Em nota, Secretário de Cultura de Altaneira explica substituição do Chelsea por AEA


Foi publicado na noite desta segunda-feira, 18 de agosto, aqui no Informações em Foco artigo sobre a abertura da 16ª Edição do Campeonato de Futebol do município de Altaneira. Nele foi relatado que o ponta pé inicial está marcado para acontecer no próximo dia 30, conforme reunião em que se aprovou  o documento que regulamenta a competição na manhã do dia 10 e divulgado por Humberto Batista, ora no cargo de presidente da Associação Esportiva Altaneirense – AEA, entidade responsável pela realização do torneio.

No artigo foi informado também que a competição obedece ao menos a princípio, as mesmas regras dispostas na sua 15ª edição realizada ano passado com o envolvimento de oito equipes em confrontos de ida e volta, tanto na sede do município quanto na zona rural onde há equipes que as representam.

Toda via, um fato chamou a atenção. Nessa edição, a novidade ficou por conta  da saída da equipe do Chelsea para a entrada de um clube que leva o nome do órgão realizador do torneio. De acordo com informações repassadas na manhã do último domingo, 17, a este blogueiro por José Félix, conhecido popularmente como Pindó, um dos representantes da equipe que ficou fora da disputa, seu clube estava formado, porém foi barrado de participar. Pindó foi treinador da equipe altaneirense de nome estrangeiro na campanha de 2013 e segundo ele informou estava disposto a recorrer da decisão, pois pretendia  ainda participar dessa edição, haja vista que o elenco estava completo e sempre participou das atividades esportivas sem nunca ter abandonado-as, mesmo não tendo conquistado resultados satisfatórios.

Na manhã desta terça-feira, 19, em comentário no grupo “Altaneira – Ceará”, da rede social facebook, ao artigo do Informações em Foco, o Secretário Municipal de Cultura, Desporto e Turismo, Antonio de Kaci, afirmou  inicialmente que iria se reunir com Humberto Batista, presidente da Associação Esportiva Altaneirense – AEA visando rever o caso exposto e que iria fazer o possível para que ninguém ou alguma equipe saia prejudicada. Duas horas após o comentário Antonio volta a se manifestar por intermédio de uma Nota de Esclarecimento.

Por ela, o secretário informa que se reuniu não só com o presidente da AEA, mas também com José Félix (Pindó). Ele menciona que o Chelsea continuará fora do campeonato e enumera dois pontos para essa escolha. Estes são critérios que foram seguidos pelos outros sete times, a saber: a não participação desta equipe na VIII Copa Santo Antonio da Serra do Valério e o elenco não estava completo.

Confira a integra da nota (assim mesmo, sem reescrita)

Estivemos reunidos na manhã de hoje com o Representante da Equipe Chelsea e com o Presidente da AEA. * Ficou acordado que a referida equipe não participaria do XVI Campeonato de Futebol de Campo 2014, tendo em vista a não obedecer os critérios estabelecidos entre todos os representantes das equipes: I) participação da equipe na VIII Copa Santo Antonio da Serra do Valério, realizada nos meses de maio e junho de 2014; II) Formação completa do time. O Sr. José Felix da Silva, conhecido como Pindó declarou ainda, que assumiu o compromisso de ser o treinador da equipe do Caixa Dágua. Então, não ouve exclusão de nenhuma equipe por parte da Secretaria de Cultura e da AEA. *** Em relação a participação da Equipe da AEA, foi uma decisão tomada em reunião com os representantes dos times, na qual todos foram de pleno acordo. levando em consideração que AEA completaria a 8ª equipe para realização do campeonato. (com jogadores da Categoria de Base). Obs. Caso tenha algum problema em relação o nome da equipe, estamos aberto para sugestões. Declara o Presidente da AEA.”

Escritor caririense tem coleção de livros incorporado e catalogado em biblioteca espanhola


Obras de Geraldo Ananias Pinheiro incorporada
e catalogada na biblioteca espanhola.
O escritor Santanense do Cariri Geraldo Ananias Pinheiro, um dos romancistas cearenses que viveu a infância no município de Crato e que possui forte traços com o sítio Taboquinha, em Altaneira, chegou a escrever várias obras.  A mais recente, “A Força de um Mistério” foi lançada em 16 de fevereiro deste ano no auditório da Secretaria Municipal de Assistência de Altaneira.

