![]() |
(FOTO | Jesus Carlos). |
Estamos
no mês da consciência negra, as vésperas do 20 de Novembro, Dia Nacional da
Consciência Negra, e a todo momento pipocando casos de racismo, casos de
violência racial.Nunca foi tão importante entender a necessidade de letramento
racial para toda a sociedade brasileira.
O
Brasil, assim como toda a história da colonização, tem uma história
fraudulenta, um grande estelionato histórico. É imperioso compreender que a
negação da participação negra na construção do país, o respectivo ocultamento
da produção negra nas mais diversas áreas do conhecimento, das artes, da
produção agrícola entrega para a população uma história mentirosa, que não dá a
dimensão real da existência e da importância da população negra.
Segundo
a avaliação que temos o Brasil tem entre as pessoas racistas dois grupos: os
racistas por convicção ideológica, para defesa e manutenção de seus
privilégios, que é a absoluta minoria e um contingente bem maior as pessoas que
são produto de uma educação racista, que naturaliza a perversidade da
desigualdade racial existente em nosso país, por desconhecer completamente a
participação de negras e negros na história do Brasil. É pra este segundo grupo
que o letramento racial faz-se absolutamente indispensável, porque a solução
para o racismo no Brasil não é e nem deve ser um problema somente para os
negros mas é sim um problema pra toda a sociedade brasileira..
Ao
falarmos da educação infantil, ficamos pensando quanto nosso neto de 10 anos é
uma criança privilegiada por conhecer Carolina Maria de Jesus, Solano Trindade,
Abdias do Nascimento, a história do MNU. Já ter ouvido falar nos quilombos e
quilombolas, em Zumbi dos Palmares, Dandara, Tereza de Benguela ou de
Quaritere, nos irmãos Rebouças, Teodoro Sampaio, Juliano Moreira, em Cartola,
Nelson Cavaquinho, Paulinho da Viola, Dona Ivone Lara, Clementina de Jesus e
tantos outros. Que diferença fará este contato com a história da produção
cultural e da resistência negra na formação de um ser humano muito melhor,
preparado para relações sociais que enxerguem a humanidade na sua totalidade,
na busca pelo bem viver.
Por tudo isso é emergencial que se implemente de fato em todo o país a lei 10639/03 e a 11645/08 em escolas públicas e privadas, da educação infantil ao ensino superior. Necessário ainda criar canais de comunicação nas mídias tradicionais e digitais para que o letramento racial se imponha como forma de extirpar o racismo de nossa sociedade.
____________
Texto
de Regina Lúcia dos Santos,
coordenadora estadual do MNU-SP e Milton
Barbosa, um dos fundadores e coordenador nacional de honra do MNU,
publicado originalmente no Alma Preta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Ao comentar, você exerce seu papel de cidadão e contribui de forma efetiva na sua autodefinição enquanto ser pensante. Agradecemos a sua participação. Forte Abraço!!!