Governo deve tratar mídia como partido de oposição, diz sociólogo Emir Sader



A mais significativa e a mais grave afirmação feita pelos órgãos da mídia brasileira nos últimos tempos foi de autoria de Judith Brito, executiva da empresa Folha de S. Paulo, em 2010, quando ela era presidente da Associação Nacional de Jornais:



"Na situação atual, em que os partidos de oposição estão muito fracos, cabe a nós dos jornais exercer o papel dos partidos. Por isso estamos fazendo."

A declaração é extremamente grave para a democracia brasileira – afetando tanto o papel dos partidos, quanto da mídia e, especialmente, o processo de formação da opinião pública. Ela não foi tomada a sério em todas as suas consequências, como se se tratasse de uma confissão de sinceridade de uma executiva, sem refletir processos profundos, que pervertem a democracia brasileira.

É verdade que há uma crise generalizada de representação dos partidos, processo para o qual a própria mídia colabora cotidianamente, ao desqualificar a política, os políticos, os governos e os próprios partidos e, promover, de forma implícita ou explícita, os mercados. Uma crise que é generalizada praticamente em todos os países, porque as formas de fazer política se esgotaram, dado o caráter extremamente formal das formas de representação mas, sobretudo, pela perversão que o poder do dinheiro introduz cotidianamente na política, nas eleições, nos próprios governos.

Mas a mesma mídia que promove diariamente o desprestígio da política se vale disso para – como declarou a própria executiva da Folha – substituir os partidos. Com isso, produz um duplo efeito negativo para a democracia: enfraquece as formas tradicionais de representação, fundadas no voto popular, e deforma profundamente o papel da mídia, ao fazer com que ela assuma o papel de partido de oposição.

A formação da opinião pública é um componente essencial da democracia, porque nela deveriam expressar-se a diversidade de pontos de vista, de reivindicações e de interesses existentes na sociedade. Quando a mídia, que tem um papel central nesse processo, se alinha, de forma confessa, como partido e partido de oposição, renuncia completamente a desempenhar esse papel.

No Brasil, desde 2003, esse papel da mídia é evidente. Em primeiro lugar, pela sua escandalosa parcialidade na informação. Há uma censura evidente, que seleciona, deformando conscientemente as informações contrárias ao governo – como se constata no Manchetômetro -, como deixando de difundir, ou fazendo-o de maneira deformada, toda informação favorável ao governo. Em segundo lugar, atuando efetivamente como partido, ao desenvolver campanhas sistemáticas, sempre contra o governo, de pessimismo econômico e de denuncismo.

Os jornais e revistas não se limitam a emitir suas opiniões nos seus editoriais, entregando informação de maneira mais ou menos objetiva e abrigando nas colunas de opinião diversidade de pontos de vista. Tudo é editorializado, é deformado pelo ponto de vista partidário dos donos das publicações.

A executiva da Folha tem razão: dada a fraqueza dos partidos de oposição, a mídia tem desempenhado o papel de partido de oposição. Portanto, já não são formadores democráticos de opinião, são partidos políticos e têm que ser considerados assim. (Lembremo-nos que Obama caracterizou a Fox como um partido político de oposição e passou a tratá-lo dessa maneira.) Se há essa confissão da então presidente da ANL, basta isso como prova: devemos considerá-los formalmente como partido de oposição e o governo também deve fazê-lo, para todos os efeitos.


Fica fazendo falta então partidos representativos e mídia democrática. O fim dos financiamentos empresariais pode ajudar aos partidos, mas sua desmoralização requer lideranças de forte legitimidade popular para recuperar formas democráticas de representação política. E a democratização da formação da opinião pública requer que se termine com essas formas pervertidas de mídia-partido opositor, que fazem mal para a política, para a mídia e para a democracia.

Por que a foto deste garoto negro com um boneco de Star Wars foi censurada no Facebook?


Por Cidinha da Silva, no DCM

Matias Melquíades é um garoto lindo, criativo e espoleta. Os pais se dedicam a realizar o sonho de crianças como ele, e também outras, diferentes de todos os modos, mas que têm em comum o desejo de brincar. São construtores de brinquedos e incentivadores de brincadeiras, os pais do garoto.

