1 de dezembro de 2016

Por que legalizar o aborto?


O dia 28 de setembro é marcado pelos movimentos sociais latino-americanos como data de luta pela descriminalização do aborto. Por que legalizar o aborto? Para consolidar o Estado laico, aperfeiçoar a democracia e promover os direitos sexuais e reprodutivos e a saúde das mulheres.
Por Ana Maria Costa*,  no Carta Capital

Ao contrario do Uruguai, que optou pela vida e os direitos das mulheres legalizando o aborto, o Brasil estancou o debate sobre o tema no Parlamento e no governo, barrando direitos essenciais para a democracia.

Na vida real, as mulheres brasileiras que engravidam contra a vontade, planos ou desejos, prosseguem interrompendo gestações de forma clandestina e insegura, morrendo ou adquirindo sequelas que na maioria das vezes impedem os futuros planos reprodutivos.

Sempre é pertinente lembrar que todas as mulheres, de todas as idades, classes sociais, etnias e religiões abortam, mas a ocorrência de problemas de saúde relacionados ao aborto clandestino é bem maior para as mulheres pobres e negras que, nestas ocasiões, são as que de fato se submetem a atendimentos e condições mais precárias e arriscadas.

A sociedade brasileira deve encarar a legalização do aborto por diversas razões. Trata-se de um reconhecido problema de saúde pública cujas evidências, ainda que subdimensionadas, têm sido amplamente demonstradas e discutidas.

A ilegalidade do aborto compromete os direitos inerentes à democracia e, por isso, é premente o seu aperfeiçoamento articulado à laicidade do Estado, garantindo às mulheres mais direitos e mais cidadania.

Por último, é inconcebível que o país que hoje avança rumo ao grupo de nações mais poderosas do planeta mantenha-se alienado no reconhecimento do direito legal à interrupção da gravidez, acuado por grupos religiosos, recusando a analisar e aprovar mudanças na legislação sobre o aborto que atende aos interesses coletivos.

O conceito de laicidade deve ser entendido como um dispositivo democrático que garante a liberdade religiosa na sua ampla diversidade e, ao mesmo tempo, garante a independência das decisões do Estado relacionadas aos interesses públicos. Em outra perspectiva, no Brasil a laicidade é afirmativa no marco constitucional ao expressar e conferir garantias à liberdade religiosa aos cidadãos, o que requer a neutralidade do Estado.

Entretanto, a prática da laicidade não tem sido observada e os poderes públicos estão contaminados com referências, signos e valores religiosos, mais especificamente os cristãos católicos. A maioria das repartições públicas, hospitais e outros serviços têm crucifixo na parede ou outras imagens católicas. Há alguns anos, o fato do plenário do Supremo Tribunal Federal dispor de um grande crucifixo gerou polêmica por oportunos questionamentos de feministas e de defensores da laicidade.

A mensagem do símbolo religioso presente nos espaços públicos impõe o falso pressuposto de que a religião é anterior à própria democracia quando, de fato, a religião deveria estar submetida ao pacto democrático.

O direito constitucional à liberdade religiosa garante que os crentes tenham qualquer religião e que os não-crentes não tenham religião. Entretanto, o Estado tem o dever de contestar, pelo bem comum e pela preservação dos interesses coletivos, a imposição de dogmas religiosos.

Às religiões e às igrejas é dado criar suas próprias verdades que nem sempre estão baseadas em constatações objetivas e cientificas e, nem sempre são capazes de permitir a liberdade dos que não agem ou pensam de forma semelhante aos seus preceitos. Já ao Estado não é permitido atuar ou decidir sem fundamentação cientifica ou baseado em argumentos que  não possam ser comprovados. Nem decidir com base em preceitos e valores religiosos de grupos sociais, contrariando os interesses do conjunto da população.

A inversão do lugar da religião emprenha os poderes e as instituições, cujas consequências se manifestam na vida social. Um bom exemplo desta inversão é a objeção de consciência dos profissionais de saúde no atendimento ao aborto, mesmo nos casos legalizados ou permitidos pela lei.

Tem sido assim nos serviços de saúde que, mesmo incorporando objetivos quanto ao cuidado seguro das mulheres em situação de abortamento, os profissionais alegam “objeção de consciência” e negam o atendimento, subtraindo o direito à saúde e à preservação da vida das mulheres. Trata-se, em última instancia, de uma imposição de poder do profissional e de seus valores morais às mulheres. E o fazem amparado, geralmente, pelos respectivos códigos de ética profissional.

