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Romeu e Julieta - Grupo Garajal Foto J R Panela |
Entre
os dias 8 e 13 de novembro, a região do Cariri, no sul do Ceará, abre as
cortinas para a diversidade cultural. A 14ª Edição da Mostra Sesc Cariri de
Culturas, que percorre 28 cidades da região, sendo Juazeiro do Norte, Crato,
Nova Olinda e Barbalha os principais pólos das apresentações, reúne espetáculos
de teatro, dança, exposições, shows, rodas literárias, performances poéticas e
mostras de cinema e vídeo.
Além
de difundir as diversas culturas, a Mostra também promove a solidariedade.
Neste ano, para ter acesso aos espetáculos em ambientes fechados, os
participantes farão uma doação de 2kg de alimentos não perecíveis, que serão
destinados à Campanha “Nossos irmãos não podem mais esperar” - em prol das
vítimas de estiagem em 178 municípios cearenses.
Reconhecida
por produzir, fomentar e levar cultura aos lugares mais longínquos, a Mostra
vem, a cada ano, ampliando o potencial das expressões artísticas. Em 2012,
serão 81 grupos selecionados por edital, sendo 32 do núcleo de artes cênicas,
14 de artes visuais, 23 de música, 5 de audiovisual e 7 de literatura - vindos de 14 estados do Brasil. Além de 44
grupos da tradição popular convidados pelo Sesc, como previsto no edital do
evento.
Nesta
edição, a Mostra Sesc Cariri de Culturas surge com sutis demonstrações de que,
sem deixar de valorizar e contemplar o país inteiro em sua programação, a
cultura cearense e, principalmente, da região do Cariri será apresentada de
forma mais destacada. “A região do Cariri, berço da cultura de um povo que abre
seus saberes e acolhe todas as tribos que vêm se aconchegar em sua Terra, neste
ano irá alçar vôos maiores no evento”, explica o gerente de Cultura do Sesc/CE,
Paulo Leitão.
O
incentivo às manifestações populares, transmitidas pela oralidade, como os
Reisados, Cocos do litoral e do sertão, a herança indígena e Cantos de Sagração
estarão presentes na programação de forma diferenciada, nesta edição.
Intercâmbio cultural nas
terreiradas
As
tradições orais, conhecidas como Brinquedos – que contemplam os Reisados, os
Bois, o Maracatu, o Coco, dentre outras expressões culturais – terão um único
Terreiro, específico para os grupos que irão participar. O objetivo desta
mudança é fazer com que integrantes de diferentes grupos e visitantes do evento
tenham a oportunidade de participar de todas as terreiradas e com isso, haja um
intercâmbio entre todos.
União
entre os Cocos do litoral e do sertão
A
partir do pensamento de Antônio Conselheiro de que “o sertão vai virar mar e o
mar vai virar sertão”, a Mostra promove um importante e inédito encontro:
grupos de Dança do Coco do sertão e do litoral farão juntos, pela primeira vez
no Cariri, uma bela e emocionante apresentação. Este momento acontecerá durante
o Seminário “A Reinvenção do Nordeste”, entre os dias 12 e 13 de novembro. O
tema central do evento, que está na 3ª edição, será “As novas metrópoles do
sertão e as cidades globais do litoral: interconexões” e contará com
professores, teóricos, gestores e artistas que irão debater sobre arte, cultura
e o desenvolvimento nas novas metrópoles do sertão nordestino.
Canto de Sagração
Como forma de destacar uma das expressões culturais mais fortes do Nordeste, o evento terá também um momento dedicado às manifestações religiosas com a apresentação de grupos de Penitentes e de Carpideiras, em Barbalha. A ocasião contará com participação de Maria do Horto, mestre reconhecida por suas cantigas e pelos cantos de versos de peças tradicionais do Ceará.
“Assim
como o objetivo de toda programação da Mostra é valorizar a cultura popular, a
ideia do Canto de Sagração é reforçar que o sagrado não é apenas o que é
voltado para o religioso, mas também para a realidade de cada povo e como ele a
encara”, explica Ezequias Arruda, supervisor de Cultura na área da Tradição e
Artes Cênicas.
Origem indígena reforçada
A
identificação cultural do povo indígena será representada na 14ª edição da
Mostra Sesc Cariri de Culturas. O Nação Cariri – Encontro de Tóre e Torém, será
um momento especial para reforçar que a cultura dos índios permanece forte
entre as etnias e em construção constante. Quatro grupos indígenas irão se
apresentar em Juazeiro do Norte. “O objetivo é mostrar, com as apresentações de
Toré e Torém, seus rituais e características próprias, que as etnias estão
presentes no mundo, de forma viva e em evolução”, ressalta Ezequias Arruda.
Confira
mais sobre a programação aqui
Aplausos para este e outros projetos não pensados para as classes médias-altas e para os turistas. Um povo com acesso à cultura é um povo mais consciente, com horizontes mais amplos, que aprende a pensar por si mesmo...
ResponderExcluirAbraço
Ruthia d'O Berço do Mundo
Perfeitamente, Ruthia. O acesso a cultura é, com certeza um dos pilares para o processo da conscientização, o que pode contribuir para a conquista da emancipação e da politização.
ResponderExcluirAgradecido pela visita ao portal!!!
Abraços!!!