Foi
lançado na terça-feira, dia 1º de setembro, às 18h o Memorial da
Democracia, em um evento no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. O Memorial é um
museu virtual de iniciativa do Instituto Lula, que será responsável pela
construção e manutenção do espaço.
O
objetivo é mostrar a história da luta pela democracia em nosso país através de
um formato de apresentação multimídia e interativo.
“A nossa democracia ainda é uma criança. Nós
temos de ver o risco que a democracia corre sempre, permanentemente em todo
lugar”, afirma Clara Ant, diretora do instituto Lula. Ela defende que é preciso
abraçar a democracia “como vital, como algo que realmente deve pautar a vida em
sociedade, algo que deve realmente ser um norte que ninguém pode abandonar.
Isso é, inclusive, o que garante vitalidade dentro da sociedade”, afirmou
para a Rede Brasil Atual.
O
museu será aberto a população com o intuito de dar visibilidade e garantir a
memória histórica do processo de consolidação do direito à crítica, à polêmica,
à livre organização e ao debate aberto e plural.
Concebido
por uma equipe de jornalistas, historiadores, artistas e pesquisadores, o
Memorial quer colocar a disposição de todos os brasileiros conteúdos dinâmicos
sobre a longa caminhada, do Brasil Colônia ao século 21, em busca de democracia
com justiça social.
O
Memorial da Democracia vai oferecer também um acervo documental referente aos
oito anos de mandato do Presidente Lula, que de acordo com o Instituto terá
objetividade historiográfica e rigor museológico, sem nenhuma concessão a
enfoques maniqueístas ou partidarizados. Além disso, propiciará instrumentos
para distintos programas de coleta e sistematização de depoimentos sobre a
história mais recente da reconstrução democrática no Brasil.
O
acervo documental será aberto à visitação pública por intermédio de
equipamentos digitais incorporando moderna elaboração museológica. Com variados
recursos de interatividade, será oferecida aos visitantes uma educativa síntese
sobre a caminhada secular do povo brasileiro rumo à democracia, conjugando
entretenimento, enriquecimento cultural e ampliação do nível de informação e
consciência cidadã. Ao mesmo tempo, será possível percorrer virtualmente todas
as exposições e acessar documentos, fotos e filmes através do sítio internet do
Memorial.
Além
dos espaços expositivos, o projeto inicial também prevê a estruturação de um
Centro de Pesquisa e Documentação e uma área de cursos rápidos sobre variados
temas da educação democrática.
Espaços
comparáveis ao projeto do Memorial têm se mostrado bem sucedidos na valorização de ideais de cidadania, pluralismo,
solidariedade, tolerância, equidade, justiça social e não-violência. Na cidade
de São Paulo, cabe citar o Museu da Língua Portuguesa, o Museu do Futebol, o
Museu da Resistência e o Memorial do Imigrante. Em outros países, despontam
como polos de atração o Museu do Apartheid, em Johannesburg, os Museus do
Holocausto de Washington, Jerusalém e Berlim, o Museu da Resistência de
Varsóvia, bem como o Museu dos Direitos Civis, em Memphis, dedicado à memória
de Martin Luther King, entre muitos outros.
Movimento Estudantil? Presente!
De
acordo com Antônio Alonso, da equipe do Memorial, no acervo documental existirá
em capítulos especiais um que fala especificamente da atuação do movimento
estudantil de 1967 a 1979. O capítulo traz fatos como a destruição do prédio da
UNE, o assassinato do estudante Edson Luis, invasões na UnB, a UNE e demais
entidades estudantis na clandestinidade depois do decreto 447. Em outros
espaços de navegação também poderão ser vistas a atuação dos estudantes na luta
pela democracia em fatos mais recentes como o Fora Collor em 1992. O Museu da
Democracia estará no ar a partir do seu lançamento no dia 01 de setembro pelo
endereço museudademocracia.com.br