12 de agosto de 2012

UFRN realiza Encontro Nacional de Pesquisas e Práticas em Educação


Centro de Educação da UFRN promove o I Encontro Nacional de Pesquisas e Práticas em Educação (ENAPPE), que acontecerá no Campus Central de 7 a 9 de novembro. O encontro é destinado a professores universitários e da educação básica, técnico-administrativos e profissionais ou interessados pela área.

O tema do I ENAPPE será “Diversidade e qualidade em educação”. O evento terá um espaço de socialização de estudos, pesquisas e relatos de experiências e de práticas educativas na educação básica e superior.

O encontro terá conferencias, mesas-redondas, simpósios temáticos, sessão de pôsteres, minicursos, diálogos pedagógicos, lançamento de livros e revistas e atividades culturais com temas sobre a educação contemporânea.

Segundo os organizadores, a programação pretende contribuir com a propagação e a produção de conhecimentos na educação, fortalecendo os ensinos básico e superior.

O encontro irá trabalhar com linhas temáticas que envolvem a formação de professores: políticas e gestão na educação; linguagem e práticas pedagógicas; fundamentos da educação e diversidade; inclusão e contextos educativos.

Para se inscrever, basta entrar no site do encontro http://enappe.ce.ufrn.br/, preencher o formulário de inscrição e efetuar o pagamento da taxa de acordo com a categoria do participante (ver tabela no site).

Aqueles que desejarem participar como ouvintes, as inscrições poderão ser realizadas de 1º de setembro a 31 de outubro.
As inscrições estão abertas até o dia 31 de agosto para todos os participantes.



Fonte: UFRN

Ressurge o Debate: Reforma Política, Plutocracia e Senadores Biônicos




1. De tempos em tempos ressurge na mídia o debate sobre a reforma política, em geral centrado nos temas do financiamento público ou privado ou misto das campanhas eleitorais e do voto nominal ou em lista partidária, fechada ou aberta; do voto facultativo ou obrigatório. Mas estes são temas para outro artigo. Neste artigo, vamos tratar de um tema, pouquíssimo mencionado na mídia, que é a reforma política no Senado Federal, e de como torná-lo uma instituição mais democrática.

2. Democracia, na definição clássica, é o governo do povo, pelo povo e para o povo. Nos países de grande população, o povo, isto é, o conjunto de cidadãos, tem de escolher pelo voto os seus representantes para a tarefa de elaborar as normas jurídicas para reger as relações entre os indivíduos, as empresas, as organizações sociais e as agências do Estado.

3. O voto é um direito e uma obrigação do cidadão para com a sociedade, de participar da escolha daqueles que o representarão na elaboração das normas a que a cidadania está submetida.

4. Assim, a legitimidade dos legisladores para elaborar normas decorre de terem sido escolhidos pelo povo. São, no dizer da Constituição Brasileira, os representantes do povo. Reza a Constituição:

Art.14: A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos (...)

Art.44: O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.

Art.45: A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo (...)
Art.46: O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio majoritário.
(...)
§ 3º Cada Senador será eleito com dois suplentes.

5. Ainda que, teoricamente, os Deputados representem o povo e os Senadores representem os Estados e o Distrito Federal, na realidade, devido à forma como são escolhidos, pelo voto direto dos cidadãos, e como exercem suas funções legislativas, podem ser todos considerados como representantes do povo. Certamente nenhum Senador se considera menos representante do povo brasileiro do que qualquer Deputado.

6. Na plutocracia, diferente da democracia, os “votos” não são iguais. Na plutocracia considera-se que os mais ricos são melhores do que os demais: a plutocracia é o governo dos mais ricos. É aquele sistema de governo em que os mais ricos têm o “direito” de escolher os indivíduos que dirigem o Estado e que elaboram as normas para a sociedade.

7. No regime democrático representativo moderno, cada cidadão têm um voto. Os cidadãos são iguais e compõem o povo soberano.

8. Na economia capitalista de mercado o poder de influir sobre as decisões sobre o que produzir, como distribuir e o que consumir depende do número de “votos” que o indivíduo tem, isto é, do número de unidades monetárias de que ele dispõem. Quanto mais rico o indivíduo, maior o seu poder de influir no mercado, na economia.

