2 de agosto de 2021

Fogo na estátua de Borba Gato reacende debate sobre manutenção de monumentos racistas

(FOTO/ Reprodução).

A historiografia contada através de estátuas e monumentos em espaço públicos nas cidades brasileiras é uma narrativa política que está em constante disputa ideológica. O fogo na estátua de 10 metros do bandeirante Manuel de Borba Gato reacendeu o debate sobre a pertinência de monumentos que homenageiam pessoas ligadas à escravidão, à ditadura e a outros períodos sensíveis no passado do Brasil.

Um dos organizadores do protesto que aconteceu na cidade de São Paulo, Paulo Lima, 33 anos, conhecido como Paulo Galo, teve a prisão temporária por cinco dias decretada pela justiça de São Paulo, que depois foi renovada, e o pedido de habeas corpus negado.

Existe um aparato institucional que protege como patrimônio, com financiamento para conservação e restauro essas estátuas de escravocratas, que foram responsáveis por dizimar os povos originários. Elas representam escolhas que contam apenas uma face da história. Discutir a permanência ou não dessas estátuas é parte da disputa da narrativa política, que por um outro lado é a luta contra o apagamento histórico da memória de grande parte da população, um apagamento que acontece até hoje”, afirma Danielle Santana, arquiteta urbanista, sócia da Tapera Arquitetura e Patrimônio Cultural e doutoranda em urbanismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Desde 2015, o Angana, núcleo de pesquisa e educação patrimonial em territórios negros de São Paulo, atua contra o apagamento da história negra ao levantar o debate sobre a racialização da memória pública com uma visão crítica sobre o monumentos.

Patrimônio, do latim 'patrimonium', remete à herança, então a pergunta que se faz é: qual herança está sendo preservada? É necessária uma revisão da memória, pelo viés das populações negras, indígenas, nordestina e migrante, propondo outro olhar para a história, em perspectiva interseccional - a partir da classe, da raça e do gênero, de modo que possamos nos ver como parte dessa história, propondo outras narrativas para compreender os imaginários urbanos, apresentando outras narrativas a partir da cartografia e dos patrimônios”, defende o coletivo, que é formado por museólogas, geógrafas, historiadores e pesquisadores.

A proposta de retirada das estátuas de escravocratas e bandeirantes acirra o debate sobre o contexto histórico em que as figuras homenageadas estão inseridas e o modo como a sociedade atual deveria tratar o tema. O presidente do Instituto Luiz Gama, o jurista e filósofo Silvio de Almeida, considera importante questionar o motivo dessas homenagens. “Se configura 'anacronismo' falar da violência dos bandeirantes contra negros e indígenas porque 'o tempo era outro', então não podemos também olhar criticamente para o nazismo, o colonialismo e para a segregação racial”, pontua.

Ressignificar

No Paraguai, o monumento ao ex-presidente Alfredo Stroessner, que comandou a ditadura no país entre 1954 e 1989, foi derrubado e ressignificado em uma nova escultura em homenagem aos desaparecidos, onde os pedaços da antiga estátua aparecem esmagados entre dois blocos de concreto.

Durante a Ditadura Stroessner, 425 pessoas desapareceram, mais de 20 mil foram presos e torturados e outros 20 mil foram para o exílio, segundo a Comissão da Verdade paraguaia. Placas de ruas e homenagens ao ditador foram retiradas e estão no “Museu da Memória”, onde são observadas dentro do contexto das atrocidades e violações dos Direitos Humanos cometidas durante a ditadura.

O patrimônio cultural não diz respeito só ao passado, mas ele também conta uma história do presente. Ele só vai ter sentido se acompanhar o processo social”, pontua a arquiteta Danielle Santana.

Para diminuir a presença desses monumentos na vida das cidades brasileiras, projetos de lei defendem substituí-los, retirá-los ou contextualizá-los, neste caso explicando quem são e o que fizeram as figuras homenageadas. Há proposições em todas as esferas: nas Câmaras Municipais, nas Assembleias Legislativas e na Câmara dos Deputados.

