Monopólio da mídia sufoca a liberdade de expressão

FOTO: Roberto Parizotti


A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), a “honorável sociedade mafiosa” que congrega os donos dos grandes conglomerados de comunicação do continente, foi alvo nesta segunda-feira (15), em São Paulo, de críticas demolidoras e bem humoradas de militantes dos movimentos sociais e pela democratização da comunicação.

Em frente ao luxuoso hotel Renassaince, representantes da CUT, do MST, do Coletivo Intervozes e do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) levantaram cartazes denunciando alguns dos reiterados abusos praticados por emissoras de rádio e televisão, jornais e revistas que comportam-se como “indústria de intoxicação”, reproduzindo seus antivalores.

Erguendo a faixa “Monopólio da mídia sufoca liberdade de expressão”, os manifestantes apontaram como a mercantilização do jornalismo conduz a uma espiral de dupla manipulação: pelo poder econômico e pelo poder político, reverberando os interesses do sistema financeiro, das transnacionais e das grandes empresas, seus grandes anunciantes. “Quando os interesses econômicos e políticos coincidem, tanto mais visível será a manipulação”, já nos alertava o jornalista Rui Pereira.

A atualidade do questionamento é mais do que pertinente, como comprova o Sindicato dos Bancários de São Paulo, que teve a edição do seu jornal apreendida há pouco mais de duas semanas a pedido da coligação do candidato José Serra. A ordem de busca e apreensão da Folha Bancária, que incluía até mesmo o “arrombamento” da entidade, “se necessário”, foi solicitada pelo candidato tucano sob a alegação de que a “matéria denigre a imagem” de Serra.

A secretária geral do Sindicato, Raquel Kacelnikas lembrou que enquanto um órgão alternativo é silenciado, a população é bombardeada 24 horas por dia por uma mídia que desinforma, reproduzindo tão somente os interesses de uma pequena elite. “Graças aos investimentos dos movimentos em seus próprios meios e à internet temos hoje maior capacidade de comunicação, acabando com os estreitos limites impostos pela mídia privada, extrapolando fronteiras e fazendo a disputa”, declarou Raquel.

A secretária estadual de Comunicação da CUT-SP, Adriana Oliveira Magalhães, destacou que diante de tantos e tão reiterados abusos contra a liberdade de expressão, está na hora do governo federal submeter “a consulta popular os 20 pontos do Marco Regulatório da Comunicação”.

Entre as prioridades, elencou Adrianinha, estão a regulamentação dos artigos da Constituição Federal, como o que proíbe a formação de monopólios e oligopólios, e o que garante o respeito à diversidade regional e à produção independente. Enquanto isso, disse, os grandes meios de comunicação “condenam os movimentos sociais, criminalizam o MST e as centrais sindicais e não dão sequer direito de resposta”.

Conforme a líder cutista, a recente cobertura das eleições da Venezuela é outra demonstração inequívoca de que “precisamos de outra comunicação, de outra mídia”. “A cobertura de canais como a Globonews foi totalmente discriminatória, uma propaganda da derrota de um governo democrático”, ressaltou.

A integrante da Rede ComunicaSul, que cobriu recentemente as eleições na Venezuela, Terezinha Vicente Ferreira destacou a violência da campanha desinformativa coordenada pelas agências internacionais, sob a batuta da SIP, como “aparelho de propaganda ideológica do capital em favor de uma colonização das mentes”. Ao contrário do que se diz na mídia privada, ressaltou, pudemos ver que não falta liberdade de expressão na Venezuela, “pois muitos jornais não só questionam o governo como ofendem diretamente o presidente a partir de uma visão patronal”. “Pude ver também na Venezuela o apoio governamental às televisões públicas e comunitárias, em contraposição ao pensamento único com que a mídia empresarial tenta nos envenenar”, acrescentou Terezinha.