9. Todavia, a economia capitalista e o sistema político estão intimamente entrelaçados. A diferença entre “poder de voto” no sistema econômico, determinado pela riqueza, e poder de voto no sistema político, determinado pelo princípio de “um cidadão, um voto”, cria uma situação grave para a sobrevivência da democracia.

10. Nos países em que ocorrem gravíssimas disparidades de renda e de riqueza há uma questão extremamente grave para os mais ricos: como transformar o seu dinheiro, a sua riqueza, em poder de voto, já que é no Congresso, Parlamento ou Assembléia, onde os representantes são eleitos pelo voto direto da população, no qual cada representante do povo tem um voto, que se decidem as normas que regulamentam o direito de propriedade, a legislação tributária, as normas que regulam as atividades das empresas, a legislação do trabalho, etc. isto é, as normas que vão afetar a distribuição de renda e de riqueza na sociedade e, portanto vão afetar os interesses dos mais ricos, os privilégios sociais de que desfrutam, e que no Brasil são uma parcela ínfima da população.

11. Há várias formas de “transformar” riqueza em voto, riqueza em poder político. Uma delas é a corrupção, pura e simples, dos representantes do povo; outra é a contribuíção financeira para as campanhas eleitorais de candidatos que se propõem a defender teses gratas aos detentores da riqueza e que vêm a formar no Parlamento grupos, e.g. a bancada dos ruralistas; outra é a eleição, de forma direta para a Câmara ou para o Senado; e finalmente outra é a “eleição” indireta para se tornar membro do Senado, para se tornar Senador da República, sem haver necessidade de conquistar os votos dos eleitores, sem receber nenhum voto.

12. Há hoje, no Senado Federal, 18 Senadores que lá estão sem terem recebido nenhum voto e que, no linguajar popular, poderiam ser chamados de “biônicos”. A forma como chegaram à condição de Senador, aliás, legalmente, se encontra na Constituição Federal que reza, em seu Art. 46, § 3, que cada Senador será eleito com dois suplentes. A Constituição, porém, não menciona como os suplentes devem ser escolhidos. Sabemos que os Senadores são eleitos pelo povo, mas quem elege os suplentes? Certamente não é o povo que, ao votar em um candidato para Senador, não tem maior conhecimento de quem são os seus suplentes, ainda que seus nomes apareçam na chapa.

13. Fala-se o tempo todo em reforma política, financiamento público das campanhas, corrupção, compra de votos, será este um caso de compra de votos? Certamente o povo não tem a menor idéia de quem são os suplentes que eventualmente, por razão de falecimento, perda de mandato, assunção de outros cargos etc vão assumir os mandatos dos titulares que, estes sim, foram eleitos pelo povo, que são seus representantes legais e legítimos. O primeiro passo para uma reforma política seria impedir que cidadãos que não são eleitos pelo povo assumam a função de seus representantes, enquanto que candidatos que receberam grande número de votos mas que não foram eleitos não podem representar a cidadania.

14. Para resolver esta situação, que no mínimo pode ser qualificada como esdrúxula, uma emenda constitucional poderia estabelecer que no caso de vacância temporária ou definitiva assumiria a cadeira de Senador o segundo mais votado nas eleições majoritárias, que certamente representa muito mais a vontade da cidadania do que os suplentes. Assim, teríamos o primeiro passo de uma verdadeira reforma política e de fortalecimento da democracia no Brasil.





























Com informações do Carta Maior

11 de agosto de 2012

Lei das cotas: Revolucionará regras de acesso a universidade, se sancionada



O discurso conservador condena o projeto aprovado pelo Senado. Os movimentos sociais que lutam por uma política de cotas há 13 anos afirmam que ele irá revolucionar o acesso da população pobre ao ensino superior de qualidade. O senador Cristóvam Buarque e o presidente da Andifes, Carlos Maneschy, fazem críticas pontuais, mas defendem as cotas como ferramenta para valorização da escola pública e diminuição da desigualdade.
Brasília - Nos próximos dias, a presidenta Dilma Rousseff terá a oportunidade de colocar um ponto final na luta pela implantação de uma política nacional de cotas nas universidades públicas federais que, há pelo menos 13 anos, consome os movimentos sociais do país. Aprovado pelo Senado na última terça (7), a chamada Lei das Cotas combina critérios étnicos e sociais, com o propósito central de valorizar a escola pública e, consequentemente, os milhões de cidadãos que têm nela a sua única opção de formação.