Cada projeto tem sua particularidade. Eles se diferenciam pela forma da participação popular, pelos destinos de cada símbolo e e pelas propostas de ações reparatórias, como estudo da cultura negra e indígena. Têm como objetivo comum, porém, rever homenagens públicas a pessoas que feriram populações vulneráveis no passado.

Em junho de 2020, a deputada estadual Erica Malunguinho (PSOL) apresentou um projeto de lei para retirar das ruas e levar para museus as estátuas e monumentos que fazem homenagens a escravocratas e personalidades condenadas por violações dos Direitos Humanos. O projeto também prevê a alteração dos nomes de rodovias que fazem homenagens aos bandeirantes. Atualmente, o projeto aguarda o parecer conjunto do Núcleos Especializados de Habitação e Urbanismo (NEHABURB) e do Núcleo da Defesa da Diversidade e da Igualdade Racial (NUDDIR), ambos da Defensoria Pública.
"Ter uma estátua do Borba Gato é como se a gente endossasse a violência das periferias, as pessoas em situação de rua, o encarceramento. É como se a gente endossasse a desigualdade", se posicionou a parlamentar em suas redes sociais. 

Uma das iniciativas legislativas sobre o tema mais avançadas está em discussão na Câmara Municipal de São Paulo. Projeto de lei apresentado pela vereadora Luana Alves (PSOL) propõe, além da retirada de estátuas, em especial quando não são tombadas, possibilidades de realocação dos monumentos ou inserção de placas e sinais que tragam contexto histórico. O projeto foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça e no Congresso de Comissões. 

Em São Paulo, além da estátua, a figura do Borba Gato é homenageada em nomes de escola de educação infantil, grupo de escoteiros e estação de metrô. Para o coletivo Ananga, a falta de debate crítico sobre quem foram e o que fizeram os informaçõesbandeirantes, como Borba Gato, cria uma alienação em torno da figura.

"Agora é uma importante oportunidade para fomentar o debate público e fazer com que os monumentos, nome que deriva do grego 'mnemosynon' e do latim 'monere', significando relembrar, nos permita a reflexão crítica sobre a história", diz o coletivo. 
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Com informações do Alma Preta.


“Estou muito feliz”, diz Rebeca Andrade após ouro e prata e fechar participação com 5º lugar no solo

 

Rebeca Andrade agora é a primeira brasileira a conquistar uma medalha na ginástica artística dos Jogos Olímpicos. (FOTO/ Lionel Bonaventure / AFP).

Primeira mulher brasileira a ganhar duas medalhas em uma mesma Olimpíada, Rebeca Andrade fechou sua participação nos Jogos Olímpicos de Tóquio na manhã desta segunda-feira (2) em 5º lugar no solo da ginástica ao som de Baile de Favela.

Depois de ganhar a prata no individual geral e o ouro no salto, Rebeca, de 22 anos voltou, a levantar o Centro de Ginástica Ariake, mas a tão desejada terceira medalha não veio. Mesmo assim, em vídeo nas redes sociais, a ginasta de Guarulhos, atleta do Flamengo, se mostrou muito feliz com sua performance histórica em Tóquio.

Fala, galera competição finalizada. Eu estou muito grata, muito feliz. Obrigado a todos que torceram por mim”, disse Rebeca em vídeo nos stories do Instagram.

A americana Jade Carey, que havia falhado no salto, deu a volta por cima com uma série cravada para ficar com o ouro, com 14,366 pontos. A veterana italiana Vanessa Ferrari conseguiu a prata, sua primeira medalha olímpica em sua quarta participação, conseguindo 14,200 pontos. A japonesa Mai Murakami e a russa Angelina Melnikova empataram na terceira posição, com 14,166 pontos.

Masculino

Esperança de medalha, Arthur Zanetti não conseguiu sua terceira medalha olímpica consecutiva na argola. Ele caiu ao sair do aparelho e ficou em oitavo lugar. Caio Souza também sofreu queda na final do salto e acabou na oitava posição, com média 13,683. Campeão dos Jogos Pan-Americanos, ele também competiu na decisão do individual geral dos Jogos de Tóquio.

