19 de novembro de 2022

“Queremos estar na mesa de negociação e nas articulações com o nosso povo”, diz Douglas Belchior na COP27

 

(FOTO  |Pedro Borges/Alma Preta).

A presença do movimento negro é fundamental nesses espaços como a COP27 para negociar e exigir que seja colocado em centralidade na mesa o debate sobre o racismo”. É o que destaca o professor e historiador Douglas Belchior, fundador da Uneafro e integrante da Coalizão Negra por Direitos.

Presente na 27° Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27), Douglas ressalta que o movimento negro quer estar nas articulações ambientais e sociais realizadas na conferência climática. “Você anda pelos corredores de negociação e a maioria das pessoas, inclusive da sociedade civil mundial, são brancas. Homens brancos estão decidindo nosso futuro, ou melhor, o futuro deles no planeta. Viemos mais uma vez exigir isso, queremos estar na mesa de negociação com o nosso povo”.

A liderança, que atualmente integra a equipe de transição do governo Lula, foi presença atuante durante os painéis propostos pelo estande da sociedade civil na COP27, o Brazil Climate Action Hub. Ele foi um interlocutor do encontro do movimento negro e quilombola com a deputada federal eleita Marina Silva (Rede), também integrante do governo de transição de Lula.

Conforme noticiado em matéria anterior da Alma Preta Jornalismo, a necessidade de titulação das terras quilombolas foi um dos pontos principais afirmados durante o encontro com Marina Silva.

Ao longo da COP, Douglas Belchior também esteve em discussões e painel sobre o combate ao racismo ambiental e sobre os desafios da população negra frente à emergência climática no Brasil.

O racismo ambiental é um termo utilizado para se referir ao processo de discriminação que populações periféricas ou compostas de minorias étnicas sofrem através da degradação ambiental. A expressão denuncia que a distribuição dos impactos ambientais não se dá de forma igual entre a população, sendo a parcela marginalizada e historicamente invisibilizada a mais afetada pela poluição e degradação ambiental”, explica o historiador.

Segundo o professor e ativista, problemas ambientais no campo, nas florestas e nas cidades foram enfrentados pelo povo negro ao longo dos últimos quatro anos com o governo do atual presidente Jair Bolsonaro (PL).

As cidades sofreram com enchentes, territórios quilombolas e indígenas não foram titulados e demarcados. Houve morte no campo, falta de comida e mais de 33 milhões de pessoas em situação de fome extrema. Também houve falta de consulta e participação do movimento negro nos espaços”, elenca Belchior.

De acordo com Douglas, os últimos quatro anos foram marcados pelo desmonte da política pública de meio ambiente e clima. Conforme matéria anterior da Alma Preta Jornalismo, órgãos como o Incra foram desmontados por meio de baixos investimentos. Além disso, houve o afrouxamento de regras para a proteção das florestas e para a punição de crimes ambientais.

Bolsonaro declarou diversas vezes que quilombolas são pesados em arrobas, atacou populações indígenas. O governo bolsonaro foi um pesadelo para as comunidades tradicionais e periferias do Brasil, o povo negro e indígena nos territórios. Foram quatro anos de terror e aumento das mortes de ambientalistas e defensores da floresta”, comenta o ativista.

Na última quinta-feira (17), o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) esteve reunido com organizações da sociedade civil na COP27. O historiador Douglas foi o representante da Coalizão Negra por Direitos convidado a se pronunciar sobre as demandas do movimento negro para o próximo governo.

Para a ocasião, o movimento negro escreveu uma carta com mais de 250 assinaturas endereçada ao novo governo. De acordo com Douglas, o documento coloca que a Coalizão Negra Por Direitos e organizações parceiras reafirmam a importância do Brasil na UNFCCC (Convenção do Clima da ONU) e a posição do novo governo pela aprovação das metas e objetivos globais de financiamento para adaptação climática e para compensar as perdas e danos nesse contexto.

A carta também reforça a importância da retomada dos espaços de conselhos e participação da sociedade civil em questões relacionadas ao meio ambiente. “A expectativa para o próximo governo Lula é que sejamos parte da reconstrução. Que haja recursos para adaptação, que os territórios quilombolas sejam demarcados para acabarmos com o atraso de anos de descaso, que os conselhos e espaços de tomada de decisão tenham paridade e que estejamos nos centro das discussões”, finaliza Douglas Belchior.

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Com informações do Alma Preta.

18 de novembro de 2022

Rádio Livre Universitária: um projeto de extensão político, educativo e cultural

 

Estudantes durante atividades da Rádio Livre no pátio da URCA. (FOTO/ Reprodução/ WhatsApp).

Por Nicolau Neto, editor

A Rádio Livre Universitária é um projeto cultural que tem como principal instrumento a comunicação. É uma grande movimentação cultural desenvolvida dentro da Universidade Regional do Cariri (URCA), campus pimenta, em Crato e foi idealizada pelo professor do departamento de Ciências Sociais, o Dr. Carlos Alberto Tolovi.

Nesta sexta-feira, 18, Dia Nacional de Combate ao Racismo, houve mais uma atividade cultural com o tema “Consciência Negra”.

