Os espaços de poder e o mito da democracia racial



A Democracia Racial é um mito
A Escritora Moçambicana Paulina Chiziane desabafou sobre a presença, em Moçambique, de Igrejas e Telenovelas que distorcem a imagem do país aos africanos.

Antes, porém, de ir ao relato da romancista, faz-se necessário afirmar que as telenovelas exibidas nos grandes veículos de comunicação de massa cito como exemplo, a Rede Globo e a Rede Record, para milhões de brasileiros, ainda carrega no seu bojo a expressão de uma imagem deturbada, falsária e cheia de estereótipos sobre o negro. Uma imagem preconceituosa que veio desde o século XVI quando os portugueses, de forma específica, pois me refiro ao caso particular da entrada forçada dos negros africanos ao Brasil, destes (negros) como sendo apto para o trabalho forçado e, que para mais nada lhes servia.  Essa ideia foi se enraizando na mente dos portugueses (porque lhe convinham) e se perpetuando, até chegar hoje ao que se convencionou chamar de Democracia Racial.

Permita-me chamar a atenção para esse termo.  Ora, Democracia Racial é, no seu sentido originário, uma expressão que denota a crença de que o Brasil escapou do racismo e da discriminação racial vista em outros países. Na contramão, percebe-se que ela se configura como um mito, pois, nem de longe, o Brasil deixou de ser racista e, ou, preconceituoso para com os negros.

Corrobora com essa minha assertiva o fato de termos em nossa cultura sustentadas de forma nítida ou camuflada o vasto número de piadas e termos que mostram como a distinção racial é algo corrente em nosso cotidiano. Quando alguém autodefine que sua pele é negra, muitos se sentem deslocados. Parece ter sido dito algum tipo de termo extremista. Talvez se chegue a pensar que alguém só é negro quando tem pele “muito escura”. Com certeza, esse tipo de estranhamento e pensamento não é misteriosamente inexplicável. O desconforto, na verdade, denuncia nossa indefinição mediante a ideia da diversidade racial.


Por outro lado os espaços de poder, como por exemplo, templos religiosos e os veículos de comunicação de massa ajudam a manter esse rol de preconceitos descabidos contra os negros.  Nesse último espaço o negro só aparece na função que outrora foi imposta pelos portugueses, em uma condição de mandado, nunca de mandante. 

Acompanhe o que a romancista Paulina Chiziane (foto ao lado) falou sobre o caso que, de forma simples, tentei expor nas linhas acima:

Temos Medo Do Brasil

“Para nós, moçambicanos, a imagem do Brasil é a de um país branco ou, no máximo, mestiço. O único negro brasileiro bem – sucedido que conhecemos como tal é o Pelé. Nas telenovelas, que são as responsáveis por definir a imagem que temos do Brasil, só vemos negros como carregadores ou como empregados domésticos. No topo, estão os brancos. Esta é a imagem que o Brasil está vendendo ao mundo. De tanto ver novelas o branco mandando e o negro varrendo e carregando, o moçambicano passa a ver tal situação como aparentemente normal. Essas representações contribuem para perpetuar as desigualdades raciais e sociais”.

Ainda aqui, devo dizer que o Brasil vende essa imagem do negro para fora, mas não só em outros países que se é comprada. Antes de chegar para outras dimensões, o próprio brasileiro, na sua esmagadora maioria já tem comprado à vontade.  O caso se agrava ainda mais quando não se tem, por parte do próprio negro o sentimento de pertencimento, se deixando levar pelas armadilhas dos que ostentam o poder esmiuçados nos vários espaços.

Entidades afirmam que “bolsa estupro” legitima violência contra a mulher



Imagem Ilustrativa
O Estatuto do Nascituro, aprovado na última sexta-feira (07) em uma comissão na Câmara foi classificado por entidades que lutam pelos direitos das mulheres como um retrocesso. Por outro lado, os grupos religiosos elogiam a proposta, que prevê ajuda financeira às mulheres vítimas de estupro que optarem por não fazer o aborto permitido por lei. Lúcia Rincón, integrante do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher, disse que, desde a aprovação da medida, os grupos feministas começaram a se articular numa tentativa de pressionar pela rejeição da proposta, conhecida como “bolsa estupro”.

- O direito da mulher para decidir sobre seu próprio corpo é ignorado neste processo. Ela é tratada de forma cruel quando precisa conviver com o agressor, porque a proposta prevê a possibilidade de reconhecimento (do filho por parte do estuprador).

Lúcia, em entrevista ao GLOBO chegou a discorrer que o criminoso deixaria de ser agressor para ser genitor, afirmando que as entidades poderão recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF), caso o projeto de lei seja aprovado, por considerá-lo inconstitucional. O conselho, formado por representantes da sociedade e do governo, é presidido pela ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci.

