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Checagem revela que 18% das propostas do plano de combate ao racismo em Altaneira foram aprovadas

 

Professor Nicolau Neto. (FOTO | Valéria Rodrigues).

Por Nicolau Neto, editor

Nos dia 13 e 26 de maio de 2021, mês em que as atenções se voltaram para relembrar e debater os 133 anos da abolição inconclusa da escravização no Brasil, ocorreu no município de Altaneira, no cariri cearense, e no formato remoto por conda da pandemia, a apresentação do Plano de Combate ao Racismo e de Promoção da Equidade. A ação partiu deste professor e fundador do blog, Nicolau Neto.

No dia 13 a ação se deu junto às secretarias de governo, de educação, de cultura, além de contar com a participação de diretores/as e coordenadores/as das escolas no município, de formadores/as educacionais e de representantes do Sindicato dos Servidores Municipais (Sinsema). Já no dia 26 a apresentação foi para o poder legislativo.

Nas duas oportunidades, destaquei, conforme já publicado na Coluna de Valéria, que o documento foi construído entre agosto e setembro de 2020, mas que não era o fim. O momento era para que com as discussões fossem apresentadas novas propostas visando sua complementação e debater maneiras de implementá-lo no município.

Afirmei que a História do Brasil se confunde com a história do processo de escravização da população negra e indígena e que ao longo dos anos governantes brasileiros, de imperadores a presidentes, foram responsáveis pela promoção e perpetuação da desigualdade racial e citei como exemplos a Lei de Terras de 1850 e a Lei da Vadiagem de 1942.

É importante dizer que mudar e transformar cada espaço passa necessariamente pelo combate ao racismo e concomitantemente pela promoção da equidade. Nesse sentido, é fundamental a construção de ações afirmativas. O enfrentamento as desigualdades advindas do racismo em todos os setores é uma responsabilidade e um dever de todos. Tanto o poder executivo municipal quanto o legislativo precisam assumir seu papel na luta antirracista disseminando o debate a respeito da questão racial, contribuindo para desarranjar todas as formas de discriminação e preconceito presentes diariamente.

O plano está estruturado em apresentação, justificativa e propostas que, inicialmente, eram oito. Durante as apresentações, mais três propostas foram sugeridas e incorporadas ao plano. Isso faz com que Altaneira seja o primeiro município do cariri a contar com um plano de combate ao racismo e de promoção da equidade.

Realizei uma checagem com base nas publicações no próprio blog acerca do cumprimento do plano. Das 11 propostas, apenas 2 foram votadas, aprovadas e sancionadas, correspondendo a 18%. A primeira delas ainda em 2021. Trata-se da lei nº 819 que instituiu feriado em 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra.

O feriado deve ser usado “principalmente, pelos setores públicos do município, para a realização de atividades de reflexão e conscientização, inclusive, eventos culturais e outros, relacionados ao fortalecimento e consolidação da edificação de uma sociedade mais justa e racialmente equitativa.” Este será o primeiro ano da lei que cairá em um dia útil (segunda-feira).

A segunda é a Lei nº 870, que cria o Conselho Municipal de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (CMPPIR) sancionada em dezembro de 2022.

O Conselho será implantado dentro Secretaria Municipal de Assistência Social (no plano dizia Educação) e terá, dentre outras finalidades "propor, em âmbito municipal, políticas de promoção da igualdade racial, com ênfase na população negra e em outros segmentos étnicos do Município de Altaneira, visando combater o racismo, o preconceito e a discriminação étnico-racial, bem como as desigualdades raciais no aspecto econômico, financeiro, social, político e cultural".

Outra proposta que estava prestes a ir a votação era o Estatuto da Equidade Racial. Segundo diálogo com a vereadora e atual vice-presidente da Câmara de Altaneira, Rafaela Gonçalves (PT), o projeto de lei está na Comissão Permanente para análise e emissão de parecer. Ela afirmou que o PL deverá ir pra votação na volta do recesso parlamentar.

Saiba mais:

Altaneira cria Conselho Municipal de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (CMPPIR)

Feriado municipal em Altaneira no dia da Consciência Negra se torna lei

Clique aqui e conheça todas as 11 propostas do Plano

13 de Maio em Altaneira é marcado por apresentação de Plano de Combate ao Racismo e de Promoção da Equidade

 

13 de Maio em Altaneira é marcado por apresentação de Plano de Combate ao Racismo e de Promoção da Equidade. 

Por Nicolau Neto, editor

O dia 13 de maio é uma data histórica no Brasil. Há 133 anos era aprovada no senado do Império do Brasil e sancionada pela princesa Isabel, regente do Brasil, a Lei Áurea. Essa lei é registrada nos livros didáticos como aquela que aboliu a escravização da população negra no país após mais de três séculos.