Saudada por movimentos sociais, fim das doações privadas de campanha é condenada pela extrema direita



Saudada pela OAB e pela Associação de Magistrados Brasileiros, a decisão do STF que tornou ilegais as doações privadas de campanha foi condenada pela extrema direita brasileira.



Sua tese é de que todos os políticos eleitos com doações privadas perderam legitimidade.

"Há gente querendo cassar Dilma? Nem precisa! O STF já cassou. E, com ela, mandou para o buraco o mandato de 27 governadores, de 513 deputados, de 81 senadores, de 5.570 prefeitos, de quase 60 mil vereadores e de todos os deputados estaduais", disse ele.

Reinaldo revelou o desejo de bater asas para longe. "Nessas horas, eu realmente sinto vergonha de também ser bípede e não ter nem penas nem bico."

Divulgada lista de psdbistas corruptos. Será que vai sair na “grande mídia”?



Algo me diz que essa lista será abafada na grande mídia. Não haverá infográficos, animações, vídeos, dez minutos de jornal nacional, nem panelaços, nem marchpas coxinhas.


É uma mais uma dessas notícias que desmascara uma hipocrisia monstruosa.

A hipocrisia dos que tentam vender a ideia de que o PT inventou a corrupção.

O PT lambuzou-se num monte de escândalos. E está pagando caro por isso.

Mas a corrupção não começou com o PT, nem terminará com ele.

Todos os partidos, todas instituições (inclusive judiciário e MP), todos os estados e municípios, estão atolados em corrupção.

O combate à corrupção precisa ser feito sem sensacionalismo, sem estardalhaço, sem gerar crise econômica. Tem de ser feito com responsabilidade, respeitando o direito à defesa, para não dar margem à linchamentos políticos e midiáticos.

Sobretudo, precisamos cuidar para não jogar fora o bebê junto com a água suja, ou seja, cuidar para não ferir o processo democrático e as instituições, incluindo os partidos, que são o esteio da democracia.

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CPI: Lista da Odebrecht revela tucanos envolvidos em corrupção na década de 80

Quinta, 17 Setembro 2015 17:24

O envolvimento da empreiteira Odebrecht em esquemas de corrupção, envolvendo políticos e manipulação de recursos públicos, remonta às décadas de 1970 e 1980. A grave denúncia foi feita pelo deputado Jorge Solla (PT-BA) à CPI da Petrobras, nesta quinta-feira (17), com base em farta documentação recebida pelo parlamentar de ex-funcionários da empresa. Entre os documentos constam recibos, ordens de pagamentos e registros de movimentações financeiras beneficiando agentes públicos que intermediaram as fraudes em contratos públicos.

É uma verdadeira lista de obras públicas que sangraram o dinheiro da corrupção que alimentou políticos – governadores, deputados, senadores, ministros e dirigentes dos partidos – que, até hoje, devem estar usufruindo disso e se dizendo arautos da moralidade”, afirmou Jorge Solla.

O deputado frisou que a documentação contém identificação dos agentes públicos que receberam propina e que cada “parceiro” da empresa tinha um apelido que era usado nos registros dos pagamentos. Solla ressaltou que a lista quebra o “mito” de que não existia corrupção durante o regime militar encerrado em 1985. “Para aqueles que falam da ditadura como um tempo que não havia corrupção, essa é mais uma prova que os esquemas envolvendo grandes construtoras no Brasil, no exterior e o poder público ocorreram nas décadas de 70, 80, 90 e continua nos dias atuais”, lamenta o parlamentar.

Tucanos

O deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA), vice-presidente da CPI da Petrobras, figura na lista da Odebrecht com o apelido de “Almofadinha”. O tucano ocupou cargo na direção na Companhia de Eletricidade da Bahia (Coelba) e presidiu o Conselho do Vale do Paraguaçu, estatal que contratou a Odebrecht para construir a barragem Pedra do Cavalo, localizada a 120 Km da capital baiana e inaugurada em 1985.

