Lima Barreto, escritor negro, será homenageado na Flip 2017


A próxima edição da Festa Literária de Paraty, que acontece em meados de 2017, já tem definido seu homenageado: Lima Barreto (1881-1922), nascido no Rio de Janeiro, autor do romance O triste fim de Policarpo Quaresma e de dezenas de obras hoje em domínio público, publicados antes e depois de sua morte. Um dos contos mais importantes da sua carreira é O homem que sabia javanês.
Por Camila Moraes no Brasil.ElPais

Barreto, conhecido como “o romancista da Primeira República”, instala o debate sobre os negros na literatura com tudo na Flip 2017. Mestiço, filho de uma família pobre, chegou a cursar engenharia, mas tornou-se jornalista. Em seus livros, retratou um olhar crítico sobre as injustiças sociais do Brasil e o preconceito de cor do qual também foi vítima num país que aboliu a escravidão somente em 13 de maio de 1888, o mesmo dia em que Barreto completava 7 anos.

Com um estilo informal de escrever, foi cronista de costumes do Rio de Janeiro, adotando um texto que contrastava muito com os autores de então. Batalhou sempre por sua inserção no meio literário, chegando a receber uma menção honrosa da Academia Brasileira de Letras. Morreu com 41 anos de idade.

Lima Barreto.
A demanda por uma maior presença de negros na Flip se intensificou bastante nos últimos anos e foi alvo de críticas em relação à programação de 2016 – em que a presença de mulheres foi incrementada, mas a de negros era nula. A escolha de Barreto como homenageado é da nova curadora do evento, a jornalista e historiadora Josélia Aguiar, que defende o jornalista e escritor carioca desde 2013, quando liderou com outros entusiastas de sua obra uma campanha online a favor de Barreto para a homenagem do ano seguinte. Quem vingou na ocasião, no entanto, foi Millôr Fernandes.

A Flip sempre gosta de surpreender com as suas homenagens, e acho que, um pouco por conta disso, Lima Barreto não foi escolhido até agora, mesmo sendo um nome tão importante. Desta vez, me pareceu que a surpresa seria justamente confirmar essa preferência”, afirma a curadora. Josélia, que estuda a obra de Jorge Amado e lançará em breve uma biografia do escritor baiano pelo selo editorial Três Estrelas, conta que mergulhou na obra de Barreto depois de encontrá-lo em suas pesquisas sobre Amado. “Ele lia muito Lima Barreto nos anos 30 e o considerava ‘o escritor do povo’”.

A indicação, para ela, foi “tranquila e natural”, mas vai além de preferências. “Acho que, em geral, as oportunidades na literatura serão um tema muito debatido na próxima edição. A obra de Lima Barreto surpreende, além de tudo, por ser atual, inventiva e com uma polivalência muito grande”, opina Josélia.



Estudante da UFCA é agredida por ex-policial ao protestar contra Pec que limita investimentos públicos



O princípio de um ato contra a PECC 55, realizado por acadêmicos na Universidade Federal do Cariri (UFCA), terminou em agressão na noite desta quinta-feira, dia 09. Uma universitária do curso de Jornalismo foi agredida com um chute no rosto por outro estudante, identificado como Marcos Alan, policial militar reformado e acadêmico do 2º semestre do curso de Filosofia da UFCA.

De acordo com os discentes, eles se organizavam para realizar um sarau, no Campus de Juazeiro do Norte, quando Marcos se aproximou e, após uma breve discussão, desferiu o golpe contra a estudante Bárbara Kauany de Castro Cunha. Antes, porém, ainda segundo os acadêmicos, ele teria agredido verbalmente o estudante do curso de Filosofia, Enrique Bruno Lima Martins.

Estávamos todos reunidos para organizar o primeiro ato da ocupação, quando ele já chegou nos ofendendo e dizendo que se alguém o desacatasse, ele iria dar voz de prisão. A moça sentou no chão e disse que ele poderia prendê-la e nada mais”, contou o estudante.

Um dos universitários flagrou, em vídeo, toda a ação. As imagens mostram que após Marcos acertar um chute no rosto da jovem, dois seguranças terceirizados da Universidade o contêm e o retiram do local. Inconformados com a agressão, o grupo de estudantes corre em direção ao agressor, no entanto, são igualmente contidos. A Polícia Militar foi acionada e conduziu Marcos  a Delegacia do Crato, em Juazeiro, sob gritos de “machista”.

A delegada plantonista, Patrícia Sena, realizou a abertura do inquérito e os procedimentos.  Marcos foi liberado em seguida.

