Uma
proposta de emenda à Constituição que amplia a jornada escolar da rede pública
para sete horas é considerada prioritária para os líderes partidários na Câmara
dos Deputados (PEC 134/07). O assunto divide opiniões entre parlamentares e
professores.
Pelo
texto, a ampliação da carga horária valerá para a educação infantil e os
ensinos fundamental e médio regulares. As escolas teriam até 2020 para
implantar a nova jornada, que deve incluir também atividades opcionais
extraclasse, após as sete horas diárias mínimas de educação formal.
O
Plano Nacional de Educação (PNE – PL 8035/10), em discussão na Câmara, já prevê
a meta de oferecer tempo integral, gradativamente, pelos próximos dez anos, nas
escolas públicas do País.
Vanhoni: o ensino integral é um instrumento fundamental para melhorar a qualidade da educação no pais. |
Melhorar a qualidade
O
relator do PNE, deputado Angelo Vanhoni (PT-PR), considera o ensino integral um
instrumento fundamental para melhorar a qualidade da educação no País.
"Todas as pesquisas demonstram que, para as
crianças que frequentam o regime integral, o desenvolvimento educacional é muito
mais facilitado do que o regime que temos hoje, que é de quatro horas”,
afirma o relator.
“O que nós precisamos é institucionalizar um
programa nacional de apoio, de estímulo e de meta, porque a aprendizagem, a
qualidade da educação muda no Brasil a partir do momento em que tivermos a
maior parte das nossas crianças na educação integral", acrescenta
Vanhoni.
Faltam condições
A
diretora do Sindicato dos Professores no Distrito Federal, Rosilene Corrêa,
avalia que obrigar as escolas a ampliarem a carga horária sem as condições para
isso pode tornar precário o sistema educacional.
"Primeiro, as escolas não têm espaço físico
adequado para manter esses alunos lá o dia todo. Em muitos casos, estão
considerando como tempo integral, mas os alunos são remanejados para atividades
em outras áreas, como por exemplo, escolas-parque”, diz a sindicalista.
“O aluno vêm de uma escola regular e é
atendido uma ou duas vezes por semana na escola-parque e isso entra na cota de
tempo integral. Outro dia, ele vai para o CIL (Centro Interescolar de Línguas).
Enfim, uma acomodação, porque nossas escolas não estão preparadas, não estão
estruturadas para isso. Para ter o aluno o tempo todo na escola, você tem que
reduzir o número de alunos por cada escola, para que tenha espaço físico para
manter esse aluno lá", acrescenta Rosilene.
Apoio técnico e financeiro
A
proposta de emenda à Constituição em discussão na Câmara determina que para a
implantação progressiva do ensino integral, estados e municípios contarão com
"apoio técnico e financeiro" da União. Estima-se que seriam
necessários R$ 20 bilhões para adotar a jornada de sete horas em todas as
escolas públicas do País.
Outras propostas
Também
tramitam na Câmara outras cinco propostas que instituem o ensino integral na
educação pública. A mais recente é o Projeto de Lei 413/11, do deputado
licenciado Gastão Vieira (PMDB-MA), atual ministro do Turismo.
Entre
outras determinações, esse projeto torna obrigatório o ensino fundamental
regular em tempo integral, com jornada escolar de, pelo menos, sete horas
diárias.
Além
do PL 413/11, tratam de ensino integral as propostas de emenda à Constituição
(PEC) 317/08 e 141/07, que tramitam em conjunto com a PEC 134/07, portanto
prontas para serem votadas em Plenário, e os PLs 5408/09 e 7420/06.
Via Agência
Câmara Notícias
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