Outro tucano graúdo que aparece na lista é o ex-senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) e atual prefeito de Manaus, célebre por ter dito, em discurso no plenário do Senado, que daria uma “surra” no presidente Lula, ameaça à qual se somou ACM Neto (DEM), então deputado do PFL e hoje prefeito da capital baiana.

Segundo Jorge Solla, os documentos comprovam que parte dos pagamentos de propina aos agentes públicos, mesmo as obras no Brasil, seguiam a cotação do “dólar black”, que era comercializado ilegalmente no chamado “mercado negro”. O deputado disse ainda que os pagamentos eram feitos por ordem bancária e o banco autorizado para fazer a operação era o falido banco Econômico, que possuía fortes vínculos com o então PFL. O Econômico, acrescentou Solla, possuía uma agência dentro da sede da Odebrecht em Salvador.

Jorge Solla entregou todos os documentos originais ao coordenador da Policia Fazendária da Policia Federal, Braulio Cesar Galloni. Ao receber o material, o delegado informou que o material será anexado aos autos da operação Lava Jato. O parlamentar vai sugerir à CPI que solicite o compartilhamento das informações que a PF venha a apurar a partir desses documentos. Apesar disso, Solla não acredita em punição dos envolvidos.

Entregamos toda a documentação à Policia Federal para que tudo seja apurado. Claro que, provavelmente, todos esses crimes estão prescritos, e esses criminosos não terão nenhuma penalidade. É mais uma denuncia vai ficar impune, como ocorreu com a lista de Furnas e a da Camargo Correia. Esta lista da Odebrecht pode seguir pelo mesmo caminho”, avalia.

Está aí para provar a lista de Furnas, que envolveu 156 políticos, inclusive o Aécio Neves e vários deputados do PSDB e do DEM. Veio a lista da Camargo Correia com 239 obras no Brasil, tudo com recurso de corrupção repassado para agentes públicos. Agora, está aqui a Lista da Odebrecht que envolve inclusive obras no exterior (Peru e Angola), além de inúmeras obras aqui no Brasil”, complementou o parlamentar.

Solla também espera que a documentação contribua para alertar a população e mobilizar a sociedade para rejeitar o financiamento privado de campanhas eleitorais, elemento determinante da corrupção. “Não adianta dizer que é contra a corrupção e é a favor do financiamento privado de campanha eleitoral”, resumiu.

Benildes Rodrigues


Uma homenagem às mulheres negras a partir do filme “Kbela”



Três anos de processo. Primeira lotação do cinema Odeon desde sua reinauguração em maio. Uma plateia predominantemente negra. O filme Kbela, que estreou no último sábado, dia 12, já pode ser considerado um marco para o cinema brasileiro. O Rio de Janeiro vivenciou enfim, #UmDiaNegroParaOCinema.


Idealizado por Yasmin Thayná, Kbela nasceu a partir de um conto que ela escreveu sobre descobrir-se negra e “assumir” os fios crespos. O processo enfrentado pela maioria das meninas negras ao longo da vida, de rejeição ao próprio cabelo, submissão à dolorosos processos químicos para alisar e recusa à cor da pele são os temas centrais do conto. O texto foi parar na publicação da Flupp (Feira Literária das Periferias) e, em seguida, foi encenado em algumas casas durante o Festival Home Theatre.


Com a repercussão das duas mostras, a ideia de “fazer alguma coisa com aquilo” começou a crescer. “A gente queria fazer alguma coisa, mas não sabíamos direito o quê. Primeiro pensamos em gravar um vídeo com alguém lendo ou narrando o conto”, explica Yasmin, que hoje cursa jornalismo na PUC.