Cães guardiães
O prólogo do livro “Os novos cães guardiães”, de Serge Alimi, redator do Le Monde Diplomatique, é esclarecedor sobre o receituário da manipulação utilizado pelos “profissionais da mentira” a serviço do grande capital: “As manchetes que compõem, os qualificativos que empregam, as fotos que ampliam, os enfoques e colaborações que elegem, são bastante como para que a simples experiência empírica nos ensine sobre o veneno que bebemos”.

Em virtude desta manipulação, cada um dos 12 cartazes levantados pelos manifestantes – e posteriormente colados em frente ao hotel – expunha temas “invisibilizados” pela mídia “alienante e alienada”: “Anatel ignora que 92% das rádios comerciais de São Paulo opera com licença vencida e fecha 100% das comunitárias”; “André Caramante está exilado para se proteger das ameaças de morte que sofreu por matéria que denunciava a Rota e o coronel Telhada”, eleito o segundo vereador mais votado do PSDB na capital paulista. O governo do estado silencia sobre o caso”; “Quase 90% da programação de TV é produzida no eixo Rio-São Paulo, apenas 10,8% é dedicada à produção local”.

Liberdade de todos e todas
Membro da coordenação do FNDC e integrante do Coletivo Intervozes, João Brant, frisou que a “liberdade pela qual lutamos é de todos e todas, não a que fica confinada e aprisionada pelo monopólio da mídia”. Brant citou o exemplo da Lei de Meios da Argentina, que obrigará o grupo Clarín, no próximo 7 de dezembro, a devolver parte das suas licenças, ampliando o número de vozes.

O coordenador do Centro de Estudos de Mídia Barão de Itararé, Altamiro Borges, denunciou o “rabo preso” dos “450 donos, executivos e jornalistas” reunidos no evento da SIP e os exortou a se pronunciarem sobre os abusos cometidos contra a liberdade de expressão, como a perseguição movida contra Julian Assange, fundador do Wikileaks, e a invasão do Sindicato dos Bancários de São Paulo para impedir a circulação do seu jornal.

Representando o MST - uma das entidades mais atingidas pela violência da onda midiática de desinformação e calúnia - o jornalista Igor Felipe defendeu “a desconcentração dos meios como essencial para abrir espaço a uma sociedade mais democrática”. “Queremos liberdade de expressão e liberdade de imprensa. Já as famílias reunidas no encontro da SIP querem a comunicação como forma de garantir lucros e dominação” .

Para o professor Edmilson Costa, que representou o Partido Comunista Brasileiro (PCB), “a SIP é a sociedade interamericana dos monopólios de comunicação, que manipulam em favor dos interesses mais atrasados da oligarquia, se convertendo na ponta de lança da discriminação”.

Mais do que um ataque à ditadura dos barões da mídia, os manifestantes agiram em legítima defesa da democratização da comunicação. E como enfoca Serge Alimi, “a este exercício elementar de autodefesa se chama lucidez”.





Fonte: Carta Maior

Para entender o julgamento do "mensalão"

    Fábio Konder Comparato - Autor do Artigo



Ao se encerrar o processo penal de maior repercussão pública dos últimos anos, é preciso dele tirar as necessárias conclusões ético-políticas.

Comecemos por focalizar aquilo que representa o nervo central da vida humana em sociedade, ou seja, o poder.

No Brasil, a esfera do poder sempre se apresentou dividida em dois níveis, um oficial e outro não-oficial, sendo o último encoberto pelo primeiro.

O nível oficial de poder aparece com destaque, e é exibido a todos como prova de nosso avanço político. A Constituição, por exemplo, declara solenemente que todo poder emana do povo. Quem meditar, porém, nem que seja um instante, sobre a realidade brasileira, percebe claramente que o povo é, e sempre foi, mero figurante no teatro político.

Ainda no escalão oficial, e com grande visibilidade, atuam os órgãos clássicos do Estado: o Executivo, o Legislativo, o Judiciário e outros órgãos auxiliares. Finalmente, completando esse nível oficial de poder e com a mesma visibilidade, há o conjunto de todos aqueles que militam nos partidos políticos.