Matias Melquíades e Finn, o heroi negro de "Star Wars".
Eles mesmos, os pais, dois jovens suburbanos cariocas, devem ter brincado muito. De bola, futebol e queimada, tênis e peteca nas ruas de terra. Carrinho de rolimã e patinete. Devem ter experimentado brincadeiras de correr. Damas, jogo da velha, quem sabe xadrez? Talvez futebol de botão em campinho de madeira e pregos (os jogadores fixos), como o que meu pai construía para mim e para meus irmãos.

Se tiverem tido quintal com árvores frutíferas e não tiverem morado em caixotinhos, como a maioria de nós, expulsos das áreas melhores pela gentrificação das cidades, devem ter criado animais com as frutas que caíam das árvores do pomar de casa, mangas, maracujás, laranjas, limões e chuchu, que não era fruta, mas também entraria na farra. Devem ter feito patas com palitos de fósforo. Olhos nariz, boca, rabos e chifres torneados com faca pequena de cozinha, sem ponta. E mais massinha, brinquedos de montar, lápis de colorir e quebra-cabeças.

Imagino que Matias também deva brincar com tudo isso. Ele não tem a mais vaga ideia do que seja Star Wars, o filme, a série, os desenhos, mas os pais acharam importante dar-lhe de presente um bonequinho de 30 centímetros do Finn, personagem negro da edição mais recente nos cinemas.

Ao contrário do pessoal fanático pela série que deixou o bonequinho negro encalhado nas prateleiras das lojas de brinquedos no final do ano, os pais, que nem são grandes fãs do Star Wars, adquiriram um boneco do Finn porque ele é negro como o Matias. E representatividade é um componente importante para a formação daquela pessoinha de 5 anos.

Todo prosa, Matias foi fotografado junto com Finn e postado no Facebook. A foto viralizou e, para surpresa dos pais-coruja foi denunciada e suspensa por nudez. Sim, nudez! Olha que povo paranoicamente racista? Do Matias só vemos o peito, guardadinho numa camiseta e o rosto feliz. E o Finn, coitado, além de vestido com calça, jaqueta e botas, como saiu da loja, ainda estava dentro da embalagem.



Não é mole, não! Se as crianças brancas e seus pais, mesmo considerando Finn, o segundo personagem mais legal do filme, segundo levantamentos de satisfação de público, não quiseram comprar o boneco, não gostaram dele a ponto de consumir um boneco negro, tudo bem. Ninguém pode ser obrigado a comprar um produto ou punido por não fazê-lo, embora as pessoas possam ser educadas para compreender essa rejeição, ao invés de jogá-la no limbo da irrelevância. Mas, denunciar a imagem do garoto e seu brinquedo por nudez, para que o sistema burro de Zuckerberg a exclua, até que as pessoas que postaram a foto reclamem e consigam reativá-la depois de “criteriosa análise”, é a mais impura perseguição racista.

E não se trata de uma atitude inofensiva. A pessoa que fez essa denúncia falsa deveria ser investigada por quem monitora manifestações racistas na internet, pois é factível que ela integre algum grupo especializado em ataques racistas no cyberespaço. Se esse tipo de caso é tomado apenas como algo feito por alguém ignorante, abre-se uma grande avenida para a institucionalização das práticas racistas na Web.

Informações em Foco lidera ranking dos blogs mais acessados de Altaneira




O levantamento sobre a audiência da blogosfera altaneirense mostra que pela primeira vez o Blog de Altaneira não foi o mais visualizado no ano. O Blog Informações em Foco que aparecia em quarto lugar em 2013, assumiu a vice-liderança em 2014 e ultrapassou o BA em 2015 assumindo a liderança. Em terceiro lugar, mais uma vez ficou o Blog do professor Paulo Robson.

Gráfico com audiência dos blogs altaneirenses 2015. Arte: Blog de Altaneira.
A surpresa negativa foi a exclusão do Blog evangélico da Igreja da Graça e a queda de audiência do Blog da Altaneira FM que em 2013 aparecia em segundo lugar e no ano passado ficou apenas  na sexta colocação. Por sua vez o Blog Ministério Nissí consolidou-se em quarto lugar.

