Para entender o julgamento do "mensalão"

    Fábio Konder Comparato - Autor do Artigo



Ao se encerrar o processo penal de maior repercussão pública dos últimos anos, é preciso dele tirar as necessárias conclusões ético-políticas.

Comecemos por focalizar aquilo que representa o nervo central da vida humana em sociedade, ou seja, o poder.

No Brasil, a esfera do poder sempre se apresentou dividida em dois níveis, um oficial e outro não-oficial, sendo o último encoberto pelo primeiro.

O nível oficial de poder aparece com destaque, e é exibido a todos como prova de nosso avanço político. A Constituição, por exemplo, declara solenemente que todo poder emana do povo. Quem meditar, porém, nem que seja um instante, sobre a realidade brasileira, percebe claramente que o povo é, e sempre foi, mero figurante no teatro político.

Ainda no escalão oficial, e com grande visibilidade, atuam os órgãos clássicos do Estado: o Executivo, o Legislativo, o Judiciário e outros órgãos auxiliares. Finalmente, completando esse nível oficial de poder e com a mesma visibilidade, há o conjunto de todos aqueles que militam nos partidos políticos.

Para a opinião pública e os observadores menos atentos, todo o poder político concentra-se aí.

É preciso uma boa acuidade visual para enxergar, por trás dessa fachada brilhante, um segundo nível de poder, que na realidade quase sempre suplanta o primeiro. É o grupo formado pelo grande empresariado: financeiro, industrial, comercial, de serviços e do agronegócio.

No exercício desse poder dominante (embora sempre oculto), o grande empresariado conta com alguns aliados históricos, como a corporação militar e a classe média superior. Esta, aliás, tem cada vez mais sua visão de mundo moldada pela televisão, o rádio e a grande imprensa, os quais estão, desde há muito, sob o controle de um oligopólio empresarial. Ora, a opinião – autêntica ou fabricada – da classe média conservadora sempre influenciou poderosamente a mentalidade da grande maioria dos membros do nosso Poder Judiciário.

Tentemos, agora, compreender o rumoroso caso do “mensalão”.

Ele nasceu, alimentou-se e chegou ao auge exclusivamente no nível do poder político oficial. A maioria absoluta dos réus integrava o mesmo partido político; por sinal, aquele que está no poder federal há quase dez anos. Esse partido surgiu, e permaneceu durante alguns poucos anos, como uma agremiação política de defesa dos trabalhadores contra o empresariado. Depois, em grande parte por iniciativa e sob a direção de José Dirceu, foi aos poucos procurando amancebar-se com os homens de negócio.

Os grandes empresários permaneceram aparentemente alheios ao debate do “mensalão”, embora fazendo força nos bastidores para uma condenação exemplar de todos os acusados. Essa manobra tática, como em tantas outras ocasiões, teve por objetivo desviar a atenção geral sobre a Grande Corrupção da máquina estatal, por eles, empresários, mantida constantemente em atividade magistralmente desde Pedro Álvares Cabral.

Quanto à classe média conservadora, cujas opiniões influenciam grandemente os magistrados, não foi preciso grande esforço dos meios de comunicação de massa para nela suscitar a fúria punitiva dos políticos corruptos, e para saudar o relator do processo do “mensalão” como herói nacional. É que os integrantes dessa classe, muito embora nem sempre procedam de modo honesto em suas relações com as autoridades – bastando citar a compra de facilidades na obtenção de licenças de toda sorte, com ou sem despachante; ou a não-declaração de rendimentos ao Fisco –, sempre esteve convencida de que a desonestidade pecuniária dos políticos é muito pior para o povo do que a exploração empresarial dos trabalhadores e dos consumidores.

E o Judiciário nisso tudo?
Sabe-se, tradicionalmente, que nesta terra somente são condenados os 3 Ps: pretos, pobres e prostitutas. Agora, ao que parece, estas últimas (sobretudo na high society) passaram a ser substituídas pelos políticos, de modo a conservar o mesmo sistema de letra inicial.

