Em constante renovação Jornal O Povo faz 88 anos


Do O Povo

Era um sábado. Fortaleza ainda guardava a vontade de ser Paris. No Centro, a Praça do Ferreira reunia os intelectuais e as ruas se dividiam entre o asfalto, o areal e a disputa política dos “coronéis”. A Capital era diferente naquele 7 de janeiro de 1928, se comparada aos tempos de agora. E foi exatamente nesse dia que ela foi apresentada a O POVO, em suas 16 páginas iniciais com a meta de fazer ecoar as vozes “que lhe falem ao sentimento”, como se descreve no primeiro editorial.

Desse tempo até hoje, vão-se 88 anos de histórias, notícias e assuntos das gentes de perto e de longe. Histórias contadas pelas páginas do jornal mais longevo do Ceará, que se renova e se adapta ao novo jeito de se fazer jornalismo. Se naquele tempo o único meio de se informar era pelas páginas do jornal, hoje os leitores se veem rodeados de informação em muitas mídias: rádio, TV, Internet… Em todas elas, O POVO se expandiu, arrumou um jeito de comunicar. Reinventou-se. E agora exercita um jornalismo baseado na convergência, que percebe nas multiplataformas disponíveis formas diferentes de se contar uma boa história.

Hoje, o fluxo da informação passa por um processo que se inicia, geralmente, no online e no rádio, passa para o impresso e possibilita ramificar-se para outros suportes como a TV, um produto audiovisual e até mesmo um aplicativo”, esmiúça Ana Naddaf, diretora-executiva de Redação do O POVO.

Curadoria de informação

Entre as mudanças encabeçadas pelo jornal, estão as experiências baseadas nos hábitos de leitura e na curadoria de informação, que culminaram no lançamento do O POVO.dom em maio do ano passado. A edição de domingo passou a investir, ainda mais, em reportagens aprofundadas, multiplicidades de opiniões e informação. Também em 2015 houve a integração da TV O POVO à Redação do jornal, o que garante ainda mais convergência ao grupo, integrando hoje portal, rádio, TV e jornal no mesmo espaço físico.



 “Fazer jornalismo hoje é um desafio. Um desafio que não é só nosso. Não pensamos mais na edição do dia seguinte, mas na informação a ser publicada no próximo minuto”, reconhece Ana Naddaf. E isso envolve também planejamento. Este jornal que você tem nas mãos começou a ser pensado segunda-feira e foi se adaptando até o último minuto. Isso porque as informações seguem um fluxo multifacetado nos mais diversos canais de dizer.

Desde de 2013 que o Informações em Foco figura entre os parceiros do Jornal O Povo. Clique aqui e conheça os demais parceiros.


SISU: Candidatos já podem consultar vagas disponíveis



Os candidatos a entrar no ensino superior público já podem consultar as vagas disponíveis no portal do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). A consulta pode ser feita por instituição, por cidade ou por curso no site do Sisu.



Na primeira edição deste ano, o Sisu vai oferecer 228 mil vagas em 131 instituições públicas de educação superior. As inscrições poderão ser feitas do dia 11 ao dia 14 deste mês. Para participar da seleção, o estudante precisa ter feito o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2015 e obtido nota acima de 0 na prova de redação.

O candidato pode se inscrever no processo seletivo em até duas opções de vaga e deve especificá-las, em ordem de preferência, em instituição de ensino superior participante, local de oferta, curso e turno. O sistema indicará as notas de corte para cada curso ao estudante, que poderá alterar as opções de curso de acordo com a nota.

O resultado da chamada regular será divulgado no próximo dia 18. Os candidatos selecionados farão a matrícula nos dias 22, 25 e 26 deste mês. Aqueles que não forem selecionados terão a opção de manifestar interesse em participar da lista de espera, no período de 18 a 29 do mesmo mês.

Por meio do Sisu, os estudantes participantes do Enem concorrem a vagas de ensino superior em instituições públicas. As notas do Enem serão divulgadas no dia 8 deste mês, segundo informou o Ministério da Educação. Participaram do Enem no ano passado 5,7 milhões de candidatos.