Confira os 10 Blogs mais visualizados em 2015:

01 - Blog Informações em Foco - 303.339 visualizações;
02 - Blog de Altaneira - 282.223 visualizações;
03 - Blog Prof. Paulo Robson - 109.500 visualizações;
04 - Blog Ministério Nissí - 56.309 visualizações;
05 - Blog A Pedreira - 53.499 visualizações;
06 - Blog Rádio Altaneira FM - 32.540 visualizações;
07 - Blog Vereador Prof. Adeilton - 20.521 visualizações;
08 - Blog Projeto ARCA - 9.003 visualizações;
09 - Blog Esporte é Vida - 8.258 visualizações;
10 - Blog Mandíbulla - 4.807 visualizações.

A soma total dos 10 blogs mais visualizados supera a marca de 870.000 acessos no ano, outros seis blogs também são monitorados, mas infelizmente com rendimentos baixos e outros que ainda não disponibilizaram contadores.

Em relação ao acumulado dos acessos desde o lançamento de cada blog houve algumas alterações, confiram:

01 - Blog de Altaneira - 1.824.013 visualizações;
02 - Blog Informações em Foco - 821.789 visualizações;
03 - Blog Paulo Robson - 523.777 visualizações;
04 - Blog Radio Altaneira FM - 446.300 visualizações;
05 - Blog A Pedreira - 139.840 visualizações;
06 - Blog Ministério Nissí - 112.112 visualizações;
07 - Blog Vereador Prof. Adeilton – 67.311 visualizações;
08 - Blog Mandíbulla - 56.217 visualizações;
09 - Blog Projeto ARCA - 37.763 visualizações;
10 - Blog Esporte é Vida - 14.820 visualizações.

O Karma do Brasil, por Helio Santos



Um país, além do espaço territorial, carrega outros atributos. O Brasil tem uma história que não é tão bela como emolduram alguns historiadores contadores de estórias.

Temos meio milênio de vida e somos considerados um país ainda jovem. Tivemos a escravidão colonial mais longa: 354 anos – período que ocupou cerca de 70% da nossa idade. Além de possuir uma população que já supera 200 milhões de almas, temos 26 estados, o distrito federal e 5.570 cidades. Todos esses entes da federação são dirigidos por prefeitos, governadores, vereadores, deputados estaduais e federais, senadores e a presidência da república. Temos ainda a estrutura do judiciário – pesada e complexa burocracia que cuida dos assuntos da Justiça, cuja cúpula é o Supremo Tribunal Federal – (STF). A grande maioria desses dirigentes é formada por homens brancos. É importante lembrar que dentre os 4 segmentos populacionais – mulheres negras; mulheres brancas; homens negros e homens brancos, este último constitui o subgrupo menor. Às mulheres negras, que são o maior segmento, estão reservados os piores espaços e condições de vida na sociedade.

Quem é quem na distribuição dos bônus e dos ônus?

Muitas pessoas não compreendem o porquê de segmentar os grupos étnicos-raciais quando se discute o Brasil. Nas redes sociais beira o ridículo quando não-negros e mesmo negros clamam: “todos são iguais”; “é racismo dividir as raças”; ou pior: “não há raças”, ou ainda “a raça humana” é o que conta etc. Evidente que, idealmente, todos são de fato iguais. É certo também reconhecer que a Biologia prova que não há raças na espécie humana. O que os detratores dessa abordagem precisam compreender é que há racismo; muito racismo no Brasil.

Abordar o Karma do Brasil, mais do que nunca, há que se falar – sim – de gênero, de raça, de injustiça e violência. É necessário reconhecer: ao longo da história, o Brasil foi e continua sendo muito injusto e violento, sobretudo para determinados filhos. Me refiro aos indígenas, negros, mulheres e público LGBT. Estes sofrem mais danos, sim. Todos os dados reafirmam essa covardia do nosso cotidiano que, muitas vezes, ocasiona a morte de inocentes.

O país colhe o que sempre plantou; o que apresenta de maneira simplista a ideia do karma, que é mais complexa do que “ação & reação”. É fundamental também apreender as lições, ter humildade e valorizar a diversidade. O tempo todo se continua semeando injustiças. Todavia, tais descaminhos não são de responsabilidade apenas das medíocres elites nacionais.