Além dela, inclui-se no rol dos escritos desse autor “Réstias do Tempo”, “Levado ao Vento” e “Nos Ombros do Destino”. Segundo informações de Dheva Caldas, altaneirense que deixou o município ainda muito jovem e se fixou na Espanha, Geraldo Ananias chegou a doar uma coleção de seus escritos para a biblioteca espanhola de Alcala la Real.

Os livros foram incorporados ao acervo da biblioteca que em retribuição a doação os catalogou, passando a estar disponível para o público leitor na Sala de leitura Referencia em Teatros e Novelas, foi o que afirmou Dheva a partir de imagens compartilhadas e que ilustram esse artigo. Para ela, a ação torna o acervo mais rico.

Em comentário, Geraldo (foto ao lado) agradeceu pela divulgação e frisou “é uma honra ter nossos livros nessa renomada biblioteca”.

O escritor atualmente reside em Brasília desde que deixou o estado cearense. È casado, tem quatro filhos, sendo três do sexo feminino, além de um neto. As suas origens são as grandes fontes de inspiração literária.

Confira outras fotos compartilhadas por Dheva Caldas










Com propaganda, XVI Campeonato de Futebol de Altaneira terá início dia 30 de agosto


O Governo Municipal de Altaneira, através da Secretaria de Cultura, Desporto e Turismo deverá iniciar no próximo dia 30 de agosto a sua 16ª edição do Campeonato de Futebol.  A informação foi confirmada tão logo se deu aprovação do documento que regulamenta a competição na manhã dia 10 do corrente mês e divulgado por Humberto Batista, ora no cargo de presidente da Associação Esportiva Altaneirense – AEA, entidade responsável pela realização do torneio.

Cartaz de Divulgação da 16ª Edição do Campeonato de
Futebol. Foto: Divulgação.
O campeonato obedece ao menos a princípio, as mesmas regras dispostas na sua 15ª edição realizada em 2013 com o envolvimento de oito equipes em confrontos de ida e volta, tanto na sede do município quanto na zona rural onde há equipes que as representam.  A novidade esse ano é à saída da equipe do Chelsea para a entrada de um clube que leva o nome do órgão realizador do torneio. Segundo José Félix, conhecido popularmente como Pindó, um dos representantes do Chelsea, ele vai recorrer da decisão e pretende ainda participar dessa edição, haja vista que o elenco está completo e sempre participou das atividades esportivas sem nunca ter abandonado-as, mesmo não tendo conquistado resultados satisfatórios.


Ainda não foi dado explicações para essa substituição. Até o fechamento desse artigo a Associação Esportiva Altaneirense e a Secretaria de Cultura não havia se posicionado sobre o caso.

Além da AEA, farão parte ainda o Caixa D’Água, Juventude, Maniçoba, Portuguesa, São Romão, Serrano e Vila Rica. A programação de abertura está marcada para ocorrer a partir das 16:00h defronte a Secretaria de Assistência Social. Aqui, haverá um desfile com os jogadores percorrendo os principais logradouros da cidade com destino ao Ginásio Poliesportivo.

Ainda aqui, farão parte da cerimônia de abertura as bandas de músicas dos municípios vizinhos, a Manoel de Benta de Assaré e a Fanfarra da Escola Pe. Luis Filgueiras, de Nova Olinda, além da anfitriã, a Pe. David Moreira.

No mesmo horário haverá o confronto entre o Vila Rica e a AEA no distrito do São Romão. Na sede o Caixa D’Água receberá o Serrano. Ao término da primeira fase as quatro equipes que mais pontuarem se classificam para as semifinais

De acordo com o regulamento apenas atletas inscritos na AEA, residentes e domiciliados no Município poderão participar do campeonato.

A final está marcada para o dia 18 de dezembro, dia do município. Ano passado, a equipe da Portuguesa foi campeã ao bater nos penalty o Caixa D’Água.

Além das divulgações nos portais de comunicação e nas redes sociais, o governo municipal também inclui na tarde desta segunda-feira (18/08), convite a comunidade em carro de som. 

