Aprendizagem: Teoria e Prática - Nelson Piletti






Todos, sem exceção, são capazes de aprender. Diferentes podem ser o ritmo e a velocidade, os materiais e os métodos, as condições pessoais e o contexto da aprendizagem – assim como as intenções e os objetivos, as motivações e os interesses. Desde que os fatores necessários estejam presentes, não resta dúvida de que a aprendizagem ocorrerá.

Partindo dessa verdade pedagógica, o professor Nelson Piletti discute o processo de aprendizagem considerando essas múltiplas peculiaridades e traz subsídios e sugestões para a criação de condições adequadas para que esse processo se desenvolva com eficiência.

Para isso, discute questões que os professores vivenciam em sala de aula, como motivação, liberdade, criatividade, amizade, novas tecnologias e avaliação. Dessa forma, o livro estimula a reflexão, o debate de teorias e de práticas, para que, em confronto com as próprias experiências, cada um possa chegar a conclusões pessoais e ao aprimoramento de pensamentos e ações no cotidiano educacional. Obra essencial para professores e futuros professores.

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Bento XVI pede o que nem ele mesmo cumpriu





Bento XVI pede o que nem ele mesmo cumpriu
Depois de ter anunciado na última segunda-feira, 11, que iria renunciar ao posto de Papa, Bento XVI já apareceu algumas vezes na mídia e, como de costume, ela, a mídia golpista, só veicula o lado “bonzinho” da igreja e dos seus membros.

Foi divulgado ontem, 14, nos principais veículos de comunicação do Brasil que Bento XVI está pregando a “verdadeira renovação” da Igreja Católica. O Cardeal brasileiro, o João Braz de Aviz disse em entrevista à agência especializada que Bento "é um homem que entendeu a humanidade, que entendeu a Igreja".

Esse é o lado amplamente divulgado em redes nacionais, GLOBO, SBT, BAND, dentre outros. Por outro lado, não é divulgado o lado conservador e perseguidor da Igreja e do papado.

O cardeal brasileiro ao declarar que Joseph Ratzinger não é um homem de poder e que entendeu a humanidade não sabe “da missa a metade”, o um melhor, sabe, mas “reza” somente o necessário para manter a perpetuação de história de horrores e crimes cometidos contra a humanidade, em específico em desfavor dos que pensam e agem distintamente dos figurões religiosos.

O renunciante pede o que nem ele mesmo foi capaz de fazer. Renovar a igreja não foi, nem de longe, uma tarefa que esteve nos planos de Ratzinger. O histórico o denuncia, embora a mídia golpista silencie. Vale destacar, uma vez mais, algumas de suas ações: reprimiu os teólogos que saíram de sua doutrina rígida e alienou outras denominações cristãs dizendo que não são igrejas verdadeiras. Não satisfeito ele combateu o sacerdócio feminino e condenou a homossexualidade, além de ser contra a comunhão aos divorciados que voltarem a se casar e a impedir o crescimento do laicismo dentro da Igreja. Nãofoi sem razão que recebeu o título de Chamado de Guardião do Dogma.

A posição do o João Braz de Aviz é perfeitamente entendível, uma vez que ele é um dos cotados para assumir o posto de papado. Aviz foi nomeado bispo com apenas 46 anos e em janeiro de 2011 foi convocado ao Vaticano por Bento XVI. Entende-se isso como o “puxa-saquismo” para ganhar ponto. (Texto da redação do INFORMAÇÕES EM FOCO).

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Fotografias, lugares e falsos conceitos sobre a questão da escravidão no Brasil





Texto da História e Cultura afro-brasileira com adaptações feitas pela redação do INFORMAÇÕES EM FOCO


É lugar-comum pensar na Abolição da Escravatura no Brasil como uma cena de novela: no palácio real, uma princesa, pressionada por abolicionistas brancos, assina o documento de libertação e, no dia seguinte, uma massa de ex-escravos negros saem felizes de suas fazendas em direção às cidades, cruzando no caminho com os trabalhadores europeus que vieram ocupar seus espaços no campo. O processo que levou ao fim da escravidão no Brasil, em 1888, no entanto, começou nas primeiras décadas do século XIX e contou com uma gama de atores diversos. Os negros, comumente retratados como agentes passivos deste processo, pelo contrário, contribuíram ativamente durante décadas para que um novo capítulo na História do Brasil fosse escrito e, mesmo antes da assinatura da Lei Áurea, muitos conseguiram se libertar de seus senhores.