Ostentação

Não é exagero dizer: o negro brasileiro é o único eleitor do mundo que elege o seu inimigo. Elege aqueles que depois não contêm e nem condenam a polícia que o assassina, que não desenvolvem políticas onde as oportunidades são iguais e que potencializam empresas e organizações racistas.

A ex-prefeita de Bom Jardim (Maranhão) que recebeu o festivo apelido de “prefeita-ostentação” foi presa e denunciada por desvio de verba da merenda escolar. Reparem na figura da foto abaixo a causa do apelido.

Reprodução.
Pergunta: como num estado de maioria negra e pobre, como o Maranhão, os eleitores escolhem uma prefeita com esse perfil tão esdrúxulo? São inúmeras as cidades, sobretudo as com menos de 100 mil habitantes, em que a administração, literalmente, “rouba balas das criancinhas”. Diversos são os municípios denunciados por não aplicar os recursos recebidos para a alimentação das crianças.

O famoso ex-prefeito que desviou milhões de dólares não é apenas ladrão, mas também é assassino. Os desvios foram abastecer contas fantasmas no exterior – somas impressionantes de dólares. Pergunta: quantos bebês dos bairros carentes deixariam de morrer se suas mães tivessem tido pré-natais, medicamentos, atendimento e alimentação adequados? Recursos que deveriam ser utilizados para construir creches foram robustecer fortunas familiares.

A mentira, a banalização do roubo e o achincalhe à nossa inteligência são protagonizados por pessoas que nós mesmos impoderamos. Como lamento dizer: temos responsabilidade nisso, sim!

Quem são, afinal, as pessoas que nos governam? Importante: todas elas foram eleitas de acordo com os parâmetros democráticos que logramos construir até aqui. O atual congresso, que tanto atemoriza quem reflete sobre o Brasil, é dirigido por homens que foram eleitos pelos nossos representantes. Neste sentido, eles são legítimos – sim -, pois não caíram de paraquedas e nem vieram de Júpiter. Se vemos neles falta de qualidade é importante lembrar que foi por essa escassez de atributos morais que eles foram escolhidos pelos seus pares – precisamente por isto.

Ninguém no Brasil pode ser condenado sem julgamento e nem preso sem ordem judicial – são conquistas recentes da nossa ainda tênue democracia. Mas pergunto, de 1 a 10, qual a chance dessa cena abaixo se concretizar nos próximos tempos?


Algumas figuras no Brasil se tornam notórias na vida pública de repente, mas com a mesma velocidade saem de cena para o ostracismo. Retornam para a mediocridade de suas vidas egoístas. Para quebrar a nossa senda de injustiças, ao que tudo indica, temos que sutilizar o nosso karma – trabalhá-lo.

Uma pessoa que conheci, um homem oriental de idade já avançada, ao nos ouvir falar da saga das mulheres indígenas e negras ao longo dos séculos, indagou: – “vocês cultuam essas mulheres?” Eu denomino tais mulheres, num texto já antigo, “As grandes Avós do Brasil”. Elas jamais tiveram o reconhecimento oficial pelo que os seus sagrados ventres propiciaram à reconhecida mistura étnica do País. Miscigenação forçada, por isto não integradora, que aqui tornou-se um álibe – este, sim, oficial – para não se fazer nada. Para o oriental citado – um homem espiritualista –, o país deve muito pelo que fez e precisa reconhecer e cultuar não para obter perdão, mas para reconciliar consigo mesmo. Sutilizar o karma.

No governo FHC, em 1995, Zumbi foi inscrito no Panteão dos Heróis Nacionais em cerimônia com o presidente feita em União dos Palmares em Alagoas. No governo Lula, em 2005, o país pediu perdão pelos séculos de escravismo negro em visita do presidente à Ilha de Goreé no Senegal de onde os navios tumbeiros partiam com sua carga humana para o Brasil. No plano simbólico estas foram medidas oficiais importantes. Entretanto, no campo material, o País precisa “correr atrás”, pois deve muito.