Ontem, através de nota divulgada, o grupo diz que “o Estatuto do Nascituro viola os direitos das mulheres e descumpre preceitos constitucionais de previsão e indicação de fonte orçamentária”. A proposta foi aprovada na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara porque depende de uma adequação financeira. Seguiu para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa.


Revista Veja é condenada por ofensa a professor de História



Imagem Ilustrativa (google)
Merece destaque a decisão da Justiça gaúcha que condenou a Revista Veja, da Editora Abril, e as jornalistas Mônica Weinberg e Camila Pereira a indenizar, por danos morais, no valor de R$ 80 mil, a um professor de História do Colégio Anchieta, situado em Porto Alegre.

O dano moral em liça emergiu da veiculação pela Veja, edição nº 2074, da matéria "Prontos para o Século XIX". Segundo a sentença de 1ª instância, confirmada pelo Tribunal de Justiça em sede de apelação, a reportagem produzida pelas jornalistas descontextualizou e distorceu fatos, expondo aos leitores, de forma irônica, que educadores e instituições de ensino incutem ideologias anacrônicas e preconceitos esquerdistas nos alunos.

A magistrada entendeu que a revista Veja pressupõe equivocadamente que os pais são omissos e não sabem o que os filhos estão aprendendo em sala de aula. Também disse que a matéria agride ao concluir que os professores levam mais a sério a doutrinação esquerdista do que o ensino das matérias em classe.

A sentença, confirmada pelos desembargadores da 10ª Câmara Cível  do TJ/RS, ainda identifica que o texto das jornalistas ofendeu a honra do professor ao qualificá-lo, de forma pejorativa, como esquerdista, sem a sua autorização, de modo a extrapolar os limites da liberdade de imprensa.


Festa tradicional no Ceará será tema de exposição



O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional no Ceará (IPHAN-CE) em parceria com o Ministério da Cultura promove a exposição o Pau de Santo, Festa de Fé e o lançamento do livro Sentidos da Devoção: Festa e Carregamento em Barbalha. A mostra será aberta ao público no dia 12 de junho, no Casarão que sedia a Secretaria de Cultura da cidade.

O livro reúne artigos de autoria de Simone Silva e Renata Marinho, Jucieldo Alexandre, Sandra Nancy Freire Bezerra, Océlio Teixeira de Souza, dentre outros.

O evento realizado na região metropolitana do Cariri traz atrações culturais com a realização, todos os dias, de quermesses na Rua da Matriz e de shows no Parque da Cidade. A festa, com o apoio da prefeitura local recebe 300 mil pessoas que brindam o cortejo de grupos folclóricos e o hasteamento do Pau da Bandeira, uma das mais tradicionais festas populares do nordeste brasileiro.


Com informações do IPHAN 

“Desempenho dos cotistas é superior ao do não - cotista”



Assista a íntegra do programa Roda Viva com o professor Luiz Claudio
Costa no vídeo abaixo
O professor Luiz Cláudio Costa, presidente do Instituto Nacional de estudos e pesquisas educacionais Anísio Teixeira (Inep), foi o convidado desta terça feira (03) do programa Roda Viva. Costa foi nomeado em fevereiro de 2012 e é o quarto presidente do órgão responsável pela organização do Exame Nacional do Exame Médio (Enem).

A polêmica prova que dá acesso ao Ensino Superior bateu novo recorde em 2013, com mais de 7,8 milhões de estudantes inscritos. “O tamanho do Brasil dimensiona o tamanho no Enem e nos qualifica nesse desafio. O país consegue melhorar o acesso ao ensino superior e faz um diálogo com o ensino médio”, disse o entrevistado.

Com uma série de erros apresentados nas últimas edições, como problemas de furto e erros de impressão, o professor afirma que o Inep e o Ministério da Educação estão qualificando e requalificando a coordenação do processo. “Em relação aos crimes, não há o que se falar de gestão, nós precisamos responsabilizar quem fez o ato ilícito. Em nenhum momento se observa que houve uma má organização ou uma negligência. O Brasil caminha para fazer um processo cada vez mais qualificado.”

Ao ser questionado sobre as cotas raciais em universidades, o presidente do Inep espera que aumente o número de alunos de origem negra e mais pobre nas instituições de ensino superior. “O Brasil consegue avançar com a presença dos negros, mas ainda está muito abaixo do que nós poderíamos. A lei das cotas, que são reservadas 12,5% do número das vagas ofertadas, irá conseguir, em 4 anos, 150 mil jovens que vão ser de acordo com a cota. O cotista tem bom rendimento igual e superior ao não cotista.”

Assista abaixo ao Roda Viva com Luiz Claudio Costa





Com informações da TV Cultura/Pragmatismo Político