11 de março de 2014

O que muda em sua vida com a aprovação do Marco Civil da Internet?


Nas próximas horas, uma batalha decisiva pelos seus direitos na internet será travada no Congresso Nacional. O Marco Civil da Internet (PL 2126/2011) será votado de forma pioneira no Brasil, definindo as regras de um jogo que está sendo debatido e disputado em todo o mundo.

De onde veio isso?

Esse não é um projeto só do governo brasileiro, ele foi construído coletivamente definindo direitos e deveres dos cidadãos e empresas na internet. O enorme esforço de diversos setores da sociedade deu forma ao projeto com o maior consenso possível para a garantia dos principais direitos civis na internet.

1 - LIBERDADE DE EXPRESSÃO

O que acontece hoje?


Hoje, o que você escreve na rede pode ser eliminado sem qualquer chance de defesa. A velha e boa censura, que aterrorizou o país durante a ditadura militar, é uma prática corrente na internet, com a diferença que não é mais necessário um órgão especializado do Estado autoritário para se retirar textos, imagens, vídeos e qualquer tipo de conteúdo do ar. Basta um telefonema, ou um email de quem não queira ver o conteúdo divulgado. A falta de leis que se refiram à internet cria uma insegurança jurídica para os sites que hospedam os conteúdos e, com o receio de serem responsabilizados pelo que foi publicado pelos seus clientes como se fossem eles mesmos os responsáveis, simplesmente retiram o conteúdo do ar. Isso faz, por exemplo, com que prefeitos que não gostam de críticas ameacem processar por difamação um provedor que hospeda um blog. Ou que corporações da indústria cultural notifiquem o youtube para retirada de conteúdos que utilizem obras protegidas por direito autoral.

A Regulamentação do Marco Civil da Internet foi tema
de palestra do I Encontro de Blogueiros do Cariri, em
Altaneira.
E eu com isso?

Você pode pensar: “Mas é justo que sejam punidos difamadores ou quem o usa indevidamente obras protegidas de propriedade intelectual privada”. Talvez, mas a pergunta é: “Quem decide isso?” Quem disse que o uso era realmente indevido? Quem disse quer se tratava de difamação, e não apenas de uma crítica ou denúncia? Essa decisão não pode ser tomada unilateralmente nem pelo denunciante, nem pelo denunciado. Por isso, as democracias modernas inventaram um sistema para tentar resolver essa questão que se chama sistema judiciário, colocando a responsabilidade da decisão na mão de um juiz. Como não há lei na internet, políticos e corporações se valem do risco econômico que os sites estão sujeitos e, com simples notificações, criem uma indústria de censura automática na rede, sem respeitar qualquer processo legal, ou dar o direito de defesa a quem produziu e divulgou os conteúdos questionados. Você perde liberdade para se expressar na rede e de se informar pelo que foi censurado!


E o que muda com a aprovação do Marco Civil da Internet?

O artigo 20 do Projeto de lei 2126/2011 retira a responsabilidade dos sites sobre os conteúdos gerados por terceiros, acabando com a insegurança jurídica e com a desculpa utilizada para a censura automática.

E quem joga contra?

A pressão da Rede Globo conseguiu criar no Marco Civil uma exceção para esta regra, ao definir que, para conteúdos com direito autoral, serão tratados especificamente na Lei de Direito Autoral, o que mantém a situação atual para esses tipos de conteúdo até que a lei seja reformada. Com isso, a Globo seguirá censurando o debate acerca de sua obra na internet, mas os outros tipos de conteúdos passam a ter uma garantia legal contra a censura automática.

2 – PRIVACIDADE

O que acontece hoje?

A privacidade se transformou, literalmente, em uma mercadoria na internet. Geralmente, nos diversos serviços gratuitos que podem ser utilizados na rede, o produto a ser comercializado é o próprio internauta na forma dos seus dados mais íntimos. Plataformas como Google e Facebook utilizam suas informações pessoais, os dados gerados pelo seu comportamento, tais como buscas, avaliações positivas e negativas de conteúdos existentes e o próprio conteúdo da sua comunicação para vender para empresas interessadas no seu padrão de consumo, ou mesmo para fornecer a governos que estejam monitorando a movimentação política de seu país ou de outros. O ex-agente da NSA, Edward Snowden, revelou ao mundo que a agência de espionagem estadunidense monitorava a comunicação privada de cidadãos de forma massiva e não apenas em investigações pontuais. Snowden também revelou que a espionagem contava com a colaboração de empresas de tecnologia e infraestrutura.