Para a opinião pública e os observadores menos atentos, todo o poder político concentra-se aí.

É preciso uma boa acuidade visual para enxergar, por trás dessa fachada brilhante, um segundo nível de poder, que na realidade quase sempre suplanta o primeiro. É o grupo formado pelo grande empresariado: financeiro, industrial, comercial, de serviços e do agronegócio.

No exercício desse poder dominante (embora sempre oculto), o grande empresariado conta com alguns aliados históricos, como a corporação militar e a classe média superior. Esta, aliás, tem cada vez mais sua visão de mundo moldada pela televisão, o rádio e a grande imprensa, os quais estão, desde há muito, sob o controle de um oligopólio empresarial. Ora, a opinião – autêntica ou fabricada – da classe média conservadora sempre influenciou poderosamente a mentalidade da grande maioria dos membros do nosso Poder Judiciário.

Tentemos, agora, compreender o rumoroso caso do “mensalão”.

Ele nasceu, alimentou-se e chegou ao auge exclusivamente no nível do poder político oficial. A maioria absoluta dos réus integrava o mesmo partido político; por sinal, aquele que está no poder federal há quase dez anos. Esse partido surgiu, e permaneceu durante alguns poucos anos, como uma agremiação política de defesa dos trabalhadores contra o empresariado. Depois, em grande parte por iniciativa e sob a direção de José Dirceu, foi aos poucos procurando amancebar-se com os homens de negócio.

Os grandes empresários permaneceram aparentemente alheios ao debate do “mensalão”, embora fazendo força nos bastidores para uma condenação exemplar de todos os acusados. Essa manobra tática, como em tantas outras ocasiões, teve por objetivo desviar a atenção geral sobre a Grande Corrupção da máquina estatal, por eles, empresários, mantida constantemente em atividade magistralmente desde Pedro Álvares Cabral.

Quanto à classe média conservadora, cujas opiniões influenciam grandemente os magistrados, não foi preciso grande esforço dos meios de comunicação de massa para nela suscitar a fúria punitiva dos políticos corruptos, e para saudar o relator do processo do “mensalão” como herói nacional. É que os integrantes dessa classe, muito embora nem sempre procedam de modo honesto em suas relações com as autoridades – bastando citar a compra de facilidades na obtenção de licenças de toda sorte, com ou sem despachante; ou a não-declaração de rendimentos ao Fisco –, sempre esteve convencida de que a desonestidade pecuniária dos políticos é muito pior para o povo do que a exploração empresarial dos trabalhadores e dos consumidores.

E o Judiciário nisso tudo?
Sabe-se, tradicionalmente, que nesta terra somente são condenados os 3 Ps: pretos, pobres e prostitutas. Agora, ao que parece, estas últimas (sobretudo na high society) passaram a ser substituídas pelos políticos, de modo a conservar o mesmo sistema de letra inicial.

Pouco se indaga, porém, sobre a razão pela qual um “mensalão” anterior ao do PT, e que serviu de inspiração para este, orquestrado em outro partido político (por coincidência, seu atual opositor ferrenho), ainda não tenha sido julgado, nem parece que irá sê-lo às vésperas das próximas eleições. Da mesma forma, não causou comoção, à época, o fato de que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tivesse sido publicamente acusado de haver comprado a aprovação da sua reeleição no Congresso por emenda constitucional, e a digna Procuradoria-Geral da República permanecesse muda e queda.

Tampouco houve o menor esboço de revolta popular diante da criminosa façanha de privatização de empresas estatais, sob a presidência de Fernando Henrique Cardoso. As poucas ações intentadas contra esse gravíssimo atentado ao patrimônio nacional, em particular a ação popular visando a anular a venda da Vale do Rio Doce na bacia das almas, jamais chegaram a ser julgadas definitivamente pelo Poder Judiciário.

Mas aí vem a pergunta indiscreta: – E os grandes empresários? Bem, estes parecem merecer especial desvelo por parte dos magistrados.

