texto.

Os professores clamam pela defesa da democracia liberal, frente às ameaças terroristas infundadas, pregado por ele e seus seguidores, para angariar votos. "O medo insensato do comunismo forja um cenário em que os oprimidos se tornam os maiores apoiadores dos opressores. Essa tortura psicológica impõe a aceitação da ideia de que a ordem deva ser alcançada a qualquer custos, sem limites."


Não votar em Bolsonaro: para os negros uma questão de amor próprio



Helio Santos. (Foto: Alberto Lima).
A fala do capitão Jair Bolsonaro, candidato do PSL, no programa Roda Viva (TV Cultura em 30/7/2018), CONTRA as políticas afirmativas para negros (apelidadas de cotas pela mídia), foram referendadas em 2012 pelo STF por unanimidade. Todos os estudos – e são vários – confirmam que essa é uma das políticas que mais reduziu a desigualdade brasileira; nosso mal maior. Sou professor há mais de 40 anos e posso afirmar que nossa Universidade Pública melhorou, pois conquistou mais diversidade o que enriquece o ambiente e facilita o desenvolvimento geral. Sei que diversos analfabetos políticos antes de terminarem de ler o texto dirão que é mimimi ou fake. Muitos são cegos de boa-fé, mas não todos. Por isso o link para que se possa ver o programa vai abaixo.

Na ocasião, Bolsonaro insinuou que se estava a “dividir o país entre negros e brancos”. Falou coisas piores como: “o negro não é melhor” e que “não há dívida histórica” e finalmente “passa um sabão” nos negros determinando que estes deveriam estudar. Quanto a dividir o país, o capitão demonstra um brutal desconhecimento (imperdoável para quem quer presidir o Brasil) sobre um sem-número de dados que escancaram essa divisão já posta na sociedade. “O negro não é melhor”; uma verdade. Mas não pode ser também o pior, pois quem vem na condição de escravizado e não na de imigrante já saí em larga desvantagem. Quanto a “dívida histórica” está pontuada ao longo de 354 anos de escravidão. Assusta um ex-oficial do exército ser tão analfabeto em Brasil. Algum tempo antes (3/abril/2017), no Clube Hebraica no Rio, o candidato do PSL se referiu aos quilombolas como se estes fossem animais. Por essa afirmação houve até denúncia de racismo ao STF em que Bolsonaro escapou por um triz.

Duas perguntas preciso fazer e gostaria da atenção de todos, mas em particular dos pretos e pardos (negros):

Com problemas tão graves a serem enfrentados na Educação Brasileira, não lhe parece estranho o foco do capitão em RETIRAR DIREITOS dos negros que o próprio STF assegurou?

Tratar negros dessa forma lhe parece razoável para alguém que pretende ser presidente de um país de MAIORIA NEGRA (54 % segundo o IBGE)?

A primeira coisa que a sociedade brasileira já deveria saber, e em particular a população negra, é que o capitão Bolsonaro é um cão que ladra e morde. Ele e seus seguidores não ameaçam (rosnam) apenas; partem para a ação com destemor. Como exemplo, vejam o absurdo da destruição da placa que homenageia uma mulher negra brutalmente fuzilada no Rio: Marielle Franco.

Trago para as negras e negros e aos demais grupos étnicos que não compactuam com o RACISMO uma PROPOSTA-CONCEITO: DESVOTAR.

Aqueles que votaram ou que sabem de algum conhecido que votou em Bolsonaro no primeiro turno devem DESVOTAR. Ou seja: mudar o seu voto a favor de um Brasil sem ódios. Para aqueles eleitores negros que forem seus conhecidos, sugiro esclarecê-los com a verdade. Para aqueles que não conseguem votar no PT, apesar do Segundo Turno ser um aglomerado novo de setores e não mais apenas um só partido – peço que anulem seu voto. Nunca fui petista, mas nunca antes exercerei meu direito de voto com mais determinação: votarei no Professor Fernando Haddad, que nesse momento encarna a possibilidade de não mergulharmos num Brasil que será particularmente mais hostil ainda para nós negros.

O que não podemos fazer de maneira alguma é fortalecer o nosso algoz, que a bem da verdade não esconde o seu desprezo por nós – ele e seus seguidores, que já estão se revelando fora do controle. Afinal, a população negra não pode ser confundida com uma imensa esquadrilha de kamicazes. Amamos a vida. (Por Hélio Santos, no Brasil de Carne e Osso).

Haddad recebe apoio de governadores do Nordeste


Governadores do Nordeste declaram apoio a Haddad. (Foto: Reprodução/Brasil 247).

O candidato da frente democrática a presidente, Fernando Haddad, recebeu nesta terça-feira (9) o apoio de quatro governadores nordestinos, reeleitos em primeiro turno: do Piauí, Wellington Dias (PT); do Ceará, Camilo Santana (PT); da Bahia, Rui Costa (PT); e do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB).

Eles participaram da reunião ampliada da Executiva nacional do PT, presidida pela senadora e presidente do partido, Gleisi Hoffmann, eleita deputada federal.

O candidato petista comemorou as adesões. "Uma honra poder contar com vocês! Vamos juntos ganhar essa eleição", disse Haddad.