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Com informações do Brasil de Fato.

1 de agosto de 2021

Bolsonaro volta a ameaçar democracia em discurso transmitido para manifestação

(FOTO/ Reprodução).

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a ameaçar a democracia em vídeo transmitido para o ato deste domingo (1º) em Brasília em defesa do voto impresso. Ele afirmou que ele e seus seguidores não vão “esperar acontecer para tomar providências”. “Juntos nós faremos o que tiver que ser necessário para que, repito, haja contagem pública dos votos e tenhamos eleições democráticas no ano que vem”, disse.

Vocês estão aí, além de clamar pela garantia da nossa liberdade, buscando uma maneira que tenhamos eleições limpas e democráticas no ano que vem. Sem eleições limpas e democráticas, não haverá eleição”, disse Bolsonaro, por vídeo, a manifestantes concentrados em frente ao Congresso Nacional.

Nós mais que exigimos, podem ter certeza, juntos porque vocês são de fato meu Exército —o nosso Exército— que a vontade popular seja expressada na contagem pública dos votos”, afirmou na mesma videochamada.

Numa referência a Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Bolsonaro também disse neste domingo que quem afirma que o sistema eleitoral brasileiro é auditável e seguro é “mentiroso”.

O poder é que está em jogo. Não estou aqui em hipótese alguma querendo impor a minha vontade, é a vontade de vocês. Se preciso for dar um último alerta àqueles que não tem respeito para conosco eu convidarei o povo de São Paulo, a maior capital do Brasil, para ir à [avenida] Paulista para que o som deles, a voz do povo, seja ouvido por aqueles que teimam em golpear a nossa democracia. Se o povo lá disser que voto tem que ser auditável e que a contagem tem que ser pública e que o voto tem que ser impresso”, afirmou.

Nossa união nos libertará da sombra do comunismo e do socialismo”, disse ainda.

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Com informações da Revista Fórum.

Rebeca Andrade conquista o ouro no salto na ginástica artística


Rebeca Andrade é a primeira mulher a ganhar duas medalhas na mesma edição dos jogos olímpicos. (FOTO/ Reprodução).

Por Nicolau Neto, editor

Rebeca Andrade deu mais um passo gigantesco na história da ginástica brasileira. Depois da conquista da medalha de prata que lhe consagrou como a primeira mulher medalhista na ginástica artística, agora ela chegou ao topo. Levou o ouro na prova de salto

Rebeca obteve a nota 15.083 após dois saltos e se tornou, novamente, a primeira medalhista olímpica de ouro nesta modalidade e deixando para trás MyKayla Skinner, norte-americana com uma nota de 14.916, e a sul-coreana Yeo Seo-jeong em terceiro com 14.733.

A brasileira ainda tem chances de levar na bagagem mais uma medalha, visto que disputará amanhã, 02/08, a prova de solo. Se isso ocorrer, Rebeca igualará o feito de Isaquias Queiroz e serão os únicos brasileiros a conquistar três medalhas olímpicas em uma mesma edição dos jogos.

31 de julho de 2021

Queimar a cultura para destruir o Brasil, por Benedita da Silva

 

Benedita da Silva. (FOTO/ Gustavo Bezerra).

O cinema brasileiro está de luto. Um incêndio atingiu o galpão onde estava a Cinemateca Brasileira, o maior acervo audiovisual da América Latina.

A extensão dos prejuízos ainda será avaliada, mas o fogo queimou a memória audiovisual brasileira, representando 100 anos de história do cinema nacional, com mais de 250 mil rolos de filmes.

Inimigo declarado da cultura, Bolsonaro não renovou o contrato de administração da Cinemateca, terminado em dezembro de 2019 e ainda demitiu todos os seus profissionais técnicos em agosto do ano passado. Também recusou ajuda da Prefeitura e do governo de São Paulo.

Deixou largado num galpão, com risco de incêndio, falta de vigilância, contas de luz, de água e salários atrasados, nosso precioso acervo audiovisual. Maior imagem de abandono, não há!

