Pec que congela investimentos públicos por 20 anos agora é número 55 e senado abre consulta pública



Depois de aprovada em segundo turno na Câmara dos Deputados na quarta-feira (26), a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241 já foi enviada ao Senado, onde passou a ser a PEC 55.

O Senado abriu nesta quinta-feira (27), uma consulta pública sobre a PEC, que congela investimentos em saúde, educação, assistência social e ainda os salários dos servidores por 20 anos. Acesse aqui para votar. Até o momento são 4.692 contra e 203 a favor desse ataque ás conquistas dos últimos anos no país.


É importante a participação de todos nessa votação para mostrar a insatisfação geral com os objetivos dessa PEC, que farão piorar e muito os serviços públicos, além de acabar com a saúde e a educação públicas”, explica Carlos Rogério Nunes, secretário de Políticas Sociais da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).

O texto da PEC 55 (o mesmo da PEC 241) já está na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, onde será escolhido um relator, provavelmente algum senador do PMDB e segue um cronograma definido pelo presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Pelo cronograma, a primeira votação deve ocorrer dia 29 de novembro e se aprovada vai para plenário novamente no dia 13 de dezembro. Se aprovada sem modificações, as novas regras passam a valer, assim que for promulgada. Se ocorrer alguma modificação, a PEC volta para a Câmara dos Deputados.

Apelidada de PEC do Teto dos Gastos Públicos no Senado ela ganhou as alcunhas de PEC do Fim do Mundo ou PEC da Maldade pela população.

Estudantes ocupam milhares de escolas em todo o país contra essa proposta porque praticamente liquida com a educação pública. “Essa PEC liquida com os sonhos dos jovens das classes menos privilegiadas deste país, acaba com as possibilidades de sonhar com uma universidade”, diz Camila Lanes, presidenta da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas.

Nós não estamos de brincadeira. A nossa bandeira é a educação”, afirma Ana Julia Ribeiro, em discurso emocionante que viraliza na internet (leia aqui). Para ela, o movimento dos estudantes “se preocupa com as gerações futuras, com a sociedade e com o futuro do país”.


O presidente da CTB, Adilson Araújo diz que essa PEC “é a corda no pescoço da classe trabalhadora”. Para ele, “a aprovação dessa PEC abre caminho para enterrar o Estado e qualquer proposta que promova uma mudança civilizatória”.


Padre Alberto deixa paróquia de Altaneira. O lado do religioso que muitos não conhecem ou fingem não conhecer


Na última quinta-feira (27/10), a Diocese de Crato anunciou as transferências e nomeações de cinco padres, entre eles está o padre Alberto. Adorado e reverenciado por muitos católicos, o religioso tem em seu histórico manchas que não se apagarão.

Padre Alberto durante missa realizada neste
domingo, 30 de outubro.
Foto: Franchesco Rodrigues/facebook.
1 - Em 2013 em artigo publicado neste blog afirmei que o pároco tinha dado mais um passo para trás na sua trajetória sacerdotal. Nos últimos anos, ele estava sendo tachado como o intransigente, intolerante e retrógrado. O que não representava nenhuma novidade para a grande maioria dos que fazem ou compõem esse gueto, do qual o pároco está incluso. Durante os festejos de São José realizado na capela – ele - o Padre Alberto, confundiu mais uma vez o conceito de público e privado. Naquele ano, de acordo com conversas com o professor Antonio Nonato, este tinha sido proibido de colocar brinquedos na praça pública para as diversões das crianças. Naquela oportunidade, o professor repudiou o ato e chegou a indagar – “Quem deve expedir alvará de funcionamento de alguma atividade em ambiente público é o padre ou a prefeitura?  Fica aqui meu repudio”!. O curioso é que, durante aquela semana, havia crianças vendendo cartelas de bingo para o evento religioso. Essa atitude precisava ter sido acompanhada pelas autoridades policiais e pelo conselho tutelar, pois isso se configurou como trabalho infantil, embora seja um ato momentâneo.