Novas comunidades quilombolas são certificadas pela Fundação Palmares



O Diário Oficial da União (DOU), de 30 de dezembro, publicou a Portaria nº 201, com dezessete comunidades remanescentes de quilombo, certificadas pela Fundação Cultural Palmares (FCP-MinC), totalizando, 2.697. O governo federal mantém o programa Brasil Quilombola, que norteia ações relacionadas a esse público e tem o objetivo de consolidar os marcos da política de Estado para as áreas quilombolas. São eles: acesso à terra; programas de infraestrutura e qualidade de vida; inclusão produtiva e ações para o desenvolvimento local; e atividades de fomento de iniciativas de direito.



Em Goiás foram reconhecidas as comunidades Povoado Moinho, no município de Alto Paraiso, Ana Laura; Boa Nova. No Maranhão as comunidades Boa Fé; Bom Jesus; Palmeiral; Ilha dos Poços e Carão, no município de São João Batista, Santa Bárbara, Lagoa da Maria Rosa e Ferrugem, em Vargem Grande, Capim-Açú II, São João Batista, Guajará, Turilândia, Beirada e Quiriri. As comunidades Olhos D’água dos Batatas, Muribeca, Abade, Santo Antônio, Aleixo, Lagedinho e São Vicente, no município de Ibipeba, Bahia. Em Minas Gerais as comunidades Raiz e Borá, no município de Brasília de Minas; a comunidade São Francisco do Matapí, em Santana e Vila Velha do Cassiporé, no município de Oiapoque, Amapá.


A análise das solicitações de reconhecimento de uma comunidade como remanescente de quilombo é atribuída ao Departamento de Proteção ao Patrimônio Afro-Brasileiro (DPA), cuja atuação compreende um conjunto de atividades relacionadas à proteção, preservação e promoção da identidade das comunidades remanescentes de quilombos e das comunidades religiosas de matriz africana.

Compete, portanto, ao DPA proceder quanto ao registro das declarações de auto definição apresentadas por essas comunidades, expedindo a respectiva certidão. Além disso, tem como atribuição apoiar e articular ações culturais, sociais e econômicas com vistas à sustentabilidade desses grupos tradicionais. A proposta é assisti-los e acompanhar ações de regularização fundiária dos já certificados, propondo atividades que assegurem a sua assistência jurídica.

Sobre a certificação

Para obter esta Certificação é necessário que a comunidade envie para a FCP a Solicitação de Reconhecimento como Comunidade Remanescente de Quilombo, juntamente com o relato histórico com fotos, reportagens e estudos que tratem da história do grupo ou de suas manifestações culturais.  Além disso, é necessário o envio da ata de reunião ou assembleia, na qual os membros da comunidade aprovam, por maioria, o pedido de reconhecimento. Após o recebimento da documentação pela FCP, é encaminhada a abertura de processo para posterior análise técnica. Se a documentação estiver correta, o próximo passo é a visita técnica de um técnico da Fundação que fará reunião com a comunidade para sanar possíveis dúvidas, conhecer a realidade da comunidade e elaborar relatório. Concluída essa etapa, é encaminhada a publicação do ato de reconhecimento da comunidade como remanescente de quilombo, no DOU. Caso a documentação não esteja completa, a comunidade é informada quanto à pendência. (Portaria nº 98, de 26 de novembro de 2007).

Biometria no Ceará: eleitores podem marcar a data e a hora do seu atendimento. Fique por dentro


Do portal TRE-Ce

O cadastramento biométrico é realizado para dar maior segurança à identificação do eleitor no momento da votação.

Durante os trabalhos, são capturadas as impressões digitais dos dedos das mãos do eleitor, colhida sua assinatura e tirada uma foto. Esse momento é importante também para atualizar os dados cadastrais (endereço, telefone para contato, etc).


Com o cadastramento biométrico, o eleitor passa a se identificar apondo sua digital no microterminal da urna eletrônica, não precisando mais aditar sua assinatura no Caderno de Votação.



No Ceará, o recadastramento biométrico teve início em 2009 para os eleitores do município de Eusébio, quando passaram pelo procedimento 21.746 mil eleitores (0,47% do eleitorado do Ceará). Em 2013, participaram desse processo os eleitores de Aquiraz, Sobral, Alcântaras, Forquilha, Juazeiro do Norte, Crateús e Ipaporanga, que juntos perfizeram o total de 426.309 mil eleitores recadastrados (6,80% do eleitorado do Ceará).

Com a reabertura do cadastro, após as eleições de 2014, diversos municípios iniciaram a coleta de dados biométricos. Esse cadastramento pode ocorrer em regime ordinário, ou seja, o eleitor não tem prazo para comparecer de forma obrigatória a uma unidade da Justiça Eleitoral, ou dentro de um processo de Revisão de Eleitorado. Neste último caso, o eleitor é obrigado a comparecer e sua ausência enseja o cancelamento do seu título.

