Mostrando postagens com marcador Aécio Neves. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Aécio Neves. Mostrar todas as postagens

Os ágapes do Aécio e o potin da vice


Será que o futuro do Brasil pode ser decidido – ou voltar a ser decidido –  em jantares nos Jardins paulistanos?

Pois parece que a melhor fonte de informação das articulações de campanha de Aécio Neves, em lugar das páginas de política é nas colunas sociais, mais especificamente as que narram os potins (recordem-se de Ibrahim Sued, que chamava assim aos mexericos) ocorridos no apartamento do socialite João Dória Júnior.

Foi lá que, há duas semanas, o site de “ricos e famosos” Glamurama, do UOL,  se apresentou o quem-sabe-e-deus-nos-livre Ministro da Fazenda de Aécio, o indelével Armírio Fraga, naquele jantar onde se prometeu aos “papa-fina” as tais medidas impopulares que não se conta para a turma que, no dizer de Horácio Lafer Piva, “vota com o estômago”.

polAgora, novo ágape tucano no mesmo apê, e no Glamurama, diário oficial do pessoal da cobertura – um andar acima do andar de cima do Elio Gáspari – e confirma-se que Mara Gabrilli é a vice favorita do alto tucanato.

Com todo o respeito pela história de superação pessoal da deputada, é incrível que o destino de um país de 200 milhões de habitantes seja decidido nestes eventos sociais da nata financeira, com as mãos devidamente banhadas em lavanda.

A nossa Corte tupiniquim, com seus condes, barões e duques da grana, ainda acha que é possível governar um país sem povo.

E o pior é que alguns na esquerda passaram a achar que é preciso apenas ser “gestor” para bem administrar.

Muitos acham que a política é “suja”, e até é, em muita coisa que deve ser combatida.

É que não imaginam o quanto são sujos estes ambientes “limpinhos” do dinheiro grosso.

A análise é de Fernando Brito e foi publicada originalmente no Tijolaço

Tucano traduz o “vamos assustar”: “é preciso materializar o mal-estar”



O senador tucano Aloisio Nunes Ferreira, hoje, no Estadão, diz o que falta para Aécio Neves “deslanchar”.





Então, tá: o jogo é assim.

A máquina de comunicação, com a ajuda providencial de um mix de “coxismo” e ultraesquerdismo, coloca os brasileiros numa situação de “mal-estar”.

A inflação não explodiu, mas vai explodir.

O desemprego caiu, mas vai aumentar.

A economia não parou de crescer, mas vamos ter recessão.

A Petrobras montou num mar de petróleo, mas vai falir.

A tarifa de luz baixou, mas vai faltar energia.

As nossas seculares carências em matéria de saúde, educação, transportes,já têm uma razão óbvia: é a Copa!

Não sei como não percebemos isso nos 514 anos de Brasil sem Copa!

Ah, não esquecendo que José Dirceu, Genoíno introduziram no país o uso de dinheiro de caixa-2, porque antes deles, imagine, ninguém tinha feito isso,  nem sequer nas milionárias transações da privatização.

E então, neste cenário de caos e degradação, quem surge para nos salvar?

Aécio Neves, o estadista que iluminará o caminho de um tempo novo!

O riso é inevitável.

Mas, exceto pelo “último ingrediente”, os demais componentes da “fórmula tucana” fazem parte da ração diária de “informação” que é dada ao povo brasileiro, reconheçamos.

Até porque é quase completo o silêncio do Governo sobre tudo o quanto se faz na mídia.

Parece que o comando político da administração acha que o povo se esclarecerá sozinho.

Talvez, se estivéssemos numa quadra econômica exuberante, mas não estamos.

E o povo não terá informação “usando o controle remoto para mudar de canal”.

Até porque não há outro canal para mudar.

Nem outro jornal para comprar.

Mal e porcamente um ou outro entrevistado – não os do Governo, que em geral, gaguejam e concedem – ou os blogs ditos “sujos”, destes que vivem pedindo colaboração dos leitores, porque são excluídos da programação de publicidade ou, no máximo, recebem algumas migalhas, fazem o contraponto à máquina de publicar desgraça que se tornou a mídia brasileira.

Polêmica, zero, ou quase zero, porque depende de Lula resolver falar ou de um dos raros momentos que Dilma o faz de forma mais contundente.

