Grunec Cariri e Coletivo Camaradas promovem oficinas de turbante durante Expocrato



O Grupo de Valorização Negra do Cariri (Grune) e o Coletivo Camaradas, movimentos sociais de forte atuação na área dos direitos humanos e de reconhecimento de negros e negras na construção do Brasil, promoveram entre os dias 11 e 14 de julho do corrente ano concomitantemente as festividades da Expocrato oficinas que remetem a cultura africana e afro-brasileira.

As oficinas tiveram muita adesão e foram ministradas por Maria Renata, do Coletivo Camaradas e Marquinhos Abu, do Coletivo Aparecidos Políticos. A primeira, sobre Turbantes, realizada na última quinta-feira, 14, contou com participação mulheres do GRUNEC e do Coletivo Marias e fazia menção a estética e identidade negra como forma de luta contra a discriminação e o preconceito racial, além de se configurar como um ato de resistência que, conforme pontuou o coletivo camaradas em sua página “vai muito além da moda e do estilo”.

No último dia 11, Marquinhos Abu, integrante do Coletivo Aparecidos Políticos, realizou a oficina de Stencil que servirá de base para o projeto que envolverá fotografia, stencil e arte de rua. 

Faz-se necessário destacar que a oficina de turbante foi idealizada e realizada pelo Grunec. Já a de Stencil teve a organização e promoção do Coletivo Camaradas, contando com o apoio dos (as) ministrantes supracitados (as). 

Oficina de Turbante com Maria Renata, do Coletivo Camaradas. Foto: Divulgação.


Ministério Público manda arquivar a denúncia sobre “pedaladas fiscais”, por entender que não houve crime



Do ponto de vista formal, a presidente eleita Dilma Rousseff está sendo submetida a um julgamento. Há espaço para testemunhas de defesa, acusação e, dentro de algumas semanas, os senadores darão seu veredito na comissão especial de impeachment.

No entanto, por mais que se trate de um julgamento de natureza política, a Constituição Brasileira garante que nenhum presidente pode ser afastado sem que tenha cometido crime de responsabilidade. Ou seja: é isso o que confere o caráter também jurídico ao processo.

Publicado originalmente no Brasil 247

No processo em curso, Dilma é acusada por professores de direito ligados ao PSDB, partido derrotado nas últimas eleições presidenciais, de ter infringido a Lei de Responsabilidade Fiscal, com suas "pedaladas fiscais", que seriam "operações de crédito disfarçadas".

No entanto, ontem, o Ministério Público Federal, que é o titular de qualquer ação penal, determinou o arquivamento da investigação pedida pelo Tribunal de Contas da União, apontando que nem houve operações de crédito e que, além disso, as chamadas "pedaladas" não configuram ilícito penal.

Numa situação de normalidade democrática, o impeachment seria sumariamente arquivado, como defendeu a senadora Gleisi Hoffmann. Além disso, toda a imprensa nacional destacaria que a presidente Dilma Rousseff, eleita por 54 milhões de eleitores, foi inocentada do crime que lhe é imputado por adversários políticos.

No entanto, a notícia do pedido de arquivamento feito pelo Ministério Público foi solenemente ignorada por jornais como Folha de S. Paulo e Valor Econômico. Estado de S. Paulo e O Globo a registraram, mas sem destaque em sua primeira página.

Isso demonstra que a imprensa brasileira, que apoia o golpe parlamentar de 2016 assim como apoiou o golpe militar de 1964, nem se preocupa mais em manter as aparências. O julgamento de Dilma é apenas um simulacro, onde todos os atores parecem já conhecer, de antemão, o resultado.

No entanto, por mais que seja um jogo de cartas marcadas, a decisão do Ministério Público Federal coloca os 81 senadores diante de uma saia justa: como condenar a presidente Dilma por "crime de responsabilidade", se o próprio MPF, titular da ação penal, garante que não houve crime?



