Nikolas Ferreira tem perfis suspensos de redes sociais após ataques contra urnas eletrônicas

 

Nikolas Ferreira é eleito o deputado federal mais votado da história de Minas Gerais — Foto: Instagram/ Reprodução.

O deputado federal eleito Nikolas Ferreira (PL) teve os perfis nas redes sociais suspensos por uma determinação judicial, nesta sexta-feira (4). Apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), Nikolas publicou mensagens durante todo o dia, levantando suspeitas sobre a apuração dos votos nas eleições do domingo (30) pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

As contas oficiais que Nikolas mantinha no Twitter e no Instagram já não podiam mais ser acessadas na noite de sexta-feira. Ele mesmo publicou os alertas de bloqueio que recebeu antes de ter o perfil suspenso no Instagram. Em uma das postagens, ele divulga que a suspensão foi atribuída a uma ordem judicial, em um processo que tramita no TSE.

Nikolas também compartilhou a mensagem que recebeu do Twitter — Foto: Reprodução/Redes Sociais.


As acusações do deputado federal eleito contra as urnas eletrônicas tiveram embasamento em um vídeo publicado por um argentino, que fez uma transmissão ao vivo pela internet, atacando o sistema eleitoral brasileiro. Ele mentiu sobre as auditorias das urnas eletrônicas do modelo 2020.

Eu, basicamente, simplesmente, transcrevi o que o argentino disse no Twitter e, provavelmente, foi por isso que derrubaram minha conta no Twitter com quase 2 milhões de seguidores, afirmou em vídeo publicado no Facebook.

O argentino é amigo do deputado Eduardo Bolsonaro (PL).


Deputado federal eleito, Nikolas Ferreira compartilhou alerta de bloqueio do Instagram nas redes sociais — Foto: Reprodução/Redes Sociais. 



O g1 procurou Nikolas Ferreira na madrugada deste sábado (5) e aguarda um retorno com o posicionamento.

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Com informações do G1.

Precisamos de uma Ministra da Cultura que entenda dos problemas cruciais da Cultura Brasileira

 

Professor Henrique Cunha Junior na biblioteca do Sesc São Carlos | Foto: Danny Abensur

Por Henrique Cunha Junior*

As ministras e os ministros devem ser pessoas que conheçam o campo técnico dos seus ministérios. Porque causas importantes são resolvidas nesses ministérios e os ministros estrelas dos palcos desconhecem esses enredos. Patrimônios culturais são parte dos direitos populacionais. Ter uma ministra ou ministro que não sabe o que é isto prejudica o reconhecimento das comunidades de quilombos, o acesso a terra quilombola e a fixação de políticas públicas quilombolas. A casa quilombola tem sido resolvida de forma insatisfatória pois não é tratada devidamente pelo ministério da cultura e dificulta as ações no bom encaminhamento.

A presença das populações negras na cultura brasileira e as diretrizes curriculares de todos os níveis da educação brasileira dependem de uma ação conjunta entre o Ministério da Cultura e da Educação. Trata-se também de um problema técnico que os especialistas sabem tratar os artistas nem sempre sabem tratar.

O combate ao eurocentrismo na cultura brasileira deveria ser uma das pautas ministros no sentido de prover a cultura brasileira de elementos culturais que eliminem a dependência cultural com a Europa e o predomínio das ideologias europeias na nossa formação. Essa política tem dois pontos importantes, um é da valorização do pensamento nacional e das pensadoras e pensadores brasileiros. O outro é do combate ao racismo antinegro, pois a estrutura do racismo é parte da cultura eurocêntrica.

A produção de museus, de bibliotecas, centros culturais,  nas periferias, as formas de produção da cultura como lazer das populações deve fazer parte da pauta que o ministério da cultura tem que dar conta para melhoria das condições de vida da população brasileira. São pautas que são de fundamental importância paras as populações de bairros negros e que precisamos de ministros que conheçam esse universo. Ministro não é dar shows e fazer apenas falas bonitas, é para tratar de questões orçamentárias e políticas que viabilizem esses feitos necessários.