Pouco se indaga, porém, sobre a razão pela qual um “mensalão” anterior ao do PT, e que serviu de inspiração para este, orquestrado em outro partido político (por coincidência, seu atual opositor ferrenho), ainda não tenha sido julgado, nem parece que irá sê-lo às vésperas das próximas eleições. Da mesma forma, não causou comoção, à época, o fato de que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tivesse sido publicamente acusado de haver comprado a aprovação da sua reeleição no Congresso por emenda constitucional, e a digna Procuradoria-Geral da República permanecesse muda e queda.

Tampouco houve o menor esboço de revolta popular diante da criminosa façanha de privatização de empresas estatais, sob a presidência de Fernando Henrique Cardoso. As poucas ações intentadas contra esse gravíssimo atentado ao patrimônio nacional, em particular a ação popular visando a anular a venda da Vale do Rio Doce na bacia das almas, jamais chegaram a ser julgadas definitivamente pelo Poder Judiciário.

Mas aí vem a pergunta indiscreta: – E os grandes empresários? Bem, estes parecem merecer especial desvelo por parte dos magistrados.

Ainda recentemente, a condenação em primeira instância por vários crimes econômicos de um desses privilegiados, provocou o imediato afastamento do Chefe da Polícia Federal, e a concessão de habeas-corpus diretamente pelo presidente do Supremo Tribunal, saltando por cima de todas as instâncias intermediárias.

Estranho também, para dizer o mínimo, o caso do ex-presidente Fernando Collor. Seu impeachment foi decidido por “atentado à dignidade do cargo” (entenda-se, a organização de uma empresa de corrupção pelo seu fac-totum, Paulo Cezar Farias). Alguns “contribuintes” para a caixinha presidencial, entrevistados na televisão, declararam candidamente terem sido constrangidos a pagar, para obter decisões governamentais que estimavam lícitas, em seu favor. E o Supremo Tribunal Federal, aí sim, chamado a decidir, não vislumbrou crime algum no episódio.

Vou mais além. Alguns Ministros do Supremo Tribunal Federal, ao votarem no processo do “mensalão”, declararam que os crimes aí denunciados eram “gravíssimos”. Ora, os mesmos Ministros que assim se pronunciaram, chamados a votar no processo da lei de anistia, não consideraram como dotados da mesma gravidade os crimes de terrorismo praticados pelos agentes da repressão, durante o regime empresarial-militar: a saber, a sistemática tortura de presos políticos, muitas vezes até à morte, ou a execução sumária de opositores ao regime, com o esquartejamento e a ocultação dos cadáveres.

Com efeito, ao julgar em abril de 2010 a ação intentada pelo Conselho Federal da OAB, para que fosse reinterpretada, à luz da nova Constituição e do sistema internacional de direitos humanos, a lei de anistia de 1979, o mesmo Supremo Tribunal, por ampla maioria, decidiu que fora válido aquele apagamento dos crimes de terrorismo de Estado, estabelecido como condição para que a corporação militar abrisse mão do poder supremo. O severíssimo relator do “mensalão”, alegando doença, não compareceu às duas sessões de julgamento.

Pois bem, foi preciso, para vergonha nossa, que alguns meses depois a Corte Interamericana de Direitos Humanos reabrisse a discussão sobre a matéria, e julgasse insustentável essa decisão do nosso mais alto tribunal.

Na verdade, o que poucos entendem – mesmo no meio jurídico – é que o julgamento de casos com importante componente político ou religioso não se faz por meio do puro silogismo jurídico tradicional: a interpretação das normas jurídicas pertinentes ao caso, como premissa maior; o exame dos fatos, como premissa menor, seguindo logicamente a conclusão.

O procedimento mental costuma ser bem outro. De imediato, em casos que tais, salvo raras e honrosas exceções, os juízes fazem interiormente um pré-julgamento, em função de sua mentalidade própria ou visão de mundo; vale dizer, de suas preferências valorativas, crenças, opiniões, ou até mesmo preconceitos. É só num segundo momento, por razões de protocolo, que entra em jogo o raciocínio jurídico-formal. E aí, quando se trata de um colegiado julgador, a discussão do caso pelos seus integrantes costuma assumir toda a confusão de um diálogo de surdos.

Foi o que sucedeu no julgamento do “mensalão”.