Governadores de outros estados, como Ricardo Coutinho, da Paraíba, e Paulo Câmara, de Pernambuco, também declarar apoio à eleição de Haddad.

O candidato da frente democrática a presidente, Fernando Haddad, recebeu nesta terça-feira (9) o apoio de quatro governadores nordestinos, reeleitos em primeiro turno: do Piauí, Wellington Dias (PT); do Ceará, Camilo Santana (PT); da Bahia, Rui Costa (PT); e do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB).

Eles participaram da reunião ampliada da Executiva nacional do PT, presidida pela senadora e presidente do partido, Gleisi Hoffmann, eleita deputada federal.

O candidato petista comemorou as adesões. "Uma honra poder contar com vocês! Vamos juntos ganhar essa eleição", disse Haddad.

Governadores de outros estados, como Ricardo Coutinho, da Paraíba, e Paulo Câmara, de Pernambuco, também declarar apoio à eleição de Haddad.  (Com informações do Brasil 247).


Quase metade da Câmara será formada por milionários


As coisas precisam mudar de verdade. (Foto: Reprodução/ Hypeness).

As eleições deste ano chamaram a atenção por alguns fatores, como a eleição em São Paulo da primeira deputada estadual trans, a vitória de mulheres negras inspiradas em Marielle Franco, além do crescimento da presença feminina no poder legislativo.

Mesmo que algumas coisas estejam fora da ordem mundial, certas práticas permanecem. Apesar de ter registrado decréscimo, metade da Câmara que tomará posse em 2019, é formada por deputados federais milionários.

De acordo com o G1, que se baseou em dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 241 políticos declararam patrimônio superior a R$ 1 milhão. Ou seja, 47% dos 513 eleitos. Já foi pior. Há quatro anos, eram 248 parlamentares endinheirados.

As bancadas mais ricas são, respectivamente, a do PSL (24 representantes), MDB (com 22), PP (possui 21), PT (tem 18) e DEM (são 17). O parlamentar mais rico é o paulista Luiz Flavio Gomes (PSB-SP), que goza de uma fortuna de R$ 119 milhões.

Somados, os deputados representam patrimônio de R$1,1 bilhão, o que dá uma média de R$ 2,2 milhões para cada. Por isso, a eleição de lideranças com novos métodos de fazer política se faz urgente para o desenvolvimento do país. (Com informações do Hypiness).

Onda de violência de apoiadores de Bolsonaro registra no mínimo 50 ataques


Agressões de apoiadores de Bolsonaro foram, no mínimo, 50. (Foto: Agência Pública).

Apoiadores do candidato da extrema-direita nas eleições 2018, Jair Bolsonaro (PSL), começaram uma onda de ataques, incitados por discursos de ódio, muitas vezes disseminado pelo próprio político. As agressões já somam, ao menos, 50 ocorrências em todo o país em um período de dez dias.

O levantamento inédito foi divulgado na quinta-feira (10) pela Agência Pública, que promove jornalismo investigativo. Entre as agressões, atropelamento de um rapaz com uma camiseta do ex-presidente Lula, uma jovem agredida por seis homens na Universidade Federal do Paraná, em Curitiba, além de diversos ataques homofóbicos. O mais grave foi o assassinato do mestre de capoeira Angola Romualdo Rosário da Costa, de 63 anos, conhecido como Moa do Katendê, em Salvador.

Bolsonaro já fez declarações públicas homofóbicas. Em Belo Horizonte, uma transexual estava parada em um ponto de ônibus, próximo a uma praça onde acontecia uma manifestação de apoio ao político. Colaram um adesivo dele no peito da jovem e ela tirou. Então, deram uma rasteira nela. "Se eu tentasse levantar, ele ia continuar me agredindo", disse Guilderth Andrade.

O levantamento ainda contabiliza agressões sofridas por eleitores do Bolsonaro, são seis. Das 50 agressões promovidas pelos grupos de extrema-direita, 33 foram no Sudeste, 14 no Sul, 3 no Centro-oeste, 3 no Norte e 18 no Nordeste. (Com informações da RBA).

Historiador Leandro Karnal explica por que voto em Bolsonaro é incompatível com a civilização


Karnal explica por que o voto em Bolsonaro é incompatível com a civilização. (Imagem capturada do vídeo abaixo). 

O historiador, escritor e professor da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Leandro Karnal, explicou por que voto em Bolsonaro é incompatível com a civilização.

Karnal é Doutor em História Social pela Universidade de São Paulo (usp) e especialista em História da América. Foi chefe do Departamento de História da Unicamp. É membro da Associação Nacional de História (anpuh) e da Associação Nacional de Pesquisadores de História Latino-Americana e Caribenha (anphlac). Publicou diversos livros e artigos, sendo um dos pensadores mais conhecidos e influentes do Brasil.

Abaixo o vídeo em que ele explica por que o voto não é compatível com a civilização:

          

Carteira de trabalho verde e amarela de Bolsonaro ampliaria a informalidade


Proposta serve para "constranger" trabalhador a optar pela retirada dos próprios direitos. (Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil).