O pior: o Brasil continua semeando muitas injustiças. O País é renitente em seus erros e precisa o quanto antes entrar numa rota de reconciliação com o seu histórico de dor. Temos caminhado sem a agilidade necessária. Sutilizar o karma. Todos têm um papel a desempenhar: oprimidos/as e opressores/as.

Em tempos de intolerância: o mito do brasileiro cordial



A figura do povo alegre, agregador e tolerante, geralmente atribuída ao brasileiro, é mais um daqueles mitos que tardam, mas não falham em mostrar sua verdadeira face. O termo “cordial” – imortalizado pelo historiador Sérgio Buarque de Hollanda, em Raízes do Brasil,– é comumente mal interpretado.



No caráter etimológico defendido pelo autor, não é exatamente “cortês” ou “bondoso” o que definiria o brasileiro. “Cordial” vem de coração. Ou seja, é o tipo de pessoa que se orienta de forma passional, muito mais do que pela racionalidade. E isso, na prática, pode ser bem perigoso, como temos visto com uma assombrosa constância nos últimos tempos.

A relação conflituosa entre o amor e o ódio tem levado às ruas, atitudes que desconhecem os limites do bom senso. Perdemos a vergonha da nossa vergonha e agora gritamos ao mundo a revolta generalizada contra tudo e contra todos. No debate político, importamos do futebol a rivalidade e os palavrões; das novelas, vieram os arquétipos de “mocinhos” e “vilões” e seu consequente maniqueísmo simplificador.

O problema é que, nesse caso, aquele que se diz “do lado do bem” é o mesmo que pede cadeia para adolescentes, pena de morte, justiçamento, repressão a homossexuais. É o mesmo que objetifica as mulheres, faz piadas racistas, fura a fila e “molha a mão” do guarda para se livrar de uma multa. É o tal tipo que usa anonimamente as redes sociais para destilar seu conservadorismo raivoso contra potenciais inimigos, mas, claro, colocando-se como exemplo definitivo da mais absoluta retidão moral.

Casos como o da menina de 11 anos apedrejada por seguir o Candomblé, a apresentadora negra atacada com ofensas na internet, os adesivos que colocam a primeira presidenta do país em poses sexuais vexatórias, o homem amarrado a um poste e linchado no Maranhão, as estatísticas crescentes de assassinatos de LGBTs e jovens da periferia mostram que, definitivamente, estamos longe de ser o país do respeito às diferenças.

Uma coisa é certa: caíram as máscaras até hoje tão utilizadas para esconder as formas mais perversas de preconceito e exclusão. O que resta é a face nua do autoritarismo, escancarada por um setor da sociedade que trabalha diuturnamente para golpear a democracia, conquistada a duras penas. A raiva agora exposta se revela ávida por colocar em prática seus delírios mais violentos contra grupos historicamente vulneráveis, ensinados a viver entre as paredes do medo. E não nos enganemos. Esta é uma guerra, como todas as outras, em que todos saem perdendo.

Novas regras do acordo ortográfico já entraram em vigor


As regras do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa são obrigatórias no Brasil a partir de hoje (1º). Em uso desde 2009, mudanças como o fim do trema e novas regras para o uso do hífen e de acentos diferenciais agora são oficiais com a entrada em vigor do acordo, adiada por três anos pelo governo brasileiro.


Livros devem ser publicados sob as novas regras,
sem diferenças de vocabulários entre os países de
língua portuguesa.
Assinado em 1990 com outros Estados-Membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) para padronizar as regras ortográficas, o acordo foi ratificado pelo Brasil em 2008 e implementado sem obrigatoriedade em 2009. A previsão inicial era que as regras fossem cobradas oficialmente a partir de 1° de janeiro de 2013, mas, após polêmicas e críticas da sociedade, o governo adiou a entrada em vigor para 1° de janeiro de 2016.

O Brasil é o terceiro dos oito países que assinaram o tratado a tornar obrigatórias as mudanças, que já estão em vigor em Portugal e Cabo Verde. Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste ainda não aplicam oficialmente as novas regras ortográficas.

Com a padronização da língua, a CPLP pretende facilitar o intercâmbio cultural e científico entre os países e ampliar a divulgação do idioma e da literatura em língua portuguesa, já que os livros passam a ser publicados sob as novas regras, sem diferenças de vocabulários entre os países. De acordo com o Ministério da Educação, o acordo alterou 0,8% dos vocábulos da língua portuguesa no Brasil e 1,3% em Portugal.

