Camilo Santana é reeleito governador do Ceará com quase 80% dos votos


Camilo Santana é reeleito governador do Ceará. (Foto: Reprodução/Facebook).

Camilo Santana (PT) foi reeleito governador do Ceará neste domingo 7, com 79,9% dos votos. O segundo colocado na disputa foi o tucano General Theophilo, que obteve apenas 11,3% dos votos.

O petista alcançou a reeleição no primeiro turno sendo o governador mais bem votado do País. Camilo liderou com folga a disputa desde o início da campanha, como já indicavam as pesquisas de intenção de voto.

Após a eleição de Camilo em 2014, boa parte da oposição foi para a base do governo, o que explica da falta de adversários no estado. No Ceará, a base oficial do governo conta com os partidos PP, DEM e MDB. Na Assembleia Legislativa, ainda fazem aliança com o PDT o PRB e o Patriota. Izolda Cela, vice de Camilo, é do PDT.

Assim como outros governadores do nordeste que se reelegeram agora no primeiro turno, como Flávio Dino, no Maranhão, Camilo se destacou por ter priorizados áreas sociais de forte impacto na região, como a educação.

 De liderança estudantil a servidor público

Camilo Santana é engenheiro civil, e um político consolidado em seu estado, o Ceará, tendo ocupado por diversas legislaturas o cargo de deputado estadual. Se formou na Universidade Federal do Ceará (UFC), onde também se tornou mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente.

Foi diretor do Diretório Central dos Estudantes da UFC. Foi Secretário do Desenvolvimento Agrário do Estado do Ceará no governo de Cid Gomes, de 1 de fevereiro de 2007 a 31 de dezembro de 2010, além de Secretário das Cidades.

Foi ainda servidor público federal concursado, quando ocupou a superintendência adjunta do Ibama no Ceará em 2003 e 2004. Em 2014, foi eleito pela primeira vez governador do Ceará. (Com informações de CartaCapital).


Ciro declarou segundo voto ao senado em candidatura do Psol


Ciro declarou segundo voto ao senado em candidatura do Psol. (Foto: Carlos Holanda/Especial para O POVO).

O candidato à Presidência da República, Ciro Gomes (PDT), afirmou em coletiva de imprensa, na manhã deste domingo, 7, ter votado em um candidato do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) para o Senado em sua segunda opção. A sigla tem duas candidaturas ao Senado Federal: Pastor Simões e Anna Karina.  As declarações foram dadas na sede da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa-CE), onde vota Ciro.

Forte opositor de Eunício Oliveira, já era esperado que Ciro não votasse no emedebista, apesar da aliança informal  firmada entre o governador Camilo Santana (PT), Cid Gomes (PDT) e Eunício Oliveira (MDB) para o Senado.

No plano estadual, o Psol é, inclusive, partido de oposição ao grupo político capitaneado por Ciro Gomes. Em entrevista ao Blog Política na última sexta-feira, 5, o candidato ao Governo do Ceará, Ailton Lopes (Psol), disse que gostaria de ir ao segundo turno com Camilo que, segundo ele, “é preciso enfrentar esse projeto e mostrar a tragédia que ele é para o Ceará”.

Sobre o apoio a Eunício, Cid Gomes afirmou, em coletiva, também na Sesa, que converge em 99% com o irmão. Disse, entretanto, que tem suas convicções e Ciro as dele. (Com informações de Heloisa Vasconcelos e Carlos Holanda, no O POVO).

Tirar selfie? Cola eleitoral? O que pode e não pode no dia da votação

Imagem puramente ilustrativa. (Foto: Reprodução).

Neste domingo (7), eleitores irão às urnas em todo o país para escolher os futuros governantes. Pela Lei Eleitoral, os eleitores precisam respeitar algumas regras nos locais e no dia da votação.

Uso de bandeiras e camisetas do candidato

O eleitor pode demonstrar a preferência por um candidato, desde que seja de maneira individual e silenciosa. São permitidas bandeiras sem mastro, broches ou adesivos no local de votação. Uso de camisetas foi liberado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O eleitor poderá usar a camiseta com nome de seu candidato preferido, sem fazer propaganda eleitoral a favor dele. A camiseta não pode ser distribuída pelo candidato.