Plataforma Digital permite a participação do público na construção do Plano Setorial para a Cultura Afro-brasileira


Está no ar a plataforma digital que facilita a comunicação entre os cidadãos e os responsáveis pela formulação do Plano Setorial para a Cultura Afro-brasileira. Por meio desse espaço, será possível enviar sugestões, opiniões e contribuições e participar ativamente das atividades que envolvem a construção da política pública. Para colaborar, basta acessar o formulário de contribuição aqui

O espaço pergunta, entre outros, sobre como o público avalia a cena cultural afro-brasileira na região em que vive, o que carece de mudanças e de que maneira isso poderia ser feito. O objetivo é que por meio desses questionamentos, seja possível identificar as principais necessidades dos agentes culturais negros em diversas regiões brasileiras.

Além da possibilidade de participar ativamente da construção do Plano, nesse mesmo espaço o público terá acesso a agenda das reuniões que estão acontecendo em vários estados, ao caderno de apoio do Plano Nacional, assim como informações relacionadas.

Plano Nacional de Políticas Afro-brasileira – Tem o objetivo de cumprir a Meta 46 do Plano Nacional de Cultura em instalar colegiados e elaborar planos setoriais. Visa também, realizar um conjunto de atividades que possam subsidiar a construção da política nacional para cultura afro brasileira e organizar ações de formação e articulação institucional de forma a ampliar o debate nos estados brasileiros.

A construção do Plano é uma parceria entre a Fundação Cultural Palmares (FCP-MinC), o Colegiado Setorial Afro-brasileiro do CNPC (Conselho Nacional de Políticas Culturais) e as representações de cultura em cada estado brasileiro.



Via Palmares

Carolina Maria de Jesus: Um Século da autora do clássico “Quarto de Despejo”


(Carolina e a primeira edição de seu livro)

Não digam que fui rebotalho,
que vivi à margem da vida.
Digam que eu procurava trabalho,
mas fui sempre preterida.
Digam ao povo brasileiro
que meu sonho era ser escritora,
mas eu não tinha dinheiro
para pagar uma editora.

Em 1958, o repórter Audálio Dantas estava na favela do Canindé, em São Paulo, preparando uma reportagem sobre um parque infantil para o extinto jornal Folha da Noite, quando se deparou com uma mulher negra de 43 anos que gritava: “Onde já se viu uma coisa dessas, uns homens grandes tomando brinquedo de criança! Deixe estar que eu vou botar vocês todos no meu livro!”  Curioso, como todo bom jornalista, Audálio foi atrás dela e descobriu uma escritora: Carolina Maria de Jesus, que ficaria conhecida mundialmente por Quarto de Despejo, um clássico de nossa literatura, traduzido em 13 idiomas.

Lançado em 1960, o livro venderia mais de 80 mil exemplares no Brasil, um best seller até para os padrões de leitura de hoje em dia. Nele, Carolina fazia um diário de sua vida desde que deixara Sacramento, em Minas, aos 17 anos, para ir morar em São Paulo, onde trabalhou como empregada doméstica e, quando Audálio a encontrou, como catadora de papel. O título veio de uma frase de Carolina: “A favela é o quarto de despejo da cidade”. A escritora favelada é, de certa forma, precursora de nomes recentes de nossa literatura que vieram da periferia das grandes cidades, como Paulo Lins (Cidade de Deus) e Ferréz (Capão Pecado).

Carolina é uma escritora fundamental para entender a literatura brasileira, que é feita, em sua grande maioria, de autores brancos de classe média que dominavam a língua formal. Ela mostra a outra face dessa história, que passa a ser vista do ponto de vista dela, de baixo”, diz a professora da Universidade de Brasília Germana Henriques Pereira, autora de O Estranho Diário de Uma Escritora Vira-Lata, um dos poucos trabalhos que analisam a obra de Carolina do ponto de vista da crítica literária. Depois do estrondoso sucesso, Carolina morreria pobre e praticamente esquecida, isolada num sítio, em fevereiro de 1977.

A literatura de Carolina Maria de Jesus só foi redescoberta na década de 1990, graças ao empenho do pesquisador brasileiro José Carlos Sebe Bom Meihy e do norte-americano Robert Levine, que juntos publicariam o livro Cinderela negra: a saga de Carolina Maria de Jesus (editora UFRJ, atualmente esgotado), e editariam duas coletâneas de inéditos da escritora. No exterior, porém, ela nunca deixou de ser lida e estudada, sobretudo nos EUA, onde Quarto de Despejo, traduzido como Child of the Dark, é utilizado nas escolas –ao contrário do que ocorre em sua terra natal.

