Primavera
Árabe, Ocuppy Wall Street, mobilizações contra o desemprego na Europa,
manifestações estudantis na América Latina. Esses são apenas alguns exemplos de
mobilizações que ganharam força na internet nos últimos anos. Em um momento em
que bilhões de pessoas estão conectadas, fica a pergunta: é possível lutar por
mudanças com apenas um clique?
É
para discutir isso que Conectas Direitos Humanos e Livraria Cultura promoverão,
na próxima segunda-feira (11), o debate Internet e Revoluções: Mudar o Mundo
num Click? A atividade ocorrerá de 19h às 21h no Teatro Eva Herz da Livraria
Cultura do Conjunto Nacional (Avenida Paulista, 2073), em São Paulo (SP). A
discussão é gratuita e aberta ao público e contará com a presença de Pedro
Abramovay, representante da Avaaz, e Rodrigo Savazoni, na Casa da Cultura
Digital, além da cineasta e apresentadora Marina Person, quem mediará o debate.
Juana
Kweitel, diretora de programas da Conectas, explica que a ideia é levar
discussões sobre direitos humanos para a comunidade em geral. "O objetivo
é começar a discutir direitos humanos com um público amplo”, afirma, acrescentando
que a intenção é debater sobre um tema pelo menos a cada dois meses.
Na
segunda-feira (11), a discussão girará em torno das mobilizações pela internet.
"[A intenção é discutir] as mudanças que a internet está trazendo para o
ativismo e questionar como dar seguimento às campanhas iniciadas online”,
comenta, destacando que o debate ainda discutirá sobre como as organizações
estão trabalhando com a internet e como utilizar o espaço para envolver outras
pessoas.
Juana
acredita que ainda é "cedo para conclusões” a respeito do assunto, mas
ressalta que a internet está trazendo mudanças. Para ela, a internet ajuda a
divulgar e a fortalecer mobilizações que já existem, além de possibilitar a
articulação de movimentos que não podem se manifestar livremente nas ruas.
"A
internet amplifica o movimento que existe offline. Dá força, velocidade,
amplifica [o que já acontece fora o espaço virtual]. Outro lado é que ela
permite a articulação de pessoas para assuntos sobre os quais não é possível
falar na rua, como o movimento gay na Uganda”, comenta.
Além
disso, ajuda a divulgar e a mostrar que existem pessoas que apoiam a causa. De
acordo com ela, o ato de compartilhar uma mensagem, por exemplo, é uma forma de
a pessoa dizer que apoia a organização ou o movimento.
A
diretora de programas da Conectas ainda destaca a participação dos/as jovens
nas mobilizações a partir das redes sociais. De acordo com ela, as
movimentações na internet também atraíram os/as jovens para os debates sobre
políticas e assuntos relacionados à comunidade. "Atraiu os jovens que já
nasceram conectados para as discussões. Vejo que eles se organizam muito rápido
principalmente quando a liberdade de direitos na internet é cerceada. A
resistência das leis nos Estados Unidos foi rápida e poderosa”, afirma.
Preocupação
Juana
Kweitel, diretora de programas da Conectas, porém, destaca uma preocupação em
torno das ferramentas digitais. Isso porque, a demanda digital também acaba
estimulando o consumismo. A procura é pela última geração de computador,
telefone celular, tablet, entre outros equipamentos eletrônicos. A preocupação
dela é principalmente com o impacto ambiental, com a produção de lixo
eletrônico. "Há pouca reflexão sobre isso [geração consumista]. Precisa
pensar sobre o assunto e buscar alternativas”, acrescenta.
Fonte: http://www.sunnet.com.br/home/