27 de março de 2012

Nova Discussão Sobre a Criação da Universidade Federal do Cariri



O Reitor Jesualdo Farias recebeu na tarde de sexta-feira (23) o deputado Ariosto Holanda, relator na Comissão de Educação do Projeto de Lei nº 2208-A/2011, que cria a Universidade Federal do Cariri (UFCA) a partir do desmembramento dos campi da UFC naquela região do Estado. O deputado ouviu integrantes dos Grupos de Trabalho do Campus do Cariri que discutem a implantação da nova instituição de ensino superior. Um dos pontos do projeto discutidos foi o número do quadro de pessoal da nova universidade. O parlamentar elaborará relatório a ser encaminhado a partir dos dados que serão repassados pelos Grupos de Trabalho.

O PL já passou pela Comissão de Trabalho da Câmara Federal e depois de sua apreciação na Comissão de Educação seguirá para Comissão de Constituição e Justiça daquela casa legislativa. O projeto prevê a implantação dos campi de Icó e Brejo Santo. "O nosso desejo é que em 2014 a UFCA esteja implantada de fato e de direito", disse o Reitor ao final do encontro, que aconteceu na Reitoria e contou com a presença do Vice-Reitor, Henry Campos, do Chefe de Gabinete José Maria Andrade, e do Diretor do Campus do Cariri, Ricardo Ness.

A Universidade formou sete Grupos de Trabalho no Campus do Cariri para discutir as principais demandas daquele campus no processo de sua incorporação à nova universidade. Os grupos são compostos por professores, alunos e  servidores técnico-administrativos. São pautados nos seguintes temas: Aspectos Físicos - Arquitetura e Planejamento do Desenvolvimento Físico e Ambiental; Aspectos Organizacionais; Tecnologia da informação (TI); Aspectos Acadêmicos; Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI); Consolidação do Campus e Assistência à Comunidade Acadêmica.

Participaram da reunião os seguintes integrantes dos Grupos de Trabalho: Marcelo Oliveira Santiago (GT Aspectos Acadêmicos), Roberto Rodrigues Ramos (GT Aspectos Organizacionais), Aura Celeste Cunha (GT Consolidação do Campus e Assistência à Comunidade Acadêmica), Joselina da Silva (GT Consolidação do Campus e Assistência à Comunidade Acadêmica), Ivânio Lopes Júnior (GT Plano de Desenvolvimento Institucional) e Henry Poncio (GT Tecnologia da Informação).



Fonte: UFC

26 de março de 2012

Altaneira: Controle dos Fiéis



Mudanças e Permanências: A luta pelo controle dos fiéis entre Católicos e Protestantes teve início no século XVI quanto por intermédio da Reforma Protestante, a Igreja Católica deixou de ser a única representante dos cristãos. De lá pra cá pouca coisa mudou e, muitas permaneceram. 
Em Altaneira - ce, esse debate está acirrado.

O ponto da discussão e do controle dos fiéis vem com a peça Paixão de Cristo, um evento que está envolvendo membros das duas religiões, porém, isso não está sendo visto com bons olhos pelo Líder Religioso Católico. Segundo informações populares ele não cedeu o pátio da Igreja para parte das encenações. Por que será?



Toda via é importante destacar que esse debate extrapola os limites dos fiéis e desemboca nas instituições, qual seja, as religiosas (Católicos e protestantes), bem como também a cultural (Secretaria de Cultura, Desporto e Turismo). No ensejo, é preciso que elas se pronunciem para a Comunidade Local.

Os altaneirenses, principalmente os do gueto, precisam entrar efetivamente nesse debate "sangnolento". Alienação não, por favor!!!


Grande Ciclo de Debates



A Editora Contexto, em comemoração aos seus vinte e cinco anos estará promovendo um grande ciclo de debate comandados por profissionais renomados de cada área e sempre enfocando temas atuais e de grande interesse. Os eventos acontecerão sempre no Teatro Eva Herz, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, em São Paulo.

Confira abaixo as datas, os temas, os convidados já confirmados e participe. A entrada é gratuita.