Foi então que ela se reuniu com um coletivo de amigos e fez uma chamada pública através das redes sociais convidando meninas negras a contarem suas histórias. A história viralizou e em menos de uma semana o grupo recebeu mais de 100 e-mails do Brasil inteiro. O teste de elenco contou com cerca de 40 meninas do Rio de Janeiro e aconteceu em um estúdio improvisado na casa de integrantes do coletivo. Este primeiro encontro foi um catalisador para a realização de um projeto maior, já que todas as histórias compartilhadas naquele dia diziam a mesma coisa: ser mulher e negra ainda é tarefa árdua no Brasil.

Um amigo compartilhou a postagem comigo e disse que era a minha cara. Estou no processo desde o início, desde o primeiro teste de elenco. O Kbela me ajudou muito a me descobrir em diversos aspectos. Só tenho a agradecer à Yasmin que pôs pra fora em forma de conto tudo que nós mulheres negras já passamos e depois transformou o conto nesse curta fantástico. Não tenho palavras pra descrever, apenas a agradecer”, disse, emocionada, Dandara Raimundo, que atua em uma das cenas mais emblemáticas do filme.

Com as gravações já quase concluídas, Yasmin foi assaltada e todo o material filmado na primeira etapa foi perdido. Mais uma vez a internet entrou como principal aliada e um crowdfounding (financiamento coletivo) foi lançado para ajudar a reiniciar todo o processo.

Representatividade importa

Após a perda do material e a necessidade de recomeçar tudo praticamente do zero, o projeto foi ganhando novos contornos, entre eles a necessidade de se estruturar melhor e profissionalizar o trabalho. A produção contou com videomakers, figurinistas, maquiadoras, produtoras, musicistas, preparadoras de elenco, programadoras, etc. Todas profissionais – a maioria mulheres negras. Com apenas R$5 mil para a realização do filme, todas as pessoas envolvidas trabalharam sem receber dinheiro.

A estudante transexual Maria Clara Araújo veio do Recife especialmente para atuar no curta. “A Yasmin me chamou no Facebook e me convidou para participar das gravações. Eu topei na hora, porque as mulheres trans não estão representadas em lugar nenhum. Até quando é para nos representar em filmes, homens cis fazem. Então esse filme é importante por isso, por representar não só as mulheres negras, mas também as mulheres trans”, garantiu.

A palavra “representatividade”, aliás, foi uma das mais faladas da noite. O fato de lotar os 550 lugares de um cinema tradicional como o Odeon com uma plateia essencialmente negra, que mora, circula e realiza suas ações além do eixo Centro-Zonal Sul, é bastante significativo. 

A importância do filme também está na forma como ele foi realizado. Além de mostrar que é possível criar produtos de qualidade em um sistema distante do modelo tradicional, ele ainda traz um viés político, que é um retrato da juventude de periferias que vem criando e ocupando cada vez mais todos os espaços, tanto virtuais quanto físicos.

Problematizar o racismo através de um filme de arte foi apenas um dos caminhos encontrados. Mas há muito mais a ser feito – e esta foi a primeira garantia de que “estará tendo” mais filme, mais mulheres pretas e muito mais representatividade.
O racismo cria muitos abismos, mas acho que a melhor maneira de a gente responder a isso é sendo rainhas e dando bafão no Odeon”, brincou Yasmin.

Haverá ainda mais três sessões, nos dias 18, 19 e 20 de setembro, às 17h40. Todos pagam meia entrada.

           

MEC apresenta documento acerca da base nacional curricular da educação básica



A Base Nacional Comum é a base sobre a qual podemos construir uma mudança significativa na educação”, disse o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, durante a apresentação do documento de referência para discussão da base nacional curricular da educação básica, nesta quarta-feira, 16. O documento, disponível para consulta pública, apresenta os conteúdos para as áreas de linguagem, matemática, ciências da natureza e ciências humanas em cada etapa escolar do estudante.