A divisão das vagas é complexa. A política aprovada prevê a reserva de 50% delas para as cotas. Metade, ou 25% do total, é distribuída entre negros e índios, de acordo com o perfil étnico de cada região, definido pelo censo do IBGE. Os outros 25% são destinados aos alunos das escolas públicas, sendo 12,5% para os estudantes com renda familiar inferior a 1,5 salário mínimo.

“Esta política permite que o sonho do brasileiro pobre de formar o filho doutor se torne realidade. E o melhor, com uma formação de qualidade que, até pouco tempo, era reservada apenas para os filhos da elite. Além disso, cria uma fé na escola pública. E isso é importantíssimo porque nove em cada dez estudantes do ensino médio estão nas escolas públicas”, afirma Sérgio Custódio, coordenador do Movimento dos Sem Universidade (MSU), criado por professores de cursinhos comunitários e um dos principais articuladores do projeto.

“O principal mérito do projeto é colocar a escola pública no centro do acesso ao ensino superior de qualidade. É valorizar a escola pública e dar aos milhões de jovens que estudam nelas a oportunidade real de ter acesso à universidade”, complementa Daniel Cara, coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, que articula mais de 200 entidades, incluindo movimentos sociais, sindicatos, ONGs, fundações, grupos universitários, estudantis, juvenis e comunitários.

Campanha conservadora

A expectativa em relação à postura de Dilma é grande, mas tudo indica que o desfecho será favorável. Ministério da Educação (MEC), Secretária de Direitos Humanos (SDH) e Secretária de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) aprovam a lei. O que preocupa os idealizadores é que a campanha conservadora contra as cotas segue forte na mídia. Esta semana, editorias e artigos sustentaram teses há muito já superadas de que o Brasil é uma democracia racial e de que as ações afirmativas aprofundam as discrepâncias sociais. “A presidenta Dilma é mais suscetível ao discurso da mídia do que seu antecessor, o ex-presidente Lula. Mas, pelo menos neste caso, acreditamos que ela não vai se render”, avalia Cara.

De acordo com ele, qualquer mudança proposta pelos movimentos sociais na área de educação é amplamente atacada pela mídia. “Educação mexe com o status quo, é questão emancipatória. No caso da luta pelos 10% do PIB para a Educação, a batalha é grande, porque isso mexe com a prioridade orçamentária do país. E a imprensa representa exatamente as 200 famílias proprietárias da dívida interna brasileira, que não querem perder percentuais para a educação”, ataca.

No caso das cotas, ele acredita que a condenação intransigente reflete a defesa da elitização da universidade. “É um pouco de desespero da elite, porque o que está em jogo são as vagas dos seus filhos”, compara. Sérgio Custódio também atribui às críticas conservadoras ao ranço da elite patrimonialista brasileira. “É preciso acabar com esta concepção de que os bens públicos servem a eles. Inclusive as universidades. O Brasil está crescendo e precisa de milhões de profissionais bem formados para alavancarem este crescimento”, argumenta.

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Fonte: Carta Maior

10 de agosto de 2012

Governo FHC: Escândalos não investigados – Caso Sivam



O Projeto Sivam – Sistema de Vigilância da Amazônia foi concluído pela Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República em agosto de 1993. Segundo o governo, o sistema se destinaria a preservação do meio ambiente na Amazônia, ao combate ao narcotráfico, à melhoria das condições de segurança da navegação aérea e fluvial, fiscalização das reservas indígenas, guarda das fronteiras e apoio a outras atividades governamentais.

Porém, ao dar início à consecução do projeto, o Governo não abriu concorrência pública alegando sigilo dos dados relativos à aquisição de tecnologia e equipamentos de comunicação. Contraditoriamente, o Governo enviou um dossiê sobre o Sivam para 16 embaixadas em Brasília. Depois da dispensa da concorrência pública, para um contrato no valor de US$ 1,4 bilhão de dólares o Governo escolheu o consórcio liderado pela Raytheon Company, uma empresa americana. A negociação para formação desse consórcio e para que ele fosse o escolhido, teve a interferência direta de Bill Clinton, Presidente dos EUA, e de Ronald Brow, Secretário de Comércio daquele país. Este senhor esteve no Brasil um mês antes do anúncio do resultado da "concorrência". Brow tratou do assunto com autoridades brasileiras.