Como advogar pela laicidade do Estado quando o país incentiva o ensino da religião católica na escola pública, em obediência a acordos entre governos nacionais e o Vaticano? Na saúde, é expressiva a presença das organizações sociais religiosas na assistência hospitalar, que contam com apoio financeiro e subsídios governamentais. Será que estas instituições atendem de forma correta, pronta e segura a mulher que busca atendimento nas situações de abortamento, mesmo nos casos permitidos pela Lei?

Nos últimos anos a situação do aborto no Brasil vem sendo esclarecida pelos diversos estudos realizados. Já não sobram duvidas de que o aborto é importante causa da mortalidade materna. Mesmo que a ampla comercialização seja lamentavelmente proibida pela Anvisa, o uso do Cytotec (misoprostol) adquirido pelas mulheres clandestinamente reduziu de modo significativo as complicações por aborto inseguro. Mas nem sempre o processo de abortamento por uso do Cytotec prescinde da assistência médica e, nesses casos, quando as mulheres buscam os serviços de saúde, acabam vitimadas por censuras, ameaças ou maus tratos dos próprios profissionais de saúde.

Os estudos de itinerários de mulheres que abortam mostram que quanto mais pobres, mais tempo e mais difícil é para elas o acesso a um atendimento em serviço de saúde. Por isso morrem ou adquirem doenças em decorrência do abortamento desassistido.

Aborto é de fato um problema complexo de saúde pública e a sua legalização é uma necessidade.  O sofrimento das mulheres e das famílias que vivenciam o abandono e a ausência do Estado quando precisam ou desejam abortar deve ser dimensionado por todos os atores públicos, se é que ocupam esta posição para defender os interesses públicos.

No lugar de se comprometer com a cidadania e a saúde das mulheres brasileiras, grupos religiosos impõem ao pais, sob a aquiescência pacífica do governo, aberrações como o Estatuto do Nascituro, bolsa-estupro e outras propostas de igual teor de violência contra as mulheres. Se estes atores que atuam no governo e no Congresso Nacional tivessem a sensibilidade, humanizada e solidária, de perceber, sentir e compreender a situação de abandono, o desespero e a dor das mulheres quando se encontram diante de uma gravidez indesejada, teriam a chance de colocar seus valores religiosos na estrita esfera do pessoal e do privado. Mas para isso é imprescindível que se aproximem da condição humana. As decisões destinadas ao conjunto da sociedade devem ser pautadas pelo respeito ao outro e pela solidariedade humana. Assim o país avançaria para promover, não apenas a laicidade e a democracia mas, especialmente, os direitos, a autonomia , a cidadania e a saúde das mulheres.


* Médica, feminista e presidenta do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes).


Seis altaneirenses estão entre os aprovados no resultado preliminar dos Agentes de Leitura divulgado pela Secult


A Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult) divulgou nesta última terça-feira, 29/11, o resultado preliminar do VIII Edital Bolsa Agentes de Leitura do Ceará 2016.  Segundo a secretaria, dos 977 candidatos habilitados na fase anterior, 215 conseguiram a aprovação.

Conforme informações constantes no site da Secult, o investimento do Governo do Estado no presente edital é de R$ 918.720,00, recursos advindos do Fundo Estadual de Combate à Pobreza (Fecop) e destinados a promover o incentivo à leitura, com os agentes indo de casa em casa, realizando atividades de integração social e fruição literária, em um programa que também faz parte do Ceará Pacífico, beneficiando famílias dos bairros Bom Jardim, São Miguel e Vicente Pinzón, em Fortaleza (com 17 agentes), do bairro Dr. José Euclides, em Sobral (03 agentes), e do município de Juazeiro do Norte, também com 11 participantes.

Já o município de Altaneira, na região do cariri, contará com seis agentes e dedicarão 20 horas semanais ao projeto, recebendo bolsa de complementação de renda no valor de R$ 440,00, e atuarão nos bairros/comunidades onde vivem, atendendo diversas famílias com a disponibilização de livros e promovendo mediação para a leitura, incentivando a frequência na atividade.