Fonte: Carta Maior

Saudações aos mestres professores



Igualdade de gênero na política de Altaneira ainda é pouco significativa

QUADRO DEMONSTRATIVO DOS ELEITOS PARA COMPOR
O LEGISLATIVO MUNICIPAL 2013/2016

A representatividade feminina nas câmaras municipais do País ainda é pouco significativa. Nas eleições municipais de 2008, das 09 (nove) cadeiras disponíveis em Altaneira, apenas 01 (uma) foi ocupada por mulher. No pleito deste ano, levando em consideração a mesma quantidade disponível, foram ocupadas por mulheres três assentos, ou seja, 33,3%.

No processo eleitoral desse ano em Altaneira sete mulheres disputaram uma das nove cadeiras no legislativo.  Esse número é muito inferior se for analisar a quantidade de homens que disputavam o mesmo cargo político, 11 (onze).  Na disputa pelo executivo municipal nenhum dos cargos, a saber, prefeito e vice, teve representatividade feminina.

Em 2008, o grupo de oposição que hoje administra o município entrou com a Dr. Magdala como vice, tendo como cabeça de chapa o empresário Delvamberto Soares (PSB). A campanha ganhou muita adesão de várias classes sociais, mas não obteve o êxito vindo a serem derrotados por Antonio Dorival de Oliveira (PSDB), reeleito. Esse mesmo gestor veio a ter o mandato cassado em 2010.

Em 2011 com as eleições suplementares teve-se mais uma representante feminina e desta vez como cabeça de chapa, tendo o farmacêutico Jackson como candidato a vice. Aqui, a classe feminina teve a Dr. Adreia (DEM), esposa de José David que em 2004 como oposição  perdeu as eleições para o grupo político que direta ou indiretamente vinha se perpetuando no poder, como representante. Hoje, não se sabe ao certo ao qual grupo ele se encaixa, uma vez que na recente disputa eleitoral não fez campanha para nenhum das duas coligações.

Retornando ao que é foco, vale dizer que também aqui a classe feminina foi derrotada e, com ressalva. A Dr. Andreia não conseguiu a mesma adesão do eleitorado que a Dr. Magdala. A situação com poucos meses de administração do então prefeito em exercício, o presidente da Câmara, Raimundim da Mota, aplicou a maior diferença de votos desde a emancipação do município (1958), a saber, 903 votos, dando a Delvamberto e Dedé Pio, ambos do PSB, o comando da cidade pela vontade popular nas eleições suplementares. Era a primeira vez que o grupo que passou toda a vida política sendo oposição iria governar Altaneira.

Conclui-se que o espaço na política partidária em todo o Brasil para as mulheres ainda é pouco significativo, principalmente em Altaneira. Em dezembro do corrente o município supracitado completará 54 (cinquenta e quatro) ano de emancipação. Nessas cinco décadas não teve nenhuma mulher como Prefeita. Tal fato permite a afirmativa de que o ritmo em prol da igualdade de gênero caminha a passos de tartaruga. Para se ter uma ideia desse contexto, vale salientar as palavras do demógrafo José Eustáquio Diniz Alves, da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE/IBGE). Segundo ele, o ritmo é lento e, caso se mantenha, fará com que o Brasil atinja a paridade de gênero em espaços de poder municipais somente daqui a 148 anos. O Global Gender Gap Report, publicado em 2011, coloca o Brasil como o país com a maior desigualdade de gênero na política da América do Sul, ocupando o 87º lugar no ranking geral e a 114ª posição em representatividade política.

EDUCAR É, ANTES DE TUDO, CONSCIENTIZAR

Morgana Gazel - Escritora 


Isto significa que conscientizar se insere em todo o processo educativo. Vejamos. Proponho que educar é envidar ações que levem o educando a tomar conhecimento e fazer uso das condutas necessárias a seu desenvolvimento físico; a reconhecer seus padrões construtivos e destrutivos e a lidar com eles de modo adequado; a distinguir seu papel nas relações interpessoais; a se tornar ciente de seus direitos e deveres no âmbito social; a perceber que o aprendizado intelectual é um instrumento imprescindível à aquisição da liberdade de pensar e da capacidade de fazer escolhas adequadas; por último, a se dedicar a este aprendizado.