As políticas de produção artísticas e editoriais, ir alem dos repasses de verbas para os grupos estabelecidas e ter um ministério da cultura que resolva os problemas das políticas culturais nacional é um urgência. Eu fique muito triste quando o grande artista Gil foi para o ministério, porque sendo um ídolo não foi criticado, mas a operação do ministério em políticas culturais foi mínima.

Pouquíssimas causas baianas forma realizadas, sendo que o restante do Brasil não se viu representado. Portanto cargo de ministra e ministro não é para amador e nem apenas para personalidades, mas para pessoas com formação técnica e cultural sobre os problemas da cultura nacional.

Precisamos de uma ministra da cultura do conhecimento de Narcimaria Luz da Bahia, de  Leda Martins em Minas Gerais, de Zelia Amador no Para, Helena Theodoro no Rio de Janeiro, pessoas que são dos movimentos sociais e conhecem a problemática da cultura nacional e dentro dela da cultura negra.

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Henrique Cunha Junior é professor da Universidade Federal do Ceará (UFC). Possui mestrado em Dea de Historia - Université de Nancy- França (1981) e Doutorado Em Engenharia Elétrica pelo Instituto Politécnico de Lorraine (1983) e orienta doutoramentos e mestrados em Educação com temas relacionados a história e cultura africana, espaço urbano, bairros negros.

Rebeca Andrade conquista ouro inédito para o Brasil em Mundial de Ginástica

 

Rebeca Andrade recebe 14.400 e faz história!!! Brasileira é campeã mundial de ginástica artística em Liverpool — Foto: Reuters

A ginasta Rebeca Andrade mais uma vez foi destaque em uma competição de ginástica. Na noite da última quinta-feira (03), a atleta conquistou o pódio inédito do ouro no individual geral do Mundial de Ginástica Artística, disputado na arena de Liverpool, na Inglaterra.

Este é um feito histórico para o Brasil: Rebeca Andrade é a primeira brasileira a conquistar a medalha de ouro nesta prova. Com a conquista, agora a atleta possui três medalhas mundiais, sendo que duas foram conquistadas no ano anterior: uma de ouro no salto e outra de prata nas barras assimétricas. Além disso, a ginasta é medalhista olímpica com ouro no salto e prata no individual geral das Olimpíadas de Tóquio de 2020.

O desempenho da atleta em quatro aparelhos neste ano somou 56,899 pontos, ficando um ponto e meio de vantagem da americana Shilese Jones. Rebeca já começou a disputa do Mundial brilhando: no salto ela fez 15,166 pontos e se consagrou a atleta com a maior nota da competição até os dias atuais. O seu segundo aparelho da disputa foi as barras assimétricas, da qual é a atual vice-campeã, pontuando13,800. Na trave, a sua pontuação foi de 13,533 pontos.

Ao chegar na última prova, o solo, Rebeca precisava de apenas 12,000 pontos para subir ao pódio de ouro. Se apresentando ao som de Baile de Favela, marca da atleta, e recebendo o incentivo do público, Rebeca conquistou 14.400 pontos na prova e se consagrou campeã.

Antes do ouro inédito, o pódio do individual geral do Mundial havia sido ocupado somente pela atleta Jade Barbosa, que conquistou o bronze. Agora, além de levar o título de campeã, Rebeca pode conquistar outras medalhas, já que volta à arena neste final de semana para disputar mais três pódios.

Na última terça-feira (1), a equipe brasileira feminina de Ginástica Artística, da qual Rebeca faz parte, participou da disputa das equipes no Mundial de Ginástica e conseguiu o quarto lugar, o seu melhor resultado até então.

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Com informações do Notícia Preta.