25 ANOS – O CONTEXO JORNALÍSTICO
Data: 2 de abril – Horário: 19h

Milton Leite, Pollyana Ferrari, Milton Jung e Carlos Eduardo Lins da Silva

A revolução tecnológica atingiu em cheio o jornalismo, provocando enormes mudanças que estão sendo absorvidas aos poucos por jornalistas e empresas do ramo. O que mudou nos últimos 25 anos? Para onde vai o jornalismo?
Confira o convite-teaser
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25 ANOS – O CONTEXTO HISTÓRICO
Data: 4 de junho – Horário: 19h
Cicatrização das marcas da ditadura, consolidação da democracia, liberdade de expressão, governos civis escolhidos por voto e incorporação de parcela maior da população na cidadania são marcos da nossa história nos últimos 25 anos. Contudo, persiste uma distância enorme entre a sociedade civil e o estado. O que fazer para aproximá-los?
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25 ANOS – O CONTEXTO DA LÍNGUA PORTUGUESA
Data: 6 de agosto – Horário: 19h
Se é verdade que ainda não há uma língua brasileira, o último quarto de século tornou evidente a existência de uma língua portuguesa brasileira. Qual é a especificidade dessa língua? É possível (e desejável) aproximar o português falado da norma culta e vice-versa?
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25 ANOS – O CONTEXTO EDUCACIONAL
Data: 1º de outubro – Horário: 19h
A deterioração do ensino público limita o crescimento do país, dificulta a mobilidade social e a prática de uma cidadania integral. O que fazer para alterar este quadro?
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25 ANOS – AS CIDADES BRASILEIRAS EM CONTEXTO
Data: 3 de dezembro – Horário: 19h
Crescimento desordenado, aumento da violência, trânsito caótico: as cidades brasileiras, inclusive as médias, sofreram grandes alterações nos últimos 25 anos. Por outro lado, é nelas que vive a esmagadora maioria da população. O que pode ser feito pelas cidades e pelas pessoas?

Hora do Planeta 2012



Sábado, dia 31 de março de 2012, o mundo irá mais uma vez celebrar a maior ação voluntária global em favor do meio ambiente – Hora do Planeta.
Às 20h30 milhões de lares, milhares de cidades, bairros e ruas, centenas de escolas, empresas e dezenas de monumentos em todos os continentes apagarão suas luzes.

Mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo ultrapassarão barreiras sociais, de raça, religião, cultura e geografia para se unirem num momento único de contemplação do planeta e celebração do seu compromisso para protegê-lo.

A mobilização, coordenada mundialmente pela Rede WWF -World Wildlife Found  ( http://www.wwf.org.br/ ) , tem como objetivo a reflexão sobre o aquecimento global e os problemas ambientais que a humanidade atualmente enfrenta.

Apagar a luz por sessenta minutos é sinalizar que queremos dar nossa contribuição para a solução desses problemas, combatendo o desmatamento e aderindo a sustentabilidade.

Em Juazeiro do Norte, O Núcleo de Astronomia do IFCE com a colaboração da FUNCAP entrará nessa corrente tão importante para o planeta.

Mostre sua preocupação com as questões ambientais, inspire seus amigos, colegas e vizinhos a realizarem ações de sustentabilidade não só na hora, mas para além da hora do evento.

Valmir Martins de Morais
N-ASTRO/ FUNCAP
Núcleo de Astronomia

23 de março de 2012

O êxito da vitória depende da unidade de forças envolvidas e da centralidade da luta



Companheiros e companheiras, após a importante batalha de 2011 em que tivemos no Estado do Ceará conquistas importantes como o comprometimento em Lei de 80% do FUNDEB para pagamento de professores e correções salariais em duas datas-base (janeiro e outubro), nosso exercito sempre de prontidão, prepara-se para mais uma luta.

Para essa batalha que se a vizinha, nossos combatentes precisam ter bem claro as estratégias a serem utilizadas e o objetivo estratégico a ser alcançado.

Percebemos claramente que dois alvos devem ser atingidos: governadores e prefeitos que não cumprem a Lei do Piso e, a política macroeconômica do governo federal.