Cola eleitoral

O eleitor pode levar, em papel, os números dos candidatos anotados. A cola eleitoral (imprima aqui)  é permitida e recomendada pela Justiça Eleitoral, pois o eleitor irá votar para cinco cargos (deputado federal, deputado estadual ou distrital, dois senadores, governador e presidente). Não é permitida a "cola" em celular na hora de votar.

Uso de celular e tirar selfie

Na cabine de votação, celulares, máquina fotográficas, filmadoras ou outro dispositivo eletrônico não são permitidos. Os equipamentos podem corromper o sigilo do voto, ou seja, não pode tirar selfie na hora da votação ou tirar foto do voto. O eleitor que baixou o e-Título vai apresentá-lo ao mesário e depositará o celular em uma mesa enquanto estiver na cabine de votação. Ao final, o aparelho será devolvido pelo mesário.

Acompanhante

O eleitor com deficiência ou mobilidade reduzida poderá contar com o auxílio de pessoa de sua confiança na hora de votar, mesmo que não tenha feito o pedido antecipadamente ao juiz eleitoral.

Alto-falante e carreatas

Uso de alto-falantes, caixas de som, comícios e carreatas são proibidos.

Boca de urna

Tentar convencer um eleitor a votar ou não em um candidato é proibido. A propaganda de boca de urna também não é permitida. São consideradas boca de urna, por exemplo, a distribuição de panfletos e santinhos de candidatos, a aglomeração de pessoas usando roupas uniformizadas ou manifestações nas proximidades das zonas eleitorais.

Bebida alcoólica

A legislação eleitoral proíbe a venda de bebida alcoólica das 6h até as 18h no dia da eleição. No entanto, cabe a juízes e às Secretarias de Segurança Pública de cada unidade da Federação decidirem sobre a proibição da venda e do consumo nos estados ou até em cidades. (Com informações da Agência Brasil).

Nos 30 anos da Constituição, 'nuvens carregadas' sobre a democracia


Parlamentares comemoram promulgação da Carta, em 5 de outubro de 1988: 'defesa das nossas garantias e liberdades'.


No dia em que se comemoram os 30 anos da promulgação da Constituição, nesta sexta-feira (5), a seção paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) homenageou parlamentares que participaram da Constituinte, em um evento em que também se defendeu a democracia. Mais de 100 entidades assinaram manifesto no qual se afirma que "a democracia, tão arduamente conquistada, é o único caminho para a construção da nação justa e solidária que a sociedade brasileira tanto almeja". O texto fala ainda em "novo modelo político", que privilegie a representatividade, e "relacionamento transparente e ético" entre os poderes.

O presidente da OAB-SP, Marcos da Costa, afirmou que a Constituição "permitiu a este país que vivesse o maior período democrático da era republicana", ainda que curto. É preciso "promover a defesa desse texto, seus valores e seus princípios", acrescentou, citando os direitos fundamentais contidos na carta, em "defesa das nossas garantias e das nossas liberdades".

Ao final do evento, na sede da Ordem, na região central de São Paulo, Costa lembraria da Carta aos Brasileiros, documento lido em 1977 por Goffredo Teles Junior na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), no Largo São Francisco. "É um processo que exige vigilância contínua, também sujeito a riscos", afirmou. "Quarenta anos atrás, já apontávamos a pacificação como único caminho para o país."

Deputado constituinte pelo MDB e ex-prefeito de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, Tito Costa lembrou da greve dos metalúrgicos em 1978 – outras viriam nos anos seguintes – e de certa advertência que levou do então chefe da Casa Civil, general Golbery do Couto e Silva, e falou do atual momento político. "A gente fica até preocupado com o destino da nossa Constituição. Há nuvens negras, ameaças. Mas todos nós estamos presentes para defender o regime democrático, conquistado a duríssimas penas."

Em nome da Frente Inter-religiosa Dom Paulo Evaristo Arns, o pastor Ariovaldo Ramos também falou em "nuvens carregadas" no cenário político. "Os tempos parecem tenebrosos", afirmou. "A única posição adequada é olhar para a luz. A Constituição é o foco de luz. A lei é que constitui a nação. Nestes dias, nada mais importante do que nos lembrarmos da lei", disse o pastor, fazendo referência a "prisão política e condenação sem materialidade".