E eu com isso?

A lógica da privacidade como mercadoria compromete a própria liberdade de expressão. Sem regras de proteção da privacidade, estamos vulneráveis ao humor de um Estado autoritário, vigilante e aos interesses privados das empresas. Quanto vale o acesso aos dados dos seus exames médicos? E do seu histórico contábil? Suas preferências políticas, sexuais e culturais?

E o que muda com a aprovação do Marco Civil da Internet?

O Marco Civil estabelece uma série de proteções a nossa privacidade na internet. O artigo 7 define  que as fotos e textos que você excluiu há muito tempo do Orkut e que pensa terem sido apagados com a sua saída desta rede social, finalmente terão que ser efetivamente excluídos com a aprovação da lei. O marco civil não impede a espionagem americana, mas coloca na ilegalidade a cooperação entre empresas e governos no monitoramento massivo. A lei também não impedirá Google e Facebook de venderem nossas informações, mas define que isso deve ser autorizado de forma livre, expressa e informada. Isso sim impede que as empresas de telecomunicação guardem os dados de tudo o que fazemos na rede.

E quem joga contra?

As bancadas policialescas do Congresso Nacional conseguiram a inclusão do artigo 16 ao projeto. Este artigo define o armazenamento obrigatório de tudo que se fizer em determinados sites para fins de investigação policial. Esta inclusão vai de encontro a todo espírito de proteção da privacidade ao estabelecer a vigilância em massa. Inverte o preceito constitucional da presunção de inocência, onde todos passam a ser considerados culpados até provem o contrário.

3 - NEUTRALIDADE DE REDE

O que acontece hoje?

Este é o ponto de maior polêmica entre sociedade civil e empresas de telecomunicações. Com a aprovação da neutralidade de rede como um princípio, as empresas donas dos cabos por onde trafegam os pacotes de dados ficam impedidas de favorecer esse ou aquele serviço, esse ou aquele produto no tráfego. Basicamente, todo conteúdo deve trafegar da mesma forma, com a mesma qualidade. Essa definição é importantíssima para garantir que a internet se mantenha como um meio democrático, onde todos têm as mesmas condições de falar e ganhar repercussão. Ter uma rede neutra é definir que o dono da estrada não pode definir que veículos podem andar mais rápidos e quais tem que enfrentar um congestionamento. Se nossas estradas não fossem neutras em relação a quem viaja por elas, existiriam uma larga pista para quem pagasse mais e um pista estrita para quem não tivesse dinheiro. Ou ainda a administradora da estrada poderia definir, em um acordo comercial com montadoras, que algumas marcas de automóveis passam sem pagar pedágio, enquanto as outras são obrigadas a pagar. Como não existem leis obrigando a neutralidade na rede de internet, hoje as estradas digitais são administradas de forma assimétrica por quem controla os cabos.

E eu com isso?

Sem uma rede neutra, você não tem como saber se o serviço que usa está ruim por um motivo técnico, ou por um acordo comercial que você desconhece. Você não tem como saber se o serviço de voz do Skype está ruim por que a Microsoft (dona do Skype) não paga a NET para passar os seus produtos pela rede. Sem neutralidade,  a internet pode ser vendida como uma TV a cabo e você perde dos dois lados. O seu site não será tão visto na internet quanto o de uma corporação transnacional que poderá pagar por isso. Além disso, você não encontrará os conteúdos pelos quais não puder pagar. Perde-se dos dois lados e quem controla a infraestrutura ganha dos dois lados.

E o que muda com a aprovação do Marco Civil da Internet?