Uma "nova carteira de trabalho verde e amarela" é a única proposta que consta no plano de governo do candidato Jair Bolsonaro (PSL) para combater o desemprego, o mais grave problema econômico do país que atualmente atinge 12,7 milhões de pessoas, segundo dados do IBGE. Com tons patrióticos, a nova modalidade, "voluntária", será alternativa à já conhecida carteira azul que atualmente regula as relações de trabalho de cerca de 32 milhões de trabalhadores brasileiros, e lhes garante direitos.

"Assim, todo jovem que ingresse no mercado de trabalho poderá escolher entre um vínculo empregatício baseado na carteira de trabalho tradicional (azul) – mantendo o ordenamento jurídico atual –, ou uma carteira de trabalho verde e amarela (onde o contrato individual prevalece sobre a CLT, mantendo todos os direitos constitucionais)", diz trecho do programa Brasil Acima de Tudo Deus Acima de Todos. Em debates e declarações, Bolsonaro é ainda mais explícito e diz que, num eventual governo seu, o trabalhador deverá escolher entre ter direitos e não ter emprego ou ter emprego e não ter direitos.

"Não é o trabalhador que vai escolher. Vai ser uma imposição da vontade da empresa, do empregador, que vai determinar a condição de contratação", rebate a pesquisadora do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho (Cesit) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Marilane Teixeira. Trata-se de uma proposta ainda "mais selvagem" que a dita "reforma" trabalhista implementada pelo governo Michel Temer, que alterou mais de 200 artigos da CLT, com a mesma promessa de estimular a criação de empregos, e ainda não deu resultados, nem deve dar.

A "reforma" também já permite a flexibilização de direitos – o chamado "negociado sobre o legislado" – mas que depende que a empresa negocie essas alterações com o sindicato que representa o trabalhador em questão. Com a "verde e amarela", o trabalhador deverá fazer essa opção individualmente, ficando ainda mais exposto à exploração.

"Não se contentam em ter feito uma reforma que já flexibiliza formas de contratação, que dá liberdade para o empregador contratar com jornadas e salários diferenciados. Ainda inventam uma carteira verde e amarela para constranger o trabalhador em nome de uma ideia de que é ele que está escolhendo", diz a pesquisadora da Unicamp, que classifica a proposta como "perversa".

É como se o indivíduo endossasse a retirada dos próprios direitos, diz a professora do Departamento de Economia e da pós-graduação Universidade de São Paulo (USP) Leda Paulani, que atribui a inovação ao assessor econômico de Bolsonaro, o economista Paulo Guedes, sócio do grupo Bozano Investimentos. "Tem efeito mais simbólico que qualquer outra coisa. Se ele concorda em perder direitos, não precisa de carteira. Vai lá, trabalha informalmente, ajusta tudo com o patrão, e pronto. Se é para não ter direitos, tanto faz ter ou não carteira."

Como grande parte das propostas do candidato, a proposta se alimenta do medo das pessoas em relação ao desemprego, diz a professora da USP. "É óbvio que nessa atual situação, muita gente vai cair nessa. Querem criar oficialmente a classe do sub-trabalhador, que informalmente já existe. O trabalho informal atinge 33 milhões", destaca ela.

O risco, de acordo com as duas economistas, é de pouco a pouco a dita carteira proposta por Bolsonaro substituir a tradicional, o que representaria a universalização da informalidade. "O que ele quer fazer? É transformar esses 32 milhões que hoje têm acesso a como em trabalhadores informais, se somando aos outros 33 milhões de trabalhadores informais que não têm acesso a esses direitos", diz a pesquisadora do Cesit. As economistas também são unânimes em dizer que o período de 2003 a 2014, quando foram criadas mais de 20 milhões de vagas de emprego com carteira assinada, serve de exemplo de que não é necessário retirar direitos para criar postos de trabalho.

Paulani lembra ainda que, quando a economia se aquece, o empregador é o primeiro a desejar a formalização, de maneira a garantir a permanência do trabalhador na empresa. Por outro lado, Marilane diz que o empresário não vai contratar mais, mesmo que a mão de obra esteja mais barata, se suas vendas não aumentam. Mas não vão perder a oportunidade de exterminar direitos quando a economia reaquecer e voltarem a recontratar. Elas dizem ainda que muitos desses direitos que seriam eliminados com a carteira verde e amarela, como o pagamento de férias remuneradas e horas-extras, significam perda ainda maior no poder de consumo da população. Isso, em vez de resolver, pode agravar a crise econômica, agravando ainda mais o desemprego. (Com informações da RBA).

Eunício Oliveira não consegue reeleição para o senado


Eunício não consegue reeleição para o senado. (Foto: Reprodução).

O presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE) não obteve votos suficientes para se reeleger como senador. Com 100% das urnas apuradas, Eunício Oliveira tem 1.313.793 votos, equivalente a 16,93% dos votos válidos.

As duas vagas para senador no Ceará ficaram com Cid Gomes (PDT), com 3.228.533 votos (41,62%) e Eduardo Girão (PROS), com 1.325.786 votos (17,09%).

Atual presidente do Senado, Eunício Oliveira foi reeleito ao cargo de Senador pelo MDB e cumpre oito anos de mandato. Já foi deputado federal por três legislaturas - no período de 1999 e 2010 - e ministro das Comunicações do Governo Luís Inácio Lula da Silva, entre 2004 e 2005.

