Professor altaneirense desenvolve aula extra classe sobre cuidados com o meio ambiente


O professor da rede pública estadual de ensino, no município de Altaneira, Claudovino Soares - conhecido popularmente por Deza Soares - desenvolveu na manhã deste sábado, 12 de setembro, junto aos alunos da Escola Estadual de Ensino Médio Santa Tereza, aula extra classe visando despertar nestes o interesse e ampliar a consciência sobre os cuidados que se deve ter para com o meio ambiente.

Professor Deza junto a alunos em aula sobre
meio ambiente. Divulgação.
A ação faz parte do Projeto Jovem de Futura (PJF), um projeto de Gestão Escolar para Resultados da Secretaria de Educação do Ceará (Seduc) em parceria com o Instituto Unibanco. Por intermédio deste há o oferecimento às escolas participantes apoio técnico e financeiro para, em um período de 3 anos (duração do Ensino Médio), melhorar substancialmente seu desempenho.

Ao compartilhar em sua conta na rede social facebook imagens do encontro com seus discente, o professor Deza explicou como seu deu a metodologia que versou sobre o ato de conhecer o meio ambiente urbano. No ensejo, ele afirmou que discutiu com o alunado questões referente ao projeto de revitalização da Lagoa Santa Tereza. “Aperfeiçoamos conhecimentos sobre a Proposta de Urbanização e Revitalização da Lagoa Santa Tereza e discutimos sobre as ações já realizadas que contribuirão para a realização do projeto arquitetônico, assim como, conhecemos outras áreas urbanas carentes de cuidados e preservação ambiental”, disse.

Além deste espaço ambiental os discente caminharam em direção a outras áreas que, segundo Deza, são “carentes de cuidados e preservação ambiental”.

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Comitê de Gênero é criado pelo MEC para subsidiar as políticas educacionais



Ministério da Educação (MEC) criou, nesta quinta-feira (10), um comitê para propor e acompanhar políticas que tenham como foco questões de gênero.

Imagem ilustrativa. Divulgação.
O grupo surge diante da necessidade de “práticas pedagógicas e conteúdos curriculares que contemplem e respeitem as diversidades relativas a gênero”, segundo afirma a portaria publicada no “Diário Oficial da União”, assinada pelo ministro Renato Janine (Educação).

O comitê de gênero, de caráter consultivo, será formado por servidores das secretarias do MEC e terá entre suas tarefas formular e avaliar projetos e programas de enfrentamento “das diversas formas de preconceito, discriminação e violência”, além de formar servidores da pasta sobre questões de gênero.

Recentemente, o ministério definiu que a formação dos professores da educação básica deve ser pautada por uma “educação inclusiva”. Ao aprovar novas diretrizes para a formação dos docentes, o MEC apontou que isso deve ser feito “através do respeito às diferenças, reconhecendo e valorizando a diversidade étnico-racial, de gênero, sexual, religiosa, de faixa geracional, entre outras”.

O assunto foi alvo de polêmica durante a tramitação do Plano Nacional de Educação no Congresso Nacional. A expressão foi retirada do documento final, sancionado no ano passado. Agora, o assunto voltou a ganhar destaque na discussão de planos locais de educação, em Estados e municípios.

Seduc promove Formação EAD em Ensino de História e Cultura Afro-indígena Cearense


A Secretaria da Educação do Estado do Ceará (SEDUC CE) está promovendo a I Edição do Curso de Formação Continuada para Professores em Ensino de História e Cultura Afro-indígena Cearense, na modalidade à distância (EAD), como parte integrante da I Etapa desta formação.

Plataforma do Curso EAD sobre Formação em Ensino de História e Cultura Afro-Indígena Cearense.
O Curso gratuito é desenvolvido em parceria com as vinte Coordenadoria Regionais de Desenvolvimento da Educação (CREDES) sob a responsabilidade desta secretaria por intermédio da Plataforma Moodle neste portal

A CREDE 18 tem como gerente do curso supracitado o professor Odécio Sales e todos os professores das escolas públicas do ensino médio e do ensino médio integrado a educação profissional, principalmente os que atuam na área das ciências humanas foram inscritos na plataforma pela docente Maria Edma da Silva, uma das organizadoras da I Etapa da Formação em Ensino de História e Cultura Afro-Indígena Cearense, de forma presencial, promovida por esta CREDE 18 entre dias 20 e 21 de agosto no auditório da Escola Estadual de Educação Profissional Violeta Arraes Alencar Gervaiseau, em Crato.