Que tal conhecer melhor como tudo isso nasceu? Vamos ao artigo construído por Tolovi e por quatro universitários/as:


·         RÁDIO LIVRE UNIVERSITÁRIA

·         Carlos Alberto Tolovi  [1]

·         Angélica Nayana Gomes Gonçalves[2]

·         José Ferreira Neto[3]

·         Hugo Leonardo Santos Silva[4]

·         Rafael Almeida De Oliveira Rocha[5]

 


RESUMO

O programa de extensão Rádio Livre Universitária consiste em um movimento que se caracteriza por três dimensões fundamentais: política, educativa e cultural. Seu principal objetivo é a construção de uma rede de comunicação com capacidade de extrapolar os compartimentos estanques e fragmentados que separam estudantes, professores e funcionários dentro da mesma instituição, separando também esta da comunidade externa. Dentro do método dialógico esta rede começa na conexão entre os estudantes, com representantes de todas as salas de aula, passa para os professores, em conexão com seus Cursos e Departamentos, convidando-os a participar do movimento que se divide em duas estratégias: a) programas temáticos e educativos gravados semanalmente, tendo professores e estudantes como os principais protagonistas;  b) a “Rádio Livre em Movimento”, com programas temáticos ao ar livre, realizados todas as sextas feiras, no horário dos intervalos, com músicas e poesias, contando com o protagonismo dos  membros da comunidade acadêmica e da comunidade externa. Esse movimento nasce nos Campus da Universidade, se transforma em uma Escola de comunicação agindo na rede interna e faz conexão com uma rede de rádios livres que retransmitem os programas gravados, fazendo as provocações em torno dos temas educativos chegarem às comunidades circunvizinhas da Região do Cariri. E é no espaço da Rádio Livre em Movimento que membros dos mais diversos movimentos da Sociedade Civil Organizada são convidados à participarem efetivamente, trazendo seus talentos para dentro da Universidade.

 

PALAVRAS-CHAVE: Rádio. Livre. Rede. Comunicação. Movimento.

 

ABSTRACT

FREE UNIVERSITY RADIO

The Rádio Livre Universitária extension program consists of a movement characterized by three fundamental dimensions: political, educational and cultural. Its main objective is the construction of a communication network capable of extrapolating the watertight and fragmented compartments that separate students, professors and employees within the same institution, also separating it from the external community. Within the dialogic method, this network begins with the connection between students, with representatives from all classrooms, passes to professors, in connection with their Courses and Departments, inviting them to participate in the movement that is divided into two strategies: the ) thematic and educational programs recorded weekly, with teachers and students as the main protagonists; b) “Rádio Livre em moviment”, with outdoor themed programs, held every Friday, at break times, with music and poetry, with the protagonism of members of the academic community and the external community. This movement is born on the University Campus, becomes a Communication School acting on the internal network and makes connection with a network of free radios that retransmit the recorded programs, making the provocations around the educational theme reach the surrounding communities of the Cariri Region. . And it is in the Rádio Livre em Movimento space that members of the most diverse movements of Organized Civil Society are invited to participate effectively, bringing their talents into the University.

 

KEYWORDS: Radio. Free. Network. Communication. Movement.

 

1.     INTRODUÇÃO

 

Atualmente, no Brasil, as instituições de ensino público estão vivendo uma situação profundamente delicada. Em um contexto onde a educação brasileira está em disputa, dentro da histórica e acirrada luta de classes na qual estamos inseridos, as Universidades públicas passaram a ser classificadas pelas correntes ideológicas de extrema direita, como instituições que ameaçam a “ordem pública” e o sistema hegemônico. Portanto, o projeto político de privatização da educação ganhou força neste último governo – 2018 - 2022.

Diante deste contexto, como estão reagindo as comunidades acadêmicas? De que forma a classe menos favorecida financeiramente percebem o curso desta “tragédia anunciada”? Como professores e estudantes estão se organizando e se articulando para resistirem a mais essa avalanche de retrocesso, dentro de um “pacote” de retirada de direitos muito mais amplo?

Na realidade, a crise de paradigmas libertários que atingiu historicamente todas as classes organizadas da América latina, abalou também os movimentos docentes e discentes das Instituições de Ensino Superior no Brasil.

Neste contexto, encontramos diversos grupos organizados como focos de resistência ao desmonte das Universidades, porém, completamente fragmentados, isolados, e sem poder de mobilização. Além da fragmentação por áreas de conhecimento, que não se cruzam e nem dialogam dentro de um mesmo Campus, também temos clareza de nossa fragilidade no sentido da mobilização coletiva em defesa da Universidade e do ensino público de qualidade.  Uma realidade que não pode ser apenas justificada pelo cenário nacional em que vivemos atualmente. Faz-se necessário pensarmos e repensarmos estratégias, métodos e táticas para o enfrentamento da mesma, a partir de uma práxis concreta.