Ainda recentemente, a condenação em primeira instância por vários crimes econômicos de um desses privilegiados, provocou o imediato afastamento do Chefe da Polícia Federal, e a concessão de habeas-corpus diretamente pelo presidente do Supremo Tribunal, saltando por cima de todas as instâncias intermediárias.

Estranho também, para dizer o mínimo, o caso do ex-presidente Fernando Collor. Seu impeachment foi decidido por “atentado à dignidade do cargo” (entenda-se, a organização de uma empresa de corrupção pelo seu fac-totum, Paulo Cezar Farias). Alguns “contribuintes” para a caixinha presidencial, entrevistados na televisão, declararam candidamente terem sido constrangidos a pagar, para obter decisões governamentais que estimavam lícitas, em seu favor. E o Supremo Tribunal Federal, aí sim, chamado a decidir, não vislumbrou crime algum no episódio.

Vou mais além. Alguns Ministros do Supremo Tribunal Federal, ao votarem no processo do “mensalão”, declararam que os crimes aí denunciados eram “gravíssimos”. Ora, os mesmos Ministros que assim se pronunciaram, chamados a votar no processo da lei de anistia, não consideraram como dotados da mesma gravidade os crimes de terrorismo praticados pelos agentes da repressão, durante o regime empresarial-militar: a saber, a sistemática tortura de presos políticos, muitas vezes até à morte, ou a execução sumária de opositores ao regime, com o esquartejamento e a ocultação dos cadáveres.

Com efeito, ao julgar em abril de 2010 a ação intentada pelo Conselho Federal da OAB, para que fosse reinterpretada, à luz da nova Constituição e do sistema internacional de direitos humanos, a lei de anistia de 1979, o mesmo Supremo Tribunal, por ampla maioria, decidiu que fora válido aquele apagamento dos crimes de terrorismo de Estado, estabelecido como condição para que a corporação militar abrisse mão do poder supremo. O severíssimo relator do “mensalão”, alegando doença, não compareceu às duas sessões de julgamento.

Pois bem, foi preciso, para vergonha nossa, que alguns meses depois a Corte Interamericana de Direitos Humanos reabrisse a discussão sobre a matéria, e julgasse insustentável essa decisão do nosso mais alto tribunal.

Na verdade, o que poucos entendem – mesmo no meio jurídico – é que o julgamento de casos com importante componente político ou religioso não se faz por meio do puro silogismo jurídico tradicional: a interpretação das normas jurídicas pertinentes ao caso, como premissa maior; o exame dos fatos, como premissa menor, seguindo logicamente a conclusão.

O procedimento mental costuma ser bem outro. De imediato, em casos que tais, salvo raras e honrosas exceções, os juízes fazem interiormente um pré-julgamento, em função de sua mentalidade própria ou visão de mundo; vale dizer, de suas preferências valorativas, crenças, opiniões, ou até mesmo preconceitos. É só num segundo momento, por razões de protocolo, que entra em jogo o raciocínio jurídico-formal. E aí, quando se trata de um colegiado julgador, a discussão do caso pelos seus integrantes costuma assumir toda a confusão de um diálogo de surdos.

Foi o que sucedeu no julgamento do “mensalão”.

Fonte: Carta Maior

Saudações aos mestres professores



Igualdade de gênero na política de Altaneira ainda é pouco significativa

QUADRO DEMONSTRATIVO DOS ELEITOS PARA COMPOR
O LEGISLATIVO MUNICIPAL 2013/2016

A representatividade feminina nas câmaras municipais do País ainda é pouco significativa. Nas eleições municipais de 2008, das 09 (nove) cadeiras disponíveis em Altaneira, apenas 01 (uma) foi ocupada por mulher. No pleito deste ano, levando em consideração a mesma quantidade disponível, foram ocupadas por mulheres três assentos, ou seja, 33,3%.