Em seguida o grupo Esca-Engenharia de Sistemas de Controle e Automação S/A, de São Paulo, se associou à Raytheon. No mesmo período o Senado Federal foi acionado, e, numa sessão extraordinária conturbada, na qual o regimento interno foi violado, aprovou-se em regime de urgência um projeto autorizando o Governo Federal a contrair um empréstimo no valor de US$ 1,4 bilhão, destinado à implantação do Sivam. O relator do projeto foi o senador Gilberto Miranda, PFL/AM, um cidadão denunciado por suposta participação em diversos escândalos de corrupção. Ele foi denunciado na CPI que investigou a corrupção no Governo Collor, como membro do "esquema PC", no escândalo dos precatórios e no envolvimento num esquema de corrupção da Prefeitura de São Paulo.

Em fevereiro de 1995, o deputado Arlindo Chinaglia, PT/SP, encaminhou requerimento à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, convocando para depor: ex-ministros, ministros e dirigentes das empresas envolvidas na disputa pelo projeto Sivam, além de jornalistas que denunciaram a tentativa de suborno oferecido por lobistas franceses para participação no projeto.

Em abril de 1995 a empresa Esca foi acusada de fraudar a quitação de guias do INSS pelo Ministério da Previdência e Assistência Social. Fiscais do INSS apreenderam nas dependências da empresa, guias de recolhimento de contribuições falsas relativas a 13 meses.

A Esca participou de uma concorrência pública da Embratel - Empresa Brasileira de Telecomunicações usando certidão falsa de quitação com a Previdência. Esse mesmo documento foi utilizado pela empresa para assinar contratos com o ministério da Aeronáutica. Comprovou-se também que a Esca usou uma falsa Certidão Negativa de Débito junto ao INSS.

Mesmo sabendo das denúncias de falcatruas da empresa o Governo manteve pagamentos à Esca. Em maio de 1995, Fernando Henrique telefonou para Bill Clinton e oficializou a assinatura do contrato do projeto Sivam com a Raytheon.

Em novembro de 1995, a imprensa publicou o conteúdo de uma gravação telefônica em que o Embaixador Júlio César Gomes dos Santos, assessor da Presidência da República, conversava com o Comandante Assumpção, dono da empresa Líder Táxi Aéreo e representante da Raytheon. Nessa conversa ficou evidenciada a existência de tráfico de influência e um grande esquema de propinas utilizado para favorecer a escolha da empresa Raytheon. Ao invés de recuar e apurar as denúncias, o Governo preferiu articular no Congresso Nacional a obstrução de um pedido de CPI apresentado pelos partidos de oposição para investigar o caso Sivam. Vale lembrar que o Comandante Assumpção foi um colaborador da campanha eleitoral de Fernando Henrique, colocando jatinhos à disposição do comitê eleitoral para viagens pelo País.

Em janeiro de 1996, o senador Antônio Carlos Magalhães agiu nos bastidores do Congresso Nacional e conseguiu impedir que o brigadeiro Ivan Frota, da Aeronáutica, fosse depor na Comissão do Senado que investigava o caso Sivam. No mesmo dia a Sociedade Brasileira (SBPC) para o Progresso da Ciência (SBPC) enviou à Comissão do Senado um estudo demonstrando que cientistas brasileiros poderiam montar um projeto equivalente ao do Sivam, com um orçamento de apenas 65,09% do montante previsto pelas empresas escolhidas pelo Governo. Em maio de 1996, desconsiderando as denúncias de superfaturamento e tráfico de influência, o Senado aprovou o andamento do projeto Sivam. A revista Istoé nº 1368 revelou haver um contrato assinado entre a Esca, a Raytheon e a Líder Táxi Aéreo, feito antes mesmo de o governo anunciar a vencedora da "concorrência". Neste caso o Governo Fernando Henrique agiu deliberadamente em favor das empresas escolhidas sem licitação pública.

A revista Época publicou matéria informando que a CIA e a NSA, agência de segurança dos EUA, grampearam as comunicações do Palácio do Planalto, além do grupo francês Thompson, no Rio de Janeiro e em Paris, durante a disputa pela compra do conjunto de radares do Sivam. O Diretor da CIA, em depoimento no Congresso dos EUA, disse textualmente: "Fornecemos informação econômica útil ao governo dos EUA. Mostramos tentativas de empresas estrangeiras de impedirem uma competição de alto nível."