"Sem a esquerda eu não teria vencido a eleição", diz Rodrigo Maia


Rodrigo Maia (DEM-RJ), 46, é o novo presidente da Câmara dos Deputados. O deputado foi o mais votado no primeiro turno, com 120 votos, e venceu também no segundo turno com outros 285 votos. Agora, ocupará o cargo até fevereiro de 2017 – quando haverá nova eleição para a Mesa Diretora.
Publicado originalmente no Pragmatismo Político

Candidato de Aécio Neves, Maia teve como principal base eleitoral os partidos PSDB, PPS, PSB e DEM. Curiosamente, para se eleger, também contou com o apoio de PDT e PCdoB. Tanto Maia, quanto o deputado derrotado, Rogério Rosso (PSD-DF), tinham o apoio do presidente interino Michel Temer.

Maia chegou a ser cotado para ser o líder do governo Temer na Casa, mas, por influência do “centrão”, grupo suprapartidário liderado pelo ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Temer escolheu André Moura (PSC-SE).

“Sem a esquerda eu não teria vencido essa eleição”

Na primeira entrevista coletiva concedida à imprensa após a eleição, Rodrigo Maia admitiu que não teria chegado à presidência da Câmara sem o apoio da esquerda. “Preciso reconhecer que sem a esquerda eu não teria vencido essa eleição”, disse Maia, que mostrou disposição para dialogar com todas as frentes.

Durante discurso em plenário antes do 2º turno, Maia chegou a lembrar do ex-deputado petista José Genoíno e disse que votou pelo ajuste fiscal de Dilma Rousseff e sempre dialogou com a esquerda.


Rodrigo Maia é o novo presidente da Câmara dos Deputados.




Como o idiota fascista é produzido historicamente em 5 maneiras, por Douglas Rodrigues Barros*



Quando Adorno escreveu Educação após Auschwitz, ele tinha como objetivo prevenir a catástrofe fascista. O crítico chamava a atenção para a importância da análise sociológica como aquela que informaria “sobre o jogo de forças localizado por trás da superfície das formas políticas”. Com efeito, um sintoma de proto-fascismo se evidencia quando a sociologia é posta em dúvida, ou é alvo de piadas em alguns centros de risadas forçadas e irreflexivas.

Publicado originalmente no Negro Belchior

Não é à toa que o que se oculta no interior do programa Escola sem Partido é, na verdade, aquele incomodo sexagenário gerado pelo retorno da filosofia e da sociologia à “grade” curricular. Os defensores de tais programas revelam assim seus inconfessáveis desejos de ver a velha Educação Moral e Cívica que, subserviente a interesses escusos, – esta sim – doutrinava e excluía de si toda a dúvida. O que estes temem de fato é a potencialidade crítica da dúvida que essas matérias promovem no interior da sala de aula, gerando inclusive o inconformismo dos estudantes ante a total desagregação da educação pública no país. Mas isso será tema de um próximo artigo.

Por enquanto falemos da gravidade da situação política que se espalha não só pelo Brasil, mas pelo mundo como um todo. O fascismo sem dúvida é uma idiotice. No entanto, é uma idiotice que não se pode, em hipótese nenhuma, ser subestimada. Quando um aloprado deputado, que cospe reacionarismo, se joga, tal como um rockstar, da carroceria de um caminhão e se estabaca no chão sobre o aplauso e histeria de centenas de seguidores, apesar da grotesca cena e da babaquice em questão, é um sintoma para ser levado a sério.

Uma das questões mais importantes que o fascismo nos legou é que, apesar das formas grotescas de sua expressão, ele deve ser objeto de denuncia constante. Afinal, na Alemanha pré-nazista ninguém levava a sério um baixinho de bigode raspado, com estandartes ridículos que esbravejava impropérios contra a civilização, querendo romanticamente uma sociedade na qual o super-homem nietzschiano – obviamente integrado e desvirtuado pela ideologia nazista – teria espaço.