No processo eleitoral desse ano em Altaneira sete mulheres disputaram uma das nove cadeiras no legislativo.  Esse número é muito inferior se for analisar a quantidade de homens que disputavam o mesmo cargo político, 11 (onze).  Na disputa pelo executivo municipal nenhum dos cargos, a saber, prefeito e vice, teve representatividade feminina.

Em 2008, o grupo de oposição que hoje administra o município entrou com a Dr. Magdala como vice, tendo como cabeça de chapa o empresário Delvamberto Soares (PSB). A campanha ganhou muita adesão de várias classes sociais, mas não obteve o êxito vindo a serem derrotados por Antonio Dorival de Oliveira (PSDB), reeleito. Esse mesmo gestor veio a ter o mandato cassado em 2010.

Em 2011 com as eleições suplementares teve-se mais uma representante feminina e desta vez como cabeça de chapa, tendo o farmacêutico Jackson como candidato a vice. Aqui, a classe feminina teve a Dr. Adreia (DEM), esposa de José David que em 2004 como oposição  perdeu as eleições para o grupo político que direta ou indiretamente vinha se perpetuando no poder, como representante. Hoje, não se sabe ao certo ao qual grupo ele se encaixa, uma vez que na recente disputa eleitoral não fez campanha para nenhum das duas coligações.

Retornando ao que é foco, vale dizer que também aqui a classe feminina foi derrotada e, com ressalva. A Dr. Andreia não conseguiu a mesma adesão do eleitorado que a Dr. Magdala. A situação com poucos meses de administração do então prefeito em exercício, o presidente da Câmara, Raimundim da Mota, aplicou a maior diferença de votos desde a emancipação do município (1958), a saber, 903 votos, dando a Delvamberto e Dedé Pio, ambos do PSB, o comando da cidade pela vontade popular nas eleições suplementares. Era a primeira vez que o grupo que passou toda a vida política sendo oposição iria governar Altaneira.

Conclui-se que o espaço na política partidária em todo o Brasil para as mulheres ainda é pouco significativo, principalmente em Altaneira. Em dezembro do corrente o município supracitado completará 54 (cinquenta e quatro) ano de emancipação. Nessas cinco décadas não teve nenhuma mulher como Prefeita. Tal fato permite a afirmativa de que o ritmo em prol da igualdade de gênero caminha a passos de tartaruga. Para se ter uma ideia desse contexto, vale salientar as palavras do demógrafo José Eustáquio Diniz Alves, da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE/IBGE). Segundo ele, o ritmo é lento e, caso se mantenha, fará com que o Brasil atinja a paridade de gênero em espaços de poder municipais somente daqui a 148 anos. O Global Gender Gap Report, publicado em 2011, coloca o Brasil como o país com a maior desigualdade de gênero na política da América do Sul, ocupando o 87º lugar no ranking geral e a 114ª posição em representatividade política.

EDUCAR É, ANTES DE TUDO, CONSCIENTIZAR

Morgana Gazel - Escritora 


Isto significa que conscientizar se insere em todo o processo educativo. Vejamos. Proponho que educar é envidar ações que levem o educando a tomar conhecimento e fazer uso das condutas necessárias a seu desenvolvimento físico; a reconhecer seus padrões construtivos e destrutivos e a lidar com eles de modo adequado; a distinguir seu papel nas relações interpessoais; a se tornar ciente de seus direitos e deveres no âmbito social; a perceber que o aprendizado intelectual é um instrumento imprescindível à aquisição da liberdade de pensar e da capacidade de fazer escolhas adequadas; por último, a se dedicar a este aprendizado.

Esta concepção de educar é apenas um detalhamento baseado numa definição do Aurélio, que diz: Educação é o processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral da criança e do ser humano em geral, visando à sua melhor integração individual e social.

Se atentarmos cuidadosamente no que proponho como objetivos das ações educativas, veremos que a família tem um papel preponderante na consecução deles. Somente os dois últimos exigem a participação da escola, embora ela deva contribuir para que os demais sejam igualmente alcançados.