O artigo 9 no marco civil diz, claramente, que a empresa de infraestrutura deverá “tratar de forma isonômica quaisquer pacotes de dados, sem distinção por conteúdo, origem e destino, serviço, terminal ou aplicação”. Ou seja, deve ser neutra em relação ao que passa nos seus cabos vendendo apenas capacidade de tráfego sem interferir no tráfego em si.

E quem joga contra?

As empresas de telecomunicação, mais conhecidas como  Vivo/Telefônica, Claro/Embratel, TIM e Oi, são as principais opositoras,  pois querem poder negociar de todos os lados do balcão e impor condições assimétricas para o consumidor. Essas empresas depositam no deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) suas esperanças de obstruir o projeto de lei que as obriga respeitar direitos civis na rede.

O QUE PODE SER FEITO?

Para fortalecer a luta em defesa de um Marco Civil da Internet, que seja capaz de estabelecer, democraticamente, princípios, direitos e deveres para o uso da Internet, ativistas e organizações da sociedade civil organizaram uma agenda intensa de mobilizações para os próximos dias:


Muito deste resultado também depende de você.


A análise é de Pedro Elkman, coordenador do Intervozes, e foi publicado originalmente no Carta Capital

10 de março de 2014

Governo Municipal de Altaneira apresenta nova Assessoria de Comunicação

Prefeito Delvamberto em evento que oficializou a
estudante Palloma Caldas como nova Assessora de
Comunicação. Foto: João Alves.
Em reunião nesta última sexta-feira, 07, na sede da Secretaria Municipal da Educação, o prefeito de Altaneira, Delvamberto Soares (Pros) apresentou e oficializou junto ao secretariado a nova composição da Assessoria de Comunicação.

Na apresentação da nova integrante, Delvamberto fez menção à importância de se investir com seriedade nesse setor. Segundo ele, a área da comunicação, principalmente em municípios de pequeno porte como Altaneira ganha um relevância muito maior. É ela que se bem feita irá permitir uma relação de transparência do pode público com nossos cidadãos contribuintes e servidores, por isso estamos investindo em mais um jovem talento de nosso município, ressaltou.

A nova integrante do grupo de comunicação, a estudante de Sistema de Informações no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará – IFCE, em Crato, Palloma Caldas em discurso de oficialização arguiu que pretende dialogar de forma constante com os órgãos desse município e que tem a intenção de abrir mais espaços para a publicidade das ações do governo, como um programa de rádio. 

Já adotamos algumas medidas emergiciais, como por exemplo um perfil no facebook com o nome “Altaneira Ações” e um e-mail assessoriadecomunicacaoalt@yahoo.com.br”, argumentou ela. Atualmente as publicações são feitas nas redes sócias, através de perfis criados no facebook e no blog intitulado Altaneira DivulgAção.

Palloma substituirá Anderson Carlos e Italo Duarte que responderam pela área durante o ano de 2013 e fará companhia a João Alves que prestará serviços de fotografia.

Já passaram também pela Assessoria de Comunicação de Altaneira o professor de Filosofia da Rede Estadual de Ensino, Fabrício Ferraz e os jovens universitários Cláudio e Givanildo Gonçalves.


9 de março de 2014

Definido 2º Entrevistado na II Edição da Altaneira em Revista

O Rancho Mandada, propriedade dos professores Fabrício Ferraz e Heloisa Bitu, situado a Rua Padre Agamenon Coelho, foi palco na manhã deste domingo, 09, de um encontro que agregou os principais blogueiros do município de Altaneira com o propósito de apresentar, discutir e definir a pauta para o segundo exemplar do projeto intitulado “Altaneira em Revista”, uma iniciativa da Rede de Blogs de Altaneira.

Blogueiros reunidos no Rancho Mandala para discutir
pauta da II Edição da Altaneira em Revista.
Foto: Ariocélio Soares.
Foi consenso entre os presentes que o ex-prefeito Antonio Dorival de Oliveira será o próximo entrevistado na nova edição que ainda incorporará os artigos dos principais blogs altaneirenses.

Dorival foi eleito prefeito em dois mandatos, 2005 a 2008 e 2009 a 2012 pelo PSDB. Porém a sua segunda estada à frente da prefeitura foi interrompida em 2010 por abuso do poder econômico nas eleições municipais de 2008.