Assim, do mesmo modo como o incêndio do Museu Nacional em setembro de 2018, o incêndio da Cinemateca Brasileira não foi um acidente, mas um crime e, como vimos, um crime premeditado, cujos responsáveis maiores são Bolsonaro e seu Secretário Especial de Cultura, Mário Frias.

A destruição da memória e da cultura nacional não são atos isolados, mas parte de uma destruição maior, do desmonte dos direitos sociais, do Estado e da economia nacional, uma destruição começada pelo governo golpista de Temer, logo em seguida ao impeachment contra a presidenta Dilma.

Mas esse desmonte do Brasil não foi somente acelerado, mas atingiu requintes de crueldade no governo do neofascista Bolsonaro, quando a sua política genocida levou à morte por Covid mais de 555 mil pessoas.

O objetivo de Bolsonaro é reduzir o Brasil, de nação independente, ao um território de exploração do agronegócio e um “quintal” obediente à geopolítica norte-americana.

Contudo, a destruição de uma Nação e de um povo só se completa se a sua cultura e memória histórica forem também destruídas. E é isso o que Bolsonaro faz e manda fazer na política cultural, com a volta da censura, ao abandonar a maioria da classe artística durante a pandemia e no desmonte das instituições culturais, inclusive daquela criada para preservar a cultura e a memória do povo negro, que é a Fundação Cultural Palmares.

A defesa da nossa memória histórica, de nossa cultura, bem como do acesso democrático a todas as suas manifestações, expressa o interesse maior do povo brasileiro e por isso é parte vital da sua luta mais geral contra a barbárie bolsonarista.

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Texto publicado em sua Coluna no Brasil 247.

Benedita é Deputada federal pelo PT-RJ, ex-governadora do Rio de Janeiro e primeira senadora negra do Brasil.

“Cultura sofre um cala boca”, diz atriz Fernanda Montenegro sobre incêndio na Cinemateca

(FOTO/ Reprodução/ Instagram).

Um dos maiores nomes da dramaturgia nacional, Fernanda Montenegro se somou, nesta sexta-feira (30), ao coro de artistas que vêm denunciando o descaso do governo Bolsonaro com a cultura nacional e, em especial, com a Cinemateca Brasileira.

Um dos galpões da Cinemateca, em São Paulo, foi atingido por um incêndio nesta quinta-feira (29) que comprometeu mais de 500 obras.

O órgão é vinculado à secretaria de Cultura do governo federal, comandada por Mário Frias, e responsável preservar a memória do audiovisual no Brasil. Em seus galpões, armazena mais de 250 mil rolos de filmes e um milhão de documentos.

O incêndio na Cinemateca em São Paulo é uma tragédia anunciada. Toda a nossa cultura das artes sofre um cala boca”, disse Fernanda Montenegro em vídeo publicado nas redes sociais.

Mas vamos renascer, tenho certeza. Nós temos certeza. Das cinzas, vamos renascer. É segredo o eterno retorno, das artes, então? Um país não existe sem cultura ligada às artes”, prosseguiu a atriz.

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Com informações da Revista Fórum.

Brasil tá lascado: Guedes culpa 'termômetro' pela febre alta do desemprego

Ministro da Economia Paulo Guedes e presidente Jair Bolsonaro. (FOTO/ Mauro Pimentel/ AFP).

Copiando o comportamento do chefe, o presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o "termômetro" que mede o desemprego está quebrado só porque o tamanho da febre é constrangedor para ele.

Ele criticou a metodologia de cálculo de desemprego do IBGE, nesta sexta (30), após o instituto divulgar que temos 14,8 milhões de pessoas procurando trabalho sem encontrar. Guedes disse que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística "está ainda na idade da pedra lascada".

Ironicamente, uma das principais características do período Paleolítico, que foi do surgimento dos primeiros hominídeos até uns 10 mil a.C., era que os seres humanos caminhavam o tempo todo em busca de sustento e abrigo. Mais ou menos como 14,6% da população brasileira, sob a sua gestão, neste momento.