Ora, os pais, em sua maioria, não têm condições de cumprir todos os requisitos referentes a seu papel de educadores, pois não foram suficientemente educados. Se o filho bate em outra criança, eles se mostram compreensivos, caso contrário ficam furiosos. À noite, horário em que geralmente os membros da família têm oportunidade de interagir, uns se ocupam assistindo à TV, outros no computador. E assim segue a vida.

Se a criança chega à escola com pouca ou nenhuma educação doméstica, terá grande dificuldade de se adaptar ao novo ambiente, principalmente porque grande parte dos professores não está preparada para lidar com aluno difícil. É bom lembrar que os docentes podem também ter tido uma família incapaz de exercer satisfatoriamente o dever de educar. A coisa toda se complica ainda mais, quando um deles toma uma medida, às vezes correta, com a finalidade de corrigir uma conduta deseducada, e os pais do aluno em questão revoltam-se e o agridem. O prejuízo do professor será apenas o mal-estar, o do aluno será provavelmente jamais se tornar um verdadeiro cidadão.

Os efeitos das falhas no processo educativo alastram-se em toda a sociedade, vai até nossos governantes; muitos deles certamente vieram de lares e escolas que falharam neste aspecto. Como consequência, chafurdam no exercício da não cidadania e, portanto, não têm nenhum interesse em mudar tal situação.

Que fazer então diante desta realidade? Você deve estar perguntando-se, caso tenha tido a sorte de ser educado adequadamente. Difícil responder. Mas tenho sido assaltada por um sonho louco, no qual todos os verdadeiros cidadãos contribuem de alguma forma para educar pelo menos uma pessoa fora de sua família. No futuro deste sonho, nossos bisnetos são os pais, e o mundo é um lugar bem melhor de se viver.

*Artigo da Escritora Morgana Gazel / autora do romance Enseada do Segredo
Fonte: portal. Comunique - se

O sagrado e profano se misturam nos festejos a padroeira de Altaneira

MOMENTO DA DERRUBADA DO PAU DA BANDEIRA NO SÍTIO URUBU
FOTO (HUMBERTO)


O Município de Altaneira, localizado na microrregião serrana de Caririaçu e na Região do Cariri possui, segundo os últimos dados do censo em 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE, uma população equivalente a 6. 821 habitantes e veio a ganhar autonomia política e administrativamente no dia 18 de dezembro de 1958 segundo a historiografia contada pelas elites da época e ainda hoje reinante.

Diante disso o Governo Municipal em parceria com a Secretaria de Cultura, Desporto e Turismo realizam todos os anos um evento que combina sagrado com o profano a começar da própria denominação do mesmo. Para a população como um todo recebe o nome de FESTA DE OUTUBRO. Já para os do gueto religioso o intitula de  FETA DE SANTA TEREZA D’ÁVILA.  

Tradicionalmente as festividades tem início em 06 (seis) e tem finalidade em 15 (quinze) do corrente. Toda via, em virtude das eleições municipais, onde o processo de votação se deu no dia 07 (sete), o festejo está programado para ter início hoje à noite (12) com novenas e shows de bandas, vindo a ter desfecho no próximo dia 20 (vinte).

Hoje a tarde ocorre a tradicional busca, levantamento e fixação do pau da bandeira em frente à Igreja Matrix. No ensejo, diversas pessoas, religiosas e praticantes do catolicismo ou não se reúnem para tal propósito.

Fique por dentro dos shows que ocorre durante esses oito dias de programação:
12/10 - Moleca 100 Vergonha e Fabio Carneirinho;
13/10 - Seresta Baile com o Fenômeno Dedé Moral;
14/10 - Caninana do Forró e Cícero Bodim
15/10 - ARTISTAS DA TERRA;
16/10 - Zezo e Banda, Maurício Patrocínio e Forró Dakele Jeito;
17/10 - SHOW DAS CRIANÇAS;
18/10 - Fran & Félix e Solteirões do Forró;
19/10 - Noite da Jovem Guarda - TREPIDANT'S e Banda Arquivo Revivendo os anos 60;
20/10 - Forro Bota Pra Moer & João Bandeira Jr. - Ytalo e Maciel e Forró Boca a Boca.