Enem: 14 datas importantes que podem cair na prova

 

Caderno de provas do Enem 2021 — Foto: Ana Carolina Moreno/G1.

O aniversário de 200 anos da Independência do Brasil não é a única data importante que os candidatos devem conhecer para a prova do Enem. Por isso, O GLOBO ouviu professores especialistas no exame para apontar 14 efemérides para entrarem no radar dos estudantes. Elas podem aparecer não só na prova de Ciências Humanas, mas também nas avaliações de Linguagens e até Redação.

A lista teve contribuição de Diogo Lúcio Pereira Vieira, professor de História da Escola SEB Unimaster, parceira da Plataforma AZ de Aprendizagem; Ruth Borges, assessora pedagógica do sistema de ensino do Raiz Educação; e Rogério Silveira, professor de geografia do Stoodi.

Os Lusíadas – 450 anos (de 1572)

Escrita por Luís de Camões, um dos mais renomados autores portugueses, a obra foi a primeira epopeia portuguesa impressa, publicada em 1572. O livro aborda a viagem de Vasco da Gama às Índias, como pano de fundo para tratar do processo de expansão marítima e grandes navegações portuguesas. Para isso, utiliza referências religiosas do cristianismo e da mitologia greco-romana.

Independência do Brasil – 200 anos (de 1822)

Em 2022 completamos 200 anos da Independência do Brasil. O processo se iniciou em 1808, com a vinda da Família Real Portuguesa e da corte para nosso território. Normalmente atribuímos a nossa emancipação a D. Pedro I, mas um fato curioso é que a primeira pessoa a assinar a declaração de ruptura brasileira com Portugal foi Leopoldina, esposa de Pedro, no dia 2 de setembro de 1822, dias antes da data oficial.

Revolta do Forte de Copacabana – 100 anos (de 1922)

O início da década de 1920 registrou uma grande agitação política no Brasil, marcada por rebeliões militares. O tenentismo foi um movimento político surgido entre os jovens oficiais das Forças Armadas. De caráter nacionalista e contrário às oligarquias da estrutura política da República Velha (1889-1930), ele representou a entrada da classe média urbana, de onde vinha grande parte desses oficiais, na política brasileira. O levante dos “18 do Forte”, no dia 5 de julho de 1922, foi o marco inicial.

Semana de Arte Moderna – 100 anos (de 1922)

Completando 100 anos em 2022, a Semana de Arte Moderna foi um evento ocorrido São Paulo e que atraiu artistas de todo o território brasileiro. Sua data não foi escolhida ao acaso, mas sim para comemorar o centenário da independência brasileira. No entanto, a Semana de Arte Moderna tinha o objetivo de introduzir novas tendências artísticas ao cenário nacional, rompendo com a estética europeia e buscando um abrasileiramento das artes, especialmente na literatura e na pintura.

Marcha sobre Roma – 100 anos (de 1922)

Em outubro de 1922, tinha início um dos momentos mais sombrios da História italiana: a ascensão do fascismo. Foi através da Marcha sobre Roma – movimento armado organizado pelo Partido Nacional Fascista – que Benito Mussolini chega ao poder na Itália traçando os caminhos para a perseguição política, para o autoritarismo e para o desenrolar da Segunda Guerra Mundial.

Centenário da criação da URSS – 100 anos (de 1922)

Em 1917, o país passou por duas revoluções. A primeira, em fevereiro, depôs o czar Nicolau II, enquanto a de outubro instalou um governo socialista sob o comando de Lênin. Após alguns anos de guerra civil, vencida pelo Exército Vermelho, a União Soviética foi formada em 1922. Com a morte de Lênin, Stalin, que participara da Revolução, conseguiu se consolidar no poder. Ele utilizou meios brutais, como a coletivização forçada dos campos, além de promover uma série de expurgos, assassinando grande parte de outros participantes do movimento de 1917 e oficiais do exército.

