Por José Nicolau
O Município de Altaneira, localizado na Região do Cariri, mais especificamente na Microregião Serrana de Caririaçu conta hoje com mais de 6.800 habitantes, segundo o último levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE no ano passado. Em termos religiosos, mais da metade deste número são considerados católicos. No entanto, nos últimos anos houve um aumento considerável de migrações de fiéis da Igreja Católica para se congregarem nas de Cunho Protestantes.
Tal assertiva levou a um acirramento entre as duas Religiões predominantes no município, mais necessariamente entre os líderes religiosos. O acirramento, é bom que se diga, não se deu no campo ideológico, ou melhor, no campo doutrinário , mas sim no âmbito do “controle social” dos que participam de forma efetiva das reuniões religiosas. Nesse sentido, os fiéis de ambas as partes estão alheio a isso tudo e, muitas vezes sem entender o que ora se passa. Estão no meio de um fogo cruzado, onde os líderes religiosos, embora não reconheçam andam se engalfinhando atrás apenas de um único objetivo, mostrar para a outra quem coloca mais pessoas na Igreja.
Ainda aqui, o conflito ganhou novos contornos na reunião do último final de semana da Câmara Itinerante. Ao ser exposto o Art. 203 da Lei Orgânica para o debate, onde o único ponto era conseguir um maior apoio do Executivo em relação às festas religiosas, ponto esse levantado pelo Jovem Vinícius Freire, a maioria dos Líderes Religiosos fugiram do assunto que era, logicamente, discutir e apresentar propostas de emenda a Lei que rege o município e, passaram desta feita, a debaterem doutrinas.
Nunca é demais lembrar que na oportunidade os Protestantes chegaram a propor que se inserisse na Lei Orgânica a obrigatoriedade do Município de repassar determinada quantia e, ou fixar um valor para se repassado para tal religião. Tal intento é bom que se diga é vedado. Pois não há como o município destinar de forma obrigatória apoio financeiro a uma determinada religião, uma vez que na constituição o estado é laico.
Os Protestantes chegaram a afirmar, inclusive, que os Católicos já adquirem tal apoio do município. O que, de acordo com o Padre Alberto, não corresponde à verdade, pois as festas no calçadão pós-missas são de cunho cultural e não propriamente religioso.
O fato chegou a ser alvo de debate na Sessão desta terça-feira, onde durante 10 (dez) minutos o Presidente em Exercício, o Vereador Deza Soares (PcdoB) discursou sobre o ocorrido. Na oportunidade o parlamentar comentou a ação desenvolvida pelo Padre Alberto em Missa. De acordo com o Vereador, o Padre teria dito que ele não havia tomado as devidas providências no encontro. Porém, disse o parlamentar “minha postura foi correta, pois agi com democracia”, disse ainda que “o Padre foi sensacionalista na Igreja”, uma vez que não ouve omissão de sua parte. O Presidente em exercício afirmou que todos os líderes religiosos se excederam nas discussões.
Quem também comentou o fato foi o Vereador Prof. Adeilton (PSDB). O mesmo chegou a enfatizar que ouviu comentário que o Padre do Município havia dito que existe Vereador que nasceu em ambiente católico e se diz católico e, ainda assim, faz projeto de lei instaurando o dia do evangelho. O mesmo discorreu que não se sentiu triste por isso, mais sim em virtude do padre não ter citado o seu nome, pois cada um deve exercer seu livre arbítrio.( Fonte – Poder Legislativo).