Depois de oito meses, volta a chover em Altaneira



CALÇADÃO DO MUNICÍPIO - FOTO (GILSON ALVES)
Depois de oito meses, finalmente choveu no município de Altaneira na madrugada de hoje, dia 30. Não foi uma chuva de grandes proporções, mas o bastante para conseguir animar os criadores de gado e agricultores que estão enfrentando enormes dificuldades para alimentar seus animais e para a prática da plantação.

È importante lembrar que o Estado do Ceará enfrenta uma das piores secas dos últimos 30 anos, fato que fez com que Governador do Estado, Cid Gomes (PSB) decretasse estado de calamidade pública na última terça – feira (20). O Ceará possui 184 municípios e desse número, 174 estão nessa situação emergencial.

Segundo dados da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos - FUNCEME,  choveu em vinte e sete (27) municípios do Estado. A pequena chuva em Altaneira amenizou o calor e o tempo permanece nublado.

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia - INMET, o tempo no município para hoje é na condição de nublado para parcialmente nublado com chuvas isoladas com mínima de 20º e máxima de 36º. 

Vento: fracos/moderados
Direção do vento: E-N
Unidade Relativa: 70%
Precipitação Total: 57mm



Carta a um amigo de esquerda*


IMAGEM ILUSTRATIVA


Meus ancestrais vieram de lugares remotos da Europa Oriental. Tinham uma cultura rica em observações da vida, plasmadas com frequência em ditados. Um deles, no idioma ídish, diz o seguinte: "Iberguekumene tsores iz gut tsu dertseiln" (aflições superadas são boas de contar). Lembrar a luta contra a ditadura não deixa de ser uma catarse.

Os felizes são curiosos. Os infelizes já sabem demais.
(Álvaro Moreyra)

Meu querido companheiro de viagem,

Não sei se você se lembra. Corriam os anos 70 e eu andava revoltado com alguns anúncios classificados, onde profissionais portugueses altamente qualificados se ofereciam para trabalhar no Brasil. Fugiam das colônias africanas, que se libertavam da tirania colonial. Tinham recebido instrução técnica em Moçambique e Angola, sem pagar nada, e, quando tiveram que retribuir, saltaram do barco. Rabisquei alguns textos, mas você, sabiamente, me sugeriu uma trincheira diferente. Foi aí que começamos a trabalhar juntos no jornal Movimento. As reuniões de pauta eram num prédio decadente da Lapa, ela mesma um bairro degradado. Escrevi alguns artigos, sempre sob pseudônimo. Uma entrevista com o general Pery Bevilacqua, militar legalista na época do Jango e que defendia a convocação de uma Assembleia Constituinte, foi integralmente censurada. Tempos duros, tempos de resistência, tempos de busca.

Depois deste início, nos esbarramos muitas vezes. Às vezes, na correria, cheirando gás lacrimogêneo (experiência que não recomendo a ninguém). Outras, com a alma lavada. A volta de Luiz Carlos Prestes do exílio, num Galeão abarrotado, lambeu nossas feridas. Sem equipamento de som, o Cavaleiro da Esperança discursou e suas palavras eram repetidas pela multidão. A História estava ali. Mais tarde, aprendi que é preciso ter muito cuidado com o excesso de reverência às personalidades fortes. Em política, isso causa estragos graves. Faz a gente deixar de pensar.

O que nos unia era o inimigo comum: a ditadura. Surgiram palavras de ordem unificadoras, que deram liga a um grande movimento de massas que derrotou, finalmente, a caserna fascistizada. Quem acreditou na luta armada, foi massacrado. A partir de 1985, com o restabelecimento de alguns direitos, cada macaco procurou seu galho. Depois de mais de duas décadas, as esquerdas podiam aparecer a céu aberto. Aí, meu velho, é como diz o ditado: quem tem opção, tem aflição. O mercado ideológico ampliou a oferta e nossos caminhos se afastaram.