De acordo com um dos idealizadores do projeto e administrador do Blog de Altaneira, o jurista Raimundo Soares Filho, a intenção é lançar mais três edições, cada uma delas com uma personalidade política a ser alvo de entrevistas. “A nossa intenção é fazer uma volta na história de Altaneira, uma espécie de ponte entre passado e presente. Assim começamos com o primeiro prefeito, Francisco Fenelon, passaremos por um passado bem recente, como a entrevista com o ex-prefeito Dorival, retornaremos ao passado com o também ex-prefeito João Ivan até chegarmos ao presente, com o gestor Delvamberto Soares”, afirmou ele ao defender a ideia do entrevistado na II edição da revista.

Cícero Chagas, educador da Rede de Educação Cidadã – RECID, arguiu sobre a necessidade de se pensar em criar uma assinatura da revista. “Isso dará um peso maior ao projeto, além de permitir maior acessibilidade aos que desejarem conhecer e ingerir conteúdos de excelentes qualidades”, ressaltou.

Participaram também do encontro este signatário, Paulo Robson, do blog Professor Paulo Robson, Vinícius Freire, do blog Igreja da Graça de Altaneira, Humberto Batista, do Esporte é Vida, Júnior Carvalho, do A Pedreira, Antonio Clécio, do blog do São Romão, além do professor da rede estadual de ensino, Fabrício Ferraz, o empresário Ariocélio Soares e a jovem Advogada Géssica Caldas que, na oportunidade deixou com o grupo de blogueiros um acervo de fotografias e cópias de um jornal editado por seu pai, Maurício Caldas, datado da década de 90 para análise e digitalização, podendo ser incluso na próxima edição da revista.

Ficou acordado que haverá um próximo encontro, marcado para o dia 06 (seis) de abril. Na oportunidade serão definidos os últimos detalhes do exemplar, além da apresentação do balancete da I Edição da Revista.

Brizola: a vitória do bom senso sobre a manipulação

Aproveitando a deixa de Rodrigo Vianna, que publicou a íntegra do vídeo abaixo, eu fiz um recorte mais sintético para os internautas.

Brizola era o político mais consciente dos riscos corridos pelos cidadãos brasileiros, ao serem bombardeados diariamente pelas pressões de uma mídia que defende interesses que não são os do povo.

Nesse discurso, ele faz uma síntese das armas do povo para se proteger contra essas pressões: a razão e o bom senso.

                               

A análise é de Miguel do Rosário e foi publicado originalmente no Tijolaço

7 de março de 2014

Publicidade da Riachuelo reproduz sentimento racista

Às vésperas do Dia Internacional da Mulher, a loja de departamentos Riachuelo veiculou, no Youtube, um vídeo que está sendo acusado de racismo nas redes sociais. Nele, uma mulher branca é servida por mãos negras. Depois da repercussão ruim a empresa retirou o vídeo do ar, mas ainda não se manifestou oficialmente sobre o acontecido.

Vídeo mostra mulher branca como símbolo da mulher
brasileira e mãos negras a servindo.
Em texto publicado ontem (06), a escritora do blog blogueirasnegras.org, Zaira Pires, criticou a escolha da Riachuelo em estrelar uma mulher branca na campanha. “A mulher brasileira padrão, essa do comercial, corresponde exatamente ao padrão médio da brasileira, afinal, somos majoritariamente brancas, loiras, com traços faciais finos e tão magras e altas como sílfides mitológicas. Uai, não somos?”, ironiza.

Veja abaixo o vídeo que circula nas redes e a íntegra do texto de Zaira Pires:

Dia Internacional da Mulher BRANCA

Mais um 8 de março se aproxima e recebemos aquela enxurrada de chorume em nossas existências femininas nos “homenageando” por sermos delicadas, amorosas, resilientes, submissas, mães, esposas, damas na sociedade e amantes ardentes entre quatro paredes.

Todo esse repentino amor tem hora pra começar e acabar, durando o tempo do mês de março, da semana do 8 ou só desse dia mesmo, de acordo com o tanto de baboseira que cada um consegue produzir.