Alfabeto, trema e acentos

Entre as principais mudanças, está a ampliação do alfabeto oficial para 26 letras, com o acréscimo do k, w e y. As letras já são usadas em várias palavras do idioma, como nomes indígenas e abreviações de medidas, mas estavam fora do vocábulo oficial.

O trema – dois pontos sobre a vogal u – foi eliminado, e pode ser usado apenas em nomes próprios. No entanto, a mudança vale apenas para a escrita, e palavras como linguiça, cinquenta e tranquilo continuam com a mesma pronúncia.

Os acentos diferenciais também deixaram de existir, de acordo com as novas regras, eliminando a diferença gráfica entre pára (do verbo parar) e para (preposição), por exemplo. Há exceções como as palavras pôr (verbo) e por (preposição) e pode (presente do indicativo do verbo poder) e pôde (pretérito do indicativo do verbo poder), que tiveram os acentos diferenciais mantidos.

O acento circunflexo foi retirado de palavras terminadas em "êem", como nas formas verbais leem, creem, veem e em substantivos como enjoo e voo.

Já o acento agudo foi eliminado nos ditongos abertos "ei" e "oi" (antes "éi" e "ói"), dando nova grafia a palavras como colmeia e jiboia.

O hífen deixou de ser usado em dois casos: quando a segunda parte da palavra começar com s ou r (contra-regra passou a ser contrarregra), com exceção de quando o prefixo terminar em r (super-resistente), e quando a primeira parte da palavra termina com vogal e a segunda parte começa com vogal (auto-estrada passou a ser autoestrada).

A grafia correta das palavras conforme as regras do acordo podem ser consultadas no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp), disponível no site da Academia Brasileira de Letras (ABL) e por meio de aplicativo para smartphones e tablets, que pode ser baixado em dispositivos Android e IOs.

Informações em Foco 2015 – sempre a SERVIÇO DA CIDADANIA


2015 foi, sem dúvida, um ano não muito diferente do que foi 2014 para o Informações em Foco (IF). Tanto em audiência (quantidade de acessos/dia) quanto no que diz respeito aos artigos publicados (seja escrito por este signatário ou compartilhado de sites que se aproxime do que pregamos).


Sempre que um ano se finda, temos a ideia de fazermos balanços com o intuito de se saber se trilhamos durante todo o percurso de forma correta para alcançarmos o que propomos quando da criação do portal – estarmos sempre a SERVIÇO DA CIDADANIA. E caminharmos para atingir este fim é nos tornarmos alternativa frente a uma mídia golpista. E ainda assumirmos o compromisso diário de nos afastarmos do sensacionalismo, do disse – me – disse, de informações apelativas e de duplo sentido e do elitismo barato. Buscamos, outrossim, mantermos o compromisso de informarmos para formarmos opinião a partir de temas ligado a vários setores sociais - como a cultura, educação, política, saúde, esporte,  a religiosidade e suas adjacências, discussão de gênero e relações étnico-raciais (estas, inclusive tem sido o foco maior deste ano e que tem nos rendido os maiores acessos no grupo Historiadores, da rede social facebook) – sempre com o intuito maior de propagarmos e incitarmos o exercício da cidadania no meio midiático.

Em artigo publicado em 31 de julho de 2015 chegamos a afirmar que o IF superou as expectativas e se tornou no mês supracitado um fenômeno de acessos. Sempre, ou quase sempre superiores a 900 acessos/dia. Foi em julho ainda, no dia 30 que superamos a marca histórica dos 3.000 acessos/dia. Marca próxima a essa só em 2012 quando em artigo intitulado “Apresentadora demonstra falta de conhecimento ao afirmar que defensores do Estado laico são ‘intolerantes’ rendeu mais de 2.000 acessos.

Este ano é também um dos que mais escrevemos. Foram até o fechamento desta postagem 619 (seiscentos e dezenove) artigos publicados. Marca essa só superada em 2013 quando publicamos 686 (seiscentos e oitenta e seis) artigos.