Os grupos organizados, sem um método dialógico e interativo, sem um trabalho de base, com periodicidade e sistematização, sem uma proposta agregadora, não representam nenhuma ameaça para os mantenedores da ordem hegemônica constituída. Dentro da Universidade, por mais que nossas teorias questionem a realidade, as nossas práticas fortalecem a estrutura de poder que muitas vezes desejamos combater. Afinal, onde nós, da comunidade acadêmica, nos encontramos de fato? Formamos, realmente, uma comunidade ou nos juntamos para garantir a funcionalidade de uma estrutura já pré-estabelecida? Mas, afinal, porque nós, que fazemos parte dessa estrutura fragmentada e “engessada”, que não permite que nos encontremos para além de nossas funções específicas, não temos consciência dessa realidade? E se não temos consciência da mesma, como poderíamos superá-la? “Como afirma Paulo Freire: o ato de conhecer envolve fundamentalmente o tornar presente o mundo para a consciência” (ALENCAR, 2006, p.264). Portanto, precisamos provocar reflexão e debate em torno dessa realidade concreta na qual estamos inseridos.

É fácil para um intelectual dizer aos trabalhadores e trabalhadoras, ou mesmo aos seus filhos e filhas, o que devem fazer para mudar a sua realidade. Difícil é conseguir dialogar com estes e estas, despertando a sua consciência crítica a partir de uma reflexão acessível. É fácil falar para, difícil mesmo é dialogar com, dando voz e gerando protagonismo para que possam compreender a sua própria realidade, para além dos limites da alienação que os envolvem e que os tornam indiferentes frente a um mecanismo sacrificial no qual eles e elas estão inseridos/as.

Isso não serviria também para nós? Será que nós mesmos, não estaríamos inseridos em uma determinada “caverna”[6], acostumados com as sombras? Aliás, será que nós não seríamos os especialistas buscando interpretar as sombras para os demais habitantes da caverna? Não estaríamos nós também acorrentados no senso comum de uma alienação coletiva? Não seríamos nós, sem saber e perceber, hospedeiros do opressor[7], através de nossas práticas conservadoras?

E se é difícil para os integrantes da comunidade acadêmica romper os compartimentos fragmentados que separam os sujeitos nos limites institucionais, transformando-os em “cumpridores” de tarefas, regras e normas, mais difícil ainda é romper os compartimentos que separam a Universidade da comunidade na qual a mesma está inserida. Se internamente os professores e estudantes se separam por suas salas de aula, suas disciplinas, seus cursos, departamentos, etc., externamente a Universidade, em grande parte, representa uma “ilha” isolada da realidade e da vida concreta onde os sujeitos que a compõem estão inseridos. Contudo, como dialogar com quem está “fora” se não conseguimos abrir espaços de diálogo com os que estão “dentro”? Enquanto os professores estão preocupados em ministrar suas aulas e repassar seus conteúdos, os estudantes, definidos como “alunos”, estão preocupados em responder as exigências dos mesmos, com suas aprovações nos limites de suas “grades”, “pagando” suas “cadeiras”, sem qualquer outro envolvimento com a defesa de políticas públicas em favor da coletividade. A própria linguagem do campo acadêmico revela as limitações de nossa visão de mundo. Denuncia a pobreza de nossa cultura. Ainda cultivamos valores colonialistas instituídos por uma cultura hegemônica, presentes em nossa linguagem.

Mas se, para modificar uma realidade concreta precisamos mudar a percepção da mesma, definindo um método de atuação, gerando novas formas de interação, o que fazer para produzir essa mudança?

Sequeremos modificar algumas referências culturais é preciso apresentar outros referenciais. Se as “grades”, “cadeiras” e “disciplinas” nos separam como “alunos”, professores e funcionários, em nossa própria comunidade, precisamos encontrar pontos de rompimento dessa estrutura para abrirmos espaços de encontros dialógicos. Afinal, faz-se necessário construirmos outra concepção de “Universidade”. Não mais pela soma de “universos” separados, estanques, distintos e fragmentados. Mas um “universo” que busque e promova a unidade para que possamos, de fato, nos sentirmos comunidade.

Contudo, se a nossa separação e fragmentação se deu historicamente por meio de uma concepção cartesiana, precisamos de outro método, somado à novas estratégias para modificarmos o que está posto e cultivado culturalmente. O lugar da seriedade epistemológica não deveria matar o prazer do encontro dialógico. O lugar das grandes teorias não deveria estar separado de uma prática concreta, começando pelo nosso ambiente de trabalho, abrindo portas para nos relacionarmos com a comunidade externa.

Mas o que estaria faltando para que professores e estudantes pudessem fazer renascer o “espírito” dos grandes movimentos revolucionários e libertários, fazendo a “esperança passiva” se transformar no “esperançar” freiriano? Como afirma o nosso Patrono da Educação, “Movo-me na esperança enquanto luto e, se luto com esperança, espero (FRERE, 1983 , p. 97).

    Entre os/as discentes e docentes da Universidade Regional do Cariri potencial é o que não falta. Desejo de mudanças também não. No entanto, o que estamos fazendo de concreto para despertar e articular todas estas forças na busca de uma alternativa eficiente que represente uma base de sustentação de todos os movimentos de reivindicação e de resistência? E se nós tivéssemos um projeto educativo bem definido onde pudéssemos catalisar as forças e a criatividade das principais lideranças desta instituição, despertando novos líderes, tendo como objetivo o despertar da consciência crítica de educadores e educandos e funcionários, com relação a importância do seu protagonismo, não estaríamos nós mesmos fazendo a nossa parte nesse processo?