2 – Um ano antes, em abril de 2012, o pároco tinha demonstrado que o respeito, a tolerância e o diálogo com quem pensa diferente não faz parte do seu dicionário. Aqui, ficou visível o confronte entre a Secretaria de Cultura, Desporto e Turismo, os protestantes e os participantes da peça “Paixão de Cristo” e a pessoa do pároco. A encenação envolvia tantos membros da igreja católica quanto de outras denominações. Os próprios atores e atrizes amadores afirmaram que o padre teria sido categórico ao afirmar que a encenação era “uma palhaçada”.  A atitude do “líder” religioso católico gerou indignação, revolta e repúdio entre os construtores do evento religioso e cultural que há anos estava esquecido. Note-se que a polêmica teve início quando os participantes haviam solicitado o patamar da Igreja Católica para o momento da Crucificação, o que foi negado pelo Pároco sem justificativas convincentes. Será se a peça tivesse só católicos a atitude teria sido a mesma?

3 – De volta ao ano de 2013. E mais uma vez a arrogância e a intolerância do pároco aparecem. Em um batizado que participei pude perceber o quão autoritário, conservador, retrógrado e mal-educado é este padre. A cada palavra professada uma chamada de atenção nos fieis. Na linguagem popular, a cada palavra dita um "gato" nos que estavam presentes. Transcrevo aqui algumas expressões ouvidas e que relatei no blog.

"A senhora tá fazendo o que aqui? Eu disse padrinhos, volte para o seu lugar", dizia o pároco de Altaneira. "A senhora é padrinho ou madrinha? Aprendam a ouvir", resmungava ele. O espírito de arrecadação, de capitalista e explorador financeiramente dos fieis, vez ou outra aparecia nas palavras dele. Tem algum padrinho e madrinha que não são casados na igreja, pois se tiver não podem estar nessa função. As pessoas pensam que podem viver do jeito que querem. "Na casa de vocês tem regras? perguntava ele. Pois na igreja também tem", completou.

Mal sabem os fieis que esse jogo não passa de um discurso capitalista para retirar cada vez mais dinheiro deles. Na idade média, a igreja católica ditava as formas como as pessoas deviam se vestir, se comportar e se relacionar. Hoje, de forma específica em Altaneira, não é muito diferente.

Quanto a mim o pároco olhou atravessado e perguntou (e isso ele não tinha perguntado a ninguém, somente a mim. Que privilégio): ei você de rosa, é católico? Olhando para ele (mesmo sabendo que estava no local errado e no momento errado) e disse: Não. Como que já sabendo a minha resposta, se não ele não teria perguntado, pois, repito, não perguntou a mais ninguém, disfarçou está abismado e voltou a perguntar: "Como você tem a ousadia de ser padrinho? Eu não aceito que você seja padrinho sem ser católico, sem acreditar nas doutrinas que EU ORIENTO. Pais, procurem outro padrinho", retrucou o pároco.

A única palavra que saiu da minha boca foi o sonoro NÃO que lhe dei como resposta quanto a ser católico. Ante isso perguntamos: Porque somente eu tive o privilégio (pois para mim é sim um privilegio ser indagado quanto a minhas ideais) de receber aquele já premeditada pergunta? Será se pároco tivesse sido mais insistente e ter continuado naquelas primeiras perguntas sobre os padrinhos serem ou não casados na igreja (como requisito para o sacramento) teríamos a continuidade?

Para uns, símbolos de competência, sabedoria diante da missão de evangelizar, um líder espiritual, amigo. E esse é o outro lado que a comunidade altaneirense, principalmente a católica não conhece ou fingem não conhecer. Ele durante a sua estada aqui exerceu a função de "líder" religioso que não condizia com os ideais do homem histórico Jesus Cristo. Foi conservador demais, retrógrado demais e intolerante demais com os que não "rezavam" na sua cartilha e com aqueles que pensavam diferente!!!

Segundo informações da Diocese de Crato, quem exercerá a função de pároco de Altaneira a partir do dia 06 de novembro é vigário paroquial da Paróquia Senhor Menino Deus, de Aurora, padre Damião da Silva Peixoto.