Outro diretor da CIA, James Woolsev, em depoimento no Senado americano, em 1994, disse: "Informamos à Casa Branca sobre tentativas de suborno no caso Sivan. Já beneficiamos várias empresas dos EUA em bilhões de dólares. Muitas nem sabem que tiveram nossa assistência."

O fato é que este escândalo foi impedido de ser investigado na época pelo Congresso Nacional. O requerimento para a instalação de uma CPI é datado de 1995. Seis anos se passaram até que, em agosto de 2001, a CPI foi instalada, mas funcionou precariamente. As reuniões foram esvaziadas, muitas delas convocadas não atingiram sequer o quórum para abertura dos trabalhos. Deputados governistas diziam que a CPI não fazia mais sentido porque mais de 90% do projeto Sivam já havia sido executado. O principal acusado de suspeita de tráfico de influência, o embaixador Júlio César Gomes dos Santos, na época chefe do Cerimonial do Palácio do Planalto, foi nomeado representante do Brasil no Fundo das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) desde 1997, ganhando um salário de R$ 15 mil.

Sem a aprovação pela CPI da quebra de sigilo fiscal, bancário e telefônico do embaixador Júlio César a CPI foram encerrados os trabalhos com a alegação de insuficiência de provas materiais de corrupção no caso Sivam.





















Fonte: Portal Vermelho

9 de agosto de 2012

Regulamentação da profissão de historiador avança



A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) aprovou, nesta quarta-feira (8), a regulamentação da profissão de historiador. A proposta, de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), estabelece que a profissão será exercida por diplomados em curso de graduação, mestrado ou doutorado em História.

De acordo com as atribuições determinadas pelo projeto de lei do Senado (PLS 368/09), os historiadores poderão atuar como professores da disciplina de História no ensino básico e superior; em planejamento, organização, implantação e direção de serviços de pesquisa histórica; assessoramento voltado à avaliação e seleção de documentos para fins de preservação.

A proposta já havia sido aprovada em decisão terminativa pela CAS em março de 2010, explicou a relatora da matéria, senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM). Porém, em razão de requerimentos do senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) e do senador na época Flávio Arns (PSDB-PR), o projeto foi encaminhado ao exame do Plenário e redistribuído às comissões de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e de Educação, Cultura e Esporte (CE), bem como determinado seu retorno à CAS.

Em Plenário, emenda do senador Alvaro Dias (PSDB-PR) retirou do texto original a referência aos locais onde o trabalho do historiador poderia ser desempenhado. Na avaliação da senadora Vanessa Grazziotin, a emenda de plenário confere maior clareza e precisão à proposta.

- É inegável que os historiadores não estão mais restritos, em seu trabalho, às salas de aula. São necessários e imprescindíveis em museus, centros culturais, empresas de publicidade e de turismo e são demandados, com frequência, na produção cinematográfica e nos meios de comunicação - resaltou a relatora.

Confira a entrevista cedida pelo senador Paulo Paim ao site Café História








Com informações do cafehistoria

8 de agosto de 2012

Democracia: fragilidade do sistema representativo e as desigualdades



Existem cientistas políticos que adoram estudar sistemas eleitorais. No entanto, não admiro muito esse tipo de estudo, mesmo que seja feito de forma comparada, isto é, emparelhando países. Atento mais para aspectos centrais da ética, da moral e do funcionamento efetivo de um sistema e, principalmente, buscar compreender seu funcionamento. Procuro, nas análises entender o que se deseja com determinada medida e o que de fato ocorre. E colocarei o INFORMAÇÕES EM FOCO a disposição disso.

Você saberia responder qual o princípio democrático essencial? Parece possível aceitar com bastante naturalidade que um dos princípios democráticos mais essenciais em nosso sistema representativo está relacionado à igualdade de condições entre cidadãos para a disputa de cargos públicos: algo utópico que precisamos nos esforçar para, pelo menos, nos aproximar.

Nesse sentido, se teoricamente a ideia parece essencial, sabemos o quanto o viés econômico pesa de forma significativa nessa realidade, por exemplo. Assim, quem tem mais dinheiro eleva suas chances de vitória. Não à toa há quem defenda a adoção do financiamento público de campanha, que em minha opinião não seria capaz de combater a prática do caixa 2, legitimada quase universalmente em nossa política, e consequentemente arrefecer o efeito do dinheiro nas disputas. Além disso, a divisão desse bolo público seria inicialmente feita com base na representação dos partidos em dado momento da história, e esse momento seria construído sobre a realidade atual.