Estamos preocupados em “recuperar a confiança do mercado”.

E a da população?

Ela nunca falta, quando o governo age, como no Bolsa-Família, no Mais Médicos, no pré-sal, no Minha Casa, Minha Vida, no Pro-Uni…

É evidente que é preciso restaurar um clima de confiança na economia, mas isso não se fará apenas dizendo que o Brasil cumprirá as metas econômicas que o “mercado” exige, até porque em geral as cumpre e, para isso, não depende só de sua vontade.

É preciso restaurar o clima de confiança na economia naqueles que são a sua maior fonte: o povão.

Não foi assim que Lula “peitou” o tsunami de 2008/2009? Não foi fazendo a imensa força do povo mover a economia num contraciclo à crise mundial?

Ah, mas não tínhamos uma inflação no nível da de hoje…

Pois, senhores e senhores, a inflação de 2008 ia pelo mesmo caminho de alta e, se não fosse a queda abrupta de novembro e dezembro certamente teria estourado o teto da meta, de 6,5%, depois de ficar dois anos abaixo dos 4,5% que os economistas conservadores creem ser o ponto de equilíbrio. Ainda assim, fechou 2008 em 5,9%, o mesmo de 2013.

Como diriam os jornais, hoje: uma alta de 32,5% sobre os 4,45% de 2007 e quase 100% sobre os 3,14% de 2006!

Porque a batalha por corações e mentes que marca uma eleição, se não está boa para quem, na oposição, não é capaz de “materializar o mal-estar”, também não está boa para quem, do lado do governo, precisa do contrário, que é de encher de espírito e objetivos as nossas conquistas e, com o apoio do país que sonhe e deseja o bem estar que eles sempre nos negaram, tenha forças para enfrentar as dificuldades.

Mas fora da caixinha mental onde nos tentam nos prender, com seus economistas de lápis vermelho sobre as orelhas e políticos que dizem que o Brasil não pode dar certo sozinho, mas deve se agarrar ao capital salvador do mundo.

Nesta caixinha, nunca houve surpresas: dela o Brasil sempre saiu fraco e submisso, com um mal-estar que se materializa sem políticos.

Que está no rosto de na vida sofrida de milhões de nossos irmãos, que são uma incômoda imaterialidade para nossas elites.

A análise é de Fernando Brito e foi publicado originalmente no Blog Tijolaço

Aécio, vamos conversar sobre estradas e pedágios? Por que a MG-050 custa o dobro das federais?



O senador Aécio Neves resmungou que a Presidenta Dilma Rousseff não falou na situação das rodovias em seu pronunciamento de final de ano.


Não sou governo, não tenho cargo nem publicidade oficial – embora devesse, porque 2,5 milhões de pageviews mensais coubessem em qualquer mídia “técnica” – mas vou aceitar o desafio do senador.

Sirvo-me da insuspeita matéria do (aliás, ótimo) repórter Dimmi Amora, da Folha, que publica hoje texto mostrando, com dados, que a concessão de rodovias, no Governo Dilma, se deu por preços de pedágio ainda mais baratos que os do Governo Lula, ainda que com mais obras a serem realizadas.

Pena que a matéria de Dimmi não compare com os pedágios concedidos no governo FHC – com os valores da época, atualizados – ou os das rodovias paulistucanas, três ou quatro vezes maiores.

Os leitores paulistas sintam-se livres para fazer as contas com os pedágios daí: os de Lula ficaram em R$3,37 por cada 100 km e os de Dilma por R$ 3,34.

Mas vá lá, embora Aécio seja da família, não foi ele quem fixou aqueles preços.

Vamos, então, senador, conversar sobre uma rodovia que o senhor privatizou como governador, em 2007: a MG-050, que liga Belo Horizonte a São Sebastião do Paraíso, na divisa com São Paulo.

São seis praças de pedágio, não é, senador?

Em cada uma, cobra-se do motorista, R$ 4,40.

Se não me falham as contas, R$ 26,40 por uma viagem pelos seus 406,7 quilômetros.
Ou R$ 6,49 por cada 100 km, quase o dobro da média dos pedágios federais.

Mas será que a MG-050 exigiu do concessionário investimentos pesados?
A concessionária Nascentes das Gerais, em cinco anos de contrato, não duplicou nem 20 km da rodovia.