Nesse sentido, as mulheres homenageadas são sempre as mesmas: brancas, jovens, magras, ocidentais, cristãs e cisgêneras.

E para não perder o costume, nós, as pretas neuróticas, recalcadas, mal amadas e que veem racismo em tudo, vamos direcionar nossa crítica destrutiva ao bode expiatório da vez: a Riachuelo e sua campanha pela Semana da Mulher Brasileira 2014 (leiam ironia nas minhas palavras, por favor).

Como podemos ver no vídeo, a mulher brasileira padrão, essa do comercial, corresponde exatamente ao padrão médio da brasileira, afinal, somos majoritariamente brancas, loiras, com traços faciais finos e tão magras e altas como sílfides mitológicas. Uai, não somos?

E então que a presença negra no comercial é de uma mão que serve. Um corpo sem cara, que não consome, não tem vontades, sequer existe, apenas serve. Uma sombra semivivente que só se presta a apoiar a existência da sua senhora.

Sim, porque a mulher que deve ser homenageada na semana da mulher é aquela branca que trabalha fora, independente, bem resolvida, que limpa a casa, cuida dos filhos, serve ao seu marido e sempre está com as unhas feitas e a depilação em dia. Essa é uma super mulher que consegue viver seus rompantes de modernidade sem deixar de lado suas obrigações femininas. Essa merece ser louvada e ganhar um desconto nas compras da semana por cumprir suas funções com tanto esmero.

A preta que sustenta a família com seu salário do subemprego, que enfrenta 5 horas de ônibus sujeita a abuso sexual, que vê seu filho ser morto pela polícia, que morre por complicações aborto inseguro, que está fadada ao serviço doméstico desde sempre como se isso fosse inerente à sua existência, que suporta as investidas sexuais do patrão e do filho do patrão para não perder o sustento dos seus, que é a principal vítima de negligência na saúde pública, que deixa seus filhos sozinhos em casa pra cuidar dos filhos da patroa branca, que é a maioria entre as trabalhadoras do sexo, que não completa os anos básicos de estudo porque precisa sair para trabalhar, que tem que se virar em quinze para viver e ainda manter o sorriso no rosto, essa não merece as homenagens desse dia.

Na verdade essa mulher é a serviçal que deve se alegrar por ter a honra de ver seus braços pretos aparecerem na televisão.

Afinal, o que a Riachuelo nos diz com esse filme, e o que muitas outras nos dirão nessa semana, é que mulher negra consumidora é paradoxo, e já que ela não existe, porque deveria ser representada numa propaganda? Quem disse que preta tem dinheiro? Quem disse que preta compra alguma coisa? Quem disse que preta entende de publicidade?

Pois estamos aqui, consumidoras, pensadoras, cidadãs, formadoras de opinião, dizendo que esse comercial não nos representa. Durmam com esse barulho!



Com Brasil de Fato

Que explicações dão os parlamentares para as faltas no congresso?

Sob o calor dos protestos das ruas e sem a pressão do calendário eleitoral, 2013 tinha tudo para ser um ano de maior assiduidade no Congresso Nacional. Mas o índice de comparecimento dos parlamentares foi praticamente o mesmo do ano anterior, quando a Câmara e o Senado tiveram suas atividades emperradas pelas eleições municipais. Os senadores até justificaram mais suas ausências, mas os deputados diminuíram o número de explicações para suas faltas.

Em 17 de junho, milhares de manifestantes tomaram o
Congresso. Mas pressão não tornou parlamentares mais
presentes. Foto: Arthur Monteiro/Agência Senado.
Enquanto o trabalhador brasileiro teve de “bater o ponto” em 251 dias úteis, os deputados só estavam obrigados a registrar presença em 113, quando foram realizadas sessões para votações. Ainda assim, na média, cada um deles apareceu para votar apenas 93 vezes – ou seja, 82% dos dias em que a participação em plenário era exigida. Discretíssima melhora de apenas um ponto percentual em relação à média do ano anterior, quando cada deputado marcou presença em 74 dos 91 dias com comparecimento obrigatório. Em 2012, os deputados acumularam 20% mais faltas do que em 2011, outro ano não eleitoral.