Quando STF elimina direito de greve de servidores, passou da hora de repensá-lo


Algum limite tem que ser pensado pela sociedade civil – esqueça as instituições – a uma corte que toda semana resolve mexer na Constituição para eliminar um direito da população. Nesta última de outubro, a aposentadoria e o direito de greve de servidores públicos – estes mesmos, na base da pirâmide, esquecidos pelos burocratas que usufruem de todos os privilégios lá do alto – foram as mais recentes vítimas.

Por Brenno Tardelli, no Justificando

A decisão vem após o anúncio de apoio à PEC 241 pela Presidente da Corte Min. Cármen Lúcia, a pior à frente do cargo que me lembro. Vem depois da intragável sessão que eliminou a presunção de inocência, inesquecível para quem cultiva o mínimo do mínimo de compromisso com a Constituição Federal.

Essa onda reacionária que tomou o Judiciário parece que não tem hora para acabar. Enquanto se acotovelam atrás de flashes da mídia e frases “contra a corrupção”, “contra a impunidade”, os ministros decidiram descontar o salário do servidor em greve sem que seja necessária decisão judicial nesse sentido.

Dirá o empedernido burocrata que a decisão não “elimina” o direito de greve, mas apenas o adequa para que o país não pare. Nas palavras do ministro Fux, conhecido por “matar no peito”, “o que ocorre numa visão realista, nós estamos num momento muito difícil e que se avizinha deflagrações de greve e é preciso estabelecer critérios para que nós não permitamos que se possa parar o Brasil”

São condicionantes políticas e factuais interferindo no texto da Constituição – tempos, portanto, da maior insegurança política possível.

Os servidores públicos em greve costumam ser aqueles no piso da relação pública. Por exemplo escreventes de cartório em Judiciário, que não votam, não participam das decisões, não recebem aumento, são humilhados e desestimulados; agora, sequer poder de reação frente à corte brasileira essas pessoas têm. Para quem desconhece o cenário, tenha em mente que o funcionalismo público não se resume ao baronato, embora, ao mesmo tempo, seja ele que massacra e agora tira as esperanças da base da pirâmide ver dias melhores.


Não haverá muito tempo para se comover com os servidores sem direito de greve, pois certamente se aproxima o dia em que a corte composta por ministros e ministras medíocres decidirá eliminar outros direitos da população. No momento atual do Brasil, a única certeza da vida é que todo dia algum burocrata vai lhe arrancar um direito.


Urca: a primeira universidade estadual do Ceará ocupada e a presença do Movimento Estudantil



A Universidade Regional do Cariri (URCA) resiste contra os ataques do governo ilegítimo de Temer. Ocupamos a primeira universidade no estado do Ceará, lutamos por uma universidade democrática e autônoma. Em âmbito nacional, compreendemos a necessidade de pautarmos a luta contra os ajustes do governo Temer, especificamente contra a PEC 241 (agora PEC 55) e o PLP 257, as quais congelam os gastos com o serviço público, atacando diretamente a classe trabalhadora.
Por Luana Villar e Maria Almeida, no Esquerda Oline

Somamos a luta com todas as ocupações que estão ocorrendo nas escolas e universidades do Brasil. Somos contra a alteração da LDB, que exclui as leis 10.639/2003 e 11.645/2008, retirando a obrigatoriedade do ensino da história e cultura africana, afrobrasileira e indígena do currículo escolar, e também excluem disciplinas importantes no processo de formação crítica.

Na última sexta-feira (21), realizamos um ato contra os descasos da universidade com os discentes. Esta mobilização ocorreu exatamente na Semana Universitária da URCA, evento acadêmico da instituição, onde agitamos palavras de ordem contra a Reforma do Ensino Médio e o Projeto Escola Sem Partido. Desse ato foi tirada uma reunião que ocorreu no dia 24, com intuito de encaminharmos as próximas manifestações. Decidimos que iríamos ocupar a reitoria para que fôssemos ouvidos e, acima de tudo, na intenção de passarmos a mensagem de que resistiríamos contra os ataques do governo Temer.

