19 de agosto de 2021

Carolina Maria de Jesus e Itamar Assumpção serão homenageados com estátuas

 

(FOTO/ Reprodução).

A prefeitura de São Paulo anunciou que homenageará cinco personalidades negras, que ganharão estátuas pelo município paulista. O anúncio ocorreu durante a Semana de Valorização do Patrimônio, organizada pela Secretaria Municipal de Cultura para discutir o patrimônio histórico, semanas depois da estátua de Borba Gato ser queimada, na Zona Sul de São Paulo. Entre os nomes, estão a escritora Carolina Maria de Jesus, o cantor Itamar Assumpção, o músico Geraldo Filme, o atleta olímpico Adhemar Ferreira da Silva e a sambista Deolinda Madre.

Segundo a Secretaria Municipal de Cultura, as personalidades possuem forte ligação com o município. As obras estão previstas para o próximo mês e serão entregues em até seis meses. De acordo com a prefeitura, os monumentos públicos serão instalados em locais onde as personalidades viveram e se destacaram na memória da cidade.

Carolina Maria de Jesus é uma das escritoras mais importantes do país e ficou conhecido por seu livro ‘Quarto de Despejo’, publicado em 1960. O livro foi traduzido em 16 idiomas e vendeu cerca de 3 milhões de exemplares desde sua publicação.

A estátua que representará a autora será instalada no Parque Linear de Parelheiros, onde Carolina viveu parte de sua história; atualmente, em sua homenagem, estão o Centro de Cidadania da Mulher e o Ponto de Leitura Carolina de Jesus.

Itamar Assumpção foi um cantor, compositor, instrumentista e produtor musical brasieiro, que teve destaque na cena alternativa e independente nas décadas de 1980 e 1990, em São Paulo. É um dos principais nomes da ‘Vanguarda Paulista’.

Estão sendo considerados pela prefeitura e familiares do artista, espaços como a Casa de Cultura da Penha, em que Itamar gravou a trilogia 'Bicho de 7 cabeças', em 1993, que conta com um estúdio em sua homenagem.

Geraldo Filme de Souza, ou apenas Geraldo Filme, foi um compositor, cantor e militante negro brasileiro. Também foi conhecido como 'Seu Geraldo', 'Geraldão da Barra Funda', 'Tio Gê', 'Corvão' e, na infância, como 'Negrinho das Marmitas'.

A estátua representando o sambista será instalada na Praça David Raw, na Barra Funda, próximo ao antigo Largo da Banana, muito frequentado por Geraldo e marca do samba paulistano.

O atleta Adhemar Ferreira da Silva foi o primeiro bicampeão olímpico do país, recordista mundial no salto triplo cinco vezes e primeiro a quebrar a barreira dos 16m no salto triplo. Foi vencedor nos jogos de Helsinque 1952 e Melbourne 1956.

A provável localização da estátua que representará o atleta será no Canteiro Central da Avenida Braz Leme (Casa Verde, Zona Norte), bairro onde o atleta morou e em que clubes de atletismo surgiram a partir do sucesso dele.

Deolinda Madre, conhecida como Madrinha Eunice, nasceu em Piracicaba e se mudou aos 4 anos para São Paulo, morando na Rua Tamandaré, na região central da cidade. A sambista e ativista negra fundou uma das primeiras escolas de samba de São Paulo, a Lavapés, na década de 1930, no bairro do Glicério, no Centro. A escola já foi sete vezes campeã do Grupo Especial entres os anos 1950 e 1960.

Segundo a Prefeitura, a estátua da sambista e ativista será instalada na Praça da Liberdade - sugerido pelos familiares e pelo pesquisador sobre o Samba, Tadeu Kaçula.

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Com informações do Alma Preta.

Escola Estadual Menezes Pimentel, em Potengi, divulga lista de aprovadas em vestibulares

 

Lista de aprovados e aprovadas do Menezes Pimentel. Designer Gráfico (Rosemberg). Montagem (Nicolau Neto).

Por Nicolau Neto, editor

A Escola de Ensino Fundamental e Médio Menezes Pimentel, do município de Potengi, na região do cariri, divulgou na tarde desta segunda-feira, 16, lista dos alunos e alunas que lograram êxito nos principais vestibulares da região no processo seletivo 2021.1 e por meio do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM).