Em nota, o Centro Acadêmico Xico Sá repudiou todo e qualquer tipo de agressão, bem como casos de homofobia e machismo e ressaltou que “o caso aconteceu no período normal de aula e que a ocupação ainda não começou”. O vídeo foi postado nas redes sociais e rapidamente foi compartilhado, gerando “revolta e indignação” de muitos internautas.



Também por meio de nota, a UFCA repudiou “qualquer ato de homofobia e/o quaisquer violências contra gêneros e orientações sexuais dentro e fora dos campi desta Universidade”. Afirmou que a Universidade “tomará imediatamente medidas cabíveis para que o estudante agressor responda por seus atos”, e acrescentou que “a UFCA dará todo o apoio necessário aos estudantes agredidos”.

Imagem capturada do vídeo.

Pai de aluna que fraudou Enem diz que só queria realizar sonho da filha


O pai da jovem Sofia Macedo, de 19 anos, suspeita de fraudar o Enem, disse em entrevista ao portal R7 que fez tudo sozinho, para ajudar a filha "a realizar um sonho, que é cursar a faculdade de medicina".

Publicado originalmente no 247

Otacílio Macedo, dono de um supermercado no interior de Minas Gerais, contou que pagaria R$ 50 mil - e não R$ 180 mil, como divulgou a Polícia Federal - a uma quadrilha para saber o gabarito antes da prova.

Ele assegurou ter feito tudo sozinho, e que a filha só soube do esquema no dia do teste. Segundo ele, Sofia está em casa, mas continua bastante abalada com as mensagens contra ela no Facebook, onde apagou sua página.


No ano passado, Sofia se manifestou contra a corrupção, pedindo "Fora, Dilma"


Manifestantes realizam 2º Grande Ato Fora Temer do Cariri


Nesta sexta-feira(11/11), o município de Juazeiro do Norte reunirá na Praça Giradouro, na rotatória do triângulo Crajubar, manifestantes de vários movimentos sociais, professores, universitários e simpatizantes no 2º Grande Ato Fora Temer do Cariri.

A ação faz parte do dia nacional de paralização e tem como principal objetivo se posicionar contra a agenda conservadora, de retrocessos do presidente Michel Temer (PMDB) que aos poucos vem sequestrando direitos dos trabalhadores e trabalhadoras do país, se constituindo com um ataque a Constituição Federal de 1988 e a democracia.

Há anos a classe trabalhadora, juventude e setores mais vulneráveis da população não sofrem tantos ataques como os levados a cabo pelo atual (Des)Governo Michel Temer. Com a PEC 241 (agora 55 no Senado), congelam os gastos públicos por 20 anos afetando todos os direitos sociais (saúde, educação, moradia, etc.); com a reforma trabalhista querem retirar direitos permitindo assim mais exploração; com a reforma da previdência pretendem reduzir o direito a aposentaria. Querem que você trabalhe até morrer. Todas essas medidas têm o objetivo de garantir os lucros dos ricos, financiadores de grande parte dos partidos no poder, sem consideração pela vida e bem-estar da maioria da população”, dizem os organizadores em evento criado na rede social facebook.

O ato político marcado para às 16h00 tem a frente o Movimento Fora Temer Cariri, Frente Brasil Popular e Povo sem Medo e contará com o apoio e a participação de partidos políticos como o Psol, PT e PCdoB, além de diversos movimentos sociais e sindicatos como:

•          Levante Popular da Juventude
•          UNE
•          UJS
•          ACES
•          UBES
•          Kizomba-Cariri
•          RUA
•          JPT-Juazeiro do Norte
•          Coletivo Camaradas
•          Coletivo Marias
•          Coletivo Dama Vermelha
•          CA de Letras da Urca
•          CA de Jornalismo da UFCA
•          CA de Filosofia da UFCA
•          CA de ciências Sociais da Urca
•          CA de Agronomia da UFCA
•          CA de História da Urca
•          CA de Economia Urca
•          CA de Pedagogia Urca
•          CA Design de Produto – UFCA
•          CA de Arquitetura e Urbanismo - FJN
CA de Geografia da Urca
•          Frente de Mulheres do Cariri
•          SINDURCA
. CTB
. Guerrilha do Ato Dramático Caririense
. Cia. Brasileira de Teatro Brincante
•          INTERSINDICAL
•          ADUFC
•          Servidores Técnicos da UFCA
•          SINASEFE
•          SISEMJUN
•          Sindicato dos Servidores Públicos Municipais do Crato
•          Sindicato dos Comerciários de Juazeiro;
•          Sindicato dos trabalhadores em Orgânicos do Cariri;
•          Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Barbalha-SIATRANS
. CRP-CE
. Consulta Popular
•          SINTTROEC Sindicato dos trabalhadores em Orgânicos do Cariri
•          CSP-CONLUTAS
•          Mos - Mov de Oposição Sindical da APEOC
•          Fórum das Águas do Cariri
•          ENEGRECER
•          Movimento Estudantil da UFCA
•          Ocupe a Casa do Povo
•          Ocupa Urca 2016
•          Ocupação do Campus de Agronomia da Ufca

Praça do Giradouro - Juazeiro do Norte. Foto: Divulgação.