    Mais do que nunca, sabemos que não basta nossa crítica teórica. Precisamos possibilitar formas de participação e interação, dando às pessoas poder de expressão, na condição de sujeitos e não apenas de reprodutoras das ideias prontas e acabadas.

Contudo, o que poderia possibilitar esta mobilização, tendo em vista a união dos grupos de resistência, gerando um processo de empoderamento da comunidade acadêmica?

Entendemos que se faz necessário uma proposta que possa agregar os que são de luta e receber adesão dos que não possuem voz e precisam ser provocados, percebidos e valorizados, para buscarem a sua emancipação. Precisamos desencadear um processo de politização em nosso ambiente acadêmico.

É nesta perspectiva que apresentamos o projeto “Radio Livre Universitária” – que atualmente é um Programa de Extensão.

Rádio Livre em Movimento

A Rádio Livre Universitária: abrindo “portas” para o diálogo

Nós sabemos que um Programa de Extensão precisa comportar uma proposta agregadora, em uma perspectiva de curto, médio e longo prazo. Deve ser pensado de forma sistemática e periódica. Levando em conta os desafios do processo em uma práxis sempre relacionada ao ensino e à pesquisa. Construindo “pontes” entre a comunidade universitária e a comunidade que abrange a Universidade. Nesse sentido, dois conceitos se colocam como paradigmáticos e desafiadores: a práxis e a dialogicidade.  

    No campo da práxis o grande desafio consiste em levar as nossas teorias estudadas no interior das nossas salas de aula para fora dos “muros” da Universidade, gerando envolvimento e impactando pessoas e comunidades nessa relação. Porém, a grande questão é que, nem sempre que professores e estudantes saem de seus espaços acadêmicos institucionais para irem ao encontro de realidades e pessoas que estão fora desse “lugar” da compreensão teórica, tomam estes e estas como sujeitos em um encontro dialógico. O que nos lembra Martin Buber, quando nos lembra que os seres humanos habitam em um mundo constituído por dois tipos de relações: Eu – Tu e Eu – Isso. Dessa forma, sempre que a relação se constitui por alguma forma de objetivação (objetivo ou objeto) ela acontece na perspectiva Eu-isso. E nessa relação o outro não assume o “lugar” de sujeito, mas de objeto. Eu preciso dele para desenvolver a minha ação.

Como afirma Buber, “Aquele que diz Tu não tem coisa alguma por objeto. Pois, onde há uma coisa há também outra coisa; cada Isso é limitado por outro Isso; o Isso só existe na medida em que é limitado por outro Isso. Na medida em que se profere o Tu, coisa alguma existe. O Tu não se confina a nada (1974, p.44).

O que buscamos quando propomos um projeto de extensão? O que levamos quando saímos de nossos “muros” epistemológicos no campo da teoria para o campo da prática? Com quem nos encontramos? Com sujeitos ou objetos de nossa ação? Com o Tu ou com o Isso?

A grande “magia” de um projeto ou programa de extensão consiste no encontro que possibilita vivências, troca de experiências, que extrapolam as objetivações. Precisamos da teoria? Precisamos ter clareza dos nossos objetivos? Precisamos de um método bem definido? Certamente que sim! Tudo isso está no campo da objetivação, indispensável na extensão. Porém, consiste em mediação para o encontro. É no encontro que acontece a relação Eu-Tu. É no encontro que ocorre a relação de Alteridade.

Mas, como a Rádio Livre se posiciona dentro desse desafio?

a)     Programas temáticos e educativos gravados

A Rádio Livre se propõe e vem executando a gravação de programas, com a participação de professores, estudantes e membros da comunidade externa, em torno de diversos temas transversais, que possibilitam uma reflexão comum dentro da comunidade acadêmica e fora dela. Esses programas são semanais, elaborados para serem veiculados na Rede, construída dialogicamente. Essa rede é formada basicamente por quatro categorias: estudantes, professores, funcionários e outras rádios livres da Região do Cariri[8].

Com os estudantes formamos a Rede por meio de duas movimentações: representantes de salas de aula, que recebem os programas gravados e repassam para as suas turmas; e os Centros Acadêmicos (CAs), que se articulam com os estudantes na forma de movimento estudantil.

Com os professores a articulação se dá através dos Departamentos. Os professores recebem os programas gravados e repassam para as suas turmas, em seus respectivos cursos.

Dessa forma procuramos romper as “caixinhas” epistemológicas nas quais estamos inseridos e isolados, dentro da Universidade. Porém, um outro desafio consiste em extrapolar os “muros” da instituição. Por isso é que buscamos a construção de uma Rede de Rádios Livres e Comunitárias para abrirmos “portas” e “janelas” de interação e diálogo com a comunidade. Atualmente nós temos a Rádio Literária Carrapato, a Rádio Cafundó e a Rádio Altaneira FM retransmitindo os nossos programas semanalmente.[9]

b)     Programas ao ar livre – “Rádio Livre em Movimento”

Enquanto nos programas gravados nos encontramos para a produção dos mesmos – no campo da reflexão teórica –, nos programas ao vivo nos encontramos para partilhar a alegria e a energia que nossos corpos emanam, na relação interpessoal, vibrando na freqüência de músicas e poesias executadas por professores, estudantes, funcionários e membros da comunidade externa.

Estes acontecem também semanalmente – nas sextas feiras –, no horário do intervalo, dentro dos Campus, em lugares alternados.