Ministro da Educação, Renato Janine, durante apresentação
do documento de referência da Base Nacional Comum.
Para o ministro, a consulta pública é um importante instrumento de participação democrática, que permitirá à sociedade brasileira contribuir para a construção dos currículos dos ensinos fundamental e médio. “É um documento de discussão, e é muito importante que cada componente curricular seja amplamente discutido por todos que trabalham com esses componentes, sejam professores, pesquisadores, mas também por todos os membros da sociedade”, disse Janine Ribeiro.

Para a secretária de Educação do município baiano de Una, Leninha Cavalcante, vice-presidente, na Bahia, da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), a participação das redes de educação é o caminho para superar divergências e estreitar as relações. “Nós nos sentimos próximos do Ministério da Educação para construir algo do qual somos os atores principais”, disse. “A expectativa da participação social é fantástica; é importante que o documento tenha a identidade da educação pública que a gente defende.”

As contribuições podem ser enviadas a partir do dia 25 próximo, até 15 de dezembro de 2015, de forma individual; por meio das redes, que sistematizam discussões e propostas de professores, comunidade e demais profissionais da educação; e a partir de organizações como instituições de educação superior e grupos da sociedade civil.

A Base Nacional Comum Curricular está prevista no Plano Nacional de Educação (PNE) para 2014-2023, aprovado em 2014, por unanimidade, pelo Congresso Nacional e sancionado sem vetos (Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014) pela presidenta da República, Dilma Rousseff.

Princípios

O documento de referência reúne direitos e objetivos de aprendizagem relacionados às áreas do conhecimento e seus respectivos componentes curriculares para todas as etapas da educação básica. A Base Nacional Comum é constituída pelos conhecimentos fundamentais aos quais todos os estudantes brasileiros devem ter acesso em todas as escolas do país. Uma parte será comum a todas as escolas; outra, regionalizada, deve ser construída em diálogo com a primeira e de acordo com a realidade de cada escola, em atenção não apenas à cultura local, mas a escolhas de cada sistema educacional sobre as experiências e conhecimentos a serem oferecidos aos estudantes ao longo do processo de escolarização.

Para o ministro Janine Ribeiro, a Base Nacional Comum abre também a discussão sobre a parte específica, regionalizada, que diz respeito a cada rede de ensino. “É importante que essa discussão não atrase para que as redes pensem na parte específica”, disse. “Precisamos discutir também essas partes específicas e de que maneira elas respeitam a regionalidade.”

Etapas

Na educação infantil, os objetivos de aprendizagem são apresentados a partir das quatro áreas do conhecimento, tendo como referência campos de experiências que potencializam as relações das crianças com múltiplas linguagens e conhecimentos. A integração entre a etapa da educação infantil e a do ensino fundamental é estabelecida pelo modo como as experiências propostas na primeira etapa se desdobram e se articulam com as propostas de cada componente curricular nos anos iniciais da segunda.

Para o ensino fundamental e para o ensino médio, os objetivos de aprendizagem dos diferentes componentes curriculares são apresentados ano a ano, de forma a oferecer uma orientação mais precisa aos sistemas de ensino, escolas e professores com relação à progressão desses objetivos ao longo do processo de escolarização. Tal orientação não dever ser entendida, entretanto, como uma prescrição da progressão. Importa muito mais observar o alcance do conjunto de objetivos nos anos que demarcam a transição entre as diferentes etapas — da educação infantil ao ensino fundamental, dos anos iniciais aos anos finais, e até o ensino médio e a conclusão deste.

O documento de referência e mais informações são encontrados na página da Base Nacional Comum Curricular na internet.

Foucault versos Foucault (2014) – Documentário



Excelente documentário de François Caillat, produzido em 2014. Com depoimento de diversos filósofos contemporâneos, o filme espelha as facetas da vida agitada de Michel Foucault, pensador contemporâneo nascido em 1926, na pequena cidade francesa de Poitiers, diplomou-se em psicologia e filosofia. Ensinou em universidades francesas e lançou diversos livros, como “As Palavras e as Coisas”, “Vigiar e Punir” e “História da Sexualidade”, obra inacabada devido ao seu falecimento, em 1984.