Campanha

Aliado de Camilo Santana (PT) nesta campanha eleitoral, Eunício Oliveira conseguiu desbancar o apoio do PT à reeleição de José Pimentel - cujo mandado no Senado termina em janeiro de 2019 - em troca do fortalecimento da candidatura do governador e do grupo político formado por ele que contou com o apoio de 24 partidos políticos.

Se, por um lado Camilo Santana optou por transitar em palanque duplo - com apoio a Ciro Gomes e Fernando Haddad, para a presidência da República, Eunício Oliveira revelou apoio ao candidato petista, Fernando Haddad. (Com informações do G1).

Camilo Santana é reeleito governador do Ceará com quase 80% dos votos


Camilo Santana é reeleito governador do Ceará. (Foto: Reprodução/Facebook).

Camilo Santana (PT) foi reeleito governador do Ceará neste domingo 7, com 79,9% dos votos. O segundo colocado na disputa foi o tucano General Theophilo, que obteve apenas 11,3% dos votos.

O petista alcançou a reeleição no primeiro turno sendo o governador mais bem votado do País. Camilo liderou com folga a disputa desde o início da campanha, como já indicavam as pesquisas de intenção de voto.

Após a eleição de Camilo em 2014, boa parte da oposição foi para a base do governo, o que explica da falta de adversários no estado. No Ceará, a base oficial do governo conta com os partidos PP, DEM e MDB. Na Assembleia Legislativa, ainda fazem aliança com o PDT o PRB e o Patriota. Izolda Cela, vice de Camilo, é do PDT.

Assim como outros governadores do nordeste que se reelegeram agora no primeiro turno, como Flávio Dino, no Maranhão, Camilo se destacou por ter priorizados áreas sociais de forte impacto na região, como a educação.

 De liderança estudantil a servidor público

Camilo Santana é engenheiro civil, e um político consolidado em seu estado, o Ceará, tendo ocupado por diversas legislaturas o cargo de deputado estadual. Se formou na Universidade Federal do Ceará (UFC), onde também se tornou mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente.

Foi diretor do Diretório Central dos Estudantes da UFC. Foi Secretário do Desenvolvimento Agrário do Estado do Ceará no governo de Cid Gomes, de 1 de fevereiro de 2007 a 31 de dezembro de 2010, além de Secretário das Cidades.

Foi ainda servidor público federal concursado, quando ocupou a superintendência adjunta do Ibama no Ceará em 2003 e 2004. Em 2014, foi eleito pela primeira vez governador do Ceará. (Com informações de CartaCapital).


Ciro declarou segundo voto ao senado em candidatura do Psol


Ciro declarou segundo voto ao senado em candidatura do Psol. (Foto: Carlos Holanda/Especial para O POVO).

O candidato à Presidência da República, Ciro Gomes (PDT), afirmou em coletiva de imprensa, na manhã deste domingo, 7, ter votado em um candidato do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) para o Senado em sua segunda opção. A sigla tem duas candidaturas ao Senado Federal: Pastor Simões e Anna Karina.  As declarações foram dadas na sede da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa-CE), onde vota Ciro.

Forte opositor de Eunício Oliveira, já era esperado que Ciro não votasse no emedebista, apesar da aliança informal  firmada entre o governador Camilo Santana (PT), Cid Gomes (PDT) e Eunício Oliveira (MDB) para o Senado.

No plano estadual, o Psol é, inclusive, partido de oposição ao grupo político capitaneado por Ciro Gomes. Em entrevista ao Blog Política na última sexta-feira, 5, o candidato ao Governo do Ceará, Ailton Lopes (Psol), disse que gostaria de ir ao segundo turno com Camilo que, segundo ele, “é preciso enfrentar esse projeto e mostrar a tragédia que ele é para o Ceará”.

Sobre o apoio a Eunício, Cid Gomes afirmou, em coletiva, também na Sesa, que converge em 99% com o irmão. Disse, entretanto, que tem suas convicções e Ciro as dele. (Com informações de Heloisa Vasconcelos e Carlos Holanda, no O POVO).

Tirar selfie? Cola eleitoral? O que pode e não pode no dia da votação

Imagem puramente ilustrativa. (Foto: Reprodução).

Neste domingo (7), eleitores irão às urnas em todo o país para escolher os futuros governantes. Pela Lei Eleitoral, os eleitores precisam respeitar algumas regras nos locais e no dia da votação.

Uso de bandeiras e camisetas do candidato

O eleitor pode demonstrar a preferência por um candidato, desde que seja de maneira individual e silenciosa. São permitidas bandeiras sem mastro, broches ou adesivos no local de votação. Uso de camisetas foi liberado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O eleitor poderá usar a camiseta com nome de seu candidato preferido, sem fazer propaganda eleitoral a favor dele. A camiseta não pode ser distribuída pelo candidato.

Cola eleitoral

O eleitor pode levar, em papel, os números dos candidatos anotados. A cola eleitoral (imprima aqui)  é permitida e recomendada pela Justiça Eleitoral, pois o eleitor irá votar para cinco cargos (deputado federal, deputado estadual ou distrital, dois senadores, governador e presidente). Não é permitida a "cola" em celular na hora de votar.