Conquista do voto feminino no Brasil – 90 anos (de 1932)

Após intensa campanha nacional, o voto feminino e secreto foi introduzido no Código Eleitoral Provisório de 1932. Mas só era permitido que votassem ou fossem votadas as mulheres casadas com o aval do marido ou as viúvas e solteiras com renda própria. O Código de 1934 retirou essas determinações, mas o voto feminino continuou sendo facultativo, com a obrigatoriedade prevista somente para os eleitores homens. Apenas em 1946 o voto passou a ser obrigatório também para as mulheres.

Revolução Constitucionalista – 90 anos (de 1932)

No ano de 1932, no primeiro governo da Era Vargas – Governo Provisório – eclodia em São Paulo um movimento revoltoso armado, que contava principalmente com a participação de jovens e de cidadãos insatisfeitos com o fim da política do café com leite e com a ausência de uma Constituição que definisse as diretrizes do presidente, dando a São Paulo menor destaque no cenário político. A morte de quatro jovens – Miragaia, Martins, Dráusio e Camargo – deu coro ao movimento MMDC e fez com que o Brasil virasse os olhos para o estado e para a atuação do governo. Mesmo derrotado militarmente, o movimento teve uma vitória significativa: Getúlio Vargas convocou a Assembleia Constituinte que contou com forte participação dos paulistas.

Crise dos mísseis de Cuba – 60 anos (de 1962)

“Os treze dias que abalaram o mundo”. Assim ficou conhecido o período que mobilizou o mundo durante a Guerra Fria – disputa ideológica entre o socialismo soviético e o capitalismo estadunidense – por conta de uma possível guerra nuclear. Após a Revolução Cubana e uma aliança do país com a União Soviética, Cuba se preparava para receber um míssil nuclear em uma de suas bases militares a menos de 550 km dos Estados Unidos. Apesar da gravidade do acontecimento, foi essa crise que iniciou o período chamado de Coexistência Pacífica, com uma comunicação direta entre Moscou e Washington de modo a evitar um conflito da mesma proporção.

Massacre do Carandiru – 30 anos (de 1992)

Cento e onze detentos foram mortos no maior massacre em uma prisão brasileira. Esse evento foi não só um marco histórico, mas também um demonstrativo da falência do sistema prisional brasileiro. Apesar de estar completando 30 anos em 2022, ele não mostra um sistema prisional muito diferente do que vemos nos dias de hoje. Recebemos atualmente duras críticas relacionadas à superlotação de prisões, ao desrespeito aos direitos humanos e à falta de um processo claro de reabilitação e reinserção socioeconômica dos condenados, tema importante para a Redação.

Eco-92 – 30 anos (de 1992)

Eco-92 foi o nome dado à “Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento” estabelecida no estado do Rio de Janeiro. Ela reuniu os chefes de Estado de mais de 170 países numa discussão sobre o desenvolvimento sustentável e a preservação do meio ambiente. Atualmente, com a questão do desmatamento da Amazônia Legal e a alta emissão de gases poluentes pela indústria e o desgaste ambiental causado pela agropecuária o tema se mantém em alta, sendo discutido pelas maiores potências.

Impeachment de Fernando Collor – 30 anos (de 1992)

O candidato mais jovem até então a assumir a presidência do Brasil, Fernando Collor foi acusado pelo seu próprio irmão de envolvimento em corrupção e desvio de dinheiro, o Esquema PC Farias. Com o escândalo vindo a público, as pessoas foram às ruas no movimento conhecido como Caras Pintadas, em que as pessoas pintavam seus rostos de verde e amarelo pedindo a saída do presidente do poder. Um fato curioso é que Collor acabou renunciando antes da votação do seu impeachment.

Rio + 20 – 10 anos (de 2012)

Vinte anos depois da Eco-92, a Rio + 20 abordou dois temas principais: “A economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza”, e a “Estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável”, além de um balanço de tudo o que foi feito de melhorias para o meio ambiente naqueles 20 anos.

