O abraço pode não ser nada legal




Quadro com imagem de Jesus no plenário da Câmara
de Altaneira. Foto: João Alves

A grande maioria das pessoas não segue uma religião específica. Outra parte, também não muito pequena, se diz católica não praticante, o que na prática não muda muito o cenário. Toda via, uma minoria frequenta igrejas e templos de denominações neopentecostais, cujo ensino da Bíblia é feito sem o mínimo de reflexão e, ou, sem o menor questionamento. 

Um Padre leva anos até concluir o seminário e ser ordenado. Pastores de outras denominações passam um bom tempo estudando e interpretando a Bíblia. Para essas novas denominações que além de templos gigantescos possuem rede de Rádio e de TV, para ser pastor basta conhecer a Bíblia e pregá-la, ou seja, decorar e ajudar a memorizar. Mas o que isso tem a ver com política?

Não é fácil convencer o eleitor. O ex-presidente Lula (PT) participou de três eleições nacionais antes de se tornar Presidente da República vindo a vencer na quarta tentativa. E para tanto, mudou o discurso. Mas só mudar o discurso não foi suficiente. Assim, a forma de se representar diante do eleitorado também passou por transformações. Seu maior adversário, agora não tanto assim, o José Serra, também vem mudando a forma como se apresenta para o eleitor, mas não consegue alavancar.  Afinal, só muda o que tem para mudar. E o Serra....

Por que então, o eleitor é tão volátil? Porque ele possui capacidade de questionar. Eleitores se questionam o tempo todo. Questionam o porquê de votar em um candidato em detrimento de outro. O questionamento também é a base da Ciência. Todo projeto de pesquisa começa com uma boa pergunta de pesquisa.

Aquela minoria frequentadora de templos e crentes na Bíblia cresceu, ainda sendo minoria, é uma grande minoria capaz de eleger vereadores, deputados e senadores. Não é à toa que possuem até partido político, o Partido da República – PR, que na verdade está mais para o Partido Religioso. Mas, o que essa minoria religiosa tem a ver com a política? São eleitores que não questionam, assim como fazem com a Bíblia, creem no que o Pastor lhes diz. Se o pastor é o próprio candidato, votam sem questionar. Se o pastor apresenta outro candidato, fazem o mesmo. Ou seja, são uma grande minoria do eleitorado que é de fácil convencimento. Facilita até a contabilidade da corrupção. Em vez de pagar a cada cabeça, o dinheiro pode ir direto para o pastor, considerando o número de fieis, evidentemente.

O Brasil não é um país católico. Uma maioria não é capaz de falar pela minoria. O Brasil é um país de católicos, protestantes, espíritas, ubandistas, judeus, mulçumanos, budistas, zoroastristas, ateus, agnósticos, deístas, a lista não para. Querer impor valores católicos ou protestantes a todos esses grupos é agir com tirania. Todos esses subgrupos possuem valores comuns e são esses valores que devem prevalecer. O espaço público e as leis são para todos. Governar com valores cristãos é imprimir aos não cristãos uma cultura estranha. Um governo laico não impõe nada contrário ao que esses grupos acreditam. O governo laico ao realizar o aborto não obriga que a cristã aborte, tão somente dá a opção a quem não crê na Bíblia. Se o governo laico permite o casamento civil homoafetivo, o cristão ou judeu ou budista ou ateu não é obrigado a casar, tão somente os homossexuais terão o direito de fazê-lo sem que com isso fira os preceitos bíblicos.

Os efeitos da Bíblia devem ser restritos somente a quem nela crê, do contrário reproduziremos as disputas religiosas que tanto envergonharam os tempos medievais. Não há um só Deus, ou uma só verdade ou uma só conduta. Permitir que os incrédulos se comportem diferentemente da Bíblia é o primeiro passo para garantir a convivência de todos no mesmo espaço público. Da mesma forma que é assegurado ao crente andar vestido de acordo com sua crença e com a Bíblia na mão, deve ser assegurado o direito aos incrédulos de se comportarem de acordo com o que acreditam e a Lei permita.

Apesar do Brasil não ser um país católico, mas um território de maioria católica imprime vergonhosamente uma cultura do indesejável, um costume intolerável onde os espaços destinados a abraçar as causas de todos, acaba abraçando apenas as causas de um gueto.  Não se pode esquecer das Câmaras Municipais, das Assembleias Legislativas e de tantos outros espaços onde aparecem fixados  quadros com imagens de Jesus. Isso fere brutalmente o que foi conquistado com muita luta e colocado na constituição, a laicidade.  Mas não é de estranhar o abraço entre Religião e Política. Deve-se estranhar é o silêncio dos oprimidos. 