Uso de celular e tirar selfie

Na cabine de votação, celulares, máquina fotográficas, filmadoras ou outro dispositivo eletrônico não são permitidos. Os equipamentos podem corromper o sigilo do voto, ou seja, não pode tirar selfie na hora da votação ou tirar foto do voto. O eleitor que baixou o e-Título vai apresentá-lo ao mesário e depositará o celular em uma mesa enquanto estiver na cabine de votação. Ao final, o aparelho será devolvido pelo mesário.

Acompanhante

O eleitor com deficiência ou mobilidade reduzida poderá contar com o auxílio de pessoa de sua confiança na hora de votar, mesmo que não tenha feito o pedido antecipadamente ao juiz eleitoral.

Alto-falante e carreatas

Uso de alto-falantes, caixas de som, comícios e carreatas são proibidos.

Boca de urna

Tentar convencer um eleitor a votar ou não em um candidato é proibido. A propaganda de boca de urna também não é permitida. São consideradas boca de urna, por exemplo, a distribuição de panfletos e santinhos de candidatos, a aglomeração de pessoas usando roupas uniformizadas ou manifestações nas proximidades das zonas eleitorais.

Bebida alcoólica

A legislação eleitoral proíbe a venda de bebida alcoólica das 6h até as 18h no dia da eleição. No entanto, cabe a juízes e às Secretarias de Segurança Pública de cada unidade da Federação decidirem sobre a proibição da venda e do consumo nos estados ou até em cidades. (Com informações da Agência Brasil).

Pesquisa Ibope: Haddad vai a 23% e vence em segundo turno


Haddad vai a 23% e vence no segundo turno. Foto: reprodução/ RBA.

Nova pesquisa do Ibope, divulgada na noite desta quarta-feira (3), mostrou estabilidade na disputa presidencial, mas agora com ligeira vantagem para o candidato Fernando Haddad (PT) no segundo turno. Segundo o instituto, na sondagem para o primeiro turno, Jair Bolsonaro (PSL) oscilou de 31% para 32%, enquanto Haddad foi de 21% para 23%. A pesquisa foi contratada pela TV Globo e pelo jornal O Estado de S.Paulo.

Na sequência aparecem Ciro Gomes (PDT), com 10% (tinha 11% no levantamento anterior), Geraldo Alckmin (PSDB), com 7% (estava com 8%), e Marina Silva (Rede), que manteve 4%. Os candidatos Henrique Meirelles (MDB) e João Amoêdo (Novo) têm 2% cada.

Com 1%, figuram Alvaro Dias (Pode) e Cabo Daciolo (Patriota). Eymal (DC), Guilherme Boulos (Psol), João Goulart Filho (PPL) e Vera Lúcia (PSTU) não pontuaram, segundo o Ibope. Votos em branco e nulos totalizam 11%, enquanto 6% não souberam responder ou não responderam.

Considerados os votos válidos, Bolsonaro tem 38% e Haddad, 28%. Depois vêm Ciro (12%), Alckmin (8%), Marina (4%) e Amoêdo (3%).

Nas simulações de segundo turno, Haddad leva vantagem sobre Bolsonaro: 43% a 41%. Há dois dias, estavam empatados em 42%. Ciro também vence o ex-militar, por 46% a 39% e Alckmin fica ligeiramente à frente (41% a 40%). Bolsonaro vence Marina (43% a 39%). Em quase todos os cenários (exceção para Ciro x Bolsonaro) a situação é de empate técnico, já que a margem de erro é de 2 pontos percentuais.

O presidencial do PSL segue sendo o candidato mais rejeitado, com 42%. Em seguida estão Haddad (37%), Marina (23%), Alckmin (17%), Ciro (16%) e Meirelles (10%).

O Ibope informa ter entrevistado 3.010 eleitores na segunda-feira e ontem (2). O nível de confiança é de 95%.  (Com informações da RBA).



Candidatos como o #EleNão não era para estar pontuando nas pesquisas, quiçá liderando as intenções de voto


Bolsonaro. (Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo).

Peço, de forma antecipada, desculpas aos/as que se sentirem atingidos/as. Mas eu fiz e faço um esforço diário para entender e compreender quem não teve a oportunidade de estudar ou prosseguir nos estudos queira votar em Bolsonaro. Muitas das vezes as únicas informações que lhes chegam vêm do rádio e da televisão que são veículos tradicionais e que na grande maioria das vezes não primam pela pluralidade das informações, demonizando partidos e pessoas e omitindo e sonegando informações que seriam fundamentais para essa parcela do eleitorado.

Agora, não consigo entender e muito menos compreender que pessoas que tiveram a oportunidade de estudarem, de terem diplomas de nível superior e outros/as tantos/as tendo inclusive assumido a missão de lecionar votarem no candidato do PSL. Não dá para compreender porque simplesmente foge a tudo que aprendi sobre o que seja educação. Foge, portanto, de tudo o que durante anos e anos aprendi na escola, em casa e em outras espaços como sendo a forma mais saudável de se viver/conviver. Não dá para compreender também porque a imagem de professor e de professora que sempre idealizei e ainda idealizo é a daquela figura que sempre pauta em suas conversas que devemos respeitar o outro e não incitar o ódio; que dialoga e não impõe; que prima nos seus discursos pela valorização da diversidade, da pluralidade e, isso, significa que ninguém é igual a ninguém, mas nem por isso (e até mesmo por isso) há pessoas superiores ou inferiores; que mesmo não sendo da área de ciências humanas, de História especialmente, nunca negou fatos históricos.