Você foi ativo na construção do PT. Acreditou que, finalmente, o Brasil estava construindo um grande partido socialista de massas, com raízes na vanguarda da classe operária, nas teses da Teologia da Libertação e na experiência dos exilados que voltavam. Os primeiros documentos afirmavam essa vontade e o compromisso com a ultrapassagem do capitalismo. Havia um entusiasmo legítimo com aquela novidade, mas eu não gostava especialmente de um aspecto: a impressão que tentavam passar de que a História começava naquele momento, como se nunca antes nesse país tivesse havido partidos de esquerda, lutas sociais, organização das massas. Botei o pé em outra estrada.

Teu partido chegou ao Planalto, mas aí os tempos e as propostas já eram outros. O projeto socialista foi banido. Em seu lugar, uma tentativa burocrático-administrativa de gerenciar o capitalismo, que implicava em promiscuidade com a classe dominante e renúncia à organização política das massas. Ressurgiu das cinzas um mal-disfarçado culto à personalidade, de triste memória para a esquerda. Adaptou-se ao modus operandi do capital, quem sabe numa tentativa – a meu ver ingênua – de miná-lo por dentro. Faz lembrar, com as devidas e importantes ressalvas, o Partido Comunista Italiano. Maior PC do Ocidente por muitos anos, adernou tanto ao centro que ... desapareceu.

Meus ancestrais vieram de lugares remotos da Europa Oriental. Tinham uma cultura rica em observações da vida, plasmadas com frequência em ditados. Um deles, no idioma ídish, diz o seguinte: Iberguekumene tsores iz gut tsu dertseiln (aflições superadas são boas de contar). Lembrar a luta contra a ditadura não deixa de ser uma catarse. Continuamos lutando por um mundo mais justo e fraterno, mas, à diferença dos idos de março, percebemos o caminho de forma bem diferente. Resta-nos a memória comum e a certeza de que estaremos, em algum momento, em trincheiras comuns. É como dizia o Millôr Fernandes, num de seus célebres Hai-Kais: Fiquei bom da vista! / Depressa, / Um oculista!.

* Por Jacques Gruman

Créditos: Carta Maior

Será lançado hoje livro que aborda mais um capítulo da história do PCdoB


Luiz Manfredini (comunista e escritor)



Com 100 perfis distribuídos em 260 páginas, resultado de 40 entrevistas presenciais e mais de 60 depoimentos enviados por escrito, somados ao esforço de comprometidos companheiros, será lançada, nesta quinta-feira (29), na Câmara Municipal de São Paulo, após sessão solene em homenagem aos centenários de nascimento de João Amazonas e Mauricio Grabois, a obra Vidas, veredas: paixão, de autoria do comunista e escritor paranaense Luiz Manfredini.

Segundo Manfredini, o livro se configura numa possibilidade de prospectar a história de figuras importantes para o PCdoB. 


“O resgate destes perfis, com certo grau de profundidade, joga um papel importante no resgate de um capítulo da história e coloca para a sociedade, de um modo geral, os caminhos trilhados pelo PCdoB e as circunstâncias em que seus militantes atuaram, especialmente, nas circunstâncias dramáticas da ditadura.”

O autor explica que “uma das singularidades do livro é sua abordagem, pois oferece aos seus leitores uma abordagem das vivências individuais, dos dramas e tragédias de homens e mulheres comuns cuja entrega à luta por liberdade e justiça social as tornou incomuns. Tal abordagem não seria possível senão numa narrativa entre o jornalismo e a literatura”.

“Eles representam a construção do Partido e do seu pensamento político. Amazonas e Grabois foram figuras essenciais em toda a trajetória do PCdoB, sobretudo em dois momentos: na Conferência da Mantiqueira, em 1943, e na reorganização, em 1962. Desde que ingressaram ao Partido, por volta de 1935, essas duas personalidades tiveram um peso enorme na trajetória do PCdoB.”

Segundo ele, Grabois e Amazonas são personalidades que o Partido, especialmente sua militância, deve se debruçar tanto em seus pensamentos como nas suas histórias de vida. E reafirmou: “não há como falar da história do PCdoB sem falar na trajetória de João Amazonas, Maurício Grabois e Pedro Pomar. Desse modo, todos os que compõem o PCdoB devem se debruçar sobre a história dessas figuras”.




Créditos: Portal Vermelho


Regulação da mídia: o ruim sempre pode piorar


IMAGEM ILUSTRATIVA


Em pleno século 21, na contramão de países vizinhos e das democracias liberais consolidadas, permanecemos praticamente sem um único espaço democrático institucionalizado onde questões relativas à universalização da liberdade de expressão possam ser sequer debatidas.