Dessa forma, na tarde da terça-feira (25), ocupamos a reitoria da Universidade Regional do Cariri. Houve reunião com a administração da IES, porém não apresentaram soluções plausíveis para a pauta que ali apresentamos.

Reivindicamos que a administração da URCA paute a luta diária de forma efetiva contra o machismo, racismo, lgbtfobia e a intolerância religiosa, que ocorrem diariamente na universidade sem a punição dos agressores. Pautamos Eleições Diretas, sem a intervenção do Governo do Estado. Maiores investimentos na estrutura dos campi da URCA.

Exigimos transparência no orçamento estudantil da universidade, somos contra o descaso da gestão com os residentes. Pela ampliação do restaurante universitário para outros campi com café da manhã e refeições nos finais de semana. Implementação da lei de cotas raciais e sociais no processo de seleção. Regulamento democrático e participativo das políticas de assistência estudantil.

A URCA foi a 83° instituição que aderiu à luta nacional, juntamente com mais de mil escolas e 102 Institutos Federais. A ocupação está cada vez mais fortalecida, com apoio significativo dos estudantes da URCA, movimentos sociais, professores e servidores. À medida que se fortalece a organização do movimento e o diálogo com todo o corpo estudantil e outras instâncias, novas pautas surgem, como a reivindicação por concurso público para professores e técnicos com regulamentação do PCCV e autonomia universitária.

Lutamos porque acreditamos que é possível outro modelo de sociedade, em que não sejamos excluídos, pelo fim da exploração brutal da classe trabalhadora, onde as mulheres não sejam violentadas e pelo fim do racismo e lgbtfobia. Compreendemos a necessidade da luta contra esse governo, de lutar contra a PEC 241 e o PLP 257, e também contra a onda conservadora e burguesa. Defendemos o Fora Teme, ‘Ocupar Tudo’ e construir uma greve geral.

A URCA está ocupada desde  dia 25 de outubro. Foto: Divulgação.

Educadores Dermeval Saviani e Cury rejeitam receber premiação das mãos do Ministro da Educação


Os educadores Dermeval Savani e Carlos Roberto Jamil Cury decidiram não participar da cerimônia de entrega do Prêmio Capes Anísio Teixeira, nesta quarta-feira 26, em Brasília. Savani e Cury, que fazem parte dos homenageados pela premiação no quesito educação básica deste ano, declinaram da solenidade de entrega da homenagem em razão da presença do ministro da Educação, Mendonça Filho, como presidente dos trabalhos.

Publicado originalmente no 247

Em e-mail encaminhado ao presidente da Capes, Abílio Baeta Neves, os dois acadêmicos justificam a ausência: “nossa expectativa era que esta cerimônia se desse dentro dos espaços da agência e fosse presidida por V. Senhoria. Entretanto, a mudança do local nos colocou em situação delicada já que temos reservas quanto ao cerimonial”. Segundo eles, a ausência se deve, ainda, “pelas posições que temos tomado quanto às recentes medidas do governo que, a nosso ver, não fazem jus à dinâmica do Plano Nacional de Educação pelo qual tanto nos empenhamos”.

Em carta à educadores, ressaltam: “na presente conjuntura política regressista, com ameaças que já estão se concretizando de grave retrocesso em nossa área, consideramos que a atitude que tomamos é a mais coerente com a já longa e árdua luta que todos nós estamos travando por uma educação pública do mais elevado padrão”. “Ao aceitarmos esta indicação, entretanto, não podemos nos esquecer que estamos em posições opostas ao atual governo e isto nos constrange diante de uma solenidade que pode significar apoio a medidas que venham a restringir o nosso compromisso com uma educação de qualidade. Tal circunstância também nos constrange porque a participação nessa cerimônia nos colocaria em desacordo com o exemplo do patrono do prêmio em sua intransigente defesa da democracia como uma condição indispensável para o pleno atendimento aos direitos educacionais de toda a população brasileira”, dizem em esclarecimento público quanto à ausência.