O programa visa capacitar professores da rede pública de ensino em alguns temas concernentes à História da várias Áfricas, assim como das populações afrodescendentes, vindo a contribuir para a implementação dos fundamentos e princípios que perpassam pelas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais, e para o Ensino de História e Cultura Africana, Afro-brasileira e afro-indígenas. Além de ser umas das formas de se dar passos largos em direção às Leis nº 10.639/03 e nº 11.645/08, que discorrem que é obrigatório o ensino dessas temáticas e sua inclusão em toda a extensão do currículo escolar, respectivamente.

O curso Formação em Ensino de História e Cultura Afro-Indígena Cearense está estruturado em cinco eixos, a saber: Eixo 1: Percebendo a Identidade (Índios no Ceará; O Negro no Ceará e Censo Etnico-Racial), Eixo II:  Reconhecendo o Contexto (Os Tabebas em suas Terras; A Presença do Negro no Ceará e Negros e Índios, Eles Existem no Ceará?), Eixo III: Pensando o Cotidiano (O Negro e o Índio na Educação; O Conhecimento Sobre o Negro e o Índio e sua Representação Sócio-Educacional; Gestão Pedagógica das Leis nº 10.639/03 e nº 11.645/08 e Gestão Pedagógica do Ensino Afro-Indígena Cearense na Escola), Eixo IV: Refletindo o Currículo Escolar (A Educação Afro-brasileira e o currículo escolar; Matrizes Curriculares do Ensino Médio e Ensino de História e Cultura Afro-Indígena Cearense e sua relação nas Áreas do Conhecimento) e Eixo V: Vivências e Práticas (A Visão do Negro no Livro Didático e Ciência em Ação – o museu virtual de imagem e cultura africana e afrodescendentes).

Negros bem-sucedidos incomodam



Para a atriz Fernanda Montenegro, em entrevista no domingo (06.09.2015) a Luís Carlos Merten do Estadão (Cad. 2, C1), a afirmação da negritude foi a causa dos problemas de audiência da novela “Babilônia”. “O resto foi pretexto”, disse a atriz.

O escândalo causado pelo beijo de duas personagens femininas teria servido apenas de cobertura, para distrair a atenção de “uma verdadeira revolução” – a grande quantidade de personagens negros bem sucedidos, as uniões inter-raciais, o elogio da miscigenação. “As pessoas se incomodam”, ela disse. 


Se você pensa que a televisão é um mundo que havia afastado esse aspecto insuportável da realidade brasileira ( a presença de negros e negras), um grande elenco negro não poderia deixar de produzir incômodo e mal-estar. O que é mais natural para nós do que ligarmos a TV e não enxergarmos negros?

Cacá Diegues contou o seguinte episódio em sua autobiografia: “Numa reunião para comercial sobre shopping center, a representante do cliente me recitou longo “briefing”. Num comercial de shopping, dizia ela, não podia aparecer dinheiro ou exposição de preços. E sobretudo que não filmássemos nenhum negro, mesmo que em distante figuração. Acreditei que a moça, conhecendo Quilombo, estivesse fazendo uma piada. Mas era isso mesmo, não era permitido aparecer crioulo”. (Vida de Cinema – antes, durante e depois do Cinema Novo. Editora Objetiva, 2014, p. 627.)

Mesmo que em distante figuração. Ou seja, nem a representação de uma figura ao fundo, mera presença, sem participação ou intervenção. Não. Será possível entender a complicada cabeça do (a) brasileiro (a) sem essa negação?

Que fantasia soberba: dinheiro, não; preços, não; pretos, também não. Trata-se, ao que parece, de esconder o que é essencial. Vocês podem imaginar nesse ambiente a tensão criada pelos rolezinhos, lembram-se? Negros na novela provocam, ao que parece, a mesma tensão que os rolezinhos criavam nos shoppings e, segundo Montenegro, acabam constrangendo a audiência.

Tornar possível um Brasil sem preto, convenhamos, pressupõe o extremo domínio de técnicas sofisticadas de exclusão, mas pressupõe também outras disposições e aptidões especialíssimas. No relato feito por Diegues, como vimos, não há nenhuma sofisticação. De regra, há, no entanto, meios mais refinados de fazer prevalecer velhas hierarquias.

Visite a África do Sul. Nos anos 80, os coloridos anúncios de agências de turismo convidavam para uma visita ao país do apartheid. Mas não se falava de apartheid, claro. Os negros desapareciam dos anúncios, que se dividiam em imagens de grandes mamíferos e pessoas brancas em ambientes suntuosos. Quem é capaz de apreender a dimensão grandiosa da realidade subtraída pela ideologia do racismo?

O movimento negro protestou, os anúncios sumiram das revistas. Mas os nossos anúncios aqui no Brasil estavam e estão submetidos ao mesmo principio de negação da realidade. Trata-se de uma recusa sistemática a validar a experiência social dos negros. Afastam-na com desprezo e são muitos os truques de edição a que recorrem para, igual ao que ocorria no apartheid, conseguir descartar a presença da maioria e toda a imensa riqueza e diversidade de seu mundo humano.