Apesar do trabalho desenvolvido há décadas por pessoas e/ou entidades da sociedade civil, e apesar do inegável aumento da consciência coletiva sobre a centralidade da mídia na vida cotidiana, não tem havido resposta correspondente dos poderes da República no sentido da proposta e/ou implementação de políticas públicas que promovam a universalização do direito à comunicação em nosso país.

Ao contrário. Ações que representariam avanços relativos, muitas vezes, não são cumpridas, se descaracterizam ou se transformam em inacreditáveis recuos – alguns, com apoio em decisões do Judiciário.

São muitos os exemplos. O principal deles é certamente a própria Constituição de 1988, cuja maioria dos artigos relativos à comunicação social não logrou ser regulamentada decorridos 24 anos de sua promulgação.
Outros, não menos importantes, incluem:

- O decreto que criava o serviço de retransmissão de TV institucional (RTVIs), que foi revogado dois meses depois (2005);

- O resultado do trabalho de duas comissões criadas no âmbito do governo federal para propor uma nova regulamentação para as rádios comunitárias (GT 2003 e GTI 2005), que nunca foi levado em conta;

- O primeiro decreto sobre o modelo de TV digital (2003), que foi substituído por outro apontando para a direção inversa (2006);

- O pré-projeto que transformava a Ancine em Ancinav (2004) que nunca chegou sequer a se tornar projeto, mas seus opositores foram contemplados com a criação do Fundo Setorial do Audiovisual (2006) e, mais recentemente, com a polêmica Lei 12.485/2011;

- As diretrizes originais para a comunicação constantes da primeira versão do III Programa Nacional de Direitos Humanos, PNDH3 (2009) foram alteradas menos de cinco meses depois por novo decreto (2010): excluíram-se as eventuais penalidades previstas no caso de desrespeito às regras definidas; e exclui-se a proposta de elaboração de “critérios de acompanhamento editorial” para a criação de um ranking nacional de veículos de comunicação.

- A convocação e realização da 1ª Confecom – Conferência Nacional de Comunicação, que produziu mais de 600 propostas que jamais saíram do papel (2009);

- Os três decretos que finalmente geraram um anteprojeto de marco regulatório para a comunicação eletrônica (2005, 2006 e 2010) que nunca se tornou público.


Créditos: Carta Maior

Moradores de Altaneira indignados cobram explicações da Cagece por constantes falta de água


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Sem mais o que fazer a não ser cobrar explicações do órgão responsável pela manutenção dos serviços de distribuição de água e, esperar pela chegada desta, os moradores do município de Altaneira já entrou no terceiro dia consecutivo sem que caia um pingo de água nas torneiras residenciais.

Não há água sequer para as necessidades mais primordiais, como para a alimentação e higiene pessoal, disseram alguns moradores do conjunto novo, das ruas José Pio de Oliveira e João Barbosa de Oliveira. “O pior de tudo, é que a conta de água não falha”, afirmaram esses moradores que estão indignados com a falta de explicações da Cagece a esse respeito.

Essa situação não é nova, todo ano se repete. O que leva a afirmação de que os serviços prestados pela cagece são de péssima qualidade, tão pouco é por falta de água no açude valério, mais conhecido como pageú que abastece o município. Segundo explicações do próprio Secretário de Agricultura e Meio Ambiente, Ceza Cristovão, ontem no Notícias em Destaque, esse açude ainda suporta mais três anos de seca.




Laboratório de Estudos Africanos


IMAGEM ILUSTRATIVA


O Laboratório de Estudos Africanos (LeÁfrica) propõe a constituir-se num espaço acadêmico, situado no Departamento de História do IFCS-UFRJ, dedicado ao ensino, pesquisa e atividades de extensão sobre temas relacionados às sociedades africanas, em sua história e nas diversas expressões de sua cultura.

È importante destacar que o mesmo é coordenado pelos professores Dr. Silvio de Almeida Carvalho Filho e Dr.ª Mônica Lima, pretende, ainda, contribuir para as discussões sobre as formas como esses mesmos temas vem sendo pensados nas universidades e instituições acadêmicas dessa área no Brasil, a partir de diferentes campos de estudo.