Donald Trump: A vitória do ódio!, por Ivan Valente*



A eleição de Donald Trump como o 45º presidente dos EUA confirma o avanço da onda conservadora no mundo e o fortalecimento da antipolítica em parte majoritária do eleitorado. Sua vitória é o triunfo da mediocridade. Hipernacionalismo, xenofobia, homofobia, racismo, a cara mais escancarada do que é a direita.

Publicado originalmente em sua página

Responsável pela campanha mais suja da história norte americana e destilando ódio contra latinos, mulçumanos, negros, mulheres e a comunidade LGBT, Trump é eleito como expressão do descontentamento da classe média baixa afetada pela crise econômica e pelos setores mais reacionários que compõe a elite branca estadunidense. Sem dúvida uma vitoria do medo e do ódio.

As consequências de seu governo, no plano interno, caso coloque em prática tudo que alardeou, pode levar a sociedade norte americana a uma ruptura interna ou pelo menos a uma crise de grandes proporções. Afinal de contas, sua proposta de expulsar 11 milhões de imigrantes do país não poderá ser colocada em prática sem reações, tendo em vista os laços destes imigrantes com os demais residentes.

Além disso, terá que enfrentar uma dura resistência da população negra, das mulheres e da comunidade LGBT já que afrontar direitos civis já consolidados poderá despertar a fúria e revolta de parte expressiva desta população. Não podemos esquecer, por exemplo, que a grande adesão da juventude a pré campanha de Bernie Sanders foi um indicador de que há uma massa crítica disposta a entrar em movimento em defesa de seus direitos e aspirações.
O fato de Trump ter conquistado maioria na Câmara e no Senado pesa a favor desta maior radicalização, já que em tese ele teria apoio para executar a sua política. Esta maioria, no entanto, poderá se desestabilizar frente à previsível queda de sua popularidade, afetada pelas diversas frentes de conflito que seu governo irá abrir, no plano interno e externo.

Sua vitória anima a ultra direita no mundo todo, as consequências podem ser as mais trágicas possíveis, levando a situações de tensão e perda de direitos. Por outro lado, seu programa nu e cru de um neoliberalismo exacerbado misturado a todo tipo de preconceito e truculência devem gerar também uma polarização mais clara e um rechaço popular à onda conservadora.
É preciso que fique claro que Hillary Clinton também não era uma alternativa, considerando sua atuação intervencionista como Secretária de Estado e sua intimidade com os interesses de Wall Street. Ela representa o centro da política estadounidense, a ponto de não inspirar muita confiança por parte das minorias, mas nada pode ser comparado ao retrocesso representado por Trump.

A questão a saber é o grau de enfrentamento às políticas conservadoras do republicano, o que sobrará dessa guinada à ultra direita. Políticas neoliberais em escala mundial podem levar a um caos social de contornos ainda não muito claros. É o que tem feito o governo Temer com seu "austericídio" fiscal, com os cortes dos gastos sociais em saúde e educação, com a reforma da previdência ou mudanças na legislação trabalhista. Essa situação, de retirada de direitos leva a um desarranjo social ainda mais profundo, trazendo mais sofrimento para quem já está em uma situação desesperadora.

Tanto o Brasil quanto os Estados Unidos aprenderão de forma amarga que a direita no poder não é solução para nada, a não ser para uma extrema minoria de endinheirados. O avanço da ultra direita leva a um mundo mais cinzento e desesperador. Resta saber se desse caos poderá surgir uma alternativa que de fato faça das maiorias sociais maioria política.

*Deputado Federal pelo Psol/SP

Donald Trump será o 45º presidente dos EUA. Sua vitória representa o avanço da onda conservadora no mundo.

História e Cultura Africana e Afro-brasileira na Educação Infantil




Este livro se inicia com um convite à professora e ao professor da educação infantil de diferentes regiões do Brasil, responsáveis pela educação de crianças de 0 a 5 anos, a um diálogo em torno do trabalho pedagógico com a história africana e as relações raciais no Brasil.
Publicado originalmente no Etnicoracial

As autoras do texto final do presente livro, apesar de hoje atuarem no ensino superior, começaram suas atividades profissionais na educação básica e atuaram na educação infantil como docentes ou formadoras de professores. Portanto, elas sabem as dores e as delícias de atuar como profissionais responsáveis pela educação infantil.