Lei das cotas – 10 anos (de 2012)

Em agosto, dez anos depois de aprovada, expira a lei que estabeleceu cotas para ingresso nas universidades e institutos federais, reservando 50% das vagas a alunos de escolas públicas (metade delas aos de famílias com renda de até 1,5 salário mínimo per capita). Ela instaurou ainda outro filtro: pretos, pardos, indígenas e deficientes passaram a ter, entre esses cotistas, uma fatia proporcional à participação na população. Antes de 2012, já havia políticas de ação afirmativa em diversos formatos. Ao disseminar a prática no país, a Lei de Cotas foi um marco.
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Com informações do O Globo e do Geledés.

90 anos do voto feminino: um direito ainda não assegurado as mulheres negras

 

Acervo/O Globo.

Instituído em 24 de fevereiro, o Código Eleitoral de 1932 completa 90 anos nesta quinta-feira. Muito celebrada por trazer o voto feminino no Brasil, a legislação foi consequência de anos de luta das sufragistas brasileiras. A conquista, entretanto, pode ser considerada como mais um exemplo do racismo institucional: mesmo sem explicitar, as exigências fizeram com que as negras tivessem dificuldades de acessar o direito.

Segundo a historiadora Gabrielle Abreu, mestranda em História Comparada, a luta pelo voto feminino começou quase 100 anos antes, influenciada pelas traduções da educadora Nísia Floresta, de textos franceses que debatiam o sufrágio feminino. “Nísia passou a escrever seus próprios manifestos, que se tornaram verdadeiras cartilhas para as sufragistas brasileiras da década de 1930”, conta.

Houve mais tentativas ao longo do tempo, mas a reivindicação pelo voto feminino ganhou força com a construção, por Bertha Lutz, da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino (FBPF), em 1922. “Com a deposição do presidente Washington Luís e a ascensão de Getúlio Vargas à presidência, começa-se uma conversa sobre reforma do regimento eleitoral. As mulheres sufragistas, sempre atentas, impuseram suas pautas e cobraram por participação em todo o processo. O resultado disto foi a incorporação do voto feminino ao Código Eleitoral de 1932, que possibilitou que as mulheres votassem nas eleições de 1933”, afirma a historiadora.

No entanto, para exercer o direito, as mulheres tinham que cumprir com exigências que bastante restringiram as potenciais eleitoras. As casadas eram obrigadas a pedir permissão aos maridos. Já as solteiras ou viúvas deveriam comprovar que exerciam trabalho remunerado. Legislações anteriores ainda proibiam que pessoas analfabetas votassem. Ou seja, as exigências excluíam boa parte das mulheres negras.

“Cabe lembrar que o voto feminino se tornou possível apenas 44 anos depois do fim da escravidão. Isto significa que a maneira como a abolição da escravidão se deu no Brasil tornou muito difícil a formação de um grupo sólido de eleitoras negras a partir das principais exigências para o voto: comprovação de emprego e renda fixa. Outra barreira imposta às mulheres negras à época, era o fato de que pessoas analfabetas eram impedidas de votar”, pontua Gabrielle, que também faz parte do Movimento Mulheres Negras Decidem.

Mesmo em menor número, houve mulheres negras que conseguiram parte do primeiro momento de conquista do voto feminino no Brasil e não só como eleitoras. A historiadora destaca a figura de Almerinda de Farias Gama, mulher negra nordestina que construiu a FBPF ao lado de Bertha Lutz. Mas que, assim como outras mulheres negras, sofre com o apagamento da importância de sua contribuição histórica.

Até hoje mulheres negras são impactadas de maneira diferente em assuntos eleitorais, mesmo sendo quase 30% da população brasileira, se candidatam menos e algumas sequer conseguem votar. Há relatos, na internet, de trabalhadoras de residências que não são liberadas para comparecer às urnas.