11 estudantes aparecem na lista apresentada e estão distribuídos pela Universidade Regional do Cariri (URCA), Universidade Federal do Cariri (UFCA), Centro Universitário Unileão, Faculdade de Juazeiro do Norte (FJN) e Universidade Paulista (UNIP). Estas duas últimas por meio do Programa Universidade para Todos (ProUni) e do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) do ENEM, respectivamente.

Abaixo os nomes dos aprovados e aprovadas por curso e universidade:

José Vitor (Engenharia de Produção, URCA);

Bruna Teixeira (Educação Física, URCA);

Antônio Luís (Letras, URCA);

Bianca Guedes (Ciências Sociais, URCA);

Maria Carolina (Biblioteconomia, UFCA);

Isabela Rodrigues (Pedagogia, UNIP);

Isabela Mendes (Medicina Veterinária, UNILEÂO);

Iarla Terto (Ciências Biológicas, URCA);

Angela Terto (Matemática, URCA);

Débora Sérgio (Ciências Biológicas, URCA);

Arineia Dias (Medicina Veterinária, FJN).

Os resultados foram comemorados pela direção, coordenação, professoras e professores da instituição que destacaram o esforço dos/as estudantes, principalmente em tempos de pandemia.

Aos que tentaram, mas não conseguiram a escola também direcionou calorosos parabéns, ao passo que afirmou que o sucesso se conquista com persistência, dedicação e muito estudo. “Continuem tentando, sua hora chegará”, destacou a direção.

18 de agosto de 2021

Trabalhador escravizado em fazenda vivia com família entre escorpiões e pó

 

(FOTO/ Reprodução).

Um homem foi resgatado do trabalho análogo ao de escravo em uma fazenda de gado durante uma operação de fiscalização, em Formosa (GO), após mais de oito anos de serviço. Ele vivia com sua esposa e cinco filhos dormindo entre escorpiões e cobras, sem água e luz, com pouca comida e sob a poeira da mineração de calcário que ocorria perto de seu alojamento. Enquanto isso, a alguns quilômetros dali, as Forças Armadas faziam um treinamento militar com a presença do presidente da República.

"Escorpião era demais, tinha muito. Um me picou e fiquei seis meses com a perna dormente. Já acordei com cobra no pescoço. Tinha coral, papa-pinto... Se não forrasse o chão e tapasse os buracos da casa todos os dias, os escorpiões picariam meus meninos. Dormia todo mundo no mesmo lugar. Assim eu ficava de olho nos bichos."

O relato é de Marilene da Costa, esposa de Itamar, trabalhador que foi resgatado na operação iniciada no dia 11, em Formosa, Goiás. Todos passaram anos usando o mato como banheiro, sem energia elétrica e consumindo água salobra de um poço.

Certamente você ouviu falar no município. Enquanto auditores fiscais do Ministério do Trabalho, um procurador do Ministério Público do Trabalho, um advogado da Defensoria Pública da União e policiais federais retiravam o trabalhador e sua família da propriedade, as Forças Armadas realizavam uma operação de treinamento militar no mesmo município.

Foram os blindados fumacentos da Operação Formosa que atravessaram a Esplanada dos Ministérios na "demonstração de força" de Jair Bolsonaro no dia da derrota do voto impresso na Câmara dos Deputados.

Tão alheia à existência das tropas quanto às tropas estavam alheias à sua existência, a família esperava a visita do poder público. "Fiquei oito anos sofrendo que nem cachorro. Só no finalzinho, vieram o Conselho Tutelar e a Assistência Social. E, com isso, chegou água e luz", explicou a esposa do trabalhador à coluna.

Ironicamente, após mais de oito anos sob velas, as lâmpadas chegaram uma semana antes da operação de fiscalização chegar e constatar o trabalho degradante. 

O proprietário da fazenda Muzungo, Meroveu José Caixeta, informou através de seu advogado Ítalo Xavier que, até o momento, não teve acesso integral aos autos do procedimento de inspeção. O representante afirmou que "o cliente colaborou com os trabalhos da fiscalização, firmando Termo de Ajuste de Conduta com o Ministério Público do Trabalho, para atender todas as exigências que entenderam pertinentes".