Agora, o Governo do Estado vai pagar a duplicação de 37,2 km da rodovia, entre Matheus Leme e Divinópolis, com gastos de R$ 230 milhões de dinheiro público. A concessionária diz que assumirá investimentos de R$ 70 milhões na feitura dos acessos às cidades atravessadas pelo trecho a ser duplicado.

Vamos conversar, Senador, sobre os temas que o senhor mesmo sugerir.

Mas depois o senhor não reclame.

Via Tijolaço

Quem viu o Programa de Governo de Aécio Neves?



Com a desistência de José Serra na véspera, Aécio tinha tudo para fazer do lançamento de seu “pré-programa” de Governo um acontecimento.

Afinal, era o início do voo solo do candidato da maior força de oposição do país, agora inconteste representante dos tucanos na disputa.

Tudo foi cuidadosamente montado, até o cenário parecido com o de eventos eleitorais americanos. 

Aécio Neves lança seu pré-programa de Governo para disputa do Palácio do Planalto em 2014. 

E o resultado…Bem, o resultado você viu qual foi.

Ou melhor, não vou, porque não foi.

A ausência de uma menção sequer ao pré-sal, apontada por Saul Leblon em texto indicado aqui, foi uma lacuna no meio do nada.

Até a Folha, que aplaude qualquer crítica ao atual governo, tachou de “sem inspiração” a fala do mineiro.
Sorridente, arrumadinho, mas incapaz de fixar alguma ideia na cabeça de alguém: pronto para o que disse ser esquecido em dez minutos.

E olhe que Dilma Rousseff e Eduardo Campos, adversários de Aécio, não são propriamente donos de um desempenho pessoal  de estrelas.

Aécio tem o discurso do velho, do passado, do pretender apontar maravilhas num período do qual os brasileiros se recordam como pesadelo.

Lembro-me do Tio Ivo, da vila de subúrbio onde passei minha infância, que – cardíaco – jogava com a garotada de “beque parado” e delá nos orientava, aos gritos. Dependendo de quem estivesse com a bola, no time adversário, ouvíamos a sua voz: “larga, deixa sozinho que a Natureza marca”.

Aécio, sem adversários internos e assumindo um clima de amizade ajantarada com Eduardo Campos, está sendo marcado pela natureza da tucanagem.

Eles não tem o que dizer ao Brasil.


Via Tijolaço

Serra Desiste: Um dia triste, pra quem?




Na terceira pessoa – “como a maioria dos dirigentes do partido acha conveniente formalizar o quanto antes o nome de Aécio Neves para concorrer à Presidência da República” –, José Serra entregou formalmente o lugar de candidato do PSDB a Aécio Neves, depois de meses de intrigas e de uma guerrilha de desgaste.

“Devem fazê-o”, sentenciou hoje, pelo Facebook.

Seco, lacônico, apenas agradeceu o apoio (sic) que teve.

Nem uma palavra de incentivo, estímulo, esperança no desempenho ou na vitória do – teoricamente – companheiro de partido.

Mais que uma ausência, o silêncio é uma cortina.

Como o pedido dos versos de Macbeth:

“Estrelas, escondam o seu brilho; não permitam que a luz veja meus profundos e obscuros desejos”

Se acham conveniente…devem fazê-lo.

É um “façam o que quiserem, não digam que não os avisei”.
Serra é um poço escuro aos pés de Aécio.




Via Tijolaço



E aí, Aécio Neves, vamos conversar?




Com um título muito interessante e para mim, soa com um ar de hipocrisia, do senador e pretenso candidato a presidência da república em 2014, Aécio Neves, estamos reproduzindo excelentes sugestões de perguntas do blogueiro Renato Rovai na Revista Forum.

Renato afirma que assistiu a uma recente inserção de TV da agremiação do senador e percebeu que ele está aberto ao diálogo.  “Diz algo assim: ‘Sou Aécio Neves, vamos conversar’. Achei ótima a iniciativa. E por este simples blogue, lhe digo: ‘Sou o Renato Rovai e aceito o convite’. Quero conversar com vossa excelência”, arguiu o Renato. 