Também são programas que desenvolvem temas educativos, com caráter transversal, propostos por membros das próprias comunidades – interna e externa.

Em torno do tema são construídos roteiros, incluindo apresentações artísticas com músicas e poesias, onde professores e estudantes se encontram dialogicamente, fora de suas “amarras” formais, burocráticas e institucionais. Saem do campo do Eu-Isso e entram na relação Eu-Tu. Onde todos são protagonistas. O mesmo ocorre com relação à comunidade externa, constantemente convidada para realizar apresentações, representando suas conexões na sociedade civil organizada.

Atualmente, através dessa metodologia, por meio dos programas gravados conseguimos atingir praticamente todos os estudantes, em todos os cursos, por meio de suas salas de aula. Por meio dos Departamentos, buscamos chegar aos professores. E pelas Rádios, articuladas em rede, nossa proposta chega à lugares que são impossíveis de mapear. Pois estas estão conectadas na internet, fazendo com que nossos programas temáticos cheguem à qualquer lugar região do Brasil. O que torna impossível mensurar o número de pessoas que o nosso projeto atinge. Porém, o mais importante é saber que já temos em funcionamento duas redes que nos possibilitam interação, reflexão e diálogo com a parte de dentro e de fora da Universidade.

Rádio Livre em Movimento


2.     PRINCÍPIOS NORTEADORES

            A denominação “Rádio Livre” não se refere à ideia de que esta seja totalmente aberta para veiculação de qualquer tema, qualquer notícia, qualquer ideologia. A nossa rádio se caracteriza como livre do ponto de vista das instituições de controle. O seu funcionamento não depende da liberação das instituições de controle, por exemplo. Não passa pelo crivo regulador do Estado, do município ou mesmo da instituição na qual esta está inserida. Justamente por isso é que tomamos o cuidado de compor uma comissão formada por professores e estudantes, tendo em vista a construção coletiva de princípios norteadores para o funcionamento da Rádio Livre. Por meio destes buscamos uma fundamentação racional, com pretensão de “universalidade” na perspectiva da máxima inclusão. Isso define também o caráter ideológico do projeto que se caracteriza como sendo um movimento político, educativo e cultural, com potencialidade de extrapolar os limites de nossas salas de aula e atingir, ao mesmo tempo, toda a nossa comunidade acadêmica e a comunidade externa.

a)     A Rádio Livre é um instrumento de comunicação educativa alternativa, constituída de forma democrática do ponto de vista da participação e do empoderamento coletivo.

b)     Um meio de comunicação que respeita a diversidade, levando em conta as dimensões de identidade de gênero, orientação sexual e étnico-racial, e que, portanto, estará veiculando músicas de conteúdos educativos que favoreçam essa compreensão.

c)     Um meio de comunicação caracterizado também pela diversidade política, social e cultural, mas com uma delimitação ideológica: programas que se coloquem em defesa dos direitos humanos, principalmente levando em conta as minorias no campo das relações de poder.

d)     Uma rádio que, por atingir pessoas dos mais variados credos, se caracteriza por ser laica, com programas temáticos voltados às dimensões política, social, educativa e cultural.

e)     Uma rádio que deverá servir como instrumento educativo no processo educacional da comunidade acadêmica.

f)      Uma rádio que nasce na forma de mobilização e que pretende fortalecer os grupos organizados  politicamente. 

g)     Uma rádio que abrirá espaços somente para programas temáticos preparados e apresentados por equipes, passando antes por orientações. 

h)     Uma rádio que pretende ser inclusiva e aberta para grupos organizados também fora da Universidade, na qual professores, professoras e estudantes atuarão como intermediadores abrindo espaço para a participação da comunidade externa. 

i)      Uma rádio que atingirá, no mesmo instante, um grande número de pessoas dentro de um mesmo espaço geográfico, tendo a arte e a cultura como mediações para reflexões críticas e formativas. Portanto, um instrumento que exige grande responsabilidade.

j)      Uma rádio que opta ideologicamente pela defesa dos direitos humanos, propondo reflexão crítica em processos de organização e empoderamento, é também uma rádio política, que abrirá espaço para todos os militantes sociais organizades. Contudo, é também um espaço que deverá ser preservado de ações conectadas à qualquer tipo de política partidária.

k)     Dentre os representantes que fazem parte do processo de construção da Rádio Livre serão escolhidos pessoas para comporem um Conselho de Ética que, a partir dos princípios aqui estabelecidos estará avaliando os programas veiculados.

l)      Uma rádio que poderá agregar em torno de si uma grande Rede de Rádios Livres, levando os programas educativos aos mais diversos e diferentes lugares do nosso país.

m)   Este Estatuto, que se conclui aqui, continuará aberto para novas revisões, tendo a possibilidade de alterações dentro do processo de execução do projeto.