Formadores/as de opinião era para estarem ajudando a combater o conservadorismo e o retrocesso representando pelo candidato já citado. Era para estarem, de igual modo, nos ajudando a afirmar e refirmar que a homofobia, o machismo, a misoginia e o racismo são critérios mais que suficientes para não conduzir alguém a qualquer cargo eletivo, pois fere brutalmente os princípios democráticos e atinge essencialmente a dignidade humana. Ademais, professores/as que votam nele aceitam tudo isso e ainda concordam que são doutrinadores/as.

Em uma país realmente politizado e cidadão, candidatos como o #EleNão não era para estar pontuando nas pesquisas, quiçá liderando as intenções de voto.

Quanto a nossa juventude, desacreditada da forma de se fazer política, saiba que não só vocês estão assim. Nós também. Porém, o caminho que muitos da juventude estão seguindo pode levar a destino que vocês não presenciaram, mas estudaram - a ditadura. E o candidato que alguns pretendem votar já foi explícito: "o erro da ditadura foi torturar e não matar".

Por fim, mas não menos importante, faço um apelo para aquelas e aqueles colecionadores/as de currículo. Se posicionem. A vida é política. Isenção nunca foi o melhor caminho para resolver os problemas do país.

Opção nesse terreno polarizado que se tornou o processo eleitoral temos. Basta que saiamos da caixa que a mídia nos colocou ao apresentar e divulgar sempre as mesmas pessoas. Ousemos a pensar por nós mesmos e a caminhar com nossas próprias pernas.

Por que resultados tão diferentes? Bolsonaro 31%, Haddad 21%. Jornal da Record: Bolsonaro 29%, Haddad 24%


Bolsonaro cresce, enquanto Haddad permanece estável na pesquisa Ibope. (Foro: Reprodução/Revista Fórum).


De acordo com pesquisa Ibope divulgada na noite desta segunda-feira (1º), o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, tem 31% das intenções de votos, quatro pontos a mais em relação ao último levantamento. O candidato à Presidência da República pelo PT, Fernando Haddad, manteve 21%.

Na sequência, aparecem Ciro Gomes (PDT), com 11%, oscilando um ponto para baixo. Geraldo Alckmin (PSDB) manteve os 8% da pesquisa anterior, enquanto Marina Silva (Rede) está agora com 4%, dois pontos a menos do que na última pesquisa.

João Amoêdo (Novo) tem 3%, Alvaro Dias (Podemos) aparece com 2%, mesmo percentual de Henrique Meirelles (MDB). Cabo Daciolo (Patriotas) tem 1%. Votos nulos e brancos somam 12% e não souberam ou não quiseram responder são 5%.

Segundo turno

O Ibope fez também outras simulações de segundo turno:

:: Ciro 45% x 39% Bolsonaro

:: Alckmin 42% x 39% Bolsonaro

:: Marina 38% x 43% Bolsonaro

:: Haddad 42% x 42% Bolsonaro (39% x 39%)

A pesquisa tem margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos e foram entrevistados 3.010 eleitores em 208 municípios. A pesquisa foi realizada nos dias 29 e 30 de setembro e tem registro no TSE com o número 08650/2018. O nível de confiança é de 95%.

RealTime Big Data/Record

O Jornal da Record divulgou também nesta segunda-feira levantamento feito pela empresa RealTime Big Data. A pesquisa traz Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT). No levantamento, os candidatos aparecem com 29% e 24%, respectivamente. Ciro tem 11%, Alckmin 7% e Marina 5%.

Em segundo turno contra o ex-militar, a vantagem é de Haddad, 45% a 41%. A pesquisa foi realizada nos dias 28 e 29 de setembro, com 3.200 entrevistados. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%. O levantamento está registrado no Tribunal Superior Eleitoral sob o número: BR-06298/2018. (Com informações da Revista Fórum).



Datafolha confirma ascensão de Haddad, que sobe seis pontos e supera Bolsonaro no segundo turno

(Foto: Ricardo Stuckert).

A pesquisa eleitoral do Datafolha, divulgada nesta sexta-feira (28), segue a mesma linha do levantamento anterior, mostrando a evolução da candidatura de Fernando Haddad (PT). O petista subiu seis pontos, indo de 16% para 22%. Jair Bolsonaro (PSL) manteve 28%. No entanto, em eventual segundo turno, a pesquisa anterior apontava empate entre os dois, ambos com 41%. Agora, Haddad está em vantagem com 45% contra 39% de Bolsonaro.

Resultado de todos os candidatos: Jair Bolsonaro (PSL): 28%; Fernando Haddad (PT), 22%; Ciro Gomes (PDT), 11%; Geraldo Alckmin (PSDB), 10%; Marina Silva (Rede), 5%; João Amoêdo (Novo), 3%; Henrique Meirelles (MDB), 2%; Álvaro Dias (podemos), 2%; Cabo Daciolo (Patriota), 1%; Vera Lúcia (PSTU), 1%; Guilherme Boulos (PSOL), 1%; João Goulart Filho (PPL), 0%; Eymael (DC), 0%; brancos ou nulos, 10%.