Além dos bichos peçonhentos, da falta de comida, da água salgada e da escuridão, havia o pó. Muito pó.

A precária casa, em que caberia apenas uma pessoa, ficava a menos de 100 metros de uma empresa de mineração, vizinha à fazenda, e a 200 metros do canteiro de extração de calcário. A produção, que seguia barulhenta dia e noite, levantava uma nuvem de pó branco, que cobria comidas, roupas, pessoas.

"A quantidade de pó era impressionante", afirma a auditora fiscal Andréia Donin, coordenadora da operação. A filha de 13 anos do casal tem bronquite asmática e sofria com a poeira intensa - os outros filhos têm 16, 8, 7 e 4 anos.

A situação da saúde da família está sendo investigada por conta da exposição prolongada do produto.

"Toda hora você tinha que limpar a casa e ficar com pano no nariz porque era pó demais", afirma Marilene. "Eu tô com caroço no pescoço, perdendo a voz. Fui ao medico e ele disse que isso foi causado pela poeira. Tenho que ir pra Goiânia para operar, mas quem vai ficar com as crianças?"

O procurador do trabalho Tiago Cabral, que acompanhou a ação, diz que tem constatado uma piora nas condições oferecidas aos trabalhadores. Segundo ele, há patrões que acreditam que, para os trabalhadores, basta a replicação da miséria.

"Eles não conhecem seus direitos, são vítimas fáceis do trabalho escravo. O pai da família havia sido vítima de trabalho infantil. É a receita da superexploração. O empregador sabendo dessa situação colocou o trabalhador próximo de um local com extração mineral, aspergindo poeira sílica", afirma.

Marilene considera que a pior coisa foi ver o sofrimento dos filhos.

"Tenho dois filhos que nem sabem o que é uma televisão. Olhava para eles e chorava muito. No tempo da chuva, a gente tinha que ficar enrolado num canto porque a goteiragem era demais. Muita muriçoca, muito inseto. O fogão de lenha era dentro, tinha fumaça demais. Pó da firma [de mineração] e a fumaça do fogão... Sempre pedíamos uma casa melhor, e não faziam nada", afirma.

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Por Leonardo Sakamoto, em seu blog. Leia a íntegra do texto aqui.

Militantes do Movimento Negro revindicam que a UFRGS conceda o título de Dr. Honoris Causa para Oliveira Silveira

Um dos criadores do Dia da Consciência Negra, poeta é influência para novas gerações TÂNIA MEINERZ/GAZETA DE ROSÁRIO/DIVULGAÇÃO/JC

Nascido em Rosário do Sul, em 16 de agosto de 1941, Oliveira Silveira foi professor formado em Letras na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), tendo exercido o magistério por muitos anos em Porto Alegre. Foi um dos intelectuais negros de maior destaque no Estado e também a nível nacional, participando ativamente de debates, encontros e mobilizações do movimento negro. No período de 1971 a 1978, participou do Grupo Palmares, sendo também o mentor do estabelecimento do dia 20 de Novembro – data da morte de Zumbi dos Palmares em 1695 – como o “Dia Nacional da Consciência Negra”. Foi um dos idealizadores do primeiro ato evocativo ao 20 de novembro, em homenagem a Zumbi, na celebração realizada pelo “Grupo Palmares” em 1971, em Porto Alegre no Clube Negro Marcílio Dias.  

Por toda a sua contribuição intelectual para cultura do Brasil, miliantes do Movimento Negro estão propondo que a UFRGS conceda o título de Doutor Honoris Causa ao pesquisador, escritor e poeta Oliveira Silveira. Dando visibilidade a essa figura história e também a todos os grupos do Movimento Negro do Estado. O processo está em tramitação no Conselho da Unidade de Letras e posteriormente será encaminhado ao Conselho Universitário da UFRGS para apreciação. 

De acordo com Wellignton Porto, estudante de Letras da UFRGS, militante do Afronte Negro e um dos organizadores dessa reivindicação dentro da universidade,“A proposta de título a Oliveira Silveira é uma forma de dar visibilidade a um dos fundadores do Grupo Palmares, que este ano completa 50 anos. Além disso, também tem o intuito de oxigenar a organização do Movimento Negro na UFRGS e dar uma resposta a política racista e genocida do atual Governo, que recentemente tentou apagar o acervo histórico de Oliveira Silveira da Fundação Palmares”.”.