Audálio Dantas, descobridor de Carolina Maria de Jesus, deu uma pequena entrevista ao blog sobre a escritora.

Socialista Morena – Por que Carolina, mesmo sendo reconhecida no exterior, ficou tanto tempo esquecida no Brasil?

Audálio Dantas – É que, como sempre, a moda passou rapidinho. A maioria “consumiu” Carolina como uma novidade, uma fruta estranha. Carolina, como objeto de consumo, passou, mas a importância de seu livro, um documento sobre os marginalizados, permanece.

SM – Neste meio tempo, não apareceram tantas mulheres faveladas ou empregadas domésticas escritoras. Por quê?

Audálio – Xi, foram dezenas ou centenas, Só eu recebi mais de vinte originais, Nenhum tinha a força do texto de Carolina.

SM – Ainda hoje existem catadores de papel… A vida nas favelas mudou pouco em relação à época da Carolina?

Audálio – Existem até mais, com a necessidade de reciclagem. A maioria, hoje, faz esse trabalho com carroças (aquelas sempre acompanhadas por um cachorro…). As favelas também mudaram. Não que seja bom e bonito viver nelas, mas em muitas já se observam os sinais da movimentação social dos últimos anos, quando milhões de brasileiros ascenderam à chamada nova classe C. Muitos desses brasileiros vivem nelas, com TV, internet, celular e outros objetos das novas tecnologias.

SM – Você acompanhou Carolina até o fim?

Audálio – Não. Carolina era uma pessoa de personalidade muito forte. Isso pode ser constatado no livro. Desentendeu-se comigo, me distanciei. Ela sempre buscou a glória, e quando esta se foi, se ressentiu. Morreu amarga.

Desiludida com o insucesso de suas obras posteriores, Carolina rompeu com o jornalista e chegou a criticá-lo no livro Casa de Alvenaria. “Eu queria ir para o rádio, cantar. Fiquei furiosa com a autoridade do Audálio, reprovando tudo. Dá impressão de que sou sua escrava”. Em 1961, chegou a gravar um disco, com canções compostas por ela mesma (uma raridade, ouça aqui). Mais tarde, perto do final da vida, a escritora mudou de opinião sobre seu descobridor. “O Audálio foi muito bom, muito correto comigo, eu sempre acreditei nele”, disse Carolina à Folha de S.Paulo em sua última entrevista, em 1976.

Na mesma reportagem, Audálio Dantas conta sua versão do rompimento. “Ela recebia convites de um Matarazzo, recebia convites para falar em faculdades, para visitar o Chile, para frequentar a sociedade e dezenas de propostas de casamento. Mas eu achava que ela não devia entrar neste esquema, porque não era uma coisa natural. Porque as pessoas a procuravam como uma pessoa de sucesso e a viam como um animal curioso”, disse o jornalista.

No enterro de Carolina, Audálio era uma das duas “autoridades” presentes além dos familiares – o outro era o prefeito de Embu-Guaçu. Um orador que não conhecera a escritora em vida improvisou o discurso de despedida. “Somente compareceram para lhe dar o último adeus as pessoas humildes, as pessoas que sempre a acompanharam em toda a sua vida”. E fez, ali, o epitáfio de Carolina: “Morreu como viveu: pobre”.

Frases de Carolina Maria de Jesus:

“O assassinato de Kennedy é descendente de Herodes e neto de Caim. Kennedy era o sol dos Estados Unidos. O sol que se apagou. Um homem que era digno de viver séculos e séculos.”

“Antigamente o que oprimia o homem era a palavra calvário; hoje é salário.”

“O maior espetáculo do pobre da atualidade é comer.”

“As crianças ricas brincam nos jardins com seus brinquedos prediletos. E as crianças pobres acompanham as mães a pedirem esmolas pelas ruas. Que desigualdades tragicas e que brincadeira do destino.”

“A amizade do analfabeto é sincera. E o ódio também.”

“Eu sou negra, a fome é amarela e dói muito.”

“A favela é o deposito dos incultos que não sabem contar nem o dinheiro da esmola.”

“Quem inventou a fome são os que comem.”

“Quem não tem amigo mas tem um livro tem uma estrada.”


Publicado Originalmente no Blog Socialista Morena