3.     CONSIDERAÇÕES FINAIS

    Não temos a ingenuidade de achar que a nossa proposta será aceita facilmente pela comunidade acadêmica. Já conhecemos os argumentos dos professores, por exemplo, para não participarem da Rádio Livre em Movimento: “Temos pouco tempo para trabalharmos o conteúdo, por isso não dou intervalo”; “Os alunos não querem intervalo para saírem mais cedo”. “Eles chegam tarde e querem sair cedo. Por isso não dou intervalo”. E com relação aos programas gravados: “Já estamos saturados de grupos no zap”. “Esse movimento não tem nada a ver com minha disciplina ou o meu compromisso na Universidade”. Enfim, sabemos que enfrentamos diversos desafios para rompermos as barreiras do senso comum que envolve professores e estudantes em suas rotinas diárias. Contudo, é justamente aí que se encontra a justificativa e a intencionalidade ideológica de nossa ação pedagógica. É por isso que esse movimento se caracteriza por ser político, educativo e cultural. A dimensão política se propõe a mudar as referências nas relações de poder gerando “pontos de encontro” e momentos de reflexões. A educativa se propõe em duas dimensões: refletirmos sobre temas transversais que extrapolem o nosso campo específico de conhecimento científico e se transformar, para os estudantes, em uma Escola de Comunicação. Já a dimensão cultural consiste em mudar as referências habituais, cultivando a ideia de que Universidade não é apenas um lugar da seriedade epistemológica, mas também, e essencialmente, um lugar de encontros, interações e prazer. E nada melhor do que a música e a poesia para mediar essa forma de interação interpessoal.

BIBLIOGRAFIA

BUBER, Martin. Eu e Tu, Trad. Newton Aquiles Von Zuben, São Paulo, 2ª. ed. Ed. Moraes, 1974)

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido, Rio de Janeiro, 13ª. ed. Ed. Paz e Terra, 1983.

PAULA ALENCAR, Sylvia Elisabeth de. Conscientização: Conceito Central nas Idéias de Paulo Freire Sobre ; In. Formação Humana e Dialogicidade Em Paulo Freire. Fortaleza, Ed.  UFC: 2006.

SCHAFER, R. Murray. Rádio Radical e a Nova Paisagem Sonora. In: MEDITSCH, Eduardo (org.)Teorias do Rádio – textos e contextos – vol.II. Florianópolis: Insular, 2008.


[1] Carlos Alberto Tolovi. Universidade Regional do Cariri.  Professor efetivo do Departamento de Ciências Sociais. Curso de Ciências Sociais. Coordenador do Programa de Extensão. Email: Carlos.tolovi@urca.br

[2] Angélica Nayana Gomes – Universidade Regional do Cariri. Estudante do curso de Enfermagem. Bolsista.

[3] José Ferreira Neto – Universidade Regional do Cariri. Estudante do curso de Direito. Bolsista.

[4] Hugo Leonardo Santos Silva. Universidade Regional do Cariri. Estudante do curso de História. Voluntário

[5] Rafael Almeida de Oliveira Rocha. Universidade Regional do Cariri. Estudante do curso de Direito. Voluntário

[6] Referência a Alegoria da Caverna.. Cfr. Cfr. Platão, A República (Livro VII)

[7] Referência à teoria de Paulo Freire. Cfr. FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido, Rio de Janeiro, 13ª. ed. Ed. Paz e Terra, 1983.

[8][8] . Atualmente a Rádio Livre Universitária forma rede com a Rádio Literária Carrapato, Rádio Cafundó e Rádio comunitária Altaneira FM.

[9] Essa rede revela algo muito importante: ainda não conseguimos divulgar nossos programas temáticos na Rádio Universitária – mantida  e coordenada pela Universidade Regional do Cariri. O que nos faz perguntar: de que forma a Rádio Universitária está conectada à comunidade Universitária e a Região do Cariri?

Lula se compromete a acelerar a titulação de terras quilombolas no Brasil

 

(FOTO | Pedro Borges | Alma Preta).

Lideranças do movimento negro e quilombola, como Douglas Belchior, Dulce Pereira e Aline Mendes, estiveram reunidos com o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e apresentaram uma carta com pedido de compromisso do presidente eleito no combate ao racismo ambiental e à garantia da justiça racial. A importância de titulação das terras quilombolas também foi reforçada pelo movimento negro durante o encontro.

Se a gente não fizer agora com rapidez o reconhecimento dos quilombos brasileiros, o processo demora muito. A burocracia não permite que as coisas que parecem fáceis, sejam fáceis. Então eu voltei com a disposição de fazer o que eu não fiz da outra vez, fazer mais e com mais competência e mais qualidade”, destacou Lula no evento.

Ao longo do encontro com a sociedade civil, também foram entregues a Lula cartas e demandas dos povos originários, das juventudes e das populações das periferias, que destacaram a importância de participação nas decisões sobre políticas públicas que os afetam. “Nós vamos retomar as conferências nacionais para que o povo decida qual é a política pública que entende ser a correta para o meu governo colocar em prática”, afirmou Lula.

O encontro, realizado nesta quinta-feira (17), foi organizado pelo Brazil Climate Hub, espaço da sociedade civil criado desde a COP25, em Madrid, na Espanha. Alguns nomes anunciados para a equipe de transição do governo estiveram presentes na reunião, como Célia Xakriabá, Douglas Belchior, Fernando Haddad, Joênia Wapichana, Marina Silva e Sônia Guajajara.

A carta feita pela Coalizão Negra por Direitos destaca a presença de integrantes da organização durante a COP 27, em Sharm El Sheik, Egito. Os participantes ressaltam a necessidade de manter o aquecimento em 1.5 C até 2030, de acordo com as previsões do IPCC.