“Numa democracia como a nossa, em que elegemos nossos representantes políticos, as mulheres negras que a cada pleito se veem alijadas deste processo tão importante acabam ficando à margem também das discussões políticas dos quatro anos subsequentes à eleição. Significa também que faltará estímulo para que as mulheres negras se lancem na condição de candidatas nos pleitos. A tímida presença das mulheres negras no rol de candidaturas é extremamente nociva para uma sociedade que se pretende democrática como a nossa. Atualmente, as mulheres negras são 28% da população brasileira, mas compõem apenas 2% da Câmara dos Deputados em Brasília, epicentro das decisões políticas à nível nacional”,  analisa Gabrielle.

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Com informações do Alma Preta.

MP de Santa Catarina investiga nazismo em saudação de bolsonaristas

 

Bolsonaristas fazem gesto nazista enquanto cantam o hino nacional e usam camisas do Brasil - Foto: Reprodução.

Bolsonaristas bloquearam estradas e hoje concentraram-se defronte a quartéis, recusando-se a aceitar a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva na eleição presidencial deste ano. Eles também pedem uma intervenção militar. No município em que a gravação foi feita, Bolsonaro obteve 65,7% dos votos. 

O gesto apresentado no vídeo se assemelha também à saudação americana de Bellamy, que consiste na presença de uma braço estendido para comprovar a fidelidade dos cidadãos ao país. Contudo, ela foi substituída pela mão no coração por volta da metade da década de 40 devido a sua similaridade com a saudação nazista. 

A saudação é ainda semelhante ao gesto de juramento à bandeira brasileira, contudo, o gesto em questão é restrito apenas para a cerimônia das forças armadas e a posição dos braços é a de 90º, sendo paralela ao solo, diferente portanto da saudação feita por muitos bolsonaristas no vídeo compartilhado nas redes sociais.

O Ministério Público (MP) de Santa Catarina já começou a investigar o caso com o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO). A coordenadora do GAECO comenta que “Uma vez identificadas, será produzido um relatório e as informações encaminhadas pra 2ª Promotoria de Justiça da Comarca, que possui atribuição criminal, para responsabilização dos envolvidos”

A Confederação Israelita do Brasil pediu que a manifestação de São Miguel do Oeste seja investigada e que se identifiquem os apologistas do nazismo. “As imagens de manifestantes fazendo saudações nazistas em protesto em Santa Catarina são repugnantes e precisam ser investigadas e condenadas com veemência pelas autoridades e pela sociedade como um todo”, afirma a Conib em nota. “O nazismo prega e pratica a morte e a destruição. A sociedade brasileira não pode tolerar posturas como essas”.

A nota acrescenta que o gesto desrespeita o passado das Forças Armadas, que combateram o nazismo na Europa durante a Segunda Guerra Mundial.

Apologia ao nazismo é crime no Brasil e se enquadra na lei 7.716/1989 que diz que é crime “Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo.” 

A pena para os envolvidos na ação é reclusão de dois a cinco anos e o MP de Santa Catarina não descarta os pedidos de prisão preventiva.
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Com informações do Jornalista Livres.

A ministros do STF, Bolsonaro diz que eleição ‘acabou’

 

Bolsonaro encontrou ministros após pronunciamento à imprensa. (FOTO | Isac Nóbrega | PR).

O presidente Jair Bolsonaro (PL) usou a expressão “acabou” ao se referir ao processo eleitoral em que foi vencido por Luiz Inácio Lula da Silva no domingo (30). A informação sobre o reconhecimento de Bolsonaro do resultado das urnas foi dada pelo ministro Edson Fachin, após visita do presidente ao Supremo Tribunal Federal (STF) na tarde desta terça-feira (1º). “Ele (Bolsonaro) usou o verbo acabar no passado. Ele disse ‘acabou’. Portanto, olhar para frente”, disse Fachin à reportagem da GloboNews.

