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(FOTO/ Pedro Borges). |
A
estátua de Borba Gato inaugurada em São Paulo no ano de 1963 foi queimada neste
sábado, 24 de julho, durante as manifestações contra Bolsonaro. O monumento do
escultor Júlio Guerra tinha mais de 10 metros e foi construído em comemoração
ao IV Centenário do Bairro Santo Amaro.
Durante
os atos contra o governo federal, mais de 40 pessoas ligadas ao movimento "Resistência Periférica" usaram pneus para atear fogo no símbolo dos bandeirantes
paulistas, mas que representa sangue e dor por sua relação com um passado de
escravidão de negros e indígenas.
Mas
quem Foi Borba Gato? Qual sua relação com a História?
Barba
Gato é o retrato de um país que cultua falsos heróis. Ele foi colono, foi
bandeirante e escravagista. Durante suas ações como bandeirante,
principalmente em Minas Gerais e São Paulo aprisionou os indígenas e depois os
vendia como escravizados. Isso quando não eram mortos, e no caso das mulheres os
estupros aconteciam.
O
fogo ateado na estátua de um escravagista traz para o centro da História um dos
maiores símbolos do movimento abolicionista brasileiro e figura central contra
um Brasil escravocrata, o advogado, poeta e jornalista Luiz Gama. Gama conseguiu
libertar mais de 500 escravizados, e ficou convencido de que precisava usar
outras maneiras de atuação contra qualquer escravagista, além das leis, para acabar com a escravidão.
A
ação de ontem (24J) traz Gama porque foi ele quem disse que “o escravo que mata o senhor, seja em que
circunstância for, mata sempre em legítima defesa”. E é dentro dessa
ambiência que o ato da queima do monumento do Borba Gato deve ser vista. Foi um
ato antirracista e assim deve ser entendido.
Classificar os revolucionários desse ato como vândalos e criminosos é negligenciar a História do Brasil. É reforçar a História tradicional contada nos livros