Câmara de Altaneira terá nova configuração: Serão cinco novatos

PLENÁRIO - FOTO DE ARQUIVO


A população de Altaneira conheceu na noite do último domingo, sete (07), os novos nomes que irão compor o Poder Legislativo Municipal.

Eram dezoito nomes disputando nove vagas. Desde número, a situação formada pela coligação Altaneira de Todos apresentava dez candidatos, enquanto que a oposição composta pela coligação Melhor para Todos disponibilizou oito nomes.

Dos atuais nove assentos na Câmara a administração possui cinco vereadores que lhe dão sustentáculo. Desse número quatro foram para a reeleição. Apenas o Vereador Devaldo Nogueira optou não disputar um novo mandato. Fato semelhante ocorreu como os parlamentares que fazem oposição a gestão do prefeito reeleito Delvamberto Soares (PSB). Uma vez que Zé Fernandes (PSDB) também preferiu não se lançar a uma nova legislatura.

Disputavam pela coligação Altaneira de Todos os atuais Vereadores Deza Sores, Lélia de Oliveira, Flávio Correia, todos do PCdoB, além de Raimundinho da Mota (PRB), atual presidente do legislativo. Concorria pela primeira vez pela PRB o Jovem Edezyo Jalled, o Ex – secretário de Infraestrutura, Antonio Leite e, Antonio Nevoeiro. O PCdoB apresentava a Professora Francisca Maurício e o PSB veio com duas Ex – primeira dama, Alice Gonçalves e Robercivânia.

Do lado oposicionista era novata na disputa a professora Zuleide e Celiete, ambas do PSDB, assim como o professor Gilson (PSL), Francisco Ponciano (PV), além de Fátima Teixeira que tentava retornar a casa legislativa pela PTB. Buscavam reeleição o Professor Adeilton (PP), Genival Ponciano (PTB) e Antonio Henrique (PV).

Vale frisar que apenas os vereadores Flávio Correia, Raimundinho da Mota e Antonio Henrique não conseguiram renovar seus mandatos. Dessa forma, a Câmara terá a partir de janeiro de 2012 cinco novatos, são eles: o Professor Gilson (PSL) e a Professora Zuleide (PSDB), esses fazendo parte da base oposicionista ao governo municipal. Os que fazem parte da base aliada ao prefeito são o Jovem Edezyo, Antonio Leite, esses do PRB e Alice (PSB).

Em análise bem simplista dos resultados, pode-se observar que mudou a configuração nominal, mas permanecerá o mesmo cenário, uma vez ambas as partes (Situação x Oposição) terá a mesma quantidade de vereadores que o momento apresenta cinco e quatro, respetivamente.

Dessa forma resta apenas acompanhar como os cinco novos vereadores em conjunto com os que já possuem assento e renovaram seus mandatos irão se comportar a partir de janeiro.

O Professor Adeilton consegue pela segunda vez seguida ser o vereador mais bem votado. Destaque ainda para o comunista Deza Soares que mesmo disputando o quarto mandato conseguiu ser o segundo mais bem colocado.

Confira os eleitos e a quantidade de votos obtidos segundo os dados do TRE/CE:

1º. Professor Adeilton (PP) – 587 ou 12, 59%
2º. Deza Soares (PCdoB) – 424 ou 9,09%
3º. Alice (PSB) – 411 ou 8,82%
4º. Antonio Leite (PRB) – 404 ou 8,67%
5º. Edezyo (PRB) – 346 ou 7,42%
6º. Genival (PTB) – 316 ou 6,78%
7º. Lélia (PCdoB) – 306 ou 6,56%
8º. Zuleide (PSDB) – 295 ou 6,33%
9º. Professor Gilson (PSL) – 287 ou 6,16%