As trajetórias profissionais e políticas de cada uma levaram-nas a perceber temas, perspectivas e histórias omitidas, silenciadas ou tratadas de forma distorcida na escola básica, tendo o seu início na educação infantil, quer seja nas creches ou nas pré-escolas. A questão africana e afro-brasileira é uma delas.

Acompanharam, ao longo dos tempos, a luta dos movimentos sociais na denúncia dessa lacuna junto ao poder público nacional, regional e local, e as várias estratégias alternativas e paralelas construídas por esse movimento social, as quais foram acolhidas por alguns docentes, profissionais da educação infantil, gestores, formuladores de políticas educacionais, familiares e redes de ensino.





Enquanto tenta aprovar teto de gastos públicos, Temer contrata show de samba por R$ 500 mil


Em meio à crise econômica e ao esforço para aprovar no Congresso um teto para limitar os gastos públicos, o governo Michel Temer desembolsou, sem licitação, mais de R$ 500 mil para promover um show para convidados em homenagem ao centenário do samba. O evento acontece na noite desta segunda-feira (7) no Palácio do Planalto.

Publicado originalmente no DCM

No Diário Oficial da União desta segunda, foram publicadas duas dispensas de licitação para contratação de artistas que se apresentarão na cerimônia da Ordem do Mérito Cultural, na qual serão premiados 36 personalidades do samba.

O evento, que terá as presenças do presidente Michel Temer e da primeira-dama Marcela Temer, será fechado para cerca de 600 convidados e terá apresentações de Neguinho da Beija Flor, Márcio Gomes, Áurea Martins e André Lara. A cantora Fafá de Belém foi contratada para cantar o Hino Nacional.

O Ministério da Cultura contratou por R$ 596.800 a empresa Treco Produções Artística Ltda, “representante exclusiva de artistas consagrados pela crítica especializada e/ou opinião pública”. Segundo o ministério, a produtora prestará serviços de roteiro, direção, produção e promoverá apresentações musicais. No Diário Oficial não aparecem os nomes dos artistas contratados neste processo.

Já em um outro contrato, publicado na mesma edição do Diário Oficial, o governo informa o pagamento de R$ 15 mil para Fafá de Belém, que será responsável pela interpretação do Hino Nacional no início da cerimônia.

A pasta dá a mesma justificativa para as duas dispensas de licitação: “Contratação de artistas consagrados pela crítica especializada e/ou opinião pública”.




(…)


Estudantes da UFC definem novas ocupações contra PEC que congela investimentos públicos


Estudantes da Universidade Federal do Ceará (UFC) definem novas ocupações, nesta segunda-feira, 7. Além da Faculdade de Educação (Faced) e Geografia, começaram a ser ocupados os prédios dos cursos de Design, Arquitetura e Urbanismo (DAU), Engenharia de Pesca, Biologia, Letras e Psicologia. A paralisação de aulas faz parte de movimento nacional contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55, que estabelece um teto para os gastos públicos nos próximos 20 anos, a reforma do ensino médio e corte de gastos na educação.

Publicado Originalmente no O Povo

A estudante de Arquitetura e Urbanismo, Bárbara Xavier, contou que a ocupação de seu curso foi iniciada nesta tarde. A universitária disse que mais informações serão repassadas posteriormente, em posicionamento integrado com as outras ocupações do Campus Benfica.

Os alunos dos cursos de Ciências Sociais e Biblioteconomia fazem assembleias às 18 horas, no Centro de Humanidades III e Departamento de História, respectivamente.

A ocupação do prédio da Faced impediu realização do Enem, no último fim de semana. O prédio da Geografia, apesar de ocupado desde terça-feira, 1º, não era local de prova do exame.

Reitoria

Ao O POVO, o vice-reitor da UFC Custódio Almeida disse que teve reuniões com representantes dos estudantes, servidores e professores, além de membros do Diretório Central de Estudantes (DCE), Sindicato dos Docentes das Universidades Federais do Estado do Ceará (Sintufce) e Associação dos Docentes da Universidade Federal do Ceará (ADUFCE).

Ele afirma que os estudantes não serão prejudicados com a paralisação recebendo faltas, e todas as aulas serão repostas. Custódio considera o movimento legítimo e diz que o momento é de "dialogar com todas as representatividades".

No entanto, pondera que o posicionamento oficial da UFC será emitido após reunião com o Conselho Universitário.

Ato

Os estudantes da Comunicação declararam apoio à mobilização, e uma assembleia nesta terça-feira, 8, definirá a ocupação do prédio. Com tambores e gritando palavras de ordem contra o presidente Michel Temer, um grupo de alunos fez ato no prédio do curso, durante a tarde desta segunda-feira, 7.

Estudantes da Comunicação declararam apoio à greve discente. Foto: Mateus Dantas/O Povo.