Todos os tipos de manobras estão sendo feitas por governadores e prefeitos para driblarem a Lei : salários ainda abaixo do que estabelece a legislação para 2012 que é de Cr$ 1.451,00; incorporação de gratificações no salário base; reajuste menor que 22.22% e o não cumprimento de 1/3 da carga horária para atividades extra-classe. Contra esses governantes de plantão que não respeitam a Lei muito menos valorizam os profissionais da educação devemos direcionar nossas baterias e tê-los como alvo principal.

Outro alvo para o qual nossa artilharia deverá está apontada, é a política econômica baseada  no tripé: juros altos, superávit primário e elevado e câmbio flutuante.

Com esta receita a economia do Brasil em 2011 cresceu pífios 2,7% um verdadeiro PIBinho que nem de longe atende a necessidade de crescimento do nosso país. A exportação de soja e minério de ferro foi quem se destacou pela primeira vez em 50 anos de crescimento da indústria nacional, ou seja, a economia no ano passado foi comandada pelo setor primário em pleno século XXI. O pagamento de juros aos agiotas e especuladores está sendo priorizado em detrimento de um projeto de desenvolvimento para o Brasil. 5,1% do PIB foram investidos em educação em 2011, enquanto 5,7% foram destinados aos banqueiros.

O momento é delicado e de reflexão, temos que contextualizar  nossas discussões  sobre pena de torná-las inócuas. Sem um novo projeto de desenvolvimento que priorize as forças produtivas nacionais e os trabalhadores e fortaleça setores importantes para o desenvolvimento como a educação, ficaremos distantes de torná-las  reais bandeiras históricas do nosso movimento.

A unidade das entidades que representam as categorias profissionais em Luta, é condição sine qua non para a vitória. À LUTA COMPANHEIROS E

COMPANHEIRAS A VITÓRIA NOS AGUARDA!



Nagibe Melo
Diretor da CTB e Sind. APEOC

22 de março de 2012

STF é provocado a rever julgamento sobre anistia



Por requerimento da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), inicia-se nessa semana a apreciação dos embargos da decisão de 2010, que afastou por 7 votos a 2 a possibilidade de julgar os crimes cometidos pelos agentes da ditadura.

Duas questões devem ser colocadas à mesa para os ministros, que não foram abordadas no julgamento anterior.

A primeira é a decisão da Corte Interamericana de Direitos Humanos, que impõe o julgamento dos atos dos agentes públicos, ao considerar inválidas, à luz das Convenções Internacionais, todas as leis de autoanistia que pretenderam evitar apuração de crimes contra a humanidade.

A segunda, o movimento do Ministério Público Federal para o julgamento dos crimes que, diante do caráter de permanência, não sofreriam efeitos da Lei da Anistia ou da prescrição. Seriam assim os casos de sequestro ainda não solucionados.

A interpretação de que crimes de sequestro escapam à Lei da Anistia está longe de ser apenas uma doidivana aventura dos procuradores da República. Baseia-se em processos do próprio Supremo Tribunal Federal, que reconheceu a validade da tese nos casos de extradição.

Em outros países, como o Chile e a Argentina, a mesma intepretação foi aceita e fundamentou processos contra dezenas de agentes do Estado.

A decisão da Corte Interamericana até agora foi desprezada pelo STF, que não se preocupou em fazer o controle de convencionalidade, ou seja, avaliar a compatibilidade da Lei da Anistia com as Convenções Internacionais que o país subscreveu.

Toda a estrutura do direito internacional reconhece, desde os estatutos do Tribunal de Nuremberg, a categoria de crime contra a humanidade a atos como assassínio e desaparecimento forçado da população civil, praticado por autoridades estatais. É pelo caráter de tutela da humanidade que não subsistiriam as leis nacionais de anistia.

Os argumentos do STF se centraram em três pontos: a anistia foi um acordo bilateral; foi o preço pago pelo retorno à democracia; a Constituição de 1988 a reconheceu.

É preciso lembrar que a Lei da Anistia foi aprovada em 1979, sob governo militar, e tendo o Congresso Nacional parte de seus membros nomeados pelo Executivo.