Outra tentativa de igualdade está associada à questão da proibição e criminalização do uso da máquina administrativa em benefício de campanhas políticas. Quem está no poder tende a reverter recursos humanos – sobretudo dos funcionários lotados em cargos de livre provimento – e econômicos para fortalecer a candidatura de seu partido ou grupo. A sociedade, por meio da lei 9.840/99, a primeira com semblante de iniciativa popular aprovada no país, tentou barrar a prática. O grande desafio, no entanto, é arrefecer o caráter cultural da medida. Avanços foram contabilizados nos últimos anos, mas sabemos que muito ainda temos que caminhar.

A última prática desigual que merece destaque aqui e que eu conheci faz pouco tempo. Confesso que nesse caso o leitor pode me considerar ingênuo, e até mesmo ignorante. Mas tenho certeza que diversas pessoas não conhecem esta característica de nosso sistema eleitoral e ficarão igualmente surpresas. Vamos lá: servidores públicos efetivos podem, como qualquer cidadão comum, ser filiado a um partido político e disputar eleições. Têm, no entanto, uma vantagem comparativa em relação aos demais que carrega o amargo sabor do privilégio. Os servidores públicos de carreira são protegidos por uma lei que lhes garante afastamento REMUNERADO de seus cargos ao longo dos três meses de campanha. Enquanto o cidadão comum está longe de ter esse empurrão, entrando em desvantagem nas disputas, o servidor pula na frente e tem garantia salarial – algo bastante confortável para os padrões de dedicação às campanhas exigidos por nossa democracia.

Na prática, outra aberração: se por um lado existem aqueles que se dedicam à disputa, não são poucos os servidores que se lançam candidatos e desaparecem de suas cidades por três meses, embarcados em viagens de lazer e projetos de interesse pessoal. Há também que se transforme em cabo eleitoral de luxo de candidatos a outros cargos – por vezes em outras cidades ou estados. Nesses casos, nas urnas, resultados pífios. E as questões pessoais, mais uma vez, se posicionam acima dos interesses públicos – a real função de sua ocupação e o verdadeiro desafio do cargo que disputa.

Diante desse cenário, fica a pergunta: que representante será este? Sob quais princípios vai agir em caso de vitória? E em caso de derrota: houve efetivo empenho ou mais uma tentativa de levar vantagem? Fica aqui um ótimo objeto de pesquisa para cientistas sociais inquietos. Aos cidadãos de maneira geral, fica trecho de uma canção do extinto grupo Legião Urbana: “esse é o nosso mundo, o que é demais nunca é o bastante”.

7 de agosto de 2012

Câmara de Altaneira volta do recesso nesta terça

PLENÁRIO


Após o recesso parlamentar (26/06 a 07/08), o Poder Legislativo de Altaneira voltará ao expediente normal nesta terça – feira, sete (13).

As sessões ordinárias serão retomadas hoje a tarde (13/08), no mesmo horário, a partir das 15h30min, tendo com o objetivo primordial o acompanhamento das atividades parlamentares.

Ressalte-se que antes do recesso, a última sessão foi uma das mais polêmicas dos últimos meses, haja vista que o Governo Municipal foi derrotado em plenário, já que as maiorias dos vereadores não aprovaram o Projeto que angariava recursos para o município.  Apenas Deza Soares, Flávio Correia e Lélia de Oliveira, todos do PCdoB, votaram a favor, enquanto que o Professor Adeilton (PP), Genival Ponciano (PTB), José Fernandes (PSDB), Devaldo Nogueira (PSB), votara pela desaprovação e, Antonio Henrique (PV) se absteve.

Na abertura dos trabalhos nessa tarde será apresentado um Projeto de Lei de autoria de Flavio Correia objetivando Denominar a quadra 
do sitio Serra do Valério de Lourival Sousa Leite.


Fonte: Assessoria Legislativa da Casa

6 de agosto de 2012

Vinte e sete prefeituráveis estão inaptos para o pleito de outubro próximo



As candidaturas majoritárias, aquelas em que existem dois candidatos, um postulando a vaga de prefeito e outro a de vice-prefeito, são indeferidas, muitas vezes, não por conta de problemas envolvendo o prefeiturável, mas seu vice. Isso é que o que vem acontecendo em alguns municípios do Ceará, onde as candidaturas indeferidas acabam contaminando toda a chapa.