PROPOSTA DE CONCESSÃO DO TÍTULO DOUTOR HONORIS CAUSA OLIVEIRA SILVEIRA

Tendo em vista o que prevê o Regimento Geral da Universidade Federal do Rio Grande do Sul em seu Título VI, o Art. 81, que trata “Das distinções universitárias”, destaca-se “II – Doutor Honoris Causa, a personalidades que tenham se distinguido na vida pública ou na atuação em prol do desenvolvimento da Universidade, do progresso das ciências, das letras e das artes”.

Nascido em Touro Passo, distrito de Rosário do Sul-RS, em 16 de agosto de 1941, c diplomou-se em Letras na UFRGS, tendo exercido o magistério por muitos anos em Porto Alegre. Foi um dos intelectuais afrodescendentes de maior destaque no estado onde nasceu e também a nível nacional, participando ativamente de debates, encontros e mobilizações do movimento negro. No período de 1971 a 1978, participou do Grupo Palmares, sendo também o mentor do estabelecimento do dia 20 de Novembro – data da morte de Zumbi dos Palmares em 1695 – como o “Dia Nacional da Consciência Negra”. Foi um dos idealizadores do primeiro ato evocativo ao 20 de novembro, em homenagem a Zumbi, na celebração realizada pelo “Grupo Palmares” em 1971, em Porto Alegre.

A proposta de concessão de título vem então, com o intuito de dar visibilidade ao grande intelectual negro, Oliveira Silveira, por todas suas contribuições para o movimento negro. A partir disso, em articulação com dezenas de intelectuais, pesquisadores, escritores, movimentos sociais e políticos, encaminho para aprovação deste Conselho a indicação de concessão do título de Doutor Honoris Causa ao pesquisador, escritor e poeta Oliveira Silveira.

Saliento também que o Movimento Negro estará responsável pela escrita do Dossiê do indicado e pretende apresentar o documento completo para o CONSUNI, para que a Direção faça os devidos encaminhamentos.
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Por Wellington Porto, publicado originalmente no Geledés.


17 de agosto de 2021

IV edição da Mostra do Brincar abordará psicologia histórico-cultural

 

Zoia Prestes. (FOTO/ Divulgação).

Referências nacionais da Pedagogia Histórico-Critica e da Psicologia Histórico-Cultural, como é o de Newton Duarte e Zoia Prestes farão parte da programação da IV edição da Mostra do Brincar realizada pelo Coletivo Camaradas, nos dias 26 e 27 de agosto. Esse ano a Mostra continuará sendo realizada em formato virtual.  Newton Duarte é autor de livros, capítulos de livros e artigos, publicados no Brasil e no exterior. Entre seus trabalhos destacam-se os livros: Sociedade do Conhecimento ou Sociedade das Ilusões? (2003); Vigotski e o Aprender a Aprender (2011, 5ª ed); A Individualidade Para Si (2013, 3ª ed.);  Os conteúdos escolares e a ressurreição dos mortos (2021, 2ª ed); Conhecimento Escolar e Luta de Classes: a pedagogia histórico-crítica contra a barbárie  (2021) em coautoria com Dermeval Saviani. Zoia  Prestes  desenvolve pesquisas na área de Educação, Psicologia e Desenvolvimento da criança com base na teoria histórico-cultural, tradutora do russo para o português, publicou o Livro Imaginação e Criação na Infância de Lev Vigotski, juntamente com Elizabeth Tunes. Zoia é fiha de  Luiz Carlos Prestes e de Maria Prestes, viveu exilada, durante a ditadura militar que se instalou no Brasil em 1964, com seus pais na União Soviética, foi em Moscou que fez sua graduação e mestrado em Pedagogia e Psicologia Pré-Escolar pela Universidade Estatal de Pedagogia de Moscou. 

Com o tema “O brincar na perspectiva da Psicologia Histórico-Cultural”, o evento visa promover o debate com os educadores, estudantes e pais, a partir do olhar do teórico marxista Lev Vigotski.  Importante teórico que aborda sobre o brincar, desenvolvimento e a formação humana de caráter emancipacionista. O evento tem como público alvo os professores da rede básica de ensino, estudantes das áreas afins, cuidadores e responsáveis por crianças.