As ações dos aprovados serão acompanhadas por meio de relatórios mensais elaborados por eles/as e enviados à Secult, de reuniões quinzenais com os agentes articuladores e de outras atividades promovidas pela Coordenação do projeto Agentes de Leitura.


Altaneirenses durante realização da prova dos Agentes de Leitura 2014. Foto: Arquivo do blog.




30 de novembro de 2016

Altaneira poderá ser incluída entre os mais de 1.000 municípios que pautam o dia da Consciência Negra no calendário



Quatro das maiores conquistas do movimento negro ainda estão incompletas, necessitando de ajustes e de ampliações. A inclusão do Dia Nacional da Consciência Negra no calendário brasileiro, os significativos avanços advindos da Política Nacional de Promoção da Igualdade Racial tendo a coordenação da extinta Secretaria Especial da Promoção da Igualdade Racial (Seppir), como por exemplo as leis de cotas em concursos públicos e universidades, a aprovação das leis 10.639/03 e 11.645/08 que torna obrigatório o ensino da cultura africana, afro-brasileira e a história e cultura indígena nas escolas públicas e particulares e a aprovação também do Estatuto da Igualdade Racial.

Todos os ajustes reforçam o quanto o Brasil é um país racista e que faz de tudo para rejeitar toda e qualquer ação que faça referência as nossas raízes – negras e indígenas. As leis que tornam obrigatório o ensino da cultura africana, afro-brasileira e indígena nas instituições de ensino ainda não vingou mesmo depois de 13 e 08 anos, respectivamente. O nosso ensino ainda é pautado e cunhado pelo viés do povo branco, do europeu. E muitas escolas ainda não obedecem a lei, seja por não cumprir, seja por cumprir de forma parcial.

As cotas raciais ainda é um tabu. Pouco se discute e as pouquíssimas universidades que incluíram esse sistema de seleção nos vestibulares são taxadas de favorecer a desigualdade e citam inclusive a CF/88 para isso, pois segundo ela todos somos iguais. Cito aqui a fala do antropólogo Kabengele Munanga que em entrevista cedida ao portal Fórum em 2012 ressaltou:

O racismo é cotidiano na sociedade brasileira. As pessoas que estão contra cotas pensam como se o racismo não tivesse existido na sociedade, não estivesse criando vítimas. Se alguém comprovar que não tem mais racismo no Brasil, não devemos mais falar em cotas para negros. Deveríamos falar só de classes sociais. Mas como o racismo ainda existe, então não há como você tratar igualmente as pessoas que são vítimas de racismo e da questão econômica em relação àquelas que não sofrem esse tipo de preconceito..”

Quanto a instituição do Dia Nacional da Consciência Negra necessita-se também de uma discussão mais profunda. Já na década de 70 do século passado essa questão era motivo de pautas e discussões entre os/as ativistas /as negros. Quase meio século se passou e pouco se avançou nesse quesito. Para se ter uma ideia só em 2011 durante o governo de Dilma Rousseff foi estabelecido por meio da lei 12.519, o 20 de novembro como o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra e hoje apenas pouco mais de 1.000 municípios incluíram essa data no seu calendário oficial como forma de relembrar a luta e a resistência do povo negro.

Altaneira, na região do cariri, poderá ser incluída no rol desses municípios que hoje celebram e refletem a data. Embora tênue, a ação parte do vereador e professor Deza Soares que durante a minha fala na Câmara na última sexta-feira (25) acerca do racismo, da intolerância religiosa, da representatividade (ou a da falta dela) negra nos espaços de poder e das desigualdades social e racial, afirmou que estará apresentando nesta próxima sexta (02/12) um PL que institui ponto facultativo no município, sendo o dia marcado por atividades que promovam o protagonismo negro e reflitam acerca das desigualdades a que o povo negro está submetido.

Ao todo 1.044 municípios brasileiros incluíram no seu calendário o dia 20 de novembro como feriado oficial, com a respectiva lei regulamentando a data que remonta o dia da morte de Zumbi dos Palmares. Este foi o último líder do maior dos quilombos do período colonial, o Quilombo dos Palmares.

Vista panorâmica da cidade de Altaneira. Foto: Prof. Fabrício Ferraz.