O Senado também não conseguiu melhorar o índice de presença em 2013. Cada senador participou de 101 (84,8%) das 119 sessões realizadas pela Casa – a mesma média de 2012, quando cada um dos 81 senadores compareceu a 107 (84,9%) das 126 reuniões para votação.  É o que revela o terceiro levantamento consecutivo da Revista Congresso em Foco, que já pode ser acessada por assinantes em sua versão digital ou comprada, em sua versão impressa, tanto pela internet quanto nas bancas. A pesquisa considera todos os parlamentares que exerceram mandatos em algum período durante o ano – ao longo de 2013 foram 85 senadores e 555 deputados.

Explicações

A necessidade de participar de perto das campanhas eleitorais, seja como candidato, seja como cabo eleitoral de aliados, é sempre apontada pelos parlamentares como razão para o menor comparecimento em plenário nos anos eleitorais. Uma explicação que não cola para 2013, mas que já serve de desculpa antecipada para o que deve ocorrer em 2014, ano comprimido pelas eleições de outubro e pela realização da Copa do Mundo no Brasil.

Se não aumentou a média de presença no Senado, cresceu o índice de justificativas dos senadores para suas ausências. No ano passado, os senadores justificaram 1.415 (88%) das 1.609 faltas que acumularam. Em 2012, só 78% das ausências tinham recebido algum tipo de explicação. Os deputados, pelo contrário, aumentaram ligeiramente o índice de faltas que deixaram sem explicação: de 8% para 10% do total. Até o último dia 15 de janeiro, a Câmara não havia recebido esclarecimentos de 1.057 das 10.133 ausências acumuladas pelos parlamentares.

PMDB à frente

No universo das faltas sem justificativa, ninguém supera o PMDB, partido que teve o maior número de parlamentares exercendo o mandato em 2013 (82 deputados e 21 senadores). Metade dos dez senadores que mais acumularam faltas injustificadas é peemedebista. Dos 20 deputados que mais tiveram ausências sem esclarecimento até o momento, oito são da bancada.

Em segundo lugar, na Câmara, aparece o PSDB, com cinco nomes, seguido pelo PTB, com dois. PPS, PP, PR, DEM e o recém-criado Solidariedade (SDD) completam a relação das siglas com representantes que mais devem explicações. No Senado, além dos peemedebistas, PSDB, PDT, PP, PPL e SDD têm um nome entre os dez que tiveram mais ausências injustificadas.

Em tese, faltar sem justificar a uma sessão destinada a votação (deliberativa) pode acarretar desconto no salário e até a perda do mandato. A Constituição Federal prevê a cassação do deputado ou senador que deixar de comparecer a um terço das sessões ordinárias ao longo de um ano sem apresentar justificativa. Mas como a Câmara e o Senado só registram presença nas reuniões deliberativas, na prática, o comparecimento é cobrado em três dias da semana: terça, quarta e quinta.

“Bomba”

Ao todo, 41 deputados deixaram de comparecer a mais de um terço dos 113 dias destinados a votação. Mas todos justificaram a quase totalidade de suas faltas. A Câmara e o Senado costumam ser compreensivos no acolhimento das explicações: vale desde o tradicional atestado médico até a declaração de que o parlamentar estava em compromisso político no Estado, seja inaugurando uma obra, seja participando de atividade partidária.

Se o Congresso Nacional funcionasse como uma instituição escolar, regido pelas regras da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), um em cada cinco deputados e senadores seria reprovado por faltas em 2013. Ao todo, 110 deputados e 17 senadores que exerceram mandato no ano passado faltaram a mais de 25% das sessões a que deveriam ter comparecido. Pela LDB, o estudante que falta a um quarto das aulas ao longo de um ano, mesmo que justifique sua ausência, tem de repetir a disciplina ou série, conforme o caso.

Doença e morte

Os três parlamentares que menos foram às sessões do Congresso lutaram contra doenças em 2013. Dois deles perderam a batalha pela vida. O senador João Ribeiro (PR-TO) morreu, aos 59 anos, em dezembro, vítima de uma leucemia rara que o levou a um transplante de medula, meses de internação por complicações pulmonares e um acidente vascular cerebral (AVC). João Ribeiro justificou com licenças médicas 93 de suas 94 ausências.