Não é fácil, cara, apagar a maioria, pense nisso.

Selecionar conteúdos e imagens, personagens e figurantes, tramas, memórias, conflitos; soterrar acontecimentos históricos e quotidianos. Sacrifícios gigantescos. Pessoas que nunca chegarão a formular nada, nem interpretar, nem dirigir, nem cantar, nem dançar, nem ensinar nem aprender, nem amar, nem odiar, nem criticar, nem tomar emprestado nem emprestar, nem fazer política, nem viajar, nem comprar, nem vender, nem ser preso sem culpa, que não serão torturadas, nem assassinadas. Trata-se de conceber as pessoas negras de um modo absolutamente distinto de como as pessoas brancas são concebidas.

Lembrei-me de um conto de Gilda de Mello e Sousa em que a personagem “pôs-se a imaginar que não existia, não existia” (A visita, 1958). Um sentimento assim poderia provir do contato com uma realidade midiática que sistematicamente negasse nossa existência. Frequentemente é o que ocorre.

Mas precisamos pensar que o descarte da maioria acentua ainda deformações monstruosas no mundo branco. Apreendem-se as pessoas negras, mas como se elas não fossem exatamente pessoas. Elas existem, elas estão aí, mas elas não importam. Simplesmente isso. Seja lá o que elas forem, pessoas ou coisas, elas não importam.

Mãe Stella de Oxóssi será homenageada com selo comemorativo pela Fundação Cultural Palmares



O Ministério da Cultura por intermédio da Fundação Cultural Palmares; em parceria com os Correios, lançam na terça-feira, (15), a partir das 15h30, o selo personalizado e carimbo em homenagem à Mãe Stella de Oxóssi. Na ocasião será anunciado os nomes dos membros do Conselho Curador da autarquia. A solenidade será no Ilê Axé Opô Afonjá, na Rua Direta do São Gonçalo do Retiro, 557, Cabula, Salvador na Bahia.


A confecção e lançamento do carimbo e selo, está prevista nas metas do Sistema Nacional de Cultura; e faz parte de um conjunto de ações governamentais, uma pré-campanha contra a intolerância religiosa, em virtude de vários atos de crimes praticados contra os adeptos das religiões de matriz africana no Brasil.

Para a presidenta da Fundação Cultural Palmares Cida Abreu; “a homenagem representa o reconhecimento da personalidade pública; não apenas como líder espiritual; mas também no campo intelectual, onde desempenha importante papel pela promoção da igualdade racial; combate ao racismo; respeito mútuo entre as religiões; preservação e valorização da cultura afro-brasileira” enfatizou.

Conselho Curador

Um órgão colegiado presidido pela presidenta da Fundação Palmares; composto por dez membros nomeados pelo ministro da Cultura; para um mandato de três anos, com a finalidade de formular e propor metas norteadoras para o Sistema e o Fundo Nacional da Cultura. Composto ainda, por representantes dos Ministérios da Justiça; da Ciência, Tecnologia e Inovação; da Educação; da comunidade indígena, da cultura Afro-brasileira, a exemplo de Mãe Stella.

A homenageada

Nascida Maria Stella de Azevedo Santos, no dia 2 de maio de 1925, em Salvador, foi iniciada na Religião dos Orixás aos 14 anos por Mãe Senhora, tornando se Iyalorixá aos 49 anos de idade.

Patrimônio Cultural do Brasil

O Ilê Axé Opô Afonjá, fundado no ano de 1910, em São Gonçalo do Retiro, na periferia de Salvador, por Mãe Aninha; importante personagem da luta pela liberdade do culto afro-brasileiro. Para assegurar os princípios e valores da tradição, criou em 1936 a Sociedade Cruz Santa do Ilê Axé Opô Afonjá. O tombamento do terreiro aconteceu em julho de 2000, pelo IPHAN, conferindo-lhe o título de Patrimônio Cultural do Brasil e reconhecendo-o como “área de proteção cultural e paisagística”.

O imóvel número 6, acesso do Pelourinho para a Baixa dos Sapateiros, no Centro Histórico de Salvador, a casa onde Mãe Stella nasceu, vai abrigar o Centro de Referência Odé Kayodê, em homenagem à yalorixá; além de reverenciar a memória das principais yalorixás da Bahia, como Mãe Aninha do Afonjá; Mãe Menininha do Gantois; Mãe Senhora; Mãe Olga do Alaketu; Mãe Mirinha do Portão; Mãe Senhora de Oxum Muiwà, dentre outras.