Ao citar o cardeal emérito de São Paulo, que morreu em 2016, Ramos afirmou que o país "esquece rapidamente seus heróis e continua dando espaço, às vezes, aos antidemocratas". Segundo ele, a Carta de 1988 foi "construída com o sangue dos mártires e a fé dos brasileiros".

"A democracia precisa ser fortalecida", afirmou a ex-constituinte Irma Passoni. "Como se define essa democracia, como a gente repensa o Parlamento? Não é possível o voto parlamentar ser moeda de troca em cada votação. O voto tem de ser de compromisso com a nação."

Ela lembra que a Constituição foi "construída por milhões de pessoas, teve representação de todos os setores". Para Irma, a atual campanha eleitoral foi "pobre", mas por outro lado mostrou preocupação dos brasileiros com a política. "Há uma juventude preocupada com o Brasil novo."

Além de Tito Costa e Irma Passoni, estavam presentes para serem homenageados os ex-constituintes Arnaldo Faria de Sá, Guilherme Afif Domingos, Hélio Cesar Rosas, Joaquim Carlos Del Bosco Amaral, José Genoino, José Maria Eymael e Roberto Freire. (Com informações da RBA).

Boulos alerta para riscos que candidatura de Bolsonaro representa e dá uma aula de História


(Boulos alerta para riscos que candidatura de Bolsonaro representa e dá uma aula de História. (Foto: Reprodução).


O candidato à presidência Guilherme Boulos (Psol), questionado por Fernando Haddad (PT) no debate na noite desta quinta-feira (4), da Rede Globo sobre a proposta de Jair Bolsonaro (PSL), de cortar direitos trabalhistas como o 13º salário, aproveitou o tempo de sua fala e fez um discurso emocionado sobre os riscos à democracia representado pelo candidato da extrema-direita. “Faz 30 anos que saímos de uma ditadura. Muita gente morreu, foi torturada. Tem mãe que não pôde enterrar seu filho até hoje. Faz 30 anos, mas acho que nunca estivemos tão próximos disso”, afirmou.

Haddad iniciou sua fala para Boulos, no modelo de embates diretos que orienta o debate, afirmando que o escolheu para responder, pois ele é "um candidato sério". “Há três que apoiam o governo de Michel Temer (MDB). Henrique Meirelles (MDB), Geraldo Alckmin (PSDB) e Jair Bolsonaro. Só falam em cortar direitos. Bolsonaro tem a ideia de acabar com o 13º salário, com o abono de férias, cobrar Imposto de Renda dos mais pobres, cortar Bolsa Família e introduzir a CPMF”, afirmou.

Boulos disse que a questão é séria e introduziu pontos extremamente graves presentes no discurso de Bolsonaro, que apoia abertamente torturadores reconhecidos pela Justiça como tais e nega as atrocidades da ditadura civil-militar (1964-1985). “Se estamos aqui hoje é porque teve gente que derramou sangue pela democracia. Se você vai votar domingo, pessoas deram suas vidas por isso. Quando nasci, o Brasil estava em uma ditadura. Não quero que minhas filhas cresçam em uma”, completou Boulos.

Começa assim: arma, resolver na porrada, a vida que não vale nada. Temos que dar um grito e dizer: ditadura nunca mais”, finalizou.

Na réplica, Haddad agradeceu o alerta de Boulos. “Chamo atenção para os riscos. Se foi possível construir direitos, gerar empregos, fazer o jovem trabalhador, filho do pedreiro entrar na universidade, isso tudo é da democracia. É a liberdade que te permite reivindicar, votar, exigir compromisso. O que está acontecendo é um descalabro. Todo dia uma notícia ruim”.

Boulos, em sua tréplica, reforçou que a “turma do ódio do Bolsonaro também é a turma da destruição”. “O ódio que eles propagam nasce da indiferença. Estou há 16 anos lutando do lado do povo que não tem casa. De pessoas que sempre foram acostumadas a entrar pelo elevador de serviço. A baixar a cabeça. Fomos perdendo a capacidade de se indignar, de sentir a dor do outro. Precisamos trazer para a política a solidariedade”.

Bolsonaro não compareceu ao debate, alegando motivos médicos. Em vez disso, gravou uma entrevista exclusiva para a TV Record, que foi ao ar no mesmo horário do debate da Globo e teve duração de meia hora. (Com informações da RBA).