Além de Savani e Cury, formam homenageados na educação básica os acadêmicos Bernardete Angelina Gatti, Magda Becker Soares, Marcelo Miranda Viana da Silva, Carlos e Antonio Cardoso do Amar. Os homenageados na modalidade de educação superior foram Malaquias Batista Filho, Jorge Almeida Guimarães, Helena Bonciani Nader, Adalberto Luis Val, Márcia Cristina Bernardes Barbosa e Roberto Cláudio Frota Bezerra.

Com as ausências dos homenageados, Mendonça Filho fez a entrega simbólica da condecoração ao professor da Universidade Federal do Ceará (UFC) Roberto Cláudio Frota Bezerra, que representou os 12 educadores homenageados.

Prêmio

Instituído em março de 1981, o prêmio é uma homenagem ao educador baiano Anísio Teixeira, idealizador da primeira universidade com cursos de graduação e pós-graduação. O intelectual foi o primeiro presidente da Capes, fundada em 1951, e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (Inep), que, desde 2001, passou a ter seu nome.

Em 2012, foi instituído o Prêmio Anísio Teixeira de Educação Básica. A premiação foi criada para reconhecer personalidades brasileiras que tenham contribuições relevantes e sistemáticas para o desenvolvimento da educação básica, para o aperfeiçoamento de ações dirigidas a esse nível de ensino ou para as atividades de melhoria da qualidade da formação de professores. Em sua primeira edição, o educador pernambucano Paulo Freire, patrono da educação brasileira, foi o homenageado.

Confira o esclarecimento dos educadores:

ESCLARECIMENTO

Prof. Carlos Roberto Jamil Cury

Prof. Dermeval Saviani

O Prêmio Capes “Anísio Teixeira” é uma honraria que dignifica quem o recebe, mas também quem o propicia. O fato da CAPES ter se reaberto para a educação básica de modo formal torna este nível da educação nacional objeto de políticas e programas que visam assegurar maior democratização de nossa educação. Por isso há uma convergência entre a nova configuração da agência e o nome do patrono do prêmio. Anísio Teixeira se pautou pela valorização da educação pública, denunciando quando ela se tornou privilégio e lutando por ela como direito.

Nos tempos em que a ditadura do Estado Novo, em 1937, quebrando a institucionalidade democrática de 1934, privilegiou a educação privada e secundarizou a educação pública, ele se afastou da vida pública esperando por dias mais abertos. Em seu retorno à vida pública com a redemocratização de 1946 não só se voltou para a educação básica como também passou a oferecer um contributo inestimável para o ensino superior com a fundação da CAPES, em 1951, da qual foi o primeiro dirigente.

Hoje, muitos dos educadores e das associações científicas que foram consultados a fim de indicarem nomes que fizessem jus a este prêmio, entenderam que nossos nomes poderiam fazer parte da lista dos contemplados. Certamente outros nomes também fariam jus e hão de receber este prêmio em anos próximos. E o Conselho Superior da CAPES entendeu, por sua vez, serem nossos nomes dignos da indicação. Esse reconhecimento é apenas um incentivo a mais para continuarmos a valorizar a educação nacional nos termos do Plano Nacional de Pós-Graduação e do Plano Nacional de Educação em consonância com o disposto na Emenda Constitucional n. 59 de 2009.

Ao aceitarmos esta indicação, entretanto, não podemos nos esquecer que estamos em posições opostas ao atual governo e isto nos constrange diante de uma solenidade que pode significar apoio a medidas que venham a restringir o nosso compromisso com uma educação de qualidade. Tal circunstância também nos constrange porque a participação nessa cerimônia nos colocaria em desacordo com o exemplo do patrono do prêmio em sua intransigente defesa da democracia como uma condição indispensável para o pleno atendimento aos direitos educacionais de toda a população brasileira.


Nossa ausência na cerimônia solene não nos retira o compromisso de continuarmos, dentro da pluralidade de concepções — como registra nossa Constituição – na luta para assegurar a todas as crianças e jovens de nosso país uma educação pública com elevado padrão de qualidade considerada por nós um requisito necessário à consolidação de nossa ainda frágil democracia.”