O Datafolha ouviu 9 mil eleitores entre quarta-feira (26) e sexta-feira (28). O nível de confiança é de 95%, com margem de erro de 2 pontos percentuais para mais ou menos. (Com informações da Revista Fórum).


Bolsonaro cai 3 pontos e Haddad sobe cinco e vence em possível 2º turno


(Foto: Reprodução).


A dez dias do primeiro turno, o ex-prefeito paulistano Fernando Haddad (PT) voltou a crescer e agora está em situação de empate técnico com o deputado Jair Bolsonaro (PSL), hospitalizado há 21 dias após ser vítima de um ataque a facada durante ato de campanha em Juiz de Fora (MG).

É o que mostra pesquisa instituto Brasilis realizada nos dias 25 e 26 de setembro. De acordo com o levantamento, Bolsonaro oscilou negativamente 3 pontos percentuais em relação à semana passada e agora tem 27% das intenções de voto. Já Haddad saltou de 17% para 22% no mesmo período, diminuindo para 5 pontos percentuais uma diferença que era de 13. Considerando a soma das margens de erro para cada candidato, o quadro é de empate técnico. A pesquisa está registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com o código BR-00592/2018 e tem margem de erro de 3,5 p.p. para cima ou para baixo.

"A nova rodada da pesquisa revela um fortalecimento consistente da candidatura de Fernando Haddad. Ao mesmo tempo, há sinais de que Bolsonaro passou a sentir tanto o golpe dos ataques de Alckmin quanto sua ausência da campanha em função da convalescença da facada", observa o cientista político Alberto Almeida, sócio-diretor da Brasilis. O resultado da pesquisa reforça a tendência de segundo turno entre Haddad e Bolsonaro.

Em outro pelotão, aparecem os ex-governadores Geraldo Alckmin (PSDB), com 10% – 3 p.p. a mais do que no último levantamento – e Ciro Gomes (PDT), que oscilou positivamente de 7% para 8%. A ex-senadora Marina Silva (Rede) apresentou oscilação negativa de 1 p.p. e agora tem 5% das intenções de voto. O senador Álvaro Dias (Podemos) e o empresário João Amoêdo (Novo) também apresentaram variação negativa dentro da margem de erro e têm 3% cada. Considerando a margem máxima de erro, esses cinco candidatos estão em empate técnico.

"Para que um dos demais candidatos se torne capaz de ir ao segundo turno, deslocando ou Bolsonaro ou Haddad, é preciso retirar para si, ao menos, 0,8 ponto percentual por dia dos candidatos favoritos a se qualificarem para o segundo turno. Não há sinais consistentes de que isso possa ocorrer", avalia Almeida.

Na simulação de segundo turno entre Bolsonaro e Haddad, o petista aparece à frente por diferença fora da margem de erro: 44% contra 36%. Uma semana atrás, os dois empatavam tecnicamente, com o deputado numericamente à frente por placar de 42% a 40%.

Foram realizadas 1000 entrevistas por telefone em todas as regiões do país nos dias 25 e 26 de setembro. A margem de erro máxima é de 3,5 pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança da pesquisa é de 95%, o que significa que, se o questionário fosse aplicado mais de uma vez no mesmo período e sob mesmas condições, esta seria a chance de o resultado se repetir dentro da margem. (Com informações do Brasil 247).

Indígenas buscam mais espaço na política


Telma Taurepang, do PCB, concorre ao Senado pelo Estado de Roraima - terra de Romero Jucá, envolvido em escândalo durante sua passagem pela presidência da Funai. (Foto: Reprodução/Facebook).

O ano de 2017 não foi fácil para os povos originais do Brasil. Com uma canetada, Michel Temer acabou com 347 cargos na Funai – deixando ainda mais abandonados os mais de 800 mil indígenas, de 300 etnias existentes no País.

Por essa mesma época, em abril do ano passado, a socióloga Azelene Kaingang assumiu a Diretoria de Proteção Territorial da Funai. De origem indígena, Kaingang trabalhou junto à LLX, em 2008, para negociar com índios a troca de suas terras por fazendas, carros e salários. E é acusada de violações de direitos indígenas. Para fechar o pacote, Temer ainda atrasou a demarcação de terras a essas comunidades.

No melhor dos mundos para essa população, 2019 começaria com Sônia Guajajara e Guilherme Boulos, do PSOL, subindo a rampa do Planalto. “Temos de contrapor esse modelo econômico baseado na produção, no uso da terra e na exploração das florestas e dos rios. Os projetos de hoje passam por cima das comunidades e não são tão eficientes”, contou a vice de Boulos em entrevista recente a CartaCapital.

“No atual governo, os retrocessos deixaram de ser ameaças e se tornaram casos concretos. Em diversos estados as demarcações de terra foram anuladas”, completou. Guajajara é a primeira indígena a compor uma chapa presidencial. Mas dificilmente tem chances - segundo a última pesquisa Datafolha, a dupla tem só 1% de intenção de votos.