Senador Aécio Neves - Pretenso candidato a presidência
pelo PSDB
Num tom de esperança, mas sem perder a capacidade de alfinetar o senador e sua assessoria, Renato lembra que vai enviar oficialmente essa solicitação de conversa.  “Acho que vou falar em entrevista, porque talvez a sua assessoria não entenda o espírito da coisa. Mas que fique claro, será um bate-papo. Aliás, um papo reto (o senhor tem usado este termo) transmitido pela web. No qual farei algumas perguntas sobre temas que me parecem muito importantes. Na sequência, seguem alguns temas das perguntas. Ah, claro, vou abrir para os internautas poderem falar com o senhor. É assim que funciona na lógica do papo reto. As pessoas não ficam com esse lenga-lenga do script televisivo, onde tudo é meio que combinado antes. Por isso não posso lhe garantir que tratarei apenas dos temas abaixo. Mas, confio no seu espírito democrático. E na sua boa intenção e sinceridade ao nos convidar para conversar. E fazer um papo reto”, publicou  o blogueiro.

Vamos aos temas das perguntas

- As privatizações no governo Fernando Henrique e o custo delas para o Brasil

- O mensalão mineiro

- Supostos desvios de recursos da saúde no governo de Minas Gerais

- A investigação do cartel do metrô no governo de SP

- Os motivos que levaram o PSDB a ser contra o Bolsa Família no início do governo Lula

- Por que o PSDB é contra o Mais Médicos

- O silêncio da mídia mineira em relação ao governo de Minas, denunciado como censura econômica por vários jornalistas e movimentos sociais.

- Os motivos que lhe levaram a rejeitar a usar o bafômetro numa blitz no Rio de Janeiro.

- O que o senhor achou daquele texto em espaço editorial, assinado por Mauro Chaves, no jornal O Estado de S. Paulo, cujo título era “Pó parar, governador”.

- Qual a sua real opinião sobre o ex-governador José Serra. É verdade que o senhor e ele têm dossiês impressionantes um contra o outro?

Listei apenas 10 pontos iniciais. Mas como na internet não há limite de tempo, podemos ficar horas conversando. Papo reto, senador. Sem papas na língua. Que tal?

Então, só pra finalizar, vou imitá-lo.

E aí, senador Aécio Neves, vamos conversar?

O dilema da direita: perder com Serra é melhor que perder com Aécio?




Aécio Neves


A crescente “cristianização” de Aécio Neves já salta aos olhos na leitura dos jornais.

(Como eu estou velho, convém explicar que “cristianização” é um termo nascido nas eleições de 1950, quando o PSD abandonou seu candidato oficial, Cristiano Machado)

Serra voltou a movimentar-se com desenvoltura, reativou seus espaços cativos na mídia e deu um leve ânimo aos “comentaristas” políticos –  ávidos por alguém que encarne, com o mesmo ódio vigoroso que têm, a oposição ao governo.

E, nisso, reconheçamos: Serra é um mastim, enquanto a Aécio, por mais que se esforce, com uma gritaria contínua, não consegue se livrar de um certo ar de um tão estridente quanto inofensivo poodle.

Parece claro ao “comando marrom” – royalties para Leonel Brizola, que criou essa brincadeira com o “comando vermelho” para a mídia – que Aécio não tem futuro eleitoral, senão o de deixar com que Marina acabe tomando o lugar de candidata da oposição.

E a mídia, responsável pela projeção da figura de Marina, sabe bem o tamanho que ela tem.

José Serra
Por isso, Serra pôde sair da tumba política, que é, afinal, o lugar onde se retempera e se sente confortável.

Aliás, sai com indisfarçado prazer na execução da primeira parte de sua ressurreição ao mundo político: destruir as veleidades eleitorais dos seus teoricamente “companheiros de viagem” e constrange-los a apoiarem as suas.

O que Serra coloca é claro: se querem um candidato para o enfrentamento, alguém que possa ser capaz de ser um “não” incondicional a “Era Lula” , este sou eu, ninguém mais.

O seu diagnóstico, ontem, sobre as eleições de 2014 é, como raramente acontece, sincero:- Você pode ter três hipóteses, a grosso modo: manter esse quadro, a meu ver, de incerteza. Pode ter um quadro que apareça basicamente da rejeição política, uma outra tendência. E pode ter uma linha de que precisamos ter gente que saiba fazer acontecer.

O primeiro quadro é a inércia, com uma vitória de Dilma pela indefinição de alternativas viáveis.