Nesse sentido, o que apresento aqui é uma síntese cabível neste espaço sobre como o fascismo é produzido na oficina da história pela crise e falta de perspectiva. Aqueles que se interessarem pelo tema e quiserem se aprofundar podem pesquisar não apenas Adorno e os escritos da, vulgarmente chamada, Escola de Frankfurt, como também, um dos livros mais sagazes e profundos sobre o fascismo: Labirintos do Fascismo de João Bernardo.

Vamos às cinco características:

1 – O fascismo é uma revolta dentro da ordem
Ele aparece como uma potencialidade de transformação, mas esbarra nos limites de uma mudança feita para nada mudar. Isso porque seus adeptos geralmente esbarram em questões que pairam na superficialidade dos problemas. Numa moralização unilateral que evidencia somente os aspectos mais pragmáticos e, por isso, propagandísticos nas crises políticas e econômicas. Por exemplo:o principal motor da xenofobia em 1930 e na presente fascitização europeia e paulista é enxergar o problema do desemprego no imigrante e não na crise estrutural pelo qual passa a economia. Do mesmo modo, a propaganda contra a corrupção se torna unilateral. Ela não denuncia que a própria engrenagem político-econômica fomenta a corrupção como algo necessário para sua própria manutenção.

2 – O fascismo é fenômeno de crise e falta de perspectiva de mudanças profundas

O fascismo nasce de alguns desastres históricos. Não apenas de uma profunda crise econômica, mas de uma crise político-social que lá atrás arrastou a Europa para a Grande Guerra. E o horizonte hoje com o começo da dissolução da zona do euro e ressentimentos de toda ordem não se apresenta tão diferente. Do mesmo modo, a crise estrutural no Brasil fomenta atividades e ressentimentos de classe e posições altamente conservadoras e reacionárias. Separatismo e paixões provincianas, além do nacionalismo tacanho, marcam também algumas de suas características fundadas na falta de perspectivas reais de melhorias.

3 – As instituições democráticas são irrelevantes para o fascista

Já em 1921 Benito Mussolini discursava marcando algumas características que permeariam a noção do ser fascista: “Estaremos com o Estado e a favor do Estado sempre que ele se mostrar um guarda intransigente” dizia o idealizador fascista, “mobilizar-nos-emos contra o Estado se ele vier a cair nas mãos de quem ameaça a vida do país e atenta contra ela”. Com certeza, uns cem números de leitores dessa revista devem ter gostado e simpatizados com a fala do líder, Mussolini, que muito tem em comum com aquele outro que deu de cara no chão.De um lado, o respeito pelas instituições democráticas só é feito tendo em vista a participação dos próprios fascistas na partilha do poder. Por outro lado, o fascismo pretende substituir o poder estatal quando a democracia não compartilhar de suas crenças.

4 – O fascismo avança quando os progressistas retrocedem

A partir dos duros golpes sofridos e no retrocesso da tentativa de superar a desigualdade histórica; a ideia de uma revolução dentro da ordem, para salvaguardar a sociedade do comunista comedor de criancinhas, se consolida e ganha aos poucos as mentes e os corações.A assim chamada “revolta dentro da ordem” como uma das características centrais do fascismo assume muitos dos aspectos tradicionais da luta dos trabalhadores, mas para colocá-lo na perspectiva da ordem da economia imperante. Assim, quando uma massa amorfa de verde-amarelo sai as ruas e utiliza palavras de ordem e formas de luta tradicionalmente de esquerda (como por exemplo a ocupação da Paulista) ela não está sendo original, esse caminho já é conhecido.

5 – O ser fascista detém a capacidade de maquinar, remodelar e recriar fatos históricos e corriqueiros

Nenhuma outra corrente política recorreu tanto a estetização da política como forma de impor seu pensamento, em termos mais simples, nenhuma outra corrente recorreu tanto a possibilidade de ludibriar, mentir e persuadir aqueles que querem. Como nos mostra João Bernardo (2015): a versatilidade das palavras, a possibilidade de moldá-las a seu favor e unir isso a uma propaganda massiva foi um dos grandes atributos do fascismo, assim como; escrachar figuras públicas, criar factoides e manipular dados.