Esta concepção de educar é apenas um detalhamento baseado numa definição do Aurélio, que diz: Educação é o processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral da criança e do ser humano em geral, visando à sua melhor integração individual e social.

Se atentarmos cuidadosamente no que proponho como objetivos das ações educativas, veremos que a família tem um papel preponderante na consecução deles. Somente os dois últimos exigem a participação da escola, embora ela deva contribuir para que os demais sejam igualmente alcançados.

Ora, os pais, em sua maioria, não têm condições de cumprir todos os requisitos referentes a seu papel de educadores, pois não foram suficientemente educados. Se o filho bate em outra criança, eles se mostram compreensivos, caso contrário ficam furiosos. À noite, horário em que geralmente os membros da família têm oportunidade de interagir, uns se ocupam assistindo à TV, outros no computador. E assim segue a vida.

Se a criança chega à escola com pouca ou nenhuma educação doméstica, terá grande dificuldade de se adaptar ao novo ambiente, principalmente porque grande parte dos professores não está preparada para lidar com aluno difícil. É bom lembrar que os docentes podem também ter tido uma família incapaz de exercer satisfatoriamente o dever de educar. A coisa toda se complica ainda mais, quando um deles toma uma medida, às vezes correta, com a finalidade de corrigir uma conduta deseducada, e os pais do aluno em questão revoltam-se e o agridem. O prejuízo do professor será apenas o mal-estar, o do aluno será provavelmente jamais se tornar um verdadeiro cidadão.

Os efeitos das falhas no processo educativo alastram-se em toda a sociedade, vai até nossos governantes; muitos deles certamente vieram de lares e escolas que falharam neste aspecto. Como consequência, chafurdam no exercício da não cidadania e, portanto, não têm nenhum interesse em mudar tal situação.

Que fazer então diante desta realidade? Você deve estar perguntando-se, caso tenha tido a sorte de ser educado adequadamente. Difícil responder. Mas tenho sido assaltada por um sonho louco, no qual todos os verdadeiros cidadãos contribuem de alguma forma para educar pelo menos uma pessoa fora de sua família. No futuro deste sonho, nossos bisnetos são os pais, e o mundo é um lugar bem melhor de se viver.

*Artigo da Escritora Morgana Gazel / autora do romance Enseada do Segredo
Fonte: portal. Comunique - se

O sagrado e profano se misturam nos festejos a padroeira de Altaneira

MOMENTO DA DERRUBADA DO PAU DA BANDEIRA NO SÍTIO URUBU
FOTO (HUMBERTO)


O Município de Altaneira, localizado na microrregião serrana de Caririaçu e na Região do Cariri possui, segundo os últimos dados do censo em 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE, uma população equivalente a 6. 821 habitantes e veio a ganhar autonomia política e administrativamente no dia 18 de dezembro de 1958 segundo a historiografia contada pelas elites da época e ainda hoje reinante.

Diante disso o Governo Municipal em parceria com a Secretaria de Cultura, Desporto e Turismo realizam todos os anos um evento que combina sagrado com o profano a começar da própria denominação do mesmo. Para a população como um todo recebe o nome de FESTA DE OUTUBRO. Já para os do gueto religioso o intitula de  FETA DE SANTA TEREZA D’ÁVILA.  

Tradicionalmente as festividades tem início em 06 (seis) e tem finalidade em 15 (quinze) do corrente. Toda via, em virtude das eleições municipais, onde o processo de votação se deu no dia 07 (sete), o festejo está programado para ter início hoje à noite (12) com novenas e shows de bandas, vindo a ter desfecho no próximo dia 20 (vinte).

Hoje a tarde ocorre a tradicional busca, levantamento e fixação do pau da bandeira em frente à Igreja Matrix. No ensejo, diversas pessoas, religiosas e praticantes do catolicismo ou não se reúnem para tal propósito.