A edição de 2020 teve como tema “O brincar e o direito à cidade”.

Esse ano, a mostra contará com duas conferencias: dia 26 de agosto, às 15h, Psicologia histórico-cultural e pedagogia histórico-crítica em tempos de barbárie, com professor Newton Duarte e mediação da professora Marteana Ferreira de Lima; no dia 27, às 15h,  L. S. Vigotski e o papel da brincadeira para o desenvolvimento infantil, com a professora Zoia Prestes e  mediação da professora Rebeca Baia.  

Serão produzidos vídeos curtos com falas de pedagogos sobre o brincar, além de vídeos com contação de histórias do Coletivo Narradores Cariri que deverão circular entre pais e educadores da rede ensino da região da Metropolitana do Cariri.

A Mostra era realizada no Território Criativo do Gesso e contava com oficinas e brincadeiras que envolviam as crianças da comunidade. Desde de 2020, devido a situação da Pandemia, o evento tem se dado de forma virtual.   

O evento faz parte das ações do projeto Território Criativo do Gesso, aprovado no edital de Prêmio Fomento Arte e Cultura do Ceará, da Secult/CE, através da Lei Aldir Blanc.

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Texto encaminhado à redação do Blog por Alexandre Lucas.

16 de agosto de 2021

I Simpósio Internacional sobre Culturas e Literaturas Populares prorroga período para proposição de Grupos de Trabalho

(FOTO/ Reprodução / Facebook).

O I Simpósio Internacional sobre Culturas e Literaturas Populares prorroga o período para proposição de Grupos de Trabalho (GT’s), até o dia 31 de agosto. O evento acontece de 6 a 9 de dezembro em formato virtual, com transmissão pelos canais da URCA e do Ipesc, na Plataforma YouTube. As inscrições podem ser realizadas através do siseventos.urca.br.

O evento é uma realização da Universidade Regional do Cariri (URCA), através do do Instituto de Pesquisa José Marrocos (Ipesc), em parceria com diversas instituições, como a Universidade Estadual do Ceará (UECE), Universidade Vale do Acaraú (UVA), Universidade Federal do Cariri (UFCA), Universidade de Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB) e a Secretaria de Cultura do Estado do Ceará.

O simpósio tem seis eixos e oito mesas redondas. As abordagens estarão relacionadas a Saberes, vivências e ancestralidades: as artes do sagrado; Fazeres da artesania na teia da tradição; Poéticas populares do corpo e da voz: cantigas, performances e brincadeiras; Narrativas: oral, impressa e cibernética; Cultura popular na formação humana, no cotidiano escolar e nas universidades; e Patrimonialização da Chapada do Araripe, Araripe Geopark e Museus Orgânicos – iniciativas de salvaguarda do patrimônio natural e cultural.

Cada um dos eixos repercute em outros temas geradores que estarão representados em oito mesas redondas com temas como: A religiosidade popular e as artes do sagrado, Vivenciando a cultura popular tradicional: saberes, ofícios e os tesouros vivos”; Patrimônio cultural imaterial e estratégias de salvaguarda: os casos da Literatura de Cordel, da Festa do Pau da Bandeira de Santo Antônio de Barbalha e da Xilogravura.

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Com informações do IPESC.

15 de agosto de 2021

Cimi avalia que ‘pelo menos 300 parlamentares são anti-indígenas’

 

Representantes dos povos indígenas se reúnem no Acampamento Levante da Terra, em junho, na luta contra o PL 490. (FOTO/ facebook.com/conselhoindigenistamissionario).

O secretário-executivo do Conselho Indigenista Missionário, Eduardo de Oliveira, cita nomes e números relacionados a deputados e senadores eleitos com financiamento do agronegócio, além de apontar ministros e autoridades que promovem destruição da Amazônia e violências contra povos indígenas do país, representadas na atual conjuntura pela tramitação do Projeto de Lei 490 na Câmara Federal. Aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), esse PL pretende abrir as terras indígenas para exploração econômica predatória e na prática inviabiliza demarcações.