Visando o conforto dos eleitores que comparecem a uma unidade da Justiça Eleitoral, foi criado o Sistema de Agendamento, por meio do qual o eleitor pode marcar a data e a hora do seu atendimento. Para utilizá-lo, acesse diretamente o sistema de agendamento, a qualquer momento, ou ligue para o nº 148, de segunda a sexta-feira, de 7 às 19h. Para o agendamento, é preciso ter em mãos o número do título de eleitor. Acesse aqui a consulta ao título.

Governo deve tratar mídia como partido de oposição, diz sociólogo Emir Sader



A mais significativa e a mais grave afirmação feita pelos órgãos da mídia brasileira nos últimos tempos foi de autoria de Judith Brito, executiva da empresa Folha de S. Paulo, em 2010, quando ela era presidente da Associação Nacional de Jornais:



"Na situação atual, em que os partidos de oposição estão muito fracos, cabe a nós dos jornais exercer o papel dos partidos. Por isso estamos fazendo."

A declaração é extremamente grave para a democracia brasileira – afetando tanto o papel dos partidos, quanto da mídia e, especialmente, o processo de formação da opinião pública. Ela não foi tomada a sério em todas as suas consequências, como se se tratasse de uma confissão de sinceridade de uma executiva, sem refletir processos profundos, que pervertem a democracia brasileira.

É verdade que há uma crise generalizada de representação dos partidos, processo para o qual a própria mídia colabora cotidianamente, ao desqualificar a política, os políticos, os governos e os próprios partidos e, promover, de forma implícita ou explícita, os mercados. Uma crise que é generalizada praticamente em todos os países, porque as formas de fazer política se esgotaram, dado o caráter extremamente formal das formas de representação mas, sobretudo, pela perversão que o poder do dinheiro introduz cotidianamente na política, nas eleições, nos próprios governos.

Mas a mesma mídia que promove diariamente o desprestígio da política se vale disso para – como declarou a própria executiva da Folha – substituir os partidos. Com isso, produz um duplo efeito negativo para a democracia: enfraquece as formas tradicionais de representação, fundadas no voto popular, e deforma profundamente o papel da mídia, ao fazer com que ela assuma o papel de partido de oposição.

A formação da opinião pública é um componente essencial da democracia, porque nela deveriam expressar-se a diversidade de pontos de vista, de reivindicações e de interesses existentes na sociedade. Quando a mídia, que tem um papel central nesse processo, se alinha, de forma confessa, como partido e partido de oposição, renuncia completamente a desempenhar esse papel.

No Brasil, desde 2003, esse papel da mídia é evidente. Em primeiro lugar, pela sua escandalosa parcialidade na informação. Há uma censura evidente, que seleciona, deformando conscientemente as informações contrárias ao governo – como se constata no Manchetômetro -, como deixando de difundir, ou fazendo-o de maneira deformada, toda informação favorável ao governo. Em segundo lugar, atuando efetivamente como partido, ao desenvolver campanhas sistemáticas, sempre contra o governo, de pessimismo econômico e de denuncismo.

Os jornais e revistas não se limitam a emitir suas opiniões nos seus editoriais, entregando informação de maneira mais ou menos objetiva e abrigando nas colunas de opinião diversidade de pontos de vista. Tudo é editorializado, é deformado pelo ponto de vista partidário dos donos das publicações.

A executiva da Folha tem razão: dada a fraqueza dos partidos de oposição, a mídia tem desempenhado o papel de partido de oposição. Portanto, já não são formadores democráticos de opinião, são partidos políticos e têm que ser considerados assim. (Lembremo-nos que Obama caracterizou a Fox como um partido político de oposição e passou a tratá-lo dessa maneira.) Se há essa confissão da então presidente da ANL, basta isso como prova: devemos considerá-los formalmente como partido de oposição e o governo também deve fazê-lo, para todos os efeitos.


Fica fazendo falta então partidos representativos e mídia democrática. O fim dos financiamentos empresariais pode ajudar aos partidos, mas sua desmoralização requer lideranças de forte legitimidade popular para recuperar formas democráticas de representação política. E a democratização da formação da opinião pública requer que se termine com essas formas pervertidas de mídia-partido opositor, que fazem mal para a política, para a mídia e para a democracia.