Um exemplo disso aconteceu no município de Pacajus, na Região Metropolitana de Fortaleza, quando a candidatura de Auri Costa Araripe (PR) foi prejudicada em razão do indeferimento do registro de seu vice, o empresário Francisco José Cunha Queiroz, que teve contas desaprovadas. A coligação formada por 11 partidos recorreu da decisão do juiz da 49ª Zona Eleitoral, Cláudio Augusto Marques Sales, que tem até hoje para apresentar outra sentença.

O mesmo aconteceu na cidade de Martinópole, onde o postulante a prefeito Francisco José Lopes (PSD) está com a candidatura indeferida por conta de sua vice, a pedagoga Alice Alves Monte, do PRP. Esta também teve contas desaprovadas, quando foi secretária de Educação daquela cidade.

Outras candidaturas foram indeferidas nesta semana em municípios da Grande Fortaleza. Em Horizonte, o candidato José Rocha Neto (PTB) teve sua postulação indeferida pelo juiz eleitoral daquela Zona. A sentença foi apresentada na tarde da última sexta-feira, e ainda será dado o veredicto da candidatura do atual prefeito do Município que tenta reeleição, Manoel Gomes de Farias Neto (PSDB), o "Nezinho".

Apta

Dos quatro candidatos a prefeito de Chorozinho, somente José Sinval Carvalho Lima (PSDC), que já foi gestor daquela cidade, teve registro de candidatura indeferido. Em Quixadá, a Justiça Eleitoral indeferiu o registro de Ilário Marques, do Partido dos Trabalhadores (PT), mas julgou apta a candidatura do vice do petista, o agricultor Airton Buriti Lima (PT).

No entanto, assim como problemas ou irregularidades nas candidaturas dos vices prejudicam toda a chapa, o mesmo acontece em relação ao candidato a prefeito. Por isso, Airton Buriti fica inapto até julgamento do recurso apresentado pelo candidato a prefeito Ilário Marques.

A postulante a prefeita de Aracati, Regina Cardoso Barbosa (PSB), também teve candidatura indeferida por contas desaprovadas pelo Tribunal Municipal de Contas (TCM) "em função de irregularidades insanáveis, as quais se configuram como ato doloso de improbidade administrativa, em relação às contas de gestão do fundo municipal de assistência social de Aracati, referentes a diversos exercícios financeiros", conforme decisão tomada pela juiza Ana Karyrena da Silva Freitas.

Inaptos

Em alguns municípios do Ceará, todos os candidatos a prefeito estão com candidaturas indeferidas, como é o caso de Nova Russas, Jaguaretama Morada Nova e Cedro, por exemplo. No município de Nova Russas, Luis Acácio de Sousa, do PSB, e Marcos Alberto Martins Torres, do PSC, estão com as candidaturas indeferidas. Em Morada Nova, Glauber Barbosa Castro (PMDB) e José Vanderley Nogueira (PT) também se encontram inaptos. Em Cedro, os dois prefeituráveis, Nilson Alves Diniz (PSB) e João Viana de Araújo (PP), tiveram suas candidaturas indeferidas.

No município de Jaguaretama, os candidatos Afonso Cunha Saldanha (PMDB) e Ariosvaldo Saldanha Saraiva (PSD) também tiveram registro de candidatura indeferidas pelo juiz eleitoral. Ao todo, até o momento, segundo dados divulgados no do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 27 candidatos a prefeito estão inaptos para o pleito de outubro próximo. Todos, porém, ainda têm o direito de recorrer da decisão. Os candidatos nessa situação podem recorrer ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Caso a decisão seja desfavorável, ainda é possível recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral, em Brasília.

Prazo

Termina hoje o prazo para que os juízes eleitorais julguem todos os pedidos de registro de candidaturas para as eleições deste ano, incluindo os registros que não foram alvo de questionamentos e aqueles que sofreram impugnação por parte do Ministério Público ou dos partidos.

Em todo o Estado do Ceará, mais de 600 candidatos tiveram seus registros indeferidos pelo juiz. O procurador regional eleitoral, Márcio Torres, já recebeu cerca de 100 casos para dar seu parecer em relação aos postulantes que entraram com recurso no TRE. Eles podem seguir a campanha até o julgamento em última instância.













































Com informações do Diário do Nordeste