Ilegalmente, integrantes das bancadas da bíblia, bala, mineradoras, empreiteiras e ruralistas estão dispostos a eliminar cláusulas pétreas da Constituição Federal – o termo retira o “poder constituinte reformador”, ou seja, proíbe parlamentares que compõem as sucessivas legislaturas de alterar o que somente poderia ser modificado se fosse promulgada uma nova Constituição – o que inclui direitos indígenas sobre territórios, organização social e tradições.

Sem diálogo

Parlamentares anti-indígenas rechaçam o diálogo com caciques, e responderam à sua presença na Câmara Federal com bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha lançadas pela polícia legislativa, em 22 de junho. Expressão de arrogância, autoritarismo e desumanidade em favor da ganância sobre recursos naturais do povo brasileiro. Avançam garimpos, grilagens de terras públicas e ataques de morte contra índios. Presentes em Brasília desde o dia 8, os índios foram intimidados nos dias 8 e 9, pela Polícia Militar do Distrito Federal na tentativa de impedir o Acampamento Levante pela Terra (ALT), que permaneceu por três semanas ao lado do Teatro Nacional.

No dia 16 também enfrentaram policiais armados e bombas quando tentaram negociar com o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Marcelo Xavier. Cerca de 850 homens, mulheres, velhos e crianças resistiram bravamente. Todos os dias cumpriram caminhadas de três quilômetros de ida em sol quente e mais três de volta, até o Congresso Nacional. Tarefa de guerreiros, com seus gritos de guerra, deveriam ser apenas os 70 Guarani e Kaingang chegados da região Sul para os protestos. Mas logo eles tiveram adesões de todas as regiões do país. Hoje, apenas líderes permanecem na capital, mas voltarão em massa em agosto para acompanhar julgamento decisivo que acontecerá no Supremo Tribunal Federal (STF).

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Com informações da RBA. Clique aqui e confira o texto completo.

“As cidades são espelhos das desigualdades”, por Joice Berth

 

Joice Berth. (FOTO/ Reprodução/ Instagram @joiceberth).

Com Joice Berth, arquiteta e urbanista e autora do livro O Que é Empoderamento?, o tema desta edição do Nosso Olhar são as formas de expressão do feminismo, as possibilidades de diálogos em diversas esferas sociais e os papéis das cidades na equidade de gênero.

Berth comenta sobre o despertar de seu entendimento sobre o feminismo, ainda na infância e dentro de casa. “Sempre tive muito contato com as mulheres. Minha mãe, durante um bom período, trabalhou como trancista em casa e muitas mulheres passavam por lá, então eu ouvia muitas histórias. Desde cedo eu tive a percepção de que existia um mundo diferente entre homens e mulheres, pelos próprios casos que eu via dentro e fora da minha família.

A arquiteta traz o tema para o lado profissional, desde o início de seus estudos universitários. “Como arquiteta eu me lembro que eu não estudei nada referente às mulheres na faculdade. Me lembro que a Lélia Gonzalez foi uma autora que me despertou para isso. Ela diz que se você não levar o seu ativismo para dentro da sua profissão, está fazendo alguma coisa errada. Então, essas ocorrências da vida foram me direcionando para esse caminho”, conta.

A conversa segue sobre a segurança das cidades e a importância do urbanismo para uma melhor qualidade de vida às mulheres.

“Em conversas, eu inicio perguntando ‘a cidade que tem gênero?’ E todo mundo fala que não, a cidade é um espaço livre que a gente pode transitar por todos os cantos. Mas não é bem assim, a percepção das pessoas com relação aos espaços da cidade precisam ser provocadas. A gente sabe que existe questões relacionadas ao assédio sexual nas ruas, no transporte público, mas isso é só uma a pontinha do iceberg que tá imerso em muitos outros problemas”, comenta Berth.

Para ela, a função dos arquitetos é fazer a ponte entre a sociedade e os profissionais da área. “Existe um limite da atuação do profissional de arquitetura e urbanismo, né? A gente não tem como dar conta de tudo, mas eu penso que se a gente conseguir efetivar o diálogo da sociedade com o profissional, a gente vai ganhar muito, né? E sobretudo se as mulheres estiverem tendo a as facilitadoras desse diálogo”.

As entrevistas do canal estão disponíveis na página do YouTube da Exame, com vídeos novos às quartas-feiras.

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Publicado originalmente no Exame e reproduzido no Geledés.