            

O nome do corpo, por Alex Ratts*


Quem sabe do corpo partido. da cabeça. do cérebro. dos neurônios. dos dreads. das voltas dos cabelos. do nervo ocular. da córnea. da íris. dos lábios. das narinas. da traqueia. da laringe. das orelhas. dos tímpanos. dos dentes. das próteses. dos pelos. dos óculos. dos brincos. das escarificações. dos adornos labiais. das miçangas. da roupa.

Quem sabe do corpo partido. dos ossos. das cartilagens. das tatuagens. das pinturas. do pescoço. dos ombros. dos cotovelos. das palmas das mãos. dos peitos. do sexo. de outras próteses. das cavidades. do coração. do estômago. dos intestinos. da coluna vertebral. dos joelhos. dos calcanhares. das coxas. das palmas dos pés.

Quem cuida do corpo partido. das veias. do sangue. na hora boa. na hora da ira. na hora triste. na fronteira. no muro. na cerca. na margem. no limite de cada movimento. das marcas do tempo de criança. dos ferimentos à bala. na esquina. no beco. na viela. no semáforo. na enfermaria.

Quem cuida do corpo partido. seccionado. descrito. inscrito. quem cuida de cada parte. quem escolhe. recolhe. toca. estende. descreve. inscreve. retrata. canta. redime. sob a folha. sobre a palha. sob o algodão. sobre o linho. quem sabe do bálsamo. quem embalsama e quem perfuma. quem cuida de quem cuida e de quem cura. quem leva.

Quem vê o corpo partido. quem o vê somente em partes. quem duvida. quem rotula. quem soterra. quem despreza. quem tortura. quem corta. quem expõe. quem exaspera. quem inspeciona. quem esconde. quem mente. quem lembra o nome do corpo inteiro. quem guarda o nome. quem dá o nome que faz sentido.

[referido ao estandarte “Eu preciso destas palavras” de Arthur Bispo do Rosário, às canções “Ain’t got / I got life” do musical Hair e do repertório de Nina Simone e ao poema de Ricardo Aleixo]

Acesse o texto na íntegra clicando aqui

*Arquiteto, geógrafo, antropólogo e poeta. Estuda e escreve acerca de raça, etnia, gênero, sexualidade e espaço.

Em lista de bilionários divulgada pela forbes, setor midiático é o 8º mais bem representado



O setor de mídia brasileiro é o 8º mais representativo em um ranking de 13 setores liderado por indústria, bancos e alimentos, divulgado anualmente pela revista Forbes.


No topo da lista brasileira está o empresário Jorge Paulo Lemann, um dos sócios da AB InBev, com uma fortuna estimada em R$ 83,7 bilhões.

No setor de comunicação são oito empresários de quatro companhias distintas. Na 5º posição geral está a família Marinho, das Organizações Globo, representada por João Roberto Marinho, José Roberto Marinho e Roberto Irineu Marinho que, individualmente, possuem R$ 23,8 bilhões.

Da família Marinho para o próximo da lista a diferença é considerável: Edir Macedo, da Record, está na 74º posição com patrimônio de R$ 3,02 bilhões seguido pela família Civita, do Grupo Abril, e de Sílvio Santos, do SBT.

No mundo, o empresário mais rico do segmento de mídia é o americano Michael Bloomberg dono de uma fortuna estimada em US$ 35,5 bilhões e na 14º posição geral.