Depois dele, o senador com mais ausências foi Garibaldi Alves (PMDB-RN). Aos 90 anos, o mais idoso do Senado também enfrenta problemas de saúde, que o afastaram de 86 sessões, todas abonadas com atestado médico. Na Câmara, o deputado Homero Pereira (PSD-MT) só conseguiu comparecer a uma única sessão, a primeira do ano passado. Ele teve 76 ausências justificadas com atestado médico, até renunciar e morrer por complicações de um câncer, em outubro.

Via Congresso em Foco

6 de março de 2014

Projeto ARCA, em Altaneira, torna-se ponto de Cultura

O Projeto ARCA, no município de Altaneira, foi contemplado desde o dia 14 de julho de 2011 como um dos 242 pontos de cultura do Estado do Ceará.

Banner do Projeto ARCA como
Ponto de Cultura.
A contemplação foi fruto do resultado obtido no II Edital da Seleção dos Pontos de Cultura deste estado. A entidade ARCA dividida entre Fundação e Associação atendeu aos requisitos e objetivos do edital que entre outras ações busca apoiar instituições que desenvolvam ações de impactos sócio-cultural em suas comunidades, atuando em redes sociais, estéticas e politicas, por meio de repasse de recursos financeiros do Programa Mais Cultura do Ministério da Cultura – Pontos de Cultura e Secretaria da Cultura do Estado do Ceará.

O projeto ARCA é uma entidade sem fins lucrativos e que vem desenvolvendo há mais de uma década importantes trabalhos nesta municipalidade. A Fundação desenvolve projetos relacionados à área educativa. Ganha destaque aqui os projetos Inclusão Digital, Biblioteca ARCA da Leitura, Melodia, dentre outros. A Associação é referenciada por gerar, através da solidariedade renda aos agricultores. A apicultura é exemplo desse quesito.

A organização dos pequenos proprietários rurais do município em uma rede de agricultores familiares faz parte de uma das atividades essenciais da Associação que permite a utilização de mão de obra em núcleos familiares. Além da subsistência familiar há também o fornecimento de alimentos para a merenda escolar.

Flávia Cícera, coordenadora da Biblioteca ARCA da Leitura afirmou que a transformação da ARCA em Ponto de Cultura é uma conquista que envolveu muito esforço e dedicação de todos. Essa conquista sem dúvida irá contribuir e muito para a inserção de Altaneira na rota turística. No entanto, ressaltou ela ao Informações em Foco, “isso só veio a coroar um trabalho que já vem sendo desenvolvido. Os recursos do projeto irão ajudar a ampliar e fortalecer nossos projetos. Vamos nos organizar para a completa implantação do mesmo".

Vice-presidente da ACEJI fará visita a Rádio Comunitária Altaneira FM

O Jornalista, correspondente do Jornal Alerta Geral e vice presidente da Associação Cearense de Jornalista do Interior – ACEJI, Amaury Alencar , estará entre os dias 10 e 14 do corrente mês no município de Altaneira.

Amaury afirmou ao Informações em Foco que o propósito de sua estada em Altaneira é, dentre outros, visitar a Rádio Comunitária Altaneira FM para discorrer sobre o 13° encontro de jornalistas, radialistas e blogueiros do Ceará a ser realizado no dia 29 de março no município de Tauá, região dos inhamuns.

Queremos que um bom número de comunicadores de Altaneira participem do evento. Será uma grande oportunidade de enriquecimento intelectual a partir da discussão de problemas que afetam não só a localidade, mas também o estado e a nação. Discutir formas de enfrentamento desses problemas se faz necessário e urgente. Essa nossa visita faz parte do cronograma do encontro, mas não queremos apenas convidar, mas demonstrar a grandeza deste”, disse Amaury.

O jornalista afirmou ainda que na manhã desta quinta-feira, 06,  esteve reunido com o vice governador Domingos Filho, na vice governadoria, tratado sobre esse encontro de jornalistas, radialistas e blogueiros.