O segundo, é o crescimento de Marina Silva ou uma improvável recuperação da imagem moralista de Joaquim Barbosa, atingido em cheio por um canhonaço offshore  disparado pela Folha…

E, é obvio, o “precisamos ter gente que saiba fazer acontecer” é ele próprio, Serra.

Ele não pode se dizer favorito, nem ostenta hoje melhores chances que os demais.

Mas é, certamente, a figura capaz de manter alinhados o capital, os políticos, os candidatos e evitar uma debandada pragmática pró-Dilma, porque Marina não tem como acolher, por falta de um “colchão” partidário próprio, a escumalha que vai às eleições apenas para perpetuar posições e interesses pessoais.

Serra é um estigma e sabe disso. Pode até trazer rejeição, mas não é uma marca da qual alguém se livre facilmente, por conveniência política.

Não pode oferecer o triunfo e o botim do Estado, com o que tem hoje. Mas pode dizer que é a única alternativa sólida de que uma aposta no caos econômico, que mude o quadro atual, não venha a trazer situações “inseguras” para a direita.

Serra não é um tolo, um filhinho de papai vaidoso, para quem tudo veio de mão-beijada. Pode ser um monstro, um megalômano, um tirano à procura de um trono.

Mas o conservadorismo brasileiro não é muito diferente disso e, assim, ele pode apresentar-se como que dizendo :

- Tomem, sou eu o que lhes resta para sobreviver, mesmo que apodrecendo a cada dia.

Ninguém pense que 2010 foi o enterro desta última quimera do neoliberalismo.

Via Tijolaço

Aécio Neves, pretenso candidato ao Palácio do Planalto, será julgado por desvio de R$ 4,3 bilhões do setor da saúde



Desembargadores negaram recurso da defesa de Aécio
Neves e mantiveram ação por improbidade administrativa
Foto: Agência Brasil
Por três votos a zero, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) decidiu que o senador Aécio Neves continua réu em ação civil por improbidade administrativa movida contra ele pelo Ministério Público Estadual (MPE).

Aécio é investigado pelo desvio de R$ 4,3 bilhões da área da saúde em Minas e pelo não cumprimento do piso constitucional do financiamento do sistema público de saúde no período de 2003 a 2008, período em que ele foi governador do estado. O julgamento deverá acontecer ainda esse ano. Se culpado, o senador ficará inelegível.

Desde 2003, a bancada estadual do PT denuncia essa fraude e a falta de compromisso do governo de Minas com a saúde no estado. Conseqüência disso é o caos instaurado no sistema público de saúde, situação essa que tem se agravado com a atual e grave epidemia de dengue.

Recurso

Os desembargadores Bitencourt Marcondes, Alyrio Ramos e Edgard Penna Amorim negaram o provimento ao recurso solicitado por Aécio Neves para a extinção da ação por entenderem ser legítima a ação de improbidade diante da não aplicação do mínimo constitucional de 12% da receita do Estado na área da Saúde.

Segundo eles, a atitude do ex-governador atenta aos princípios da administração pública já que “a conduta esperada do agente público é oposta, no sentido de cumprir norma constitucional que visa à melhoria dos serviços de saúde universais e gratuitos, como forma de inclusão social, erradicação e prevenção de doenças”.

A alegação do réu (Aécio) é a de não ter havido qualquer transferência de recursos do estado à COPASA para investimentos em saneamento básico, já que esse teria sido originado de recursos próprios. Os fatos apurados demonstram, no entanto, a utilização de valores provenientes de tarifas da COPASA para serem contabilizados como investimento em saúde pública, em uma clara manobra para garantir o mínimo constitucional de 12%. A pergunta é: qual foi a destinação dada aos R$4,3 bilhões então?


Aécio diz que Brasil é “lanterna em crescimento”; Dilma afirma que nada ameaça conquistas



Senador Aécio (PSDB) usa o 1º de maio para atacar 
o governo Dilma (PT)
Tucano vai a festa da Força Sindical acusar governo de maltratar trabalhadores e de permitir volta da inflação; Gilberto Carvalho responde: ‘Faz 10 anos que a história do país mudou. Pergunta se antes os sindicalistas eram recebidos no Palácio do Planalto’

Representantes do governo e da oposição bateram boca hoje (1º) sobre a inflação durante as comemorações do 1º de Maio organizadas por quatro centrais sindicais brasileiras na zona norte de São Paulo, entre elas a Força Sindical. O assunto já se ensaiava nos discursos dos dirigentes sindicais antes mesmo que o pré-candidato do PSDB à presidência da República, Aécio Neves, tomasse a palavra.