As eleições para governadores só aconteceriam três anos depois e para presidente esperaríamos mais uma década. Ainda havia censura a jornais e televisões, que em 1984 não puderam sequer transmitir a derrota da emenda das Diretas-Já.

É difícil caracterizar este como um acordo democrático.

Se os militares praticaram um Golpe em 1964, que legitimidade teriam para impor uma anistia de seus atos como condição para o retorno da democracia? Em qualquer outra circunstância, essa prática seria simplesmente considerada como chantagem.

A anistia à repressão que partiu do próprio poder se equipararia a um acordo do carcereiro com o preso: eu te solto e você não me processa pelas torturas que te infligi. Mas que condições teria o preso para dizer não naquele momento?

Talvez em 1988 ainda não estivéssemos em condições políticas de reconhecer tais circunstâncias. Felizmente, a tutela militar não mais perdura entre nós.
Muitos que se insurgiram contra a ditadura vieram a ser processados criminalmente. Foram presos, aposentados ou banidos - além das punições informais que suportaram nas torturas, nos estupros, nos desaparecimentos forçados e nos assassinatos.

Mas os agentes que praticaram tais barbaridades, em nome de uma abjeta política de governo, se esconderam sob os arquivos cerrados e os silêncios impostos.

Que democracia pode conviver com esse esqueleto no armário?

A maioria dos países da América Latina, que sofreram com ditaduras na mesma época, já iniciou o acerto de contas com seu passado. O Brasil é o único que tem sido totalmente refratário aos julgamentos.

Há quem atribua isso a um extemporâneo temor reverencial aos militares, cujas vozes até hoje recebem desproporcional repercussão na grande mídia.

Antony Pereira, diretor do Instituto Brasil no King's College em Londres, formula outra hipótese.

A jurisdicionalização da repressão no país estaria inibindo o Judiciário de apreciar atos da ditadura que indireta o julgariam.

"Os tribunais militares, mas também o STF, em que poderia haver apelação, foram responsáveis pelo processo de grande número de prisioneiros políticos - e por sentenciá-los, muitas vezes, com base em evidências extraídas sob tortura", escreveu em artigo no jornal Estado de S. Paulo, sábado (17).

Recentemente, o plenário do STF mudou a decisão que acabara de proferir, ao se dar conta que a declaração de inconstitucionalidade de uma lei provocaria a anulação de outras quatrocentas.

Muitos criticaram a mudança tão abrupta.

Mas o mais grave para um juiz não é alterar sua posição se novas razões se apresentam. É se manter prisioneiro de seus próprios erros.


Fonte: Núcleo Frei Tito

21 de março de 2012

Altaneira: Vereadores da Oposição Lançam Novas Críticas a Administração Municipal


O Poder Legislativo se reuniu na tarde desta terça-feira, 20 (vinte) de março e, dentre os pontos em discussão destaque para os ataques e confrontos de idéias sobre o exercício das duas Administrações, as dos Gestores Passados, bem como também do atual.

O Líder da bancada da Oposição na casa, o Vereador Professor Adeilton (PP) chegou a relatar que está realizando fiscalização das contas que chegaram ao legislativo e, na oportunidade afirmou que a única diferença desta para a administração anterior é que as contas estão vindo com mais freqüência, porém atrasadas e cobrou as referentes ao mês de Janeiro. O vereador fez menção ainda à entrevista cedida pelo Prefeito Delvamberto (PSB) no sábado (17) na Rádio Comunitária Altaneira Fm. Para ele o Prefeito disse muitas inverdades, como por exemplo, o fato de que só agora é que o município tinha cultura. Ainda aqui, disse ele: “a administração está perdida. Se for falar de todas as ações que vem sendo feito podemos concluir que é uma gestão que ainda não se encontrou”. “Qual é a obra de grande impacto que essa gestão realizou, a não ser os projetos sociais e eleitoreiros”? Indagou o vereador.

Por sua vez o vereador Genival Ponciano (PTB) afirmou que o Prefeito Delvamberto não conhece o Município, pois quem criou e cuidou da Banda de Música foi a Administração passada.