Para comemorar a passagem dos 04 anos do IF, resolvemos lançar no dia 23 de março do ano em curso a série “Blogueiros de Altaneira”. As publicações visavam discorrer sobre os principais nomes deste município que resolveram dedicar parte do seu tempo a escrever sobre fatos que perpassam a área da educação, política, religião, cultura e outras temáticas que de alguma forma possui ligação com essa municipalidade. Passaram pela série aqueles assíduos e também os que por algum motivo deixaram de atualizar seus portais. Nomes como o de Vinícius Freire, José Evantuil, Paulo Robson, Humberto Batista, Edezyo Jaled, Pedro Rafael, Claudio Gonçalves, Júnior Carvalho, Givanildo Gonçalves, Adeilton Silva e Raimundo Soares Filho protagonizaram nossos artigos. Todos homens. Em 2016 esperamos que no 5º aniversário do IF possamos incluir na série as "blogueiras".

Estamos encerrando o ano com uma marca superior aos 821.000,00 acessos. O que equivale a 303.065 acessos no ano. 172.960 somente neste último semestre, o que nos coloca entre os portais mais visitados do cariri.

Por fim, afirmamos que em 2016 estaremos com a mesma proposta, ao passo que agradecemos aos(as) nossos(as) leitores(as) e colaboradores(as) que são os que fazem acontecer a credibilidade do nosso portal, sendo ainda propagadores(as) de nossas ideias.

Um forte e fraterno abraço!!!

Associação Brasileira de Críticos de Cinema elege os 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos




A Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine) organizou uma eleição dos 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos, confira o ranking:


1.  Limite (1931), de Mario Peixoto



2. Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964), de Glauber Rocha
3. Vidas Secas (1963), de Nelson Pereira dos Santos
4. Cabra Marcado para Morrer (1984), de Eduardo Coutinho
5. Terra em Transe (1967), de Glauber Rocha
6. O Bandido da Luz Vermelha (1968), de Rogério Sganzerla
7. São Paulo S/A (1965), de Luís Sérgio Person
8. Cidade de Deus (2002), de Fernando Meirelles
9. O Pagador de Promessas (1962), de Anselmo Duarte
10. Macunaíma (1969), de Joaquim Pedro de Andrade
11. Central do Brasil (1998), de Walter Salles
12. Pixote, a Lei do Mais Fraco (1981), de Hector Babenco
13. Ilha das Flores (1989), de Jorge Furtado
14. Eles Não Usam Black-Tie (1981), de Leon Hirszman
15. O Som ao Redor (2012), de Kleber Mendonça Filho
16. Lavoura Arcaica (2001), de Luiz Fernando Carvalho
17. Jogo de Cena (2007), de Eduardo Coutinho
18. Bye Bye, Brasil (1979), de Carlos Diegues
19. Assalto ao Trem Pagador (1962), de Roberto Farias
20. São Bernardo (1974), de Leon Hirszman
21. Iracema, uma Transa Amazônica (1975), de Jorge Bodansky e Orlando Senna
22. Noite Vazia (1964), de Walter Hugo Khouri
23. Os Fuzis (1964), de Ruy Guerra
24. Ganga Bruta (1933), de Humberto Mauro
25. Bang Bang (1971), de Andrea Tonacci
26. A Hora e a Vez de Augusto Matraga (1968), de Roberto Santos
27. Rio, 40 Graus (1955), de Nelson Pereira dos Santos
28. Edifício Master (2002), de Eduardo Coutinho
29. Memórias do Cárcere (1984), de Nelson Pereira dos Santos
30. Tropa de Elite (2007), de José Padilha
31. O Padre e a Moça (1965), de Joaquim Pedro de Andrade
32. Serras da Desordem (2006), de Andrea Tonacci
33. Santiago (2007), de João Moreira Salles
34. O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro (1969), de Glauber Rocha
35. Tropa de Elite 2 – O Inimigo Agora é Outro (2010), de José Padilha
36. O Invasor (2002), de Beto Brant
37. Todas as Mulheres do Mundo (1967), de Domingos Oliveira
38. Matou a Família e Foi ao Cinema (1969), de Julio Bressane
39. Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976), de Bruno Barreto
40. Os Cafajestes (1962), de Ruy Guerra
41. O Homem do Sputnik (1959), de Carlos Manga
42. A Hora da Estrela (1985), de Suzana Amaral
43. Sem Essa Aranha (1970), de Rogério Sganzerla
44. SuperOutro (1989), de Edgard Navarro
45. Filme Demência (1986), de Carlos Reichenbach
46. À Meia-Noite Levarei Sua Alma (1964), de José Mojica Marins
47. Terra Estrangeira (1996), de Walter Salles e Daniela Thomas
48. A Mulher de Todos (1969), de Rogério Sganzerla
49. Rio, Zona Norte (1957), de Nelson Pereira dos Santos
50. Alma Corsária (1993), de Carlos Reichenbach
51. A Margem (1967), de Ozualdo Candeias
52. Toda Nudez Será Castigada (1973), de Arnaldo Jabor
53. Madame Satã (2000), de Karim Ainouz
54. A Falecida (1965), de Leon Hirzman
55. O Despertar da Besta – Ritual dos Sádicos (1969), de José Mojica Marins
56. Tudo Bem (1978), de Arnaldo Jabor (1978)
57. A Idade da Terra (1980), de Glauber Rocha
58. Abril Despedaçado (2001), de Walter Salles
59. O Grande Momento (1958), de Roberto Santos
60. O Lobo Atrás da Porta (2014), de Fernando Coimbra
61. O Beijo da Mulher-Aranha (1985), de Hector Babenco
62. O Homem que Virou Suco (1980), de João Batista de Andrade
63. O Auto da Compadecida (1999), de Guel Arraes
64. O Cangaceiro (1953), de Lima Barreto
65. A Lira do Delírio (1978), de Walter Lima Junior
66. O Caso dos Irmãos Naves (1967), de Luís Sérgio Person
67. Ônibus 174 (2002), de José Padilha
68. O Anjo Nasceu (1969), de Julio Bressane
69. Meu Nome é… Tonho (1969), de Ozualdo Candeias
70. O Céu de Suely (2006), de Karim Ainouz
71. Que Horas Ela Volta? (2015), de Anna Muylaert
72. Bicho de Sete Cabeças (2001), de Laís Bondanzky
73. Tatuagem (2013), de Hilton Lacerda
74. Estômago (2010), de Marcos Jorge
75. Cinema, Aspirinas e Urubus (2005), de Marcelo Gomes
76. Baile Perfumado (1997), de Paulo Caldas e Lírio Ferreira
77. Pra Frente, Brasil (1982), de Roberto Farias
78. Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia (1976), de Hector Babenco
79. O Viajante (1999), de Paulo Cezar Saraceni
80. Anjos do Arrabalde (1987), de Carlos Reichenbach
81. Mar de Rosas (1977), de Ana Carolina
82. O País de São Saruê (1971), de Vladimir Carvalho
83. A Marvada Carne (1985), de André Klotzel
84. Sargento Getúlio (1983), de Hermano Penna
85. Inocência (1983), de Walter Lima Jr.
86. Amarelo Manga (2002), de Cláudio Assis
87. Os Saltimbancos Trapalhões (1981), de J.B. Tanko
88. Di (1977), de Glauber Rocha
89. Os Inconfidentes (1972), de Joaquim Pedro de Andrade
90. Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver (1966), de José Mojica Marins
91. Cabaret Mineiro (1980), de Carlos Alberto Prates Correia
92. Chuvas de Verão (1977), de Carlos Diegues
93. Dois Córregos (1999), de Carlos Reichenbach
94. Aruanda (1960), de Linduarte Noronha
95. Carandiru (2003), de Hector Babenco
96. Blá Blá Blá (1968), de Andrea Tonacci
97. O Signo do Caos (2003), de Rogério Sganzerla
98. O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias (2006), de Cao Hamburger
99. Meteorango Kid, Herói Intergaláctico (1969), de Andre Luis Oliveira
100. Guerra Conjugal (1975), de Joaquim Pedro de Andrade (*)
101. Bar Esperança, o Último que Fecha (1983), de Hugo Carvana (*)

(*) Empatados na última colocação, com o mesmo número de pontos.