Fora o sonho do Planalto, falta a eles representatividade até mesmo no Congresso. Só o cacique Márcio Juruna, nos anos 1980, conseguiu ocupar o cargo de deputado federal na história desse país. Nunca houve outro representante indígena eleito, seja à Assembleia estadual ou federal. Para piorar, nas últimas eleições,o que se viu foi um aumento da bancada ruralista. Em 2018, eles esperam eleger ao menos alguns de seus 130 candidatos – um recorde de inscrições indígenas.

Telma Taurepang é uma delas. Candidata ao Senado pelo PCB de Roraima, quer ganhar uma cadeira para lutar pelas demarcações e pelos direitos das comunidades tradicionais. “Todos esses que estão na política ou nunca olharam para questões indígenas ou colocaram em segundo plano. Queremos fazer valer os artigos 231 e 232 da Constituição, que nos garantem os direitos às nossas terras, à educação diferenciada, à saúde, moradia”, explica.

A briga pelo Senado no estado tem um velho conhecido: Romero Jucá. Em 1987, quando presidiu a Funai, Jucá reduziu o território dos Yanomami e costurou acordos entre indígenas e madeireiras para explorar florestas nativas.

Ao contrário de Taurepang, nem todos os candidatos de etnia indígena se interessam pelas pautas de proteção ao meio ambiente ou às próprias causas. “Do mesmo jeito que tem indígenas que lutando muito firmemente pela sua origem e historia, que viveram processos de lutas, tem aqueles que não participam desse processo, que não viveram a luta, e estão usando a imagem indígena como negócio”, explicou Francisco Piyãko, candidato a deputado federal no Acre, pelo PSOL, ao colunista Felipe Milanez.

Como pensam os presidenciáveis

Piyãko se indigna com os indígenas favoráveis ao candidato Jair Bolsonaro, do PSL. Aliás, o vice de sua chapa, General Mourão, autodeclarou-se no TSE como indígena. Dias antes, Mourão havia anunciado sua origem indígena, por ter um pai amazonense, sem deixar de citar que “nossa herança da indolência” vem desses povos. Bolsonaro também já cansou de dizer que discorda da política de demarcação de terras, por atrapalharem o agronegócio, ou impossibilitarem a construção de hidrelétricas no norte do país. Ainda assim, há indígenas encantados pelo discurso do militar.

Bolsonaro aparece, de longe, como o candidato menos interessado em questões ambientais e manter ou preservar os direitos das comunidades tradicionais. De acordo com o Observatório do Clima, Marina Silva, da Rede, e Fernando Haddad, do PT, vem logo atrás da chapa composta por Bolous e Guajajara, que tem o mais completo programa de governo sobre o tema. “PT, PSOL e Rede se interessam mais pelas populações tradicionais. Demonstram uma maior compreensão do caráter estratégico desses ativos socioambientais como estratégia de desenvolvimento para o futuro do país”, explica Marcio Santilli, sócio-fundador do Instituto Socioambiental (ISA).

Marina Silva propôs em seu programa a criação de um fundo de regularização fundiária, para indenizar produtores rurais assentados pelo próprio governo em terras indígenas e devolvê-las a essa população. Também quer tirar da fila as demarcações pendentes na Justiça.

Já o PT garante o compromisso, mas sem soluções, de forma mais genérica. “Promoverá a reforma agrária, a titulação das terras quilombolas e a demarcação das áreas indígenas (...)”, informa o programa de governo do partido. “Houve uma preocupação de encaixar essa questões ao que chamam de ‘transição ecológica’. E, embora seja mais sintético, resumido, vejo uma absorção boa em relação às questões indígenas”, avalia Santilli.

Ciro Gomes (PDT), por outro lado, trata de forma ainda mais genérica, sem firmar qualquer compromisso. E gera apreensão, já que Kátia Abreu, sua companheira de chapa, nunca fez questão de esconder seu envolvimento com o agronegócio. Em um dos debates, no entanto, Ciro afirmou que ela já entendeu a “necessidade de equilíbrio” nesse ponto.

Essa “necessidade de equilíbrio” gera lucro ao país. Segundo relatório do ISA, a comercialização de produtos existentes na biodiversidade brasileira, como açaí, castanha brasileira, erva-mate, amêndoa de babaçu, entre outros, movimentou cerca de 1,5 bilhão de reais entre 2013 e 2016.

E não dá para esquecer a importância ambiental dessas terras. Ainda de acordo com o ISA, metade dos 52 gigatoneladas do estoque de carbono estão armazenados em Unidades de Conservação e em terras indígenas.

Se essas áreas de vegetação nativa cederem lugar ao agronegócio, ou se perderem entre queimadas e desmatamentos, o impacto é óbvio: agravamento do aquecimento global. Além disso, segundo pesquisadores, não fosse pela Amazônia, o sudeste viraria um deserto – a floresta manda umidade para cá e, com isso, provoca chuvas. Imagine, então, quanto custaria ao governo (ou seja, a nós) investir em estratégias ou tecnologias para acabar com a seca. Ou quanto tempo levaria até desfazer o estrago por entregar as florestas brasileiras ao agronegócio – em vez de deixá-las sob os cuidados das comunidades indígenas. (Com informações de CartaCapital).