O movimento negro, unido ao movimento dos povos originários e unido ao movimento dos povos tradicionais, aprofundou o debate sobre a questão climática. Hoje, para nós, isso é fundamental. Não existe justiça climática, sem enfrentamento ao racismo”, disse o historiador e fundador da Uneafro, Douglas Belchior.

A importância da adaptação para as mudanças climáticas também é destacada na carta produzida pelas organizações negras para o presidente eleito. "No Brasil, a população negra está diretamente afetada pelos impactos das mudanças do clima nas cidades, e no campo estamos vivendo a emergência climática. Mais de 60% da população negra no país está diretamente impactada pelos eventos extremos do clima devido às condições de moradia, alimentação, saúde, acesso à terra urbana e rural, trabalho e renda, mobilidade e localização", afirma a coalizão.

O documento das organizações negras - que já reúne 256 assinaturas - ressalta que as bases de conhecimento em saberes tradicionais, técnicos, científicos e tecnológicos da população negra devem ser consideradas para o alcance das metas de sustentabilidade climática e social.

Durante o evento, Lula também falou sobre a importância de se garantir a proteção das terras indígenas. “Se a gente não resolver as questões sociais, não vale a pena a gente governar esse país. É por isso que vamos criar o Ministério dos Povos Originários, porque a gente precisa fazer uma mudança completa na nossa relação com os indígenas desse país”.

Além disso, o presidente eleito contou que terá uma conversa com o secretário-geral da ONU, António Guterres, em que pretende cobrar um posicionamento mais contundente dos países signatários dos acordos e metas climáticas. “Os fóruns da ONU não podem continuar sendo fóruns de discussões teóricas intermináveis e que, muitas vezes, não são levadas a sério”, destacou.

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Com informações do Alma Preta.

17 de novembro de 2022

Urca realiza VI Simpósio Internacional Padre Cícero e I Simpósio Internacional de Religiões e Espiritualidades

 


Com a principal temática envolvendo o “Pluralismo Religioso e Cosmovisões no Nordeste”, será lançado oficialmente no dia 23 de novembro, o do VI Simpósio Internacional Padre Cícero e I Simpósio Internacional de Religiões e Espiritualidades: Pluralismo Religioso e Cosmovisões no Nordeste. Juazeiro do Norte e o Cariri se tornam o epicentro dos debates sobre religiosidades e o Padre Cícero, que terá processo de beatificação iniciado no próximo dia 30 de deste mês.

O evento será realizado através da Universidade Regional do Cariri (URCA), por meio do Instituto José Marrocos de Pesquisas e Estudos Socioculturais (IPESC). Este ano, os simpósios acontecem de forma presencial, a partir das 8h, no Salão de Atos da URCA, no campus Pimenta, em Crato, com transmissão pelo canal da URCA no YouTube.

Dentre as atividades que serão realizadas na data, estão a palestra “Panorama das Religiões no Brasil: transformações, tendências e consolidações”, com o prof. Dr. Marcelo Camurça (UFJF/UERJ), que ocorrerá pela manhã, às 9h.

A palestra oficial de lançamento acontece após a mesa de abertura oficial, com a presença de pesquisadores e entidades envolvidas na realização dos simpósios. Às 19h, haverá lançamento de livros.

Saiba mais

Trazendo como tema “Pluralismo Religioso e Cosmovisões no Nordeste”, o evento será realizado no período de 17 a 24 de março de 2023. Em suas edições anteriores, o Simpósio Internacional Padre Cícero teve como elemento de articulação discussões em torno do Padre Cícero e da religiosidade popular. Entretanto, esta edição pretende realizar uma discussão mais abrangente, buscando ir além do foco das religiosidades do catolicismo popular e da figura do Padre Cícero. A proposta é abarcar discussões associadas ao pluralismo religioso e às diferentes cosmovisões no Nordeste brasileiro.

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Com informações do site da URCA.

Letramento racial urgente

 

(FOTO | Jesus Carlos).

Estamos no mês da consciência negra, as vésperas do 20 de Novembro, Dia Nacional da Consciência Negra, e a todo momento pipocando casos de racismo, casos de violência racial.Nunca foi tão importante entender a necessidade de letramento racial para toda a sociedade brasileira.

O Brasil, assim como toda a história da colonização, tem uma história fraudulenta, um grande estelionato histórico. É imperioso compreender que a negação da participação negra na construção do país, o respectivo ocultamento da produção negra nas mais diversas áreas do conhecimento, das artes, da produção agrícola entrega para a população uma história mentirosa, que não dá a dimensão real da existência e da importância da população negra.

Segundo a avaliação que temos o Brasil tem entre as pessoas racistas dois grupos: os racistas por convicção ideológica, para defesa e manutenção de seus privilégios, que é a absoluta minoria e um contingente bem maior as pessoas que são produto de uma educação racista, que naturaliza a perversidade da desigualdade racial existente em nosso país, por desconhecer completamente a participação de negras e negros na história do Brasil. É pra este segundo grupo que o letramento racial faz-se absolutamente indispensável, porque a solução para o racismo no Brasil não é e nem deve ser um problema somente para os negros mas é sim um problema pra toda a sociedade brasileira..