O que nos leva a crer que não é o IBGE que ganhou ares de Idade da Pedra Lascada, mas, citando o economista Gil do Vigor, sob Guedes e Bolsonaro, o Brasil tá lascado.

O ministro reclamou que apesar do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) apontar um saldo positivo de 1,5 milhão de postos de trabalho no primeiro semestre deste ano, a Pesquisa Nacional por Amostra de domicílio (PNAD) Contínua, do IBGE, afirma que o país mantém 14,8 milhões de desempregados.

Diz que irá "rever" os procedimentos do instituto porque os métodos "não são os mais eficientes". E reclama de pesquisas realizadas por telefone durante a pandemia, por mais que o método tenha sido adotado pelas principais instituições em todo o mundo para evitar contaminação por covid-19.

O ministro não é burro, ele sabe que o Caged atua com empregos formais e a PNAD Contínua envolve a enorme massa de trabalhadores informais. Mas critica o indicador não por razões técnicas, mas políticas.

Segue assim os passos de Bolsonaro que, diante de altas taxas de desemprego, tem atacado não as suas causas, mas o IBGE, que informa o tamanho do problema. Voltando à metáfora do termômetro, é como se um médico, diante de uma febre, blasfemasse contra o aparelho ao invés de ministrar o remédio correto - médico que, aliás, deixou que o quadro do paciente chegasse a um estado crítico por sua omissão e negligência.

"Estamos criando empregos formais, e bastante, mês a mês, mas tem aumentado o desemprego por causa dessa metodologia do IBGE, que atendia ao governo da época. Esse tipo de metodologia, no meu entender é o tipo errado. Vou sofrer críticas do IBGE, mas eles podem mudar a metodologia", afirmou, em entrevista à CNN, no dia 8 de abril.

Para Guedes e Bolsonaro, a metodologia, que segue padrões internacionais, é errada porque não favorece o seu discurso. E, portanto, precisa ser mudada. Tal como Jair acusou o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) de mentir sobre o desmatamento na Amazônia porque as imagens de satélite não corroboravam as mentiras que ele contava.

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Por Leonardo Sakamoto, em seu Blog. Leia a íntegra do texto clicando aqui.

30 de julho de 2021

Petição pública propõe substituição da estátua de Borba Gato por uma de Tereza de Benguela

(FOTO/ Reprodução).

Por Nicolau Neto, editor

Um abaixo-assinado organizado pela vereadora Luana (PSOL-SP) propõe a substituição da estátua de Borba Gato que foi queimada durante a manifestação pelo "Fora Bolsonaro" no último dia 24 de julho, em São Paulo, por uma da líder quilombola Tereza de Benguela.

Na descrição do documento, há a justificativa de que a estátua do colono, bandeirante e escravagista é uma homenagem absurda e desde então os “movimentos sociais, negros e indígenas, à técnicos de preservação do patrimônio, juristas, historiadores e outros profissionais defendem que a história deve ser contada como ela realmente foi, e não com homenagens em praça pública aos algozes do povo brasileiro” e que por isso a defesa da substituição se faz necessária.

Rainha Tereza foi uma mulher negra escravizada que se tornou líder quilombola. No século XVIII, enfrentou os genocidas e escravocratas para acolher e defender negros e indígenas perseguidos e escravizados, até ser morta pelo Exército Colonial em 1770. O Quilombo do Piolho (também conhecido como Quariterê), abrigava mais de 100 pessoas, sendo este apenas uma das diversas experiências de resistência afro-indígena do nosso país”, diz o abaixo-assinado. “Tereza de Benguela ficou eternizada como símbolo da força das mulheres deste território, relembrada nacional e internacionalmente no dia 25 de julho, dia das mulheres negras, latinas e caribenhas”, complementa.

Na petição que está disponível para assinatura (clique aqui para assinar), tem ainda a defesa do debate que é “falar da vida do povo trabalhador que construiu esse país nas costas e não aceitar mais que os assassinos do nosso povo sejam homenageados em praça pública.”

Saiba mais sobre Borba Gato clicando aqui.