24 de outubro de 2025

Universitários do curso de Artes da URCA denunciam a estrutura precária no campus Violeta Arraes

 

Universitários do curso de Artes da URCA denunciam a estrutura precária no campus Violeta Arraes. (FOTO | Reprodução | Redes Sociais).


Estudantes do Centro de Artes da Universidade Regional do Cariri (URCA) realizaram uma manifestação na última terça-feira (21), reivindicando melhorias no campus Violeta Arraes. Os alunos denunciam a estrutura precária, a falta de espaços adequados para as aulas, o acúmulo de lixo, bebedouros enferrujados e móveis danificados.

Embora o protesto tenha se concentrado nas demandas do campus Violeta Arraes, os graduandos também apontaram problemas que atingem outros campi da instituição. Entre eles estão a dificuldade para comprar fichas no Restaurante Universitário e o atraso ou encerramento antecipado das aulas devido aos horários do transporte escolar.

Além dos problemas estruturais, enfrentamos também a questão do transporte. Ele não funciona até o horário em que as aulas terminam, o que torna difícil, às vezes impossível, permanecer até o fim. Muitos de nós fazemos o que podemos para continuar estudando, mesmo sem apoio”, comenta Monique Leite, estudante do curso de Teatro e conhecida artisticamente como Nick Clons.

Segundo Marta Santos, aluna de Artes Visuais, uma das principais dificuldades é a permanência na instituição. “Muitas vezes a gente está num ambiente, num auditório que está sucateado, falta estrutura nas salas de aula. Muitas vezes a gente se pergunta se esse é mesmo um espaço acolhedor, um espaço para formação de artistas, um espaço que edifica o estudante. Por exemplo, a disciplina de modelagem é feita numa mesa completamente improvisada, com alguns tijolos empilhados, e aí a disciplina inteira é feita em volta dessa mesa, ou seja, não é nenhuma sala de aula apropriada para isso”, relata.

Em um período em que as temperaturas no Cariri variam entre 32°C e 38°C, os estudantes também pedem climatização de todas as salas. “Outro problema muito grande: poucas salas são climatizadas e há alguns ventiladores, ventiladores barulhentos, enfim. Eu diria sinceramente que a principal dificuldade que ronda a cabeça dos alunos é a da permanência, que é extremamente desanimador continuar nesse espaço”, aponta Marta.

Durante a manifestação, os alunos ainda relataram dispor de apenas uma sala de corpo com espelho. O auditório, que tenta substituir o teatro, não possui iluminação adequada para espetáculos, nem mesa ou sistema de som. “Falta quase tudo: desde o material para criação de figurino e cenografia até o suporte técnico. O que temos vem do nosso bolso ou da boa vontade dos professores. É como tentar construir sonhos com as mãos vazias”, lamenta Nick.

O movimento foi organizado também para cobrar agilidade na reforma do prédio. “Desta vez, nem pedimos uma estrutura grandiosa, não pedimos a reforma, só o básico. Queremos apenas que pequenas melhorias sejam feitas para que o ambiente se torne um pouco mais digno, mais seguro, menos insalubre”, solicita Clons.

O que diz a URCA

Em nota ao Portal Miséria, a Universidade Regional do Cariri (URCA) afirmou que há um projeto de Reforma e Ampliação do Centro de Artes Maria Violeta Arraes, (MAPP NUP3032-SOP) que contempla todas as demandas dos cursos de Artes Visuais e Teatro. Nele estão previstos ateliês, salas de aulas adptadas, baterias de banheiros, anfiteatro e auditório.

Ainda está prevista a reforma da piscina para atender atividades de extensão e práticas do Curso de Educação Física da URCA. A referida reforma e ampliação acontecerá no prédio, onde funcionou o antigo SESI, em Crato, que foi adquirido pelo Governo do Estado, e abriga os cursos de Teatro e Artes Visuais, que formam o Centro de Artes. A administração Superior da URCA vem acompanhando junto ao Governo do Estado do Ceará e Secretaria da Ciência e Tecnologia -SECITECE a tramitação do processo supracitado para liberação da licitação e início das obras, atuando no que tem sido necessários para dar a celeridade ao processo”, diz trecho da nota.

De acordo com a instituição, a Reitoria já esteve em reunião com estudantes e a direção do Centro de Artes para debater os problemas apresentados. “A Administração informa que foram adquiridos e entregues em 2024 e 2025 mobiliários e equipamentos para utilização no Centro de Artes, incluindo 7 centrais de ar condicionados, para salas de aula e coordenação, 14 ventiladores, 4 notebooks, 6 projetos Epson, 1 bebedouro industrial, 6 monitores, 1 nobreak, 6 computadores da marca Dell, 2 estantes altas, 2 armários baixos, 2 arquivos altos, 6 estações de trabalho, duas mesas de reunião e um fogão”, afirmou a URCA.

Após o movimento dos alunos, foi enviada uma equipe da Prefeitura da URCA para o local, onde está sendo feito um levantamento das demandas urgentes que poderá ser executado visando atenuar os problemas apontados.


Quanto aos bens inservíveis dispostos em uma das quadras, por um período provisório, espaço que fica aos fundos do prédio, houve uma avaliação e comunicação ao Centro de Artes informando da necessidade de utilização da quadra para guardar dos referidos bens que estão no Leilão Publico do Estado aguardando a vistoria do Pregoeiro. Justificamos na ocasião o uso em decorrência do sinistro ocorrido no Galpão que fazia a guarda dos bens inservíveis da URCA que aconteceu no ano de 2024. Posteriormente a PROAD da URCA encaminhou para Direção do Centro de Artes Maria Violeta Arraes Gervaiseau parecer da Assessoria Jurídica da URCA reforçando e justificando a necessidade provisória do uso da quadra. Outrossim, informamos que a Universidade vem trabalhando no sentido de alugar e ou construir um espaço para guarda em definitiva dos bens devolvidos pelos setores da URCA”, acrescentou a instituição.

No retorno a reportagem, a universidade afirmou que vem se esforçando para minimizar os desconfortos causados, em virtude da espera para início da reestruturação do Centro de Artes. “E ao mesmo tempo, vem acompanhando atentamente junto ao Governo do Estado o encaminhamento para licitação do projeto de reestruturação, que será uma conquista representativa, para o Crato e todo o Cariri, desse importante espaço de valorização do conhecimento e da cultura da região”, finalizou.

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Por Bruna Santos, originalmente no Portal Miséria.

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