Se, para muitos, essas informações são novidades, isso resulta da forma como o tema foi constantemente ensinado e divulgado . Há pouco mais de quatro décadas, pesquisadores como Florestan Fernandes (sociólogo e político brasileiro) passaram a revisar esse período, tentado resgatar detalhes de como o processo que culminou no fim da escravidão no Brasil realmente aconteceu.

Ainda há muito que se pesquisar sobre essa temática, assim como são os diversos meios para se fazer, embora as condições para tanto possa, talvez dificultar tais pretensões. As fotografias, por exemplo, são algumas das fontes que podem auxiliar nesse embate, mesmo não sendo tantas.

Nelas se pode perceber alguns traços do cotidiano dos negros transformados em escravos nas senzalas, no trabalho forçado, assim como também na forma como eles se portavam durante as exaustivas viagens nos navios até chegarem no Brasil. A foto ao lado, possivelmente é a única fotografia de um navio negreiro. Ela foi feita por Marc Ferrez, em 1882. O navio que transportava as vítimas da escravidão era francês e a foto foi produzida de forma clandestina.


Veja mais fotos que retratam cenas do cotidiano dos negros africanos, transformados em escravos e que foram os responsáveis pela construção do país, seja na lavoura, nos trabalhos domésticos, na produção de cana de açúcar, nos cafezais, etc:






Crédito das fotos: História e Cultura afro-brasileira

O lado que a mídia golpista omite: O significado político na renuncia do Papa Bento XVI





A renúncia do Papa é apresentada como uma decisão pessoal, devido à idade. Evidentemente, é preciso buscar as razões de fundo para um gesto inédito nos anais recentes da Igreja e que enfraquece ainda mais a sua credibilidade.

Os pontificados ficam historicamente identificados com alguns dos fatos ou decisões mais importantes que marcaram esses períodos. O Papa Pio XII, contemporâneo do nazismo e aliado de Hitler na sua ascensão ao poder, ficou indelevelmente marcado por essa aliança. Mais no passado, o que resta na memória popular de Papas como Rodrigo Borgia, ou Alexandre VI, senão a reputação cruel e devasso, que nomeou o próprio filho Cesare Borgia, além de muitos outros parentes, como cardeais? De Júlio III, a nomeação como cardeal-sobrinho do amante de 17 anos, Innocenzo.

De Joseph Ratzinger, o Bento XVI (foto), o elemento mais marcante de seu pontificado, antes da renúncia, parecia que iria ser a denúncia pública da pedofilia no clero. Poderá essa renúncia tirar o foco desse problema e sua sucessão lançar uma cortina de fumaça que oculte a série de escândalos?

Trago nestes breves comentários, de alguém que não é um vaticanólogo, apenas algumas evidências disponíveis para qualquer leitor de jornais de que essa renúncia não é um raio em céu claro. Que evidências são essas?

As de que o Vaticano viveu no pontificado de Bento XVI uma crise já antiga de perda de influência social e política, agravada pela perda da credibilidade moral com os escândalos de pedofilia. Mas ao se tratar dessa instituição, não se deve esquecer que ela é, do ponto de vista financeiro, uma das maiores multinacionais do planeta, com investimentos em bancos, corporações, reservas de ouro, etc. (MANHATTAN, 1983 mostrou a dimensão dessa fortuna).

No ano passado, a Igreja Católica viveu outra crise com as revelações de corrupção e negociatas feitas a partir dos documentos vazados pelo mordomo do Papa, no que ficou conhecido como Vatileaks. Dessa vez, a culpa não era do mordomo, que foi preso, processado, condenado e depois perdoado.