Qualquer semelhança com nossa época atual não será mera coincidência.Os números oficiais indicam que todos os dias morrem duas pessoas por erros policiais. A cada dez minutos uma pessoa é assassinada no Brasil, o Anuário de segurança pública revela ainda que, por dia, seis pessoas foram assassinadas por policiais no Estado de São Paulo em 2013. Acaba de sair uma matéria no New York Times indicando que o Brasil é o país mais perigoso do mundo para os homossexuais. De tal maneira, qualquer estudo mínimo sobre as estatísticas da guerra particular no Brasil revela os horrores instaurados e provenientes de uma ditadura não encerrada.

Não faz muito tempo, entretanto, que tal violência, pelo menos no nível do discurso, era combatida, mesmo pelos meios hegemônicos de comunicação de massa.Atualmente, porém, parece que algo se alterou no quadro de interesses da elite sempre conservadora do país. Agora a carnificina diária apreciada e difundida pelos programas policialescos instaura um sentimento de terror que se orienta na criação de um inimigo comum. Aonde isso vai dar, eis a questão, se é fascismo ou não, é um problema a se pensar. Talvez seja algo ainda pior, posto que não identificado, mas, já amplamente naturalizado.

*Escritor e mestre em filosofia, atualmente é doutorando em ética e filosofia política pela Universidade Federal de São Paulo.




Condutores/as de trilhas de Altaneira promoverá I colônia de férias


Nos dias 22 e 23 do corrente mês o grupo de Condutores/as de Trilhas e Esportes de Aventura de Altaneira, estará disponibilizando diversas atividades de lazer com base no turismo comunitário, proporcionando o conhecimento e prática dos esportes aos participantes da localidade e visitantes.
Texto de Francilene Oliveira*

O evento terá inicio na tarde da sexta-feira (22) com uma caminhada na Trilha do Sitio Poças, uma roda de conversa com os condutores/as, culminando com um acampamento dentro da trilha. No sábado, após o café da manhã, o grupo se desloca até a Pedra dos Dantas Sitio Taboca, onde haverá local prática de Rapel. À tarde as atividades se encerram com a prática do Arvorismo na trilha do Sitio Poças. Ainda será disponibilizado o slackline para a prática no primeiro dia de atividades. A alimentação será advinda da Agricultura camponesa e Orgânica sob-responsabilidade de Jõao Bel e Família.

As inscrições já estão abertas e estão sendo realizadas na Fundação Arca com um dos condutores, João Paulo Silva. Os interessados podem ainda entrar em contato pela página Acontrial Altaneira na rede social Facebook.

O grupo Acontrial é formado por jovens e adultos que na preocupação com o bem está socioambiental se dispõe ir além de uma atividade de condução de trilha e uma atividade de esportes de aventura. Se articulando com base no  turismo comunitário, buscando contribuir com os meios educacionais, dentro e fora deles, com uma integração entre ambos.

*Francilene Oliveira é membra da Acontrial e estudante do curso de História da Universidade Regional do Cariri (URCA).

Imagem retirada da página da Acontrial no facebook




Leandro Karnal: Por que deixarmos de ser autônomos para servir a modelos impostos?



Com base no livro “Discurso sobre a servidão voluntária”, o professor Leandro Karnal traçou um paralelo entre os ensinamentos de Étienne la Boétie e o período atual.

Hitler não teve acesso à quantidade de informações que hoje qualquer central de telefonia tem hoje. Somos o que Étienne temeu: uma sociedade feliz com tiranos no controle.

Publicado no Portal Raízes

A violência não garante o controle. Segundo a vontade do estado, é preciso que as pessoas concordem e gostem de ser controladas.

O exemplo da servidão voluntária contemporânea é informar ao mundo o que consumimos pelas redes sociais. “Ninguém me obrigou a dar essa informação, mas eu dou”. Francis Bacon dizia que conhecimento é poder.