Em contra partida, o ex-líder do Prefeito na casa, o Vereador Flávio Correia (PCdoB) mencionou as práticas de controle social existentes na Administração do Prefeito Cassado e a “omissão dos Vereadores que faziam parte da base aliada e que hoje cobram moralidade e transparência da administração”. Para Flávio Correia houve uma melhora muito grande em todas as áreas, principalmente por que hoje quem responde pelos atos são os reais responsáveis pela pasta, o que prova autonomia dos mesmos. Afirmou também que o caso insistentemente discutido em plenário, qual seja, a perca de vários quilos de frango e a má qualidade da merenda escolar, a secretária de Educação precisa vir dar explicações no Legislativo Municipal. No que toca a Banda de Música o parlamentar afirmou que concorda com Genival Ponciano. Quem Criou e cuidou desta Banda foi realmente a gestão passada. “Cuidou tanto que fez dela uma extensão do quintal de casa, pois minha filha foi proibida de participar”, completou o vereador.

Já o Deza Soares (PCdoB) chegou a frisar que as falhas realmente existem e que o Prefeito deve levar em consideração as críticas que possuem fundamentação, uma vez que elas contribuem para o bom funcionamento das ações. Toda via, disse ele “não se pode comparar cinco meses com uma vida inteira”. “Posso até renunciar se tiver que ser ou participar de atos ligados a corrupção como outrora outros fizeram”, completou o parlamentar.

O Supremo Tribunal Federal e a ‘Lista Suja’ do trabalho escravo: uma necessária decisão em defesa dos direitos humanos



Em 2004, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil questionou no Supremo Tribunal Federal (STF) a constitucionalidade da Portaria 540/2004 do Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE).

Essa portaria criou um cadastro dos empregadores condenados administrativamente por manterem trabalhadores em condições análogas à escravidão. Aqueles registrados na chamada “Lista Suja” são monitorados por dois anos e devem regularizar as condições de trabalho. Após esse período e não havendo reincidência, são excluídos do cadastro.

A medida insere-se em uma estratégia mais ampla para combater o trabalho escravo no Brasil. Ainda que a portaria não preveja punições, a inscrição na “Lista Suja” acaba resultando em prejuízos financeiros, pois o cadastro fornece informações a diferentes instâncias públicas de financiamento, que não concedem crédito aos condenados pelo uso de mão de obra escrava.

O julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade 3347, de relatoria do ministro Ayres Britto, estava marcado para o dia 15 de março, porém foi retirado de pauta na última hora. Organizações da sociedade civil e associações de magistrados e procuradores já se manifestaram no processo defendendo argumentos para a improcedência da ação. A Conectas foi admitida como amicus curiae no caso e esteve em Brasília, pronta para defender, em sustentação oral, a constitucionalidade da Lista. Os argumentos da Conectas podem ser lidos aqui (http://www.conectas.org/institucional/conectas-defende-lista-suja-para-combate-do-trabalho-escravo).

É importante que o Supremo considere, em sua decisão, que o trabalho escravo é um grave problema nacional. A escravidão brasileira está profundamente relacionada com a pobreza. Segundo publicações da Organização Internacional do Trabalho (OIT), a maior parte dos trabalhadores escravizados é de baixíssima renda, negra e proveniente dos estados nordestinos onde as oportunidades de trabalho são largamente insuficientes para a população. Por vezes, esses trabalhadores são iludidos pela oferta de uma vida melhor e levados a uma localidade distante, sem direito a água e alimentação, sofrem violência e ficam presos pelo endividamento com o patrão.

Está nas mãos do STF decidir sobre a continuidade ou o fim de uma política que tem sido eficiente para combater o trabalho escravo. Dados recentes mostram que milhares de trabalhadores vêm sendo resgatados a cada ano. Além do mais, em conformidade com o artigo 37 da Constituição Nacional, que estabelece o princípio da publicidade, seria ainda inadmissível que o resultado dos procedimentos administrativos do Ministério do Trabalho e Emprego não fossem do conhecimento público.

Decidir pela inconstitucionalidade da Lista Suja seria um retrocesso na garantia dos direitos humanos e na construção de uma sociedade livre, justa e solidária, como determina a Constituição.


Com informações do Núcleo Frei Tito