A
perpetuação de um sistema educacional que não ensina as nossas crianças a ler,
escrever, interpretar e articular suas idéias é a chaga que propaga em nosso
país males como a corrupção, a violência e a miséria.
É
corrente em algumas redes de ensino a idéia de que os professores fingem que
ensinam, os alunos simulam a aprendizagem e os resultados falseiam a realidade.
A conseqüência mais evidente desse autêntico drama brasileiro é que os votos da
população menos (ou não) esclarecida acabam dando sobrevida a políticos que não
têm a mínima intenção de aperfeiçoar ou melhorar a educação ou qualquer outra
instância da realidade nacional.
Quando
ouvimos uma pessoa dizer que um determinado político “rouba, mas faz” - temos
que nos indignar e articular respostas e reflexões que ajudem a pessoa a mudar
de opinião. Quando ficamos sabendo que alguém vai trocar seu voto por algum
favor ou benefício material, temos que nos mobilizar para que isso não
aconteça...
E
não podemos simplesmente esperar que o voto, por si só, seja capaz de promover
as alterações que desejamos para o país ou para a educação. Participamos da
democracia quando votamos e, principalmente, a partir do momento que
fiscalizamos e cobramos as autoridades quanto aos projetos, idéias e
necessidades de nossas comunidades, cidades, estados e país.
A
educação é momento primordial de esclarecimento não apenas dos conhecimentos
previstos no currículo oficial através de cada disciplina. Os anos de chumbo da
ditadura ajudaram a silenciar nossa consciência crítica, a televisão que
esvazia os nossos discursos e tolhe o diálogo nos imobiliza e isola, as
mentiras e omissões dos políticos se repetem e nos insensibilizam de tão
freqüentes e impunes.
Por
tanto, que possamos fazer da educação o caminho para formar, de fato, jovens
politizados. Porém, a tarefa é árdua demais, difícil demais, porque os
responsáveis pela politização sucumbi ante a realidade e o jogo político.