Fique por dentro dos shows que ocorre durante esses oito dias de programação:
12/10 - Moleca 100 Vergonha e Fabio Carneirinho;
13/10 - Seresta Baile com o Fenômeno Dedé Moral;
14/10 - Caninana do Forró e Cícero Bodim
15/10 - ARTISTAS DA TERRA;
16/10 - Zezo e Banda, Maurício Patrocínio e Forró Dakele Jeito;
17/10 - SHOW DAS CRIANÇAS;
18/10 - Fran & Félix e Solteirões do Forró;
19/10 - Noite da Jovem Guarda - TREPIDANT'S e Banda Arquivo Revivendo os anos 60;
20/10 - Forro Bota Pra Moer & João Bandeira Jr. - Ytalo e Maciel e Forró Boca a Boca.

Câmara de Altaneira terá nova configuração: Serão cinco novatos

PLENÁRIO - FOTO DE ARQUIVO


A população de Altaneira conheceu na noite do último domingo, sete (07), os novos nomes que irão compor o Poder Legislativo Municipal.

Eram dezoito nomes disputando nove vagas. Desde número, a situação formada pela coligação Altaneira de Todos apresentava dez candidatos, enquanto que a oposição composta pela coligação Melhor para Todos disponibilizou oito nomes.

Dos atuais nove assentos na Câmara a administração possui cinco vereadores que lhe dão sustentáculo. Desse número quatro foram para a reeleição. Apenas o Vereador Devaldo Nogueira optou não disputar um novo mandato. Fato semelhante ocorreu como os parlamentares que fazem oposição a gestão do prefeito reeleito Delvamberto Soares (PSB). Uma vez que Zé Fernandes (PSDB) também preferiu não se lançar a uma nova legislatura.

Disputavam pela coligação Altaneira de Todos os atuais Vereadores Deza Sores, Lélia de Oliveira, Flávio Correia, todos do PCdoB, além de Raimundinho da Mota (PRB), atual presidente do legislativo. Concorria pela primeira vez pela PRB o Jovem Edezyo Jalled, o Ex – secretário de Infraestrutura, Antonio Leite e, Antonio Nevoeiro. O PCdoB apresentava a Professora Francisca Maurício e o PSB veio com duas Ex – primeira dama, Alice Gonçalves e Robercivânia.

Do lado oposicionista era novata na disputa a professora Zuleide e Celiete, ambas do PSDB, assim como o professor Gilson (PSL), Francisco Ponciano (PV), além de Fátima Teixeira que tentava retornar a casa legislativa pela PTB. Buscavam reeleição o Professor Adeilton (PP), Genival Ponciano (PTB) e Antonio Henrique (PV).

Vale frisar que apenas os vereadores Flávio Correia, Raimundinho da Mota e Antonio Henrique não conseguiram renovar seus mandatos. Dessa forma, a Câmara terá a partir de janeiro de 2012 cinco novatos, são eles: o Professor Gilson (PSL) e a Professora Zuleide (PSDB), esses fazendo parte da base oposicionista ao governo municipal. Os que fazem parte da base aliada ao prefeito são o Jovem Edezyo, Antonio Leite, esses do PRB e Alice (PSB).

Em análise bem simplista dos resultados, pode-se observar que mudou a configuração nominal, mas permanecerá o mesmo cenário, uma vez ambas as partes (Situação x Oposição) terá a mesma quantidade de vereadores que o momento apresenta cinco e quatro, respetivamente.

Dessa forma resta apenas acompanhar como os cinco novos vereadores em conjunto com os que já possuem assento e renovaram seus mandatos irão se comportar a partir de janeiro.

O Professor Adeilton consegue pela segunda vez seguida ser o vereador mais bem votado. Destaque ainda para o comunista Deza Soares que mesmo disputando o quarto mandato conseguiu ser o segundo mais bem colocado.

Confira os eleitos e a quantidade de votos obtidos segundo os dados do TRE/CE:

1º. Professor Adeilton (PP) – 587 ou 12, 59%
2º. Deza Soares (PCdoB) – 424 ou 9,09%
3º. Alice (PSB) – 411 ou 8,82%
4º. Antonio Leite (PRB) – 404 ou 8,67%
5º. Edezyo (PRB) – 346 ou 7,42%
6º. Genival (PTB) – 316 ou 6,78%
7º. Lélia (PCdoB) – 306 ou 6,56%
8º. Zuleide (PSDB) – 295 ou 6,33%
9º. Professor Gilson (PSL) – 287 ou 6,16%

Vereadores mais votados em Altaneira fazem agradecimentos ao eleitorado

GRUPO JOVENS POLITIZADOS


Os vereadores que obtiveram as maiores votações no último domingo, sete (07) se utilizaram das redes sociais na tarde de ontem para realizarem comentários sobre o processo eleitoral e principalmente fazer agradecimentos pelos votos recebidos.