O Banco do Vaticano (o “banco mais secreto do mundo” como diz a revista Forbes (JORISH, 2012) é o IOR (Instituto das Obras da Religião), fundado em 1942. Nesse período o Vaticano vinha de uma colaboração com o regime nazista, por parte de Pio XII, mas, ainda antes disso, de uma colaboração mais estreita com Mussolini, que concedeu ao Vaticano em 1929 a assinatura do Tratado de Latrão com o estado italiano.

Esse tratado, também conhecido como Concordata foi o que permitiu o reconhecimento do Vaticano como um Estado dentro de outro Estado, incluindo a gestão das próprias finanças e a manutenção da influência política sobre a Itália que ficava com o catolicismo como religião oficial, o ensino confessional nas escolas públicas e outras vantagens ao clero. Só em 1978, houve uma alteração que tornou a Itália uma República laica e o divórcio foi aprovado.

Rompendo o isolamento em que o Vaticano havia ficado desde a vitória da república italiana em 1870, Mussolini concedeu também vultosas indenizações à Igreja. Parte desse dinheiro foi aplicado em Londres em aquisições imobiliárias que hoje alcançam o valor de cerca de meio bilhão de libras esterlinas, embora o valor real permaneça secreto, apesar das denúncias recentes do jornal Guardian (LEIGH; TANDA; BENHAMOU, 2013).

Os interesses econômicos do Vaticano também estão sendo afetados pela crise global, o que levou inclusive que em 2012 ocorresse o maior déficit fiscal em muitos anos no Vaticano, de cerca de 19 milhões de dólares (VATICAN, 2013). Nessa crise também incide o custo financeiro com os processos por pedofilia.

Os escândalos de pedofilia, além do custo moral, têm um preço econômico com os processos e indenizações, que só nos EUA, chegaram a três bilhões de dólares em mais de três mil processos abertos, com 3.700 clérigos denunciados, 525 presos, a maioria dos quais condenados e cumprindo penas.

Desde os anos de 1950 até hoje cerca de seis mil sacerdotes já foram denunciados nos Estados Unidos por abusos sexuais contra crianças, o que equivale a 5,6% do total do clero estadunidense (SCHAFFER, 2012). Figuras de proa da Igreja, como o líder dos Legionários de Cristo, no México, Marcial Maciel forma denunciados por pedofilia e outros abusos.

Bento XVI protegeu setores diretamente nazistas do clero, como o bispo Richard Williamson, negacionista do Holocausto que havia sido excomungado por João Paulo II, e cuja excomunhão foi revogada por Bento XVI em 2009. Apesar disso e de ter atendido aos interesses de setores ultraconservadores da Opus Dei e do Caminho Neocatecumenal, cerrando fileiras com partidos como o PP na Espanha para impor os planos de austeridade e flertando com a extrema-direita europeia, Bento XVI teria desagradado a esses setores ao tentar reconhecer parte dos escândalos de pedofilia para buscar limpar a reputação da Igreja. Isso levou um colunista de El País a avaliar que a renúncia foi resultado da pressão desses setores ultraintegristas (MORA, 2013).

Seja por causa das acusações de corrupção ou de pedofilia, a renúncia acrescenta uma nota ainda mais decadente a um Papa que dedicou seu pontificado a um apostolado de intolerância e repressão contra homossexuais, mulheres, muçulmanos e movimentos sociais. Num momento de crescimento da extrema direita católica na sua faceta mais fascista, como o caso do terrorista católico norueguês Breivik, o Papado de Ratzinger foi um ponto de apoio para a homofobia, o racismo, o sexismo, a intolerância e a perda de direitos sociais dos trabalhadores.

É provável que se jogue com a carta de Il Gattopardo, de Lampedusa, “mudar para tudo continuar igual”, mas para isso, os recursos da inteligência publicitária da Igreja podem contar com novidades, como o primeiro Papa não europeu da história, o que não deixará de manifestar mais uma vez um dos sintomas maiores da crise global do catolicismo, sua condição essencialmente branca e ocidental. Um Papa negro ou latino-americano não conseguirá alterar esse fato: a Ásia e a África permanecem imunes à religião imperial que o sistema de estados europeu trouxe em sua colonização global.

