Altaneira poderá ser incluída entre os mais de 1.000 municípios que pautam o dia da Consciência Negra no calendário



Quatro das maiores conquistas do movimento negro ainda estão incompletas, necessitando de ajustes e de ampliações. A inclusão do Dia Nacional da Consciência Negra no calendário brasileiro, os significativos avanços advindos da Política Nacional de Promoção da Igualdade Racial tendo a coordenação da extinta Secretaria Especial da Promoção da Igualdade Racial (Seppir), como por exemplo as leis de cotas em concursos públicos e universidades, a aprovação das leis 10.639/03 e 11.645/08 que torna obrigatório o ensino da cultura africana, afro-brasileira e a história e cultura indígena nas escolas públicas e particulares e a aprovação também do Estatuto da Igualdade Racial.

Todos os ajustes reforçam o quanto o Brasil é um país racista e que faz de tudo para rejeitar toda e qualquer ação que faça referência as nossas raízes – negras e indígenas. As leis que tornam obrigatório o ensino da cultura africana, afro-brasileira e indígena nas instituições de ensino ainda não vingou mesmo depois de 13 e 08 anos, respectivamente. O nosso ensino ainda é pautado e cunhado pelo viés do povo branco, do europeu. E muitas escolas ainda não obedecem a lei, seja por não cumprir, seja por cumprir de forma parcial.

As cotas raciais ainda é um tabu. Pouco se discute e as pouquíssimas universidades que incluíram esse sistema de seleção nos vestibulares são taxadas de favorecer a desigualdade e citam inclusive a CF/88 para isso, pois segundo ela todos somos iguais. Cito aqui a fala do antropólogo Kabengele Munanga que em entrevista cedida ao portal Fórum em 2012 ressaltou:

O racismo é cotidiano na sociedade brasileira. As pessoas que estão contra cotas pensam como se o racismo não tivesse existido na sociedade, não estivesse criando vítimas. Se alguém comprovar que não tem mais racismo no Brasil, não devemos mais falar em cotas para negros. Deveríamos falar só de classes sociais. Mas como o racismo ainda existe, então não há como você tratar igualmente as pessoas que são vítimas de racismo e da questão econômica em relação àquelas que não sofrem esse tipo de preconceito..”

Quanto a instituição do Dia Nacional da Consciência Negra necessita-se também de uma discussão mais profunda. Já na década de 70 do século passado essa questão era motivo de pautas e discussões entre os/as ativistas /as negros. Quase meio século se passou e pouco se avançou nesse quesito. Para se ter uma ideia só em 2011 durante o governo de Dilma Rousseff foi estabelecido por meio da lei 12.519, o 20 de novembro como o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra e hoje apenas pouco mais de 1.000 municípios incluíram essa data no seu calendário oficial como forma de relembrar a luta e a resistência do povo negro.

Altaneira, na região do cariri, poderá ser incluída no rol desses municípios que hoje celebram e refletem a data. Embora tênue, a ação parte do vereador e professor Deza Soares que durante a minha fala na Câmara na última sexta-feira (25) acerca do racismo, da intolerância religiosa, da representatividade (ou a da falta dela) negra nos espaços de poder e das desigualdades social e racial, afirmou que estará apresentando nesta próxima sexta (02/12) um PL que institui ponto facultativo no município, sendo o dia marcado por atividades que promovam o protagonismo negro e reflitam acerca das desigualdades a que o povo negro está submetido.

Ao todo 1.044 municípios brasileiros incluíram no seu calendário o dia 20 de novembro como feriado oficial, com a respectiva lei regulamentando a data que remonta o dia da morte de Zumbi dos Palmares. Este foi o último líder do maior dos quilombos do período colonial, o Quilombo dos Palmares.

Vista panorâmica da cidade de Altaneira. Foto: Prof. Fabrício Ferraz.



Senado rejeita emendas, ignora manifestos e aprova PEC que limita investimentos públicos por 20 anos em primeiro turno


Os senadores rejeitaram todas as emendas ao texto da Proposta de Emenda à Constituição do Teto de Gastos. Com isso, foi mantido o texto aprovado na Câmara no primeiro turno de votação no Senado.
Publicado originalmente na Agência Brasil

Foram apresentados três destaques para votação em separado. Um deles propunha retirar a saúde e a educação do teto de gastos. Assim, o limite de gastos para os próximos 20 anos valeria para todas as outras áreas, exceto para essas duas.

O segundo destaque previa que, após aprovada, a PEC deveria passar por referendo. Os senadores de oposição queriam que a população pudesse opinar se concorda com a proposta de impor o limite de gastos públicos equivalente ao valor do ano anterior corrigido pela inflação.

O último destaque propunha que os juros da dívida pública também estivessem incluídos no teto, de modo que o gasto do governo com isso também tivesse que obedecer ao limite. Os três destaques foram rejeitados.


Com isso, os senadores concluíram a votação da PEC em primeiro turno. Ela passará agora por três sessões de discussão em segundo turno e tem a próxima votação marcada para o dia 13 de dezembro. Se for aprovada sem alterações, a PEC será promulgada no dia 15 de dezembro.

Foram apresentados três destaques para votação em separado da Pec do
teto dos gastos públicos.

Inaugurado Fórum Permanente pela Igualdade Racial



No dia 29 de Novembro, terça-feira, das 14h às 21h, é inaugurado o Fórum Permanente pela Igualdade Racial (FOPIR). No Centro de Convenções Brasil 21, em Brasília, a atividade conta com a participação de representantes das entidades criadoras do Fórum, como o CEERT, Odara, Fundo Baobá, Geledés, INESC, ABPN, AMNB, COJIRA-RIO, GEMAA, IPEAFRO, LAESER, Observatório de Favelas, Anistia Internacional e Redes de Desenvolvimento da Maré.