Ao falarmos da educação infantil, ficamos pensando quanto nosso neto de 10 anos é uma criança privilegiada por conhecer Carolina Maria de Jesus, Solano Trindade, Abdias do Nascimento, a história do MNU. Já ter ouvido falar nos quilombos e quilombolas, em Zumbi dos Palmares, Dandara, Tereza de Benguela ou de Quaritere, nos irmãos Rebouças, Teodoro Sampaio, Juliano Moreira, em Cartola, Nelson Cavaquinho, Paulinho da Viola, Dona Ivone Lara, Clementina de Jesus e tantos outros. Que diferença fará este contato com a história da produção cultural e da resistência negra na formação de um ser humano muito melhor, preparado para relações sociais que enxerguem a humanidade na sua totalidade, na busca pelo bem viver.

Por tudo isso é emergencial que se implemente de fato em todo o país a lei 10639/03 e a 11645/08 em escolas públicas e privadas, da educação infantil ao ensino superior. Necessário ainda criar canais de comunicação nas mídias tradicionais e digitais para que o letramento racial se imponha como forma de extirpar o racismo de nossa sociedade.

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Texto de Regina Lúcia dos Santos, coordenadora estadual do MNU-SP e Milton Barbosa, um dos fundadores e coordenador nacional de honra do MNU, publicado originalmente no Alma Preta.

Copa In9ve de Altaneira começa nesta quinta-feira (17)

 

Ginásio Poliesportivo de Altaneira por ocasião do Torneio Cancão em 2013. (FOTO | Arquivo do Blog).

Por Nicolau Neto, editor

Começa nesta quinta-feira, 17, no Ginásio Poliesportivo Antonio Robério Carneiro, em Altaneira, no cariri, a Copa In9ve. O evento que envolverá oito equipes, visa incentivar e valorizar a prática de futsal.

De caráter regional, além da anfitrian, compõem a competição os municípios de Antonina do Norte, Assaré, Nova Olinda e Potengi. Segundo o jornalista do Portal Tapera, Luan Moura, “ao todo, serão 11 partidas distribuídas nos dias 17 e 24 de novembro e 1º, 8 e 15 de dezembro. Na entrada do ginásio, será cobrado 1kg de alimento não perecível” e a abertura ocorrerá a partir da 18h30, onde haverá os primeiros jogos.

Durante a cerimônia de abertura da Copa, a In9ve irá homenagear dois grandes esportistas em reconhecimento à sua contribuição ao futsal altaneirense: os irmãos Francisco Eliezer da Silva, o Kiéis, de 70 anos, e José Aparecido da Silva, o Zezinho, de 60 anos”, pontuou Luan.

Sérgio Eudislley, um dos membros da In9ve, afirmou ao Tapera que a “Copa In9ve faz parte dos projetos que nós, do Grupo In9ve, desenvolvemos nas cidades onde atuamos. Somos cientes do nosso papel social e buscamos sempre incentivar e valorizar a prática esportiva. Já realizamos um evento teste em Potengi e agora faremos o 2º evento, desta vez em Altaneira”.

In9ve Juventus, Altacity, Profat, Juventus Nova Olinda, Frigorífico São Francisco, Flamengo, Vila Padre Cícero e Juventus do Oriel são os oito clubes que buscarão o título desta competição. 

Ascon promove I Copa de Futebol de Altaneira

 

Maniçoba e Vila Rica. (FOTO | Reprodução | Ascon).

Por Nicolau Neto, editor

Teve início no dia 5 de novembro, em Altaneira, no cariri, a primeira Copa Ascon de Futebol. A competição realizada pela Assessoria de Contabilidade (Ascon) envolve a participação de oito equipes, sendo duas representantes da zona Rural: Serano, do sítio Serra do Valério, e Vila Rica, do distrito São Romão. As demais equipes são Humafe, TCT, Juventude, Maniçoba, Caixa D’Água e Portuguesa.

As equipes foram divididas em dois grupos de quatro. O grupo “A” tem Serrano, Maniçoba, Vila Rica e Juventude como representantes e Caixa D’ Água, Portuguesa, TCT e Humafe compõem o Grupo “B” que se enfrentavam entre si.

A primeira rodada contou com as vitórias de Maniçoba e Humafe diante do Serrano e TCT, respectivamente. No primeiro jogo, o placar foi de 2 x 2, enquanto que o Humafe não tomou conhecimento de seu adversário e aplicou um sonoro 11 x 1. O Vila Rica perdeu o jogo de estreia por 2 x 1 para o Juventude, enquanto que o Caixa D’Água bateu a Portuguesa por 2 x 0.

Segundo Edezyo Jalled, um dos representantes da Ascon, a final da competição está programada para o 3 de dezembro. Ele destacou que estava previsto um orçamento de R$ 5.000, mas com o andamento da competição esse valor já subiu para R$ 7.000 e só de patrocínio foram arrecadados R$ 4.000.

Ainda conforme Edezyo, há uma equipe, o Maniçoba, que todos os jogos entra com uma faixa de combate ao Racismo. (Ver imagem abaixo).

Maniçoba exibe todo jogo uma faixa de combate ao racismo. (FOTO | Reprodução | Ascon).