Senado rejeita emendas, ignora manifestos e aprova PEC que limita investimentos públicos por 20 anos em primeiro turno


Os senadores rejeitaram todas as emendas ao texto da Proposta de Emenda à Constituição do Teto de Gastos. Com isso, foi mantido o texto aprovado na Câmara no primeiro turno de votação no Senado.
Publicado originalmente na Agência Brasil

Foram apresentados três destaques para votação em separado. Um deles propunha retirar a saúde e a educação do teto de gastos. Assim, o limite de gastos para os próximos 20 anos valeria para todas as outras áreas, exceto para essas duas.

O segundo destaque previa que, após aprovada, a PEC deveria passar por referendo. Os senadores de oposição queriam que a população pudesse opinar se concorda com a proposta de impor o limite de gastos públicos equivalente ao valor do ano anterior corrigido pela inflação.

O último destaque propunha que os juros da dívida pública também estivessem incluídos no teto, de modo que o gasto do governo com isso também tivesse que obedecer ao limite. Os três destaques foram rejeitados.


Com isso, os senadores concluíram a votação da PEC em primeiro turno. Ela passará agora por três sessões de discussão em segundo turno e tem a próxima votação marcada para o dia 13 de dezembro. Se for aprovada sem alterações, a PEC será promulgada no dia 15 de dezembro.

Foram apresentados três destaques para votação em separado da Pec do
teto dos gastos públicos.

29 de novembro de 2016

Inaugurado Fórum Permanente pela Igualdade Racial



No dia 29 de Novembro, terça-feira, das 14h às 21h, é inaugurado o Fórum Permanente pela Igualdade Racial (FOPIR). No Centro de Convenções Brasil 21, em Brasília, a atividade conta com a participação de representantes das entidades criadoras do Fórum, como o CEERT, Odara, Fundo Baobá, Geledés, INESC, ABPN, AMNB, COJIRA-RIO, GEMAA, IPEAFRO, LAESER, Observatório de Favelas, Anistia Internacional e Redes de Desenvolvimento da Maré.

O Fórum Permanente pela Igualdade Racial (FOPIR) é uma coalização de organizações antirracistas que tem como propósito desenvolver estratégias e ações de diagnóstico, mobilização, comunicação e incidência política capazes de deflagrar um debate amplo e democrático em prol do enfrentamento do racismo e do sexismo e na defesa das políticas de promoção da igualdade racial e de gênero.

A proposta é atuar nos seguintes eixos: juventude negra e mulheres negras. As ações do FOPIR objetivam impactar governos, Ministério Público, parlamentares, operadores da justiça, mídia, sociedade e formuladores de políticas públicas na luta por um Estado democrático e inclusivo.

Realização de Audiências do FOPIR - com entrega do documento de Análise de Conjuntura do Estado brasileiro e as desigualdades sociorraciais no século XXI, junto as seguintes instituições: Congresso Nacional, Advocacia Geral da União (AGU), Defensoria Pública da União (DPU), Organizações das Nações Unidas (ONU) e Conselho Federal de Psicologia (CFP).

O Projeto reúne importantes organizações do movimento negro brasileiro.



28 de novembro de 2016

Como anda a sucessão na Câmara de Altaneira?


Depois dos resultados eleitorais do último dia 02 de outubro que cravaram os nove nomes que irão compor a legislatura 2017 – 2020 na Câmara de Altaneira, continua a incógnita acerca dos (as) três vereadores (as) que formarão a mesa diretora.

Vários boatos surgiram e surgem todos os dias, mas nada que configure nomes certos na disputa aos cargos de presidente, vice e secretário. Nas sessões nenhuma palavra que dê uma dimensão. O prefeito eleito Dariomar Rodrigues (PT) não fez menção ao caso, o que pode significar que este não tem preferência por qualquer um dos edis da sua base aliada.

O mesmo cenário se verifica na base que faz oposição a atual administração. Aqui, o caso se apresenta com mais dificuldade, visto que o seu líder, o vereador prof. Adeilton reconduzido à Câmara para mais um mandato pelo PSD, está com sua situação indefinida. O registro de candidatura do parlamentar foi colocado a prova pela coligação "Com a Força do Povo" formada pelos partidos PT, PDT e Solidariedade e ganhou a adesão do Ministério Público Eleitoral, restando ao Supremo Tribunal Federal (STF) proferir a decisão final. Some-se a isso, o fato de dois dos integrantes do grupo não terem logrado êxito nas eleições – o vereador Genival Ponciano (PTB) que ora ocupa a vice-presidência e a atual presidenta da Casa, Lélia de Oliveira (PCdoB).