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Em 12 das 26 capitais do Brasil os salários dos prefeitos aumentam




IMAGEM ILUSTRATIVA

Os salários de 12 dos 26 gestores de capitais aumentaram este ano.  O maior reajuste em relação ao ano passado foi registrado em Salvador (BA), onde o prefeito ACM Neto (DEM) recebe R$ 18.038,10, valor 73,4% superior ao salário de R$ 10.400 em 2012.

As outras capitais que aumentaram os salários foram Florianópolis (52,3%), Natal (42,8%), Aracaju (40,3%), Campo Grande (36%), Teresina (27,9%), Porto Velho (27,1%), Vitória (24,6%), Belo Horizonte (22,8%), João Pessoa (22,2%), Macapá (13,2%) e Belém (12,7%).

A assessoria do prefeito da Bahia frisou que, apesar do aumento, aprovado ano passado, ele ainda tem um dos menores salários do país.

Vale ressaltar que o maior valor bruto é de R$ 26.723,13, recebido em Curitiba (PR) por Gustavo Fruet (PDT), igual ao teto nacional dos servidores, que tem como referência o salário dos ministros do Supremo. Em seguida estão os de Edivaldo Holanda Júnior (PTC), de São Luís, que recebe R$ 25 mil, e de Fernando Haddad (PT), de São Paulo, que ganha R$ 24.117,62. O menor, de R$ 13.964,94, pago no Rio ao prefeito Eduardo Paes (PMDB).

Na vida tudo tem um por que




Na imagem não aparece o SBT, mas ele também está
incluso nesta  lista repugnante

A jornalista e apresentadora do SBT Brasil, Rachel Sheherazade, veiculado de segunda a sexta no canal que leva o nome do programa teceu duras críticas à redução nas tarifas de energia anunciadas pela presidenta Dilma Rousseff esta semana.

Para ela não há motivos para comemorações, uma vez que não houve renúncia fiscal da união o que faz com que não se tenha nenhum imposto a menos.  Ainda de acordo com Raquel essa medida anunciada não passa de uma estratégia do governo federal, pois os custos oriundos da redução quem pagará é o Tesouro Nacional.  Assim, o dinheiro sairá do bolso do consumidor.

Parece que a Rachel já está se acostumando a fazer dos jornais uma ferramenta de fato, importante. Afinal, é raro, ouvir e, nesse caso, assistir um jornal que seja crítico reflexivo.  A renovação nos quadros midiáticos é necessária e urgente. A sociedade clama por isso.

No entanto, a Rachel esquece que ser crítica e reflexiva é não tomar partido de uma classe política oposicionista que, diga-se de passagem, já está com o pé na cova. Não é tampouco querer manobrar e fazer os ouvintes de besta com esse discurso falseador e conveniente. 

Esquece ela que está sendo assistida por milhões de brasileiros e é para eles que deve se voltar, ou seja, com discursos claros, sem está vinculado a grupos políticos partidários e que possam fazê-los perceber que a situação do Brasil ainda não é a sonhada, que ainda somos um dos países com a maior carga tributária do planeta, mas que com a participação deles (povo) cobrando mais ações efetivas que visem diminuir as desigualdades sociais enraizada desde que este espaço se tornou nação, se pode construir um espaço mais igualitário.

Ora, não se pode fazer de um veículo de comunicação um terreiro e, ou uma extensão das administrações e, aqui, um recipiente oposicionista, simplesmente.  Ah, mais como na vida tudo tem um por que.....

Confira o vídeo da crítica da apresentadora
Veja também: Sempre foi assim 
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Ação por demolição criminosa é arquivada




Na rua Aparecida, outra fachada do
imóvel antigo corre perigo. Por Erick Pinheiro




A ação de demolição criminosa contra o proprietário do casarão da avenida São Paulo, que teve a parede frontal ruída no último final de semana, foi arquivada pela Justiça, o que faz com que o dono do imóvel não sofra nenhuma punição por ter destruído o imóvel feito de taipa de pilão. 

De acordo com o promotor de Justiça curador do Patrimônio Histórico de Sorocaba, Jorge Alberto de Oliveira Marum, há cerca de 10 anos ele entrou com uma ação contra a demolição do prédio histórico, que foi julgada improcedente pela 6ª Vara Cível e pelo Tribunal de Justiça (TJ). Com isso, já que o casarão terminou de ser demolido por parte da Prefeitura, por oferecer riscos, o proprietário da área poderá se sentir livre para utilizar a área da forma que quiser.