“Não podemos permitir que o fantasma da inflação volte a rondar a mesa do trabalhador brasileiro”, disse o tucano, que foi convidado pessoalmente para a festa pelo presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, que nos últimos meses ensaia deixar o PDT, criar um novo partido e migrar para a oposição a Dilma Rousseff. “É por isso que estaremos sempre vigilantes para que o país não seja mais uma vez, neste ano, lanterna em crescimento na América do Sul.”

Aécio afirmou que o Brasil vem experimentando um ciclo de 20 anos de “conquistas” econômicas e sociais, mas voltou a pregar que os avanços só foram possíveis “porque, um tempo atrás, um grupo de homens públicos, apoiados pela sociedade brasileira, debelou a inflação e acabou com o imposto inflacionário”. O pré-candidato do PSDB fazia referência ao governo de Fernando Henrique Cardoso (1994-2002) e ao Plano Real, que amenizou a inflação vivida pelo país nos anos 1990.

Nas últimas semanas, o senador tem testado o discurso a respeito da inflação como mote para a campanha do próximo ano contra Dilma, que até agora aparece como favorita à vitória. Ele tem acusado o governo de ser “leniente” com a inflação, que em março ultrapassou o teto da meta de doze meses estabelecida pela equipe econômica, de 6,5%. A alta de preços é vista pelo governo como algo temporário e, na comparação com os outros anos, não apresenta comportamento atípico, sendo puxada pela alta nos preços dos alimentos. Com o início da safra, em abril, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, tem afirmado que não será difícil caminhar para dentro da meta, que vem sendo cumprida desde 2005. No último ano do governo FHC, a inflação foi de 12,53%, quase o dobro da registrada agora.

Durante o 1º de Maio, o senador tucano também criticou uma suposta preferência da presidenta Dilma Rousseff (PT) pelas reivindicações do empresariado em detrimento das demandas sindicais. “É preciso que tenhamos um governo que não tenha uma pauta permanente só com o empresariado, mas que construa uma pauta permanente também com a classe trabalhadora brasileira durante todo o mandato, não apenas nas vésperas da eleição.”

Poucos minutos depois, o ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, usou o microfone para rebater as críticas do adversário e defender o governo. “Não é verdade que a inflação vai subir. Ela teve um pico nos últimos meses, é verdade, mas agora começou a cair”, pontuou, ressaltando que Dilma tem sido uma “leoa” em defesa dos trabalhadores. As centrais brasileiras reclamam da falta de diálogo com o governo federal, que ainda não avançou em pautas históricas do movimento sindical, como a redução da jornada de trabalho e o fim do fator previdenciário.

“Faz 10 anos que a história do país mudou. Pergunta se antes os sindicalistas eram recebidos no Palácio do Planalto”, provocou o ministro. “O presidente Lula teve a coragem que ninguém teve de colocar o país a serviço dos trabalhadores.” Gilberto Carvalho lembrou que 86% das categorias profissionais têm conseguido reajustes salariais acima da inflação nos últimos anos e que atualmente a taxa de desemprego está na faixa dos 5,6%.

O ministro do Trabalho, Manoel Dias, também saiu em defesa do governo. “Temos 10 anos de conquistas sociais, com milhões de trabalhadores resgatados da pobreza”, frisou. “Milhões de pessoas foram colocadas na classe média, onde estão tendo acesso a bens de consumo e maior qualidade de vida. Outros tantos milhões foram retirados da miséria extrema.”

No entanto, o ministro contemporizou afirmando que o papel dos sindicatos é cobrar o governo. “Os trabalhadores devem pedir cada vez mais, devem exigir reuniões semanais com a presidenta da República”, afirmou. “Mas a inflação não está fora de controle.”

O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), e a ex-senadora Marina Silva, dois prováveis adversários de Dilma em 2014, também foram convidados por Paulinho, mas não compareceram ao evento, que é organizado por Força, CTB, Nova Central e UGT.

Com informações de Viomundo