Ser livre nos torna responsáveis por nossas escolhas. Por isso, casamentos arranjados raramente dão errado: nada espera-se deles.

A liberdade é responsabilidade: quanto mais ofereço chance de as pessoas escolherem, mais angustiadas elas ficam. As escolhas nos tornam sujeitos, mas também objetos. O impulso de ser um sujeito por uma escolha nos tornam também objetos do consumo.

A servidão, por sua vez, pode ser uma zona mais confortável que a liberdade. Boétie falou sobre o incômodo da liberdade séculos antes de Sartre. Os tiranos precisam de assessores. Precisam de um grupo que os apoie. Quanto mais sou oprimido, mais eu tiranizo também. Assim os tiranos se multiplicam. Cada um pisa naqueles que é possível. O mais subserviente dos gerentes é aquele que pisa no faxineiro.

Sejam resolutos em não servir e vocês serão livres. A função do estado é ser tirano. Precisamos pensar na nossa liberdade diante deste estado e parar de seguir gurus de moda, de comportamento, de gastronomia.


O multiculturalismo venceu a Eurocopa, por Jean Wyllys


É simbólico que o momento decisivo da última Eurocopa tenha sido o gol de um imigrante, Éder, nascido na ex-colônia portuguesa de Guiné-Bissau. Exatamente agora, quando forças como Boris Johnson, no Reino Unido, e Marine Le Pen, na França, destilam seu ódio aos estrangeiros, o mundo recebe um forte sinal do quanto essas populações imigrantes foram fundamentais para construção de quase tudo que é mais importante para o Ocidente.

Acostumamo-nos ao longo dos últimos meses aos discursos demagógicos que apontavam a chegada de imigrantes como o fator responsável pela crise econômica nos países desenvolvidos. Muito embora os estrangeiros ainda representem pequena parcela do total na população desses países, são eles que boa parte dos políticos mais queridos pela nova direita radical responsabilizam pelas perdas do mercado.

Publicado originalmente em sua página no facebook

Na verdade, a crise enfrentada na Europa é de responsabilidade daqueles que mais ganharam dinheiro nos tempos de bonança. Foram os mais ricos que nos tempos de crescimento europeu acumularam recursos retirando a possibilidade de melhora do restante da população e prejudicando a capacidade dos estados de manter seus programas de bem estar social. Se faltam empregos agora, não é porque imigrantes estão ocupando os postos de trabalho. É porque novos postos não estão sendo abertos e antigos estão sendo deslocados com o objetivo de aumentar margens de lucro.

Portanto, é preciso repelir acusações racistas de que um perfil específico de pessoas na população é a origem de todos os males sociais. Assim como há brasileiros de todos os tipos de pensamento e comportamento, há imigrantes com essa mesma diversidade. Estrangeiros não são simples hospedeiros de uma nova cultura para substituir a outras. São indivíduos que trazem de outras origens saberes que se chocam com os nossos para produzir novas e melhores sínteses.

Eis a dinâmica multiculturalista que o mundo globalizado e conectado em rede nos impõe. Pessoas com diferentes ideias estranham mutuamente seus comportamentos para produzir acúmulos mais sofisticados quanto ao seu comportamento. No exercício da tolerância organizamos melhor nossas diferenças para um objetivo comum. Essa é a receita do sucesso econômico de cidades como São Paulo, Londres ou Nova Iorque.

No atual estágio de conexão alcançado pelos transportes e a comunicação, especialmente a internet, já está claro que negar a participação de estrangeiros na dinâmica social significa dar as mãos ao atraso. O dinamismo dessa nova aldeia global que emerge no século XXI é dado pela organização das nossas diferenças para construção de um bem comum. Quando Éder se fez decisivo nesta Eurocopa, independente da importância que o futebol tem para cada um de nós, o recado foi claro. De algum modo somos todos imigrantes, herdeiros de tradições que não eram nossas, mas que são essenciais na significação de quem somos e de para onde caminhamos.