Ressalte-se ainda que para atingir as finalidades acima descritas há a realização, mensalmente, de atividades ligadas ao debate da história do continente africano a partir de dois projetos: AfroCine, com a exibição de filmes e documetários produzidos em África seguido do debate de pesquisadores sobre o assunto, e o EncontrÁfrica, encontros bimestrais com palestrantes das mais variadas áreas, enfatizando assim os estudos interdisciplinares no campo de pesquisa em África.


Créditos: Café História

Tarrafas - CE: Prefeita, vice e vereador eleitos têm registros cassados



PREFEITA LUCINEIDE BATISTA DE OLIVEIRA(PSB)



A prefeita eleita de Tarrafas, Lucineide Batista de Oliveira, a Lucinha (PSB), teve seu registro de candidatura cassado pelo juiz da 18ª Zona Eleitoral, José Mauro Lima Feitosa. Além de Lucinha, perderam o registro o vice-prefeito eleito, Francisco Alves de Oliveira, o Nem Alves (PSDB), e o vereador, também eleito, Alceu Rodrigues de Sousa, o Neto do Chiquinho (PSDB).

Os candidatos eleitos tiveram os registros cassados pelo entendimento de que cometeram crime eleitoral previsto no Art. 41 A, da Lei Eleitoral 9.504/97. Além disso, a justiça condenou os sentenciados ao pagamento de multa de 1.000 (hum mil) UFIR.

A Ação de Investigação Eleitoral, proposta pela Coligação “Unidos Por Uma Tarrafas Melhor”, composta por PT e PMDB, recebeu, ainda, parecer favorável do Ministério Público do Eleitoral, através do promotor Edgar Jurema de Medeiros, que se disse convencido de que houve doação de tijolos e telhas para eleitores, o que caracteriza uma captação ilícita de sufrágio.

A prefeita eleita, agora cassada, responde ainda a outra Ação de Investigação, onde foram aprendidos pela Polícia Federal 120 vales distribuídos a eleitores, em nome da então candidata, para a doação de tijolos, telhas e cimento.

O juiz José Mauro Lima Feitosa, com base no Art. 224 do Código Eleitoral, determinou ainda, a realização de nova eleição num prazo de 40 dias.

Para entender

Ainda na campanha, no mês de setembro, Maria Aucioneide, irmã do candidato da oposição, o petista Neto Alcântara, foi agredida por fotografar o transporte de tijolos feitos por uma D-20 no Sítio Oitis, zona rural do Município. O material seria distribuído a eleitores.




No mês de setembro uma D-20 foi flagrada fazendo o transporte de tijolos no Sítio Oitis, zona rural de Tarrafas. O material seria distribuído a eleitores. (Foto: Eri Menezes)

Lucinha acabou ganhando a eleição por uma margem apertada; foi acusada de promover excesso na comemoração e, segundo informações, seus correligionários teriam desfilado pela cidade com um caixão, sob o comando da atual prefeita Antônia Simeão Lopes, a Teca Lopes (PSB). E, agora, a justiça julgou procedente a ação movida pela coligação opositora.


Na comemoração da vitória, correligionários desfilaram pela cidade com um caixão, sob o comando da atual prefeita Antônia Simeão Lopes, a Teca Lopes (PSB). (Foto: Alex Lêu)

Certeza da impunidade

O grande problema é que os crimes eram cometidos com tanta certeza da impunidade que os autores, sequer, escondiam o delito. E, aí, entra a persistência da irmã do candidato Neto Alcântara, que seguiu a D-20, fotografou e mesmo agredida denunciou.

Agora, é importante ressaltar que a atitude de Aucioneide foi corajosa, mas não deve ser imitada. Ela arriscou a própria vida e a coisa poderia ter tido outro desfecho. O correto é pedir ajuda policial para fazer o flagrante.

Como lição aos que insistem no ilícito, ficam as palavras da procuradora do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), Leilane Feitosa, durante encontro do órgão com os prefeitos eleitos e reeleitos, inclusive, com a presença da prefeita cassada, de que o “Brasil está mudando”.




Créditos: Acecci