Sem se conhecer o (a) candidato (a) do prefeito eleito e sem oficialmente os membros da atual legislatura reeleitos e os novatos terem declarado preferência pelos cargos em disputa, os boatos sugerem Antônio Leite como o mais cotado do grupo da administração para presidir a casa.

Alvo de disputas e desavenças entre os próprios parlamentares e o prefeito Delvamberto Soares, além de duras críticas pela má gerência, a presidência será um dos cargos mais difíceis, pois terá que fazer tudo diferente do que vinha sendo executado até então.

A base de sustentação ao prefeito eleito Dariomar Rodrigues (PT) será maioria, pois elegeu cinco parlamentares, ao passo que o grupo oposicionista terá quatro representantes. 

Sete partidos terão representações no parlamento a partir de 2017, sendo que o PDT lidera com três nomes, conforme discriminação abaixo:

PT – 1
SD – 1
PDT – 3
PRP – 1
PSD – 1
PSDB – 1
PMDB – 1

Painel com os nove parlamentares que irão compor à Câmara de Altaneira entre 2017 e 2020. Painel: Prof. Nicolau.

Se emenda for aprovada, PEC 55 só entrará em vigor se o povo decidir votando em referendo


A sociedade brasileira tem uma chance de decidir se quer o congelamento dos gastos públicos ou se prefere que o Estado continue investindo em políticas sociais, como a saúde e educação. O esforço de um grupo de senadores — entre eles os 10 integrantes da bancada do PT — garantiu o número de assinaturas necessárias para a apresentação de uma emenda de plenário à PEC 55 (PEC 241, na Câmara) determinando a realização de um referendo para que a população possa dizer se concorda com a proposta antes que ela entre em vigor.

Publicado originalmente no PT Senado

Essa vitória foi conquistada na madrugada desta quinta-feira (24). Ao todo, 28 senadores dos mais diversos partidos, inclusive da base do governo, assinaram a emenda do referendo, compreendendo a importância de se consultar a população brasileira antes de colocar em prática algo tão radical.

A PEC 55 promove uma espécie de suspensão temporária das garantias individuais e dos direitos sociais da população para aumentar o fluxo de recursos destinados ao pagamento de instituições financeiras e investidores dos títulos da dívida pública federal. Contudo, o elemento mais radical e draconiano da PEC é impedir ou dificultar que a maioria simples do povo, ou de se seus representantes, possa modificar ou revogar essas regras no futuro”, observa o texto da emenda que pode garantir o referendo.

Algo tão relevante e impactante para o futuro, como o congelamento dos investimentos públicos por duas décadas precisa passar pelo crivo do eleitorado. De acordo com a emenda que será submetida à votação, a PEC 55, caso aprovada, só entrará em vigor se for aprovada em um referendo.





27 de novembro de 2016

Sobre Fidel Castro, por Benedita da Silva*


HASTA SIEMPRE!

Todos aqueles que lutam e que têm consciência de que são oprimidos e sofrem com a enorme injustiça social nesse mundo profundamente desigual, todas essas multidões choram nesse momento a morte de Fidel.

O ódio que lhe dirige a imprensa dos poderosos, as 638 tentativas de matá-lo, o bloqueio econômico desde 1960...tudo isso não seria necessário se Fidel fosse um Pinochet ou um Temer, mas ele era o Fidel que transformou Cuba, de colônia americana, numa Cuba independente, altiva e em esperança para os povos latino-americanos.

Não é preciso ser comunista para entender e admirar a justiça social e a excelente qualidade da educação e da saúde que a Revolução dirigida por Fidel realizou em Cuba, pois vivemos um pouco disso com o saudoso trabalho dos médicos cubanos, sempre atenciosos, respeitosos e competentes no atendimento às populações mais pobres de nosso país, até mesmo naqueles rincões mais inacessíveis.

Não foi por acaso que os golpistas e sua imprensa atacavam tanto os médicos cubanos. Eles odeiam o povo e tudo o que venha melhorar a sua vida e elevar a sua autoestima.

Deixo aqui a minha mais sentida homenagem a esse grande líder mundial e sempre presente FIDEL CASTRO!


*Deputada Federal com assento pelo PT(RJ).