Os dois primeiros colocados, por exemplo, são também os mais atuantes no legislativo, com diversas matérias importantes para o município, a saber:  Deza Soares (PCdoB) e o Professor Adeilton (PP).

Na ordem de votação, houve a troca. Deza Soares Sores (PCdoB) tem sido até o momento o parlamentar que mais apresentou matérias no plenário. O comunista é o que mais tem projetos aprovados na casa, assim também o que possui o índice de rejeição de requerimentos, dentre outras matérias. Vale salientar que as rejeições são, na sua grande maioria, da época em que ele fazia parte da base oposicionista as administrações passadas. O referido edis obteve nessa busca pelo quarto mandato, a segunda colocação com 9,09% do votos, o que equivale a quatrocentos e vinte e quatro votos (424).

O Professor Adeilton (PP) vem ganhando destaque no plenário, principalmente quando saiu da condição da base aliada a administração, fato ocorrido com a cassação do gestor Antonio Dorival (PSDB) e, se tornou o líder da bancada da oposição na casa. Durante todo esse tempo, pouco mais de nove meses, vem se tornando a principal referência do grupo oposicionista. Adeilton conseguiu se tornar o vereador mais bem votado por duas eleições consecutivas, obtendo esse ano 12,59% da preferência do eleitorado ou quinhentos e oitenta e sete votos (587).

Confira os agradecimentos dos dois parlamentares reeleitos feito nos dois grupos criados na rede social facebook, o JOVENS POLITIZADOS e em A POLÍTICA DE ALTANEIRA:

Professor Adeilton: “Quero agradecer a todos que contribuiram de qualquer forma com nossa campanha vitoriosa, de forma espedial aos 587 amigas e amigos que acreditam no trabalho, amizade e competencia do Professor Francisco Adeilton, 11111. Em 2008 obtivemos 415 votos e esse ano conseguimos melhorar nossa marca com muito trabalho e dedicação. Fizemos história em Altaneira, nunca antes, um mesmo Vereador tinha sido o mais votado em duas eleições consecutivas. Obrogado a todos e vamos em frente. Um abraço a todos e tem meu compromisso de não decepciona-los.”

Deza Sores: “Amigas e amigos altaneirenses, mais uma vez venho agradecer de coração, a todos vocês que contribuíram para a nossa eleição, votando no 40 (prefeito Delvamberto e vice Dede pio) e principalmente, votando no meu número 65 123, me promovendo a mais um mandato na Câmara Municipal.
De forma especial agradeço a DEUS, ao apoio da minha família e todos os amigos e amigas, que colaboraram ainda mais com a multiplicação dos meus votos, por acreditarem na minha competência e no meu trabalho frente ao poder legislativo, onde terei o compromisso de lutar ainda mais em benefício da nossa comunidade. Obrigado a todos e a todas por mais uma grande vitória. Vereador DEZA 65 123.”

Mãos ao alto: Serra quer tratar de valores

JOSÉ SERRA (PSDB)
Serra estreou a sua falta de jeito e carência programática no segundo turno da disputa municipal em SP, revelando certa afoiteza diante do vazio. Entrou no salão, cuspiu no assoalho e engatilhou a única arma de que parece dispor para superar a pior votação recebida em casa nos últimos anos.

O tucano avisou que vai usar o STF como cabo eleitoral para atacar Haddad 'na questão dos valores'. Atente-se: quem está dizendo isso chama-se José Serra. A palavra valores não lhe cai bem. Exceto, talvez, quando a quantia é mencionada, mas neste caso, Paulo Preto seria o interlocutor mais adequado, não Haddad.