Veja os representantes da mídia entre os bilionários brasileiros:

1º lugar
João Roberto Marinho
Patrimônio: R$ 23,80 bilhões
José Roberto Marinho
Patrimônio: R$ 23,80 bilhões
Roberto Irineu Marinho
Patrimônio: R$ 23,80 bilhões
Empresa: Organizações Globo
5º posição no ranking geral do Brasil
———————————————–
2º lugar
Edir Macedo
Patrimônio: R$ 3,02 bilhões
Empresa: Rede Record
74º posição no ranking geral do Brasil
————————————————
3º lugar
Giancarlo Civita
Patrimônio: R$ 2,18 bilhões
Roberta Anamaria Civita
Patrimônio: R$ 2,18 bilhões
Victor Civita Neto
Patrimônio: R$ 2,18 bilhões
Empresa: Grupo Abril
88º posição no ranking geral do Brasil
————————————————
4º lugar
Silvio Santos
Patrimônio: R$ 2,01 bilhões
Empresa: SBT
100º posição no ranking geral do Brasil

Religiões de matrizes africanas sofrem com a intolerância. Até quando?



Cinco de agosto não sai da memória do babalorixá Babazinho de Oxalá. Enquanto fazia compras no mercado, ele foi avisado pela mulher de uma ligação da vizinha, que dizia: “Volte agora para o terreiro. Mas não venha sozinha, chame a polícia”. Ao chegar lá, a cena era desoladora: a maior parte dos materiais usados nos rituais de candomblé, sua religião, estava destruída, portas e janelas arrombadas e vários objetos de uso da casa haviam sido roubados. “A situação, aqui, era de chorar. Tudo arrombado, furtado, quebrado. Os bens materiais, vamos repor. O que dói é ver o sagrado ser tratado dessa forma.”


Há cinco anos como sacerdote do terreiro, que fica em Santo Antônio do Descoberto, município do Entorno, Babazinho disse que jamais havia sofrido ato de violência religiosa tão extremo. Apesar dos prejuízos financeiros terem ficado próximos dos R$ 30 mil, ele garante que nada se compara a ver sua fé tratada dessa maneira. “Para quem não é do candomblé, o que foi destruído pode não ter valor algum. Para nós, é de muita importância. Isso nos agrediu demais.” Embora a Constituição Federal garanta a liberdade de religião como direito fundamental, o ato não é isolado.

De acordo com Coordenação de Enfrentamento ao Racismo da Secretaria Especial da Promoção da Igualdade Racial (Sepir), em 2015, já foram pelo menos 10 crimes contra centros religiosos de matrizes africanas praticados no DF e Entorno. O número pode ser maior, já que episódios dessa natureza são registrados dentro dos crimes comuns, independentemente de onde ocorreram. “Fazer essa classificação desses delitos não é tão simples, pois é preciso exortar a crença do outro. A prática do proselitismo religioso é um acinte, mas não é fácil categorizá-la como violência”, diz Carlos Alberto Santos de Paulo, chefe da coordenação.

O poder das bancadas fundamentalistas nos Legislativos espalhados pelo país tem estimulado discussões sobre a laicidade do Estado. No Distrito Federal, audiência pública, marcada para a próxima quarta-feira, debaterá o tema. De acordo com Patricia Zapponi, diretora da Central Organizada de Matriz Africana (Afrocom), a audiência permitirá que representantes das mais variadas crenças exponham as preocupações acerca do que ela chama de política de ódio, que vem sendo estimulada no DF por um grupo de parlamentares ligados a movimentos religiosos.

Atualmente, há parlamentares querendo equiparar o poder religioso ao político. O Brasil é um país laico, signatário do Tratado da Paz Global da ONU e, desde as Constituições de 1968 e de 1988, o Estado é separado da religião. Por que essa preocupação? Porque o poder político está se confundindo com o religioso.” Patrícia, também candomblecista, explica que os atos de hostilidade não ficam restritos às invasões de terreiros, que são mais de 6 mil em todo o DF. “Um pastor já ficou orando atrás de mim, num dia em que vim trabalhar de torso. Já cantaram hinos de louvor. Está havendo um estreitamento no pensamento das pessoas.”