Mãe Stella não chegou a ter filhos biológicos; mas como líder espiritual é mãe de mais de mil filhas e filhos de santo. Inspiração ao povo de santo de todo o país, e internacionalmente, especialmente na África. Cidadã consciente dos seus deveres, sempre defendeu diálogo e a educação como possibilidades ao combate às diferenças. A sabedoria não tem cor e não pertence a nenhuma raça específica” reforçou.

Autora de nove livros, como “Meu tempo é agora”, “Òsósi – O Caçador de Alegrias” e “Epé Laiyé – terra viva”. Sendo a primeira Iyalorixá a escrever sobre religiosidade e saberes de matriz africana. Em junho de 2015, recebeu a Comenda Dois de Julho, pela Assembleia Legislativa da Bahia. Em 2009 recebeu o título de Doutor Honoris Causa da Universidade do Estado da Bahia. Em 2001 ganhou o prêmio jornalístico Estadão. Ocupa a cadeira 33, da Academia de Letras da Bahia, que tem como patrono o poeta, escritor e abolicionista Castro Alves. Recebeu ainda, o Troféu Esso para escritores negros; a comenda Maria Quitéria; o Troféu Clementina de Jesus; a Comenda da Ordem do Cavaleiro, pelo Governo do Estado da Bahia; e a Comenda do Mérito Cultural, pela Presidência da República.

Além da presença do Ministro da Cultura; da presidenta Cida Abreu; do presidente dos Correios, está sendo aguardado; um público estimado de quatrocentos convidados, entre autoridades, personalidades, artistas, lideranças do Movimento Negro e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana, estudantes entre outros.

Quando imagens não necessitam de legenda: Exuberância da negritude


A coleção de imagens abaixo compartilhada na página “História e Cultura Afro-brasileira, na rede social facebook, demonstram o quanto se pode dispensar o atributo de legendas explicatórias para as belezas, as exuberâncias, os fascínios e dentre outros adjetivos para a negritude perceptível em cada gesto e olhares.



Por que marcham as mulheres negras?, por Margarida Marques*



Em novembro de 2015, em Brasil acontecerá a Marcha das Mulheres Negras contra o racismo, a violência e o bem viver. Diversas atividades estão acontecendo no País inteiro com o objetivo de dar visibilidade aos problemas enfrentados pelas mulheres negras. Mas por que marcham as mulheres negras?

Marchamos para dar cor e visibilidade a um lugar de inferioridade, imposto a 49 milhões de mulheres, lugar desde sempre naturalizado e considerado como normal, incorporado em mentes, corações, oportunidades e impossibilidades mil. Um lugar de silêncio e dor partilhado em coletivo, desde os navios negreiros, nas senzalas, nas plantações, na casa grande, em alcovas de violações, nas separações dos queridos, filhos, pai, mãe, irmãos e amados.


Somos uma maioria das mulheres que vivem em condições de moradias indignas, em favelas, onde o perfil dos domicílios brasileiros aponta para o abismo social que ainda persiste entre brancos e negros no Brasil. Dois terços das casas presentes nestas regiões são chefiadas por homens ou mulheres negros; desses, a maioria são de mulheres sem cônjuges e com filhos.

Enquanto o desemprego atinge 5,3% dos homens brancos, entre os negros, o índice chega a 6,6%. Entre as mulheres, a diferença é ainda maior. Entre as brancas, o desemprego é de 9,2%; entre as mulheres negras, ultrapassa os 12%.

A violência se perpetua fazendo com que hoje sejam as mulheres negras, aquelas que mais sentem inseguras. Dados do IBGE que mostram que as mulheres negras, quando comparadas com outros segmentos da população, são as que se sentem mais inseguras em todos os ambientes, até em suas casas. A população negra é vítima de agressão em maior proporção que a população branca – seja homem ou mulher.

Marchamos contra as condições desiguais herdadas, contra a falta de políticas de saúde que, por razões sociais e de descriminação, faz com que sejam as mulheres negras as que menos acessam aos serviços de saúde de qualidade, a atenção ginecológica, obstétrica, têm mais riscos de contrair e morrer de determinadas doenças.

São tantas as razões para marchar que é preciso começar de algum lugar e podemos dizer que começamos desde muitos anos, desde as lutas mais antigas, desde as resistências mais diversas, da afirmação das crenças, das sabedorias milenares, da fé e religião muitas vezes escondida e negada, das intelectuais negras que não aparecem nas referências bibliográficas, das atrizes de papéis secundários, das grandes escritoras desconhecidas, das poetas e cantoras negras que denunciam com seu canto a luta de tantas outras.

Por isso, em novembro, quando realizarmos a Marcha Nacional das Mulheres Negras, apenas se estará dando cor e corpo a uma marcha que começou há mais de 300 anos contra o racismo, a violência e pelo viver.

*Integrante do Comitê Ceará da Marcha das Mulheres Negras