Segundo Marum, depois que a 6ª Vara Cível julgou improcedente a sua ação que visava preservar o casarão, por ele acreditar que seria um patrimônio histórico da cidade, o promotor entrou com um recurso no TJ, que foi indeferido, fazendo com que sua ação fosse arquivada. "Então, isso significa que não conseguimos o reconhecimento da Justiça do valor histórico do prédio", constata.

Porém, ele lembra que existe um processo de tombamento, por parte do Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico, sobre este imóvel, que teria sido construído há mais de 100 anos, em conjunto com outro casarão que ainda se encontra intacto na avenida São Paulo, onde mora a aposentada Acidália Ricardo, de 84 anos. De acordo com a chefe da Divisão de Patrimônio Histórico e Próprios Culturais da Secretaria de Cultura e Lazer (Secult), Sônia Nancy Paes, o tombamento definitivo ainda não foi concluído, precisando de um decreto para oficializá-lo. Mas ela revela que isso não impediria que a Prefeitura protegesse o imóvel, já que a sua avaliação como de Patrimônio Histórico encontrava-se em curso.

Uma posição da Prefeitura quanto a esse assunto complementa essas informações passadas por Sônia e pelo promotor. De acordo com o Poder Público, somente a Justiça poderia definir o que deveria ser feito com aquela área onde estava o imóvel, por a Prefeitura ser "uma instância inferior no que tange ao destino daquele prédio, ou do que restou dele". Mas, como a ação foi arquivada, então não haveria nada a ser feito nesse caso. Quanto à demolição total da estrutura do casarão, a administração municipal ressalta que irá contatar o proprietário do local para que tome "as devidas providências" quanto à garantia da manutenção correta do material, que ainda se encontra por lá. "Todas as providências cabíveis serão tomadas", complementa, em nota enviada pela Secretaria de Comunicação (Secom).

Informações Complementares:

Professora divulga nota de repúdio sobre a CREDE 10




Dilaci Nobre - Professora de Lingua Portuguesa
do Estado do Ceará e Especialista em Gestão
Escolar pela UFJF 

Por: Dilaci Nobre

Uma sociedade só será democrática, quando ninguém tiver tanto poder que possa prejudicar alguém, nem tão pouco poder que precise baixar a cabeça diante de outrem. Percebemos claramente diante dessa máxima, que a corrupção estrutural está albergada na falta de vontade de mudar e de punir, explícitas na proteção e no abuso de poder.

Em dadas situações, na falta de impunidade, o cidadão é hostilizado diante de pessoas que conquistaram o mesmo nível de escolaridade que o seu. Sou Professora da Rede Estadual de Ensino Médio do Estado do Ceará e quero relatar aqui a minha indignação com o Processo de Seleção para Escolha de Coordenadores Escolares de Ensino Médio da Rede Pública Estadual na CREDE 10 , a qual se torna abusiva diante de profissionais preparados e que atendem o perfil do edital que reza ser prioridade fazer parte do Banco de Gestores do Estado do Ceará e ter cursado especialização em Gestão Escolar pela UFJF( Universidade Federal de Juiz de Fora), curso este oferecido pelo Governo do Estado do Ceará. O fato é que todo processo nesta escolha ocorrente na CREDE 10 já está a priori determinado quem vai exercer a função, sem respeitar os direitos do cidadão tão claros no edital.

Omitir minha indignação é aceitar que a CREDE 10 continue camuflando resultados e ferindo o modelo de gestão da SEDUC, é concordar com favoritismos, artimanhas e abuso de poder. Infelizmente, em dadas situações, é o poder que protege os corruptos, que toma o que lhe é de direito, que tenta calar a voz dos justos. Através da impotência dos prejudicados se firmam as noções de que NADA ADIANTA, e de que a cada dia nos deparamos com atitudes arbitrárias à novas correntes de pensamento. Os corruptos se sentem à vontade, livres para castigar , humilhar , hostilizar , diminuir , rotular e até carimbar bons profissionais , explicitando situações jamais vistas ou provadas ou tão somente pré- conceituadas. Daí se percebe que tudo não passa de uma violação das relações de convivência civil, social, econômica e política, fundadas na equidade, na justiça, na transparência, e na legalidade, ferindo assim a CIDADANIA.

Notamos que nosso país é tomado pela corrupção, pelo QI (quem indica) e vemos que nossos direitos são roubados e ficamos impotentes. Impotentes porque não temos a quem recorrer, por traírem nossa confiabilidade. Confiante de que pelo menos se torne pública minha nota de repúdio, espero está não só esclarecendo situações que acontecem na citada instituição, mas também contribuindo para que isto não se repita e que se possa evitar tantos desgastes diante de decisões como estas.

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Créditos: APEOC