O Fórum Permanente pela Igualdade Racial (FOPIR) é uma coalização de organizações antirracistas que tem como propósito desenvolver estratégias e ações de diagnóstico, mobilização, comunicação e incidência política capazes de deflagrar um debate amplo e democrático em prol do enfrentamento do racismo e do sexismo e na defesa das políticas de promoção da igualdade racial e de gênero.

A proposta é atuar nos seguintes eixos: juventude negra e mulheres negras. As ações do FOPIR objetivam impactar governos, Ministério Público, parlamentares, operadores da justiça, mídia, sociedade e formuladores de políticas públicas na luta por um Estado democrático e inclusivo.

Realização de Audiências do FOPIR - com entrega do documento de Análise de Conjuntura do Estado brasileiro e as desigualdades sociorraciais no século XXI, junto as seguintes instituições: Congresso Nacional, Advocacia Geral da União (AGU), Defensoria Pública da União (DPU), Organizações das Nações Unidas (ONU) e Conselho Federal de Psicologia (CFP).

O Projeto reúne importantes organizações do movimento negro brasileiro.



Como anda a sucessão na Câmara de Altaneira?


Depois dos resultados eleitorais do último dia 02 de outubro que cravaram os nove nomes que irão compor a legislatura 2017 – 2020 na Câmara de Altaneira, continua a incógnita acerca dos (as) três vereadores (as) que formarão a mesa diretora.

Vários boatos surgiram e surgem todos os dias, mas nada que configure nomes certos na disputa aos cargos de presidente, vice e secretário. Nas sessões nenhuma palavra que dê uma dimensão. O prefeito eleito Dariomar Rodrigues (PT) não fez menção ao caso, o que pode significar que este não tem preferência por qualquer um dos edis da sua base aliada.

O mesmo cenário se verifica na base que faz oposição a atual administração. Aqui, o caso se apresenta com mais dificuldade, visto que o seu líder, o vereador prof. Adeilton reconduzido à Câmara para mais um mandato pelo PSD, está com sua situação indefinida. O registro de candidatura do parlamentar foi colocado a prova pela coligação "Com a Força do Povo" formada pelos partidos PT, PDT e Solidariedade e ganhou a adesão do Ministério Público Eleitoral, restando ao Supremo Tribunal Federal (STF) proferir a decisão final. Some-se a isso, o fato de dois dos integrantes do grupo não terem logrado êxito nas eleições – o vereador Genival Ponciano (PTB) que ora ocupa a vice-presidência e a atual presidenta da Casa, Lélia de Oliveira (PCdoB).

Sem se conhecer o (a) candidato (a) do prefeito eleito e sem oficialmente os membros da atual legislatura reeleitos e os novatos terem declarado preferência pelos cargos em disputa, os boatos sugerem Antônio Leite como o mais cotado do grupo da administração para presidir a casa.

Alvo de disputas e desavenças entre os próprios parlamentares e o prefeito Delvamberto Soares, além de duras críticas pela má gerência, a presidência será um dos cargos mais difíceis, pois terá que fazer tudo diferente do que vinha sendo executado até então.

A base de sustentação ao prefeito eleito Dariomar Rodrigues (PT) será maioria, pois elegeu cinco parlamentares, ao passo que o grupo oposicionista terá quatro representantes. 

Sete partidos terão representações no parlamento a partir de 2017, sendo que o PDT lidera com três nomes, conforme discriminação abaixo:

PT – 1
SD – 1
PDT – 3
PRP – 1
PSD – 1
PSDB – 1
PMDB – 1

Painel com os nove parlamentares que irão compor à Câmara de Altaneira entre 2017 e 2020. Painel: Prof. Nicolau.

Se emenda for aprovada, PEC 55 só entrará em vigor se o povo decidir votando em referendo


A sociedade brasileira tem uma chance de decidir se quer o congelamento dos gastos públicos ou se prefere que o Estado continue investindo em políticas sociais, como a saúde e educação. O esforço de um grupo de senadores — entre eles os 10 integrantes da bancada do PT — garantiu o número de assinaturas necessárias para a apresentação de uma emenda de plenário à PEC 55 (PEC 241, na Câmara) determinando a realização de um referendo para que a população possa dizer se concorda com a proposta antes que ela entre em vigor.

Publicado originalmente no PT Senado

Essa vitória foi conquistada na madrugada desta quinta-feira (24). Ao todo, 28 senadores dos mais diversos partidos, inclusive da base do governo, assinaram a emenda do referendo, compreendendo a importância de se consultar a população brasileira antes de colocar em prática algo tão radical.

A PEC 55 promove uma espécie de suspensão temporária das garantias individuais e dos direitos sociais da população para aumentar o fluxo de recursos destinados ao pagamento de instituições financeiras e investidores dos títulos da dívida pública federal. Contudo, o elemento mais radical e draconiano da PEC é impedir ou dificultar que a maioria simples do povo, ou de se seus representantes, possa modificar ou revogar essas regras no futuro”, observa o texto da emenda que pode garantir o referendo.

Algo tão relevante e impactante para o futuro, como o congelamento dos investimentos públicos por duas décadas precisa passar pelo crivo do eleitorado. De acordo com a emenda que será submetida à votação, a PEC 55, caso aprovada, só entrará em vigor se for aprovada em um referendo.