A participação do Vaticano nos interesses globais do capitalismo também não deve deixar a Igreja imune à onda de revolta anticapitalista que cresce especialmente nas duas margens do Mediterrâneo.

A recente aprovação pela Câmara Baixa do Parlamento francês da união matrimonial homossexual é só mais um sintoma de que os interesses patriarcais, misóginos e machistas do clero também estão perdendo lugar na definição da ordem legal e do quadro dos direitos civis do século XXI.

A última monarquia absolutista europeia, o Vaticano, sofre no gesto de renúncia daquele que foi consagrado como o “vigário de Cristo”, ou seja, o seu substituto, uma derrota simbólica profunda, pois demonstra falta de coragem e obstinação em carregar uma cruz até o final. A convivência de um novo Papa com o ex-Papa também esvazia a mística monárquica individual desse vicariato místico, dividindo em dois o corpo do substituto de Cristo na Terra.

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Vide Almoço das Horas

Número de partidos políticos pode dobrar no Brasil





O número de partidos políticos que podem disputar as eleições no Brasil poderá dobrar nos próximos anos se todos os grupos que estão mobilizados para criar novas siglas tiverem sucesso.

Existem hoje 30 partidos no país e pelo menos outros 31 em gestação, incluindo o novo partido da ex-senadora Marina Silva, agrupamentos de extrema esquerda e até uma sigla monarquista.
A maioria desses grupos começou a se organizar depois de 2007, quando uma resolução do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) passou a ameaçar os políticos que mudam de partido com a perda de seus mandatos.

Mas a legislação permite que políticos troquem de camisa se for para criar um novo partido, e desde então três siglas foram criadas –o PSD do ex-prefeito Gilberto Kassab e os nanicos PPL e PEN.

Como o partido de Kassab, que nasceu de uma costela do DEM, alguns dos novos partidos tentam atrair políticos insatisfeitos que temem ficar sem espaço nas legendas tradicionais nas próximas eleições, em 2014.

“Já almocei com mais de 20 deputados que mostraram interesse em se filiar ao nosso partido”, afirmou o presidente do PROS (Partido Republicano da Ordem Social), Eurípedes Junior.

Ele diz ter como bandeira a redução dos impostos e afirma contar com 400 mil das 500 mil assinaturas exigidas para registro de novas siglas.

Eurípedes espera obter até junho deste ano o registro definitivo do TSE.

O presidente do PEC (Partido da Educação e Cidadania), Ricardo Holz, também diz que foi procurado por deputados federais. “Disseram claramente que queriam uma legenda para facilitar a eleição em 2014″, afirmou.

O prazo para registro dos partidos que poderão participar das eleições de 2014 termina em outubro. Mesmo sem representação no Congresso, as novas legendas ganham acesso aos recursos do Fundo Partidário.

Formado por verbas do Orçamento da União, o fundo distribuiu R$ 350 milhões no ano passado. A sigla que menor fatia recebeu foi o recém-criado PPL (Partido Pátria Livre), que teve R$ 605 mil.

Alguns dirigentes reclamam da competição. O presidente do PF (Partido Federalista), Thomas Korontai, disse ter perdido militantes que já tinham conseguido um número razoável de assinaturas.

“Tinham uma liderança, colheram assinaturas e foram cooptados por outros políticos locais”, disse. Ele já tem registro em dois Estados, mas faltam sete para ir ao TSE.

Das 31 legendas hoje em gestação, oito começaram a se organizar após a criação do partido de Kassab, único dos agrupamentos nascidos nos últimos anos com força para influir no jogo político.

O PSD, cujo registro foi aprovado em 2011, controla a quarta maior bancada da Câmara dos Deputados e absorveu recursos do Fundo Partidário e tempo de propaganda na televisão que pertenciam ao DEM e a outra siglas.