Afoitezas e cifras à parte, não seria descabido indagar: ademais de obras e ações urgentes, quais valores éticos ostentados por um prefeito poderiam fazer a diferença em uma cidade como São Paulo?

O sociólogo polonês Zygmunt Bauman cunhou a palavra ' mixofobia' para descrever aquele que seria, em sua opinião, o medo típico das grandes cidades contemporâneas: a fobia de se misturar com outras pessoas. Em que medida um caráter como o de Serra contribuiria para romper essa galvanização individualista, matriz de desdobramentos políticos, sociais e culturais de gravidade presumível?

Um exemplo aleatório: na manhã do último domingo, enquanto o Brasil comparecia às urnas, um travesti era arrastado pelo carro de um provável cliente na zona Sul de São Paulo. Morreria em seguida, em consequência dos ferimentos.

Segundo a ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) foi a 86ª vítima de uma série de assassinatos de travestis registrados em todo o Brasil este ano. Em 2011, a violação de direitos humanos contra LGBTs somou 6.806 casos.

Entre as origens do fenômeno encontra-se a sensação de impunidade desfrutada em ambiente contaminado pelo ódio à diferença, irradiado ou sancionado por lideranças e figuras públicas.

A guerra é o exemplo clássico dessa dinâmica deformadora: contra inimigo, tudo. A permissividade bélica transfigura indivíduos aparentemente normais em máquinas mortíferas. Se é legítimo bombardear uma cidade inteira, por que não o seria torturar e degradar peças individuais do estoque? Abu Ghraib: o ponto dentro da curva.

Um barão do século XVIII, Montesquieu, já sinalizara que a virtude não está nos indivíduos, mas nas instituições (o que torna especialmente hipócrita, diga-se, um tribunal encenar rigor no varejo, e omitir-se diante da usina indutora de caixa 2 que é a legislação eleitoral vigente).Caçadores de pecados, auto-ungidos em guardiães dessa moral das conveniências, abundam. Do alto de seus púlpitos --ou debaixo das togas-- comandam milhões de almas desprovidas de outro abrigo de identidade, num meio social evanescente.

O pastor Silas Malafaia é um dos centuriões armados de borduna e tacape espiritual. Sua especialidade é impedir a educação para a tolerância, talvez um dos valores mais importantes para reverter a mixofobia de Baumann, da qual a matança denunciada pela ABGLT pode ser uma expressão clínica.

Malafaia, que usa gravatas de um dourado ofuscante, e lenço combinando, nem pisca. No 1º turno, twitou ordens sagradas de voto em Serra; 'contra o kit gay', comandava. O tucano não desautorizou a associação do seu nome à figura do 'caçador de kit gay'.

Não se pode responsabilizar ninguém pela loucura no seu entorno. Mas o intercurso de Serra com a intolerância extrapola a ordem unida disparada por Malafaia.

A esposa do tucano fez da caça ao aborto seu bordão de campanha na disputa presidencial de 2010 . Disse Monica Serra a um transeunte na Baixada fluminense, em 14-09-2010: "Ela (Dilma) é a favor de matar criancinhas" (Estadão). Não só. O braço direito de de Serra , Andrea Matarazzo, transformou as impiedosas rampas anti-mendigo em um dos símbolos do higienismo social adotado na fugaz passagem do tucano pela prefeitura de São Paulo, que abandonou com um ano e meio de mandato para concorrer ao governo do Estado, em 2006.

Kassab, saído da mesma cepa, vice campeão nacional em rejeição, proibiu há pouco a distribuição de comida aos moradores de rua - 'por questões de higiene'.

O conforto de Serra nessa curva reveladora não se resume à esfera dos costumes. Dentro do próprio PSDB o candidato é conhecido como uma pessoa que tem na intolerância um traço de caráter e um método político.

É esse personagem que pretende levar a discussão de 'valores' ao 2º turno em SP. Não se subestime a octnagem da mixofobia entranhada num ajuntamento de 11 milhões de pessoas que compartilham (majestático) o mesmo espaço urbano em São Paulo. Menos ainda se subestime o efeito conflitivo que uma prefeitura pautada pelos 'valores' de José Serra pode acarretar nesse ambiente.




























Com informações do Carta Maior