O encontro, que não estava na agenda oficial do Planalto, se deu após o primeiro pronunciamento oficial desde a confirmação de sua derrota na corrida à reeleição. Após a reunião, o STF divulgou nota na qual informou que os ministros transmitiram para Bolsonaro a avaliação deles sobre o pronunciamento do presidente. Participaram da reunião Rosa Weber, Gilmar Mendes, Luiz Fux, Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Nunes Marques e André Mendonça. Paulo Guedes, ministro da Economia, também estava presente.

Na nota, os ministros consideraram importante Bolsonaro ter reconhecido a derrota na eleição e ter criticado os bloqueios feitos em rodovias por apoiadores do governo. “Os ministros do STF reiteraram o teor da nota oficial divulgada, que consignou a importância do reconhecimento pelo presidente da República do resultado final das eleições, com a determinação do início do processo de transição, bem como enfatizou a garantia do direito de ir e vir, em razão dos bloqueios nas rodovias brasileiras”, afirmou a nota.

“Tratou-se de uma visita institucional, em ambiente cordial e respeitoso, em que foi destacada por todos a importância da paz e da harmonia para o bem do Brasil” conclui o comunicado do Supremo.

Desmobilização

Quase 48 horas após a divulgação oficial do resultado das eleições, Bolsonaro fez um pronunciamento de cerca de dois minutos. Seu silêncio durante esse período serviu de estímulo a apoiadores mais radicais, sobretudo grupos de caminhoneiros autônomos. que desde domingo promovem bloqueios de algumas das principais rodovias do país.

Porém, o presidente não reconheceu verbalmente sua derrota, e nem mesmo citou o nome de Lula. O reconhecimento do resultado das urnas coube ao ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, que logo depois de Bolsonaro, assumiu o microfone para declarar à imprensa que o processo de transição do governo para o novo mandato de Lula já está em andamento.

“O presidente Jair Bolsonaro autorizou a iniciarmos o processo de transição (…) A presidente do PT (deputada federal eleita Gleisi Hoffmann), segundo ela, em nome do presidente Lula, disse que na quinta-feira será formalizado o nome do vice-presidente Geraldo Alckmin. Aguardaremos”, completou Nogueira.

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Com informações da RBA.

Lula esta voltando

Lula. (FOTO | Reprodução | PT).

Por Valéria Rodrigues, Colunista

Essas eleições nos mostraram que ainda temos muitos obstáculos pela frente para podermos construir um Brasil justo, igualitário e humano. E o pior de todos esses obstáculos são as pessoas que vestiram a camisa de Bolsonaro, que o defendiam sem nem ao menos saber o pq.

No fundo, no fundo essas pessoas se assemelhavam a ele quando se achavam "ricas", quando eram "homofóbicas", quando eram "preconceituosas" ou simplesmente quando eram "desumanas". Porque vc apoiar um candidato que debochou das milhares de vidas perdidas na pandemia, que enaltecia a ditadura e consequentemente a tortura, mostra simplesmente o quanto vc é desumano como ele. A única diferença é que ele teve coragem de expor isso desde o início e vc simplesmente precisou ter um apoio para revelar sua verdadeira face. Porque foi isso que Bolsonaro fez : revelou o pior de cada pessoa, ou seja, já existia mas simplesmente estava sendo camuflado por falta de apoio. Então me perdoem que se sentir ofendido. Só acho que as pessoas que apoiaram Bolsonaro eram desumanas e infelizmente a algumas falta ou faltou senso de criticidade.

Então não venham dizer que o Brasil está de luto.

Estamos apenas renascendo outra vez, ressurgindo das cinzas, firmes e fortes para construirmos (reconstruirmos) o Brasil e torna-lo um país digno, justo, livre e acima de tudo humano, onde as pessoas despertem a empatia e o amor ao próximo.

Obrigado Deus pelo resultado das eleições